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O HESITANