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PERFIL DE UM LÍDER - II


 
 
           “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7).

 

        Introdução.

         Em seu livro intitulado Neemias e a Dinâmica da Liderança Eficaz, Cyril J. Barber afirma que duas facetas constituem a dinâmica da liderança eficaz: 1ª características pessoais do líder eficiente; 2ª princípios básicos da boa liderança.

           Neemias oferece um exemplo importante de ambas. Hoje, optamos por compartilhar convosco a segunda faceta: princípios básicos da boa liderança.

 

           O mundo busca líderes que possuam:

·         capacidade intelectual

                 [grande poder intelectual equilibrado pela humildade, pois não existe nada pior do que alguém de grande poder intelectual que seja, ao mesmo tempo, arrogante];

·         estatura de liderança

                 [nem precisa ser líder, contanto que tenha estatura de líder, que pareça um líder e tenha capacidade de chamar atenção por sua presença e pela força de sua personalidade];

·         disposição de trabalhar duramente, preparar-se exaustivamente;

·         conhecer seu campo de atividade profundamente;

·         personalidade cativante. 

 

           Muitas instituições cristãs escolhem seus líderes com base em:

·         aparência ou personalidade;

·         qualificações acadêmicas ou ligações.

 

           Entretanto, existem  outros  critérios que merecem consideração:

 

           Conhecimento.

           No caso de Neemias, vemos que ele tinha conhecimento.

           Ele obteve de Hanani tantas informações quantas possível (Neemias 1:2), inclusive na Palavra de Deus (Neemias  8:8). Diz um velho ditado: “Quem tem a informação tem o poder”.

           É possível até que ele tenha visitado algum projeto de construção enquanto ainda em Susã (capital e residência oficial dos reis da Pérsia), a fim de observar o progresso de alguma edificação.

           Certamente ele sabia o que precisava antes que  o rei perguntasse por suas necessidades (Neemias 2:7-8), e aumentou seus conhecimentos (Neemias 2:12-15).

           Conhecimento profundo da tarefa é requisito básico para  o líder competente. Mas há também a necessidade de conhecermos a nós mesmos.

           Conhecimento próprio.

           Precisamos fazer sempre uma auto-avaliação, conhecer bem nossas forças como também nossos pontos fracos, e procurar sempre melhorar a nós mesmos.

           Isto significa que necessitaremos sempre aprender e conseqüentemente crescer, pois no momento em que paramos de aprender, paramos de crescer. (Jeremias 9:24;Josué 1:8).

           Quando isto ocorre, não podemos mais tomar a iniciativa, perdemos nossa autoconfiança e nossos subordinados logo percebem. O resultado inevitável é que não passará  muito tempo para  que nossa administração seja tachada de “incompetente”.

           Conhecimento de nossos colaboradores.

           Embora seja indispensável que tenhamos  conhecimento profundo de nós mesmos, para uma sã liderança, também é necessário que tenhamos profundo conhecimento daqueles com quem trabalhamos.

           Devemos conhecer aqueles com os quais trabalhamos e preocupar-nos com o seu bem estar. Num editorial  não assinado do Jornal Supervisory Menagement o escritor disse: “Uma função básica do bom líder é inspirar as pessoas a se esforçarem ao máximo. O homem que se concentra apenas em detalhes, em cifras ou em questões técnicas, pode tornar-se  um perito, mas não um líder. Os peritos sabem o que deve ser feito; os líderes sabem o que deve ser feito e como fazer com que as pessoas o façam”.

 

           Saber como edificar e manter o moral.

           Neemias tinha interesse naqueles que com ele trabalhavam  (Neemias 3; 5:1-13).

           Ele dava atenção aos detalhes (ver Neemias 8:10-12), mas sabia também como edificar e manter o seu moral.

           Muitos “experts em tarefas”  concordam que é fácil levantar o ânimo de seus subordinados, mas difícil é mantê-lo. Fracassam em desenvolver um bom espírito de grupo – unidade de propósito, lealdade a, orgulho em, e entusiasmo por sua igreja, ou seu departamento, e o seu trabalho – e como resultado, há desânimo.

           Então, como fazer para levantar o moral?

           O moral correto pode ser levantado apenas quando sabemos o que “liga” os nossos colaboradores. Quando sabemos motivá-los, podemos entusiasmá-los com nossa dinâmica pessoal, encorajá-los com a tarefa que precisa ser feita, e desafiá-los com a satisfação de um trabalho realizado.

