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POR QUE OBEDECER?

 

“O que farei para herdar a vida eterna?”. Mt. 19:16.

 

           A história.

           A história do jovem rico está cheia de lições práticas para todos os tempos. Comprova-se a sua relevância pelo fato da história estar presente em três dos quatro evangelhos. Mt. 19:16-22; Mc. 10:17-22 e em Luc. 18:18-23.

           Recursos como negrito, itálico, sublinhado, letras garrafais eram desconhecidos, portanto, não utilizados. Ainda hoje, quando se deseja enfatizar a importância de alguma coisa escrita repete-se uma, duas, três vezes. Trata-se de uma técnica de aprendizagem.

           Todos nós conhecemos a história. Começa quando um jovem possuidor de muitas propriedades, rico, aproxima-se de Jesus com uma pergunta dramática: “Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna?”, e termina com a mais triste das decisões que alguém pode tomar: de nunca mais procurar Jesus.

 

           Você veio procurá-Lo ou encontrá-Lo?

           Louvo a Deus nesta manhã porque você não veio procurar a Jesus, melhor, você veio para mais um encontro com ele. Veio fortalecer uma amizade, estreitar laços de confiança, de fé e de esperança.

           Voltando a história, cada palavra desse encontro de Jesus com o jovem encerra um significado especial. Tema para muitas mensagens, sermões, pregações.

           Permita-me frustrar-lhes a expectativa criada. Não iremos falar do jovem rico, mas das pessoas que lideravam a igreja em que ele congregava.

           Através dos olhos da fé e baseados também no contexto histórico e bíblico do relato somos levados a visualizar uma imagem da situação em que aqueles líderes viviam.

           O que eles desejavam? O melhor para sua igreja.

           Qual era a sua preocupação? Cuidar da imagem da igreja e defender princípios.

           Existe algo de errado nisso? É pecado? Não. Trata-se de uma necessidade. Zelar pelos bons costumes, defender princípios, lutar para que a verdade de Deus não seja comprometida, ainda hoje continua sendo imperativo. Vivemos num mundo deteriorado por filosofias que dão origem ao liberalismo devastador que tem por lema: “é proibido proibir”.

 

           A maior necessidade do mundo.

           A verdade é que nunca se precisou tanto de líderes que saibam defender os princípios eternos que Deus instituiu para a felicidade do ser humano. Portanto, não se sinta ultrapassado, ou quem sabe, envergonhado ao defender os valores sociais, morais e principalmente espirituais que a Palavra de Deus ensina. Mc. 8:38.

           “A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus”. Educação, pág. 57.

 

           O grande problema dos líderes do jovem rico.

           Só estavam preocupados com a igreja. Necessitamos de lideranças zelosas, mas não legalistas, mais preocupadas com formalidades do que com pessoas.

 

           Igreja pode significar muita coisa.

           Quando ouvimos o termo igreja podemos estar nos referindo entre outras coisas a: Corpo doutrinário; instituição administrativa; espaços físicos; pessoas.

           Na história do jovem rico, Igreja não significa doutrina, empresa, templo ou prédio, por isso, aquela era uma atitude incoerente da parte dos líderes. Por quê? Porque a Igreja é formada de seres humanos, de gente, de pessoas.

           Precisamos aprender a valorizar as pessoas, valorizá-las acima de suas atitudes.

 

           Precisamos aprender a ouvir as pessoas.

           Não basta fazer de conta que se está ouvindo. É necessário demonstrar interesse pelo que o outro expressa. Se alguém está abrindo o coração a você em particular, é porque ele considera isso importante; também porque ele confia em você. Seja cortês, não o interrompa; procure escuta-lo até o fim. Se porventura tiver vontade de interferir conte até 1000, ou se preferir morda a língua, mas ouça: ele precisa falar. O conselho nos vem através do sábio Salomão: “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas”. Provérbios 27:23.

           Por esta razão Tiago aconselha-nos em sua epístola: “Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar ...”. Tiago 1:19. 

           Infelizmente, o contexto da história dá a impressão de que os líderes tinham perdido essa visão. A única coisa que importava era que os membros se comportassem bem.

           De alguma forma o jovem tinha aprendido a obedecer (o modo como ele se aproximou de Jesus comprova isso). Entretanto, Deus não se agrada da obediência cega. As pessoas precisam ser ensinadas a pensar, a tomarem suas próprias decisões, a fazerem suas próprias escolhas.

           Ele era o excelente membro de Igreja que toda liderança gostaria de ter, exceto por um detalhe: ele não era feliz, sentia-se perdido dentro da igreja.

 

           Uma possibilidade não muito remota.

           É possível alguém se perder, mesmo vivendo uma vida correta e cumprindo tudo?

           A história do jovem rico nos prova que sim. Ninguém sabe do vazio do coração que o atormentava dia e noite.

 

           O encontro.

           A história relata-nos que o jovem procurou Jesus e lhe disse: “Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Jesus partiu do conhecido para o desconhecido.

           O que ele conhecia? Lei, norma, preceito, regulamento, mandamento. Jesus iniciou a conversa por ai. Disse a ele: “Guarda os mandamentos”, e o jovem respondeu: “Tudo isso tenho guardado”.             

           Ao ver a angústia do jovem Jesus tentou leva-lo à dimensão do evangelho que ele desconhecia: a obediência só é valida quando é fruto do amor. A obediência não é causa da salvação, é resultado. Obediência, simplesmente por obediência, dever ou obrigação, pode até ter algum valor social ou até mesmo moral, mas nunca valor espiritual.

           “Este povo honra-Me com os lábios”, disse Jesus referindo-se aos líderes daquele tempo, “mas o seu coração está longe de mim”. Mat. 15:8.

           “Dá-Me, filho meu, o teu coração” é o primeiro pedido do Senhor Jesus a quem deseja segui-Lo. Após entregar coração ao Senhor, que “os teus olhos se agradem dos meus caminhos”. Provérbios 23:26.

           Os líderes daquele tempo não entendiam isso. Achavam que obedecer era suficiente. Ignoravam que a Deus agrada a obediência só quando é resultado do amor.

 

           O desfecho.

           A Palavra de Deus conta que o jovem rico nunca mais voltou. De alguma forma, era mais fácil cumprir tudo o que a Igreja esperava do que entregar o coração a Jesus. Que triste fim para uma história que poderia ter tido outro último capítulo.

·         Desde aquele encontro de Jesus com o jovem rico passaram gerações, e já peregrinamos intensamente neste mundo cheio de sofrimento e dor.

·         Será que aprendemos a levar a Igreja a obedecer a Deus por amor?

·         “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. A julgar pelo ditado...

·         A obediência não é negociável.

·         Os princípios de Deus são eternos, não mudam nem com o tempo, nem com as circunstâncias (Malaquias 3:6).

·         O que era pecado nos dias de Cristo continua sendo pecado hoje também.

·         O amor não diminui nunca o nível dos princípios.

·         Os princípios e a obediência a eles nunca podem entrar na pauta de uma discussão.

·         A grande preocupação: O que fazer para não haver em nossa Igreja pessoas como o jovem rico?

           Esse é o meu, o seu, o nosso grande desafio. Pense nisto! Amém!!! 

 

 

 

 

Autor: desconhecido

Fonte: idem

          

 

 

          

 

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