Daniel 9:3-19
Enquanto você estiver lendo o
capítulo 9 do livro de Daniel, perceberá que o mesmo se encontra dividido em três partes
distintas:
1ª O “diário” de Daniel, em
que o profeta relata seu estudo das profecias de Jeremias;
2ª A sincera e angustiosa
oração de Daniel, e
3ª As predições adicionais do
grande e poderoso anjo Gabriel ao expor Daniel 8:14.
Daniel deve ter-se sentido muito
contente ao ver que o anjo Gabriel se aproximava enquanto ele próprio ainda
estava em oração (Daniel 9:20-21).
Quem não gostaria de ter as preces
atendidas, assim, tão rapidamente?
Nem sempre Deus responde
imediatamente. Às vezes continua mudo; mas seja como for que Ele responder às
nossas orações, a resposta é para o
nosso bem.
Vejamos o que podemos aprender
acerca do tipo de oração que Deus pode responder de modo tão marcante.
Por que os céus preservaram esta
oração para nós?
Certamente foi para que pudéssemos estudá-la
tendo em mente as suas características.
Daniel era um homem que levava uma
vida de oração (2:17-18; 6:10) – “Três vezes no dia se punha de joelhos, e
orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer”.
Já é digno de nota, o fato de que Daniel se dispusesse a
orar sob aquelas circunstâncias; o que mais nos impressiona, porém, é que ele –
à semelhança do que sempre fizera – “dava graças”.
Pelo menos seis coisas foram praticadas por Daniel, nesta oração, que merecem a nossa atenção.
I - Ele orou com muita intensidade e fervor.
Em harmonia com o costume prevalecente em seus dias, Daniel enfatizou a profundidade dos desejos de sua alma não apenas mediante a escolha der palavras apropriadas, mas também com “jejum” e com o uso de “pano de saco e cinza”. Daniel 9:3.
Pano de saco era feito de um tecido grosseiro, ou por pelos de camelo ou cabrito. Esse tecido era utilizado em tempos de grande tristeza e pesar, ou em ocasiões de grande agitação espiritual (ex. II Sam. 3:31; II Reis 19:1-2).
De cor parda e aparência desagradável, o pano de saco expressava sincera e profunda humildade por parte da pessoa. O fato de alguém sujar o seu próprio rosto com cinza, intensificava o sentimento de autodegradação.
Nada indica haver Daniel imaginado que seu jejum, as vestes de saco e a cinza sobre sua cabeça pudessem granjear qualquer mérito.
Estes elementos contribuíram para expressar sua sinceridade, e sem dúvida auxiliaram no sentido de aprofundá-la. Ele não chamou atenção para aquilo que praticava.
II - Ele repousou sobre a justiça de Deus, não sobre a sua própria justiça.
Está
escrito em Daniel 9:18: “Não lançamos as nossas súplicas perante a Tua face
fiados em nossas justiças, mas em Tuas muitas misericórdias”.
Tiago afirma que “muito pode, por sua eficácia, a oração de um justo” (Tiago 5:16).
O apóstolo Paulo, porém, nos faz lembrar que “não há justo, nem sequer um” Romanos 3:10. Assim, pois, o que devemos crer? O que fazer?
Exatamente aquilo que Daniel fez! Devemos ir à presença de Deus em toda a nossa pecaminosidade.
Aliás, é a única forma como podemos ir. Ao confessarmos que somos pecadores, peçamos a Deus que nos atenda com base em Sua misericórdia e plena justiça.
Jesus nos convida a irmos a Deus em Seu nome. João 14:13-14.
III - Ele utilizou a Bíblia.
Em sua oração, Daniel utilizou a Bíblia. Suas palavras demonstram que ele deve ter estado a ler três passagens escritas especialmente para exilados:
1ª O conselho de Moisés a futuros exilados (Levítico cap. 26);
2ª A oração de Salomão em favor dos futuros exilados, erguida a Deus durante a dedicação do templo que agora jazia em ruínas (I Reis 8:46-53) e
3ª A carta de Jeremias a seus contemporâneos exilados em Babilônia (Jer. 29:15-20).
Cada uma dessas passagens indica o fato de que a causa do exílio é o pecado.
IV - Ele confessou seus próprios pecados e os pecados do grupo ao qual pertencia.
