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O SANTUÁRIO


Daniel 8:14


            Introdução
            É um prazer tê-los em nossa igreja para mais uma noite de estudos do livro de Daniel. Nossa proposta é que todos os domingos aprendamos verdades divinas reveladas na Palavra de Deus. No domingo passado estudamos sobre um tema magnífico e antes de entrarmos na aula de hoje, iremos recapitular rapidamente o nosso estudo anterior.

            Santuário purificado
            Em nosso último estudo ficou uma pergunta em aberto: Que santuário seria purificado? Como nossa base é a Bíblia, temos de encontrar na Palavra de Deus a resposta para esta pergunta.
            A Bíblia apresenta cinco santuários em sua história. Quais desses santuários o anjo disse que seria purificado?

            O primeiro é o santuário do deserto feito por Moisés, feito em forma de tenda e de maneira mais simples em relação aos outros, porém foi nele que Deus se manifestou de forma mais poderosa. Grandes manifestações da glória e do poder do Senhor foram vistas nesse simples santuário. Amigo, o mundo hoje admira e valoriza a aparência e geralmente os que nãoalcançam os padrões do mundo são ignorados, esquecidos e até maltratados. Só quero lembrar que Deus se alegra em usar as pequenas coisas desse mundo para humilhar as grandes.
           O Senhor não precisa de beleza, cultura ou forças humanas para manifestar seu poder. Não importa o local em que Deus se manifesta, o que importa é o que Ele se manifesta. Entenda, quanto menor for o instrumento maior será a glória de Deus.

            O segundo é o santuário de Salomão. Esse foi o maior e o mais glorioso de todos. Tão grande foi a sua glória que os homens se concentraram mais em sua estrutura do que em seu propósito. Adoraram o templo ao invés do Senhor do templo. Foi exatamente nesse magnífico templo que Israel teve sua grande queda moral e como consequência foram dominados por Babilônia. Nessa invasão a arca da aliança, que continha a Lei de Deus e sobre ela se manifestava a glória de Deus, se perdeu. Assim também hoje, quantos têm perdido de vista o que realmente importa? Quantos tem se apegado as bênçãos de Deus e tem se esquecido do próprio Deus? Será que estou falando para alguém que já foi abençoado por Deus e que hoje tem se esquecido da Lei do Senhor? Será que falo para um líder religioso que está tão encantado com a beleza de sua função e tão ocupado com os ritos religiosos, que perdeu de vista o segredo de sua unção?  Nada nesse mundo deve nos afastar da simples e pura comunhão com nosso Criador e Senhor.

            O terceiro santuário foi o de Zorobabel. Esse foi o santuário que Zorobabel e Neemias reconstruíram depois do exílio de Babilônia. Ele estava bem abaixo da gloriado santuário de Salomão, mas foi nele que o Senhor mostrou Sua misericórdia. Sabe o que aprendo com este santuário? Em Deus todos, eu disse todos, tem uma segunda chance. Israel havia caído feio, mas Deus lhes ofereceu uma segunda chance. Aprendo com esse santuário que é melhor perder a majestade a perder a santificação. Que é melhor perder as bênçãos materiais a perder a família.
            Amigo, Deus quer te dar uma segunda chance. Não importa o que levou você a cair, o Senhor ainda te ama e irá te levantar novamente. Se você perdeu algo, não perca a fé. Deus às vezes permite que percamos algo para valorizarmos o que realmente tem importância. Lembre-se de que a maior bênção que Deus pode lhe dar é a vida eterna.

            O quarto é o santuário de Herodes. È o mesmo de Zorobabel só que reformado por Herodes. Esse é o santuário em que Jesus em sua humanidade conheceu. Foi nele que Ele ensinou, curou,expulsou os cambistas e operou a salvação. Foi nesse santuário que o tipo encontrou o antítipo, que o simbolismo encontrou sua realidade. Sabe amigo, cada um de nós é um tipo de santuário em que Jesus deve habitar. Temos que permitir que Jesus nos ensine, nos cure, nos purifique e nos salve. De nada vai adiantar você conhecer a Bíblia, frequentar um templo religioso e até realizar boas obras, se Jesus não entrar em sua vida e fizer o grande milagre da conversão. Esse foi o último santuário que Israel teve, ele foi destruído por Tito, um general romano, no ano de 70 d.C. e desde aquela época nunca mais se ergueu o santuário de Deus na Terra. A única lembrança dele é o famoso muro das lamentações.
            Lembrando que Daniel 8:17 diz que a visão era para o tempo do fim,temos um problema. O tempo do fim é o período que estamos vivendo e segundo o que vimos até aqui não temos mais o santuário de Deus na Terra. Então que santuário seria purificado? Vamos ver o que diz Apocalipse 11:19. Ali João nos fala que viu o santuário de Deus que se acha no Céu.

            O quinto santuário é o celestial. Agora nossa aula começa a ficar interessante, pois a profecia de Daniel está nos dizendo que o santuário de Deus no Céu será purificado. Deus faria justiça. Deus em seu Santuário restauraria a verdade.

            O santuário seria purificado
            Voltando ao nosso texto de estudo em Daniel 8:14, percebemos que o santuário seria purificado. O que significa isso e o que seria a purificação do santuário?
            Para entender isso vamos voltar ao primeiro santuário, o de Moisés. Em Êxodo 25:8-9 nos é dito que Deus solicitou a Moisés que esse santuário fosse feito conforme o modelo do que tinha no Céu. Assim esse santuário tem em sua forma, em seus móveis e em seus ritos algo a nos ensinar.
            Vamos conhecer melhor essa estrutura e modelo.
            Ele era composto de três partes: O átrio, o lugar Santo e o lugar Santíssimo.
            O primeiro móvel que você encontraria nele era o altar de sacrifício. Cada peça do santuário representava uma parte do ministério de Jesus. Esse altar representa o sacrifício do Senhor em nosso favor.
            O segundo móvel era a pia da purificação, que representava o batismo de Jesus e Sua pessoa como a água da vida.
            O terceiro móvel já no lugar Santo era a mesa que continha doze pães, representando Jesus como o pão que desceu do Céu e sua Palavra, que deve nos alimentar espiritualmente, pois está escrito: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4:4; Lucas 4:4).
            O quarto móvel é o candelabro com sete lâmpadas, que eram mantidas acesas 24 por dia. Esse objeto representava Jesus como a luz do mundo e como sua luz deve ser buscada em todas as horas do dia.
            O quinto móvel é o incensário, onde era feito a queima dos incensos, também durante 24 horas por dia. Ao subir a fumaça do incenso para o Céu, representava a intercessão de Jesus pelas nossas orações. Cada oração feita com fé sobe perante Deus como um aroma suave.
            O sexto móvel era a arca da aliança que ficava no lugar Santíssimo e nela era encontrada a lei de Deus. Ela representava a justiça de Jesus.
            Esses móveis e sua disposição no santuário tem algo a nos ensinar sobre a salvação: todo o plano da salvação passa pela cruz; sem a graça de Jesus você nunca verá o Céu; os passos para a salvação são: a) ter um encontro com o cordeiro de Deus e aceitar seu sacrifício, b) passar pela purificação sendo batizado como Jesus foi, c) começar uma vida santa se alimentando com a palavra de Deus, vivendo para iluminar os que estão a sua volta e orando diariamente e d) obedecer à lei de Deus pela fé em Cristo Jesus.
            Além dos móveis, existiam também cerimônias que eram realizadas e que são de grande importância.
            De uma forma geral, ocorriam dois tipos de sacrifícios: O sacrifício diário, que ocorria duas vezes por dia, um ao amanhecer e outro ao entardecer e o sacrifício anual ou como era chamado, dia da expiação, que ocorria no dia 10 do sétimo mês judaico. Vamos entender como eles ocorriam:
            No sacrifício diário o sacerdote sacrificava o cordeiro no altar do sacrifício, passava pela pia da purificação e com parte do sangue do cordeiro ele entrava no lugar santo e aspergia o sangue na cortina que separava o santo do santíssimo.
            No sacrifício anual, lançava-se sorte sobre dois bodes. Um deles era escolhido para ser o bode do Senhor e o outro ficava como sendo para Azazel (Azazel era um nome dado a um demônio do deserto).
            Nesse dia, o sumo sacerdote sacrificava o bode do Senhor no altar, passava pela pia de purificação e com o sangue do bode entrava no lugar Santo, passava pela cortina e entrava no lugar Santíssimo onde aspergia o sangue sobre a arca da aliança. Nesse momento todo o povo lá fora ficava em contrição e oração, revendo sua vida para ter a certeza de que nenhum pecado tinha ficado sem ser abandonado e confessado, pois quando o sumo sacerdote saía do lugar Santíssimo, qualquer pecado que ficasse sem ser abandonado condenaria a pessoa a ser expulsa do meio do seu povo, significando sua perdição. 
            Após confessar os pecados de Israel, o sumo sacerdote saía com as mãos erguidas e isso representava que ele carregava os pecados do ano em suas mãos. Ele fazia tudo isso sem virar as costas para a glória de Deus em cima da arca. Há uma linda lição para nós hoje nesse ritual. Depois de termos entrado na presença de Deus e termos desfrutado da sua glória, como nos atreveríamos virar as costas para Sua Santidade? Quantos hoje tem loucamente feito exatamente isso? Quantas pessoas que já se deleitaram na presença de Deus e que hoje estão virando as costas para o Senhor? Quantos que já cantaram a glória de Deus e hoje estão cantando a glória do mundo? Será que falo hoje para alguém que já esteve nessa igreja, já conheceu a Santidade de Deus, que foi um filho amado e que hoje é um filho pródigo perdido e distante da santidade para que o Senhor lhe chamou? 
            Esse dia era um dia de juízo, um dia para acertar as contas. Quando o sumo sacerdote saía, ele ia até o bode escolhido para ser o de Azazel e colocava suas mãos sobre ele. Isso simbolizava que todos os pecados de Israel estavam sendo colocados sobre o bode. Esse bode então era levado para o deserto e lá ficava abandonado para morrer de fome.
            Isso representa o milênio que Satanás terá na Terra deserta e vazia, carregando os pecados que ele provocou e que os pecadores arrependidos abandonaram pelo sangue de Jesus.
            Assim, como no santuário terrestre havia um dia para o juízo de Deus, o Céu também tem um período em que Deus colocará em juízo nossas vidas.
            Já respondemos duas perguntas até aqui. Que o santuário seria purificado e o que seria a purificação do santuário. Só nos resta saber quando ocorreria o juízo.
            O verso de Daniel diz: “Até 2300 dias”. Esse será nosso próximo estudo; saber quando teve início o juízo de Deus!

            Apelo
            Há uma advertência em Apocalipse 14:6-7: “É hora de temer a Deus e dar glória a Ele”. Quantos têm brincado com Deus? Quanto tem deixado para depois decisões importantes?
            Se falo para alguém que se acha pecador demais para ter o perdão de Deus ou se falo para alguém que acha que foi longe demais, olhe o que diz Hebreus 4:14-16: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”.
            Quantos gostariam de se achegar a Deus hoje para acertar as contas? Receber o perdão e ir para casa em paz, com a certeza da salvação?









            Tema 15 da série Revelações Divinas, de autoria do Pr. Marcelo Tomaz, adaptado para ser apresentado sem o auxílio audiovisual presente na versão original, págs. 109-116.

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