 

           O papel da comunicação.

           A disseminação correta das informações também é importante para manter o moral. As pessoas querem saber o que se passa ao seu redor, e a parte que irão desempenhar nos planos da administração.

           Querem saber também como a administração vê o grupo, se o seu trabalho é apreciado.

           Os líderes sábios terão estas coisas em  mente e saberão como manter os canais de comunicação abertos  objetivando motivar seus liderados a darem  o melhor que tem, e dando algum indicio do apreço que a administração tem por seus esforços.

           Líder sábio, Neemias elogiou a quem merecia louvor (Neemias 3:20,27,30).

           Ele tornou conhecidas as suas decisões através dos subordinados (Neemias 13:9,14,21,22 etc). A comunicação era feita por canais regularmente constituídos e claramente reconhecidos.

           Enquanto igrejas pequenas não carecem de esquemas  complicados, as grandes precisam.

           Os obreiros bem informados servirão melhor quando souberem  o que está ocorrendo ao seu redor. Eles têm uma visão compreensiva do todo, e sabem que parte desempenham nesse todo. Só assim poderão identificar-se com os objetivos de sua igreja ou missão, e saber por que certas questões recebem prioridades. Também conhecerão o modo pelo qual alguns alvos serão atingidos.

           Com esta compreensão, o indivíduo será capaz de estabelecer sua identidade pessoal e ajustar seu comportamento a fim de atingir os objetivos da congregação.

 

           Interesses pessoais devem vir em segundo plano.

           Não nos esqueçamos que em nossas igrejas ou em nossas profissões , bem como nos esportes, é necessário que a pessoa subordine seus desejos e suas ambições pessoais aos interesses do seu grupo.

           Os objetivos são alcançados quando todos os envolvidos  lutam juntos. Com o sucesso vem o orgulho de se ter  o dever cumprido e a manutenção do espírito de grupo.

           Neemias desenvolveu um bom espírito de grupo de modo admirável. Ele uniu mais de quarenta grupos diferentes em uma unidade (Neemias 3). Trabalharam juntos, em cooperação, cada grupo se complementando ou suplementando as forças e fraquezas dos outros grupos. 

           Neemias pode supervisionar estes grupos sem dar a idéia de que estava “policiando” os trabalhadores. Seu interesse bondoso para com eles fez com que fosse fácil trabalhar para ele.

           Quando a obra foi concluída, eles se regozijaram por aquilo que eles tinham realizado (Neemias 12:27-43). Eles se sentiram parte integrante daquilo que ocorrera.

 

           Alvos.

           Espera-se que todos os líderes estabeleçam alvos. Alvos realistas, ou seja, os alvos propostos devem ser atingidos. O progresso em atingir esses alvos deve ser firme e persistente.

           Ao construir  o muro de Jerusalém, Neemias começou com uma situação caótica (Neemias 2:17).  Enquanto o trabalho progredia, ele avaliava o progresso (Neemias 4:6; 6:1).

           Quando os portões foram colocados, ele pode documentar o término do primeiro  objetivo com sucesso (Neemias 6:15). Então ele prosseguiu em direção ao segundo alvo –objetivo que já tomava forma em sua mente – a consolidação do trabalho.

 

           O exemplo.

           Concluindo, um líder tem de dar o exemplo. Isso exige dedicação, força, coragem, justiça, honestidade, paciência e persistência.

           Mais uma vez, Neemias se encontra à frente , dando  o exemplo (Nee. 4:23; 5:14-18).

           Ele não era ávido por possessões (Neemias 6:6-7; 7:2), nem estava ansioso por ter prestígio e uma corte esplêndida. Ele deu exemplo de piedade (Neemias 8:9-10; 10:1; 12:31 em diante; 13:4-29) aos outros, para que  o seguissem nisso.

 

           Conclusão.

           Com tais qualidades, não é de surpreender que Neemias fosse  um líder eficiente. Suas “memórias” explicam-nos a dinâmica do sucesso!

           Deus as incluiu, por sua graça, no cânon das Santas Escrituras, a fim de que pudéssemos ter um modelo para seguir.

           Façamos bom uso deste modelo.

           É o meu desejo e a minha oração. Amém!!!

 

 

          

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