Se fosse possível resumir em uma única palavra a essência da oração de Daniel, a palavra indubitavelmente seria: “pecamos”! Daniel 9:5.
É absolutamente surpreendente que Daniel tenha oferecido tal oração.
Até mesmo seus inimigos, ao buscarem uma razão para acabar com ele – um roubo ou desonestidade, nada encontraram que pudesse comprometer a conduta do profeta. Daniel 6:4. Contudo, agora ele ora dizendo: “Temos pecado e cometido iniqüidade, procedemos perversamente, fomos rebeldes”.
Estaria Daniel mentindo? Estaria fazendo jogo de palavras?
Não e não. Daniel não mentia ao assim orar. Também não fazia jogo de palavras.
Ele se identificava, nesse momento, com o grupo do qual fazia parte, com a unidade social da qual era membro.
Como um todo, o grupo achava-se no exílio em virtude de haver, como grupo, cometido pecado.
Sempre foi, e ainda é muito comum, tentar eximir-se da responsabilidade, acusando pessoas, líderes, em lugar de a nós mesmos.
Você já deve ter ouvido algo mais ou menos assim: A nossa igreja – ou a nossa nação, ou a nossa escola, ou seja lá o que for - não está cumprindo o papel que lhe cabe porque nossos pastores ou líderes políticos, ou administradores terem-se tornado corruptos e descuidados.
Existe também uma famosa alegação politicamente incorreta – a herança maldita.
Daniel, entretanto, disse: “Ó Senhor, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque temos pecado contra Ti” (Daniel 9:8).
V - Ele buscou a glória de Deus e de Seu santuário.
Ó Deus, faz nascer um novo dia. Permite que ele venha logo.
Que a Tua igreja possa ser modificada, transformada à Tua semelhança.
Torna-nos puros, generosos, amáveis.
Remove de nós o adultério, o racismo e a transgressão do sábado.
Usando as palavras de Daniel, nós te suplicamos: “Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não Te retardes, por amor de Ti mesmo, ó Deus meu; porque a Tua cidade e o Teu povo são chamados pelo Teu nome” (Daniel 9:19).
Estas últimas palavras da oração apontam para outra prioridade da oração vitoriosa. Daniel procurou a glória de Deus e a glória do Seu santuário.
Segundo o Instituto Oxford da Inglaterra, em 2005 existiam 34.000 religiões (hoje aproximadamente 36.000), com algo em torno de um bilhão somente de cristãos.
Vamos pensar juntos. O que aconteceria se esse um bilhão de cristãos de todas as denominações se encontrasse a pleitear com Deus nos dias de hoje, assim como fez Daniel, pedindo perdão a ele pelos nossos pecados coletivos, implorando-Lhe que conceda à Sua igreja o privilégio de ser digna de Seu nome?
Quanto Deus nos abençoaria!
Quão profunda seria a impressão sobre os não-cristãos!
Peça à Deus que utilize a sua pessoa ou o seu grupo como uma benção a outros.
VI - Ele reclamou o cumprimento das promessas divinas.
A partir de seu conhecimento da Bíblia, Daniel sabia que Deus é fiel em guardar a aliança ou concerto – é um Deus que cumpre as Suas promessas.
No início de sua oração, o profeta dirige-se a Deus como Aquele que guarda “a aliança e a misericórdia para com os que Te amam e guardam os Teus mandamentos” (Daniel 9:4).
Abrindo a
Palavra de Deus
Daniel achava-se bem familiarizado com estas passagens. Ele também lera a respeito do concerto de Deus em Jeremias 31.
O fato de lembrarmos que Deus cumpre as Suas promessas, sempre que iniciarmos nossas preces, ajudar-nos-á a desenvolver o tipo de fé que Ele poderá honrar.
Conclusão.
Quando formos orar, a oração de Daniel sugere que façamos quatro coisas:
· Reconheçamos nossa pecaminosidade;
· Reconheçamos nossa situação difícil frente à santidade de Deus;
· Reconheçamos o poder libertador de Deus;
· Nunca devemos desistir.
Que o Senhor Deus conceda-nos mais estas graças.
É o meu desejo e a minha oração. Amém!!!
Autor: desconhecido
Fonte: idem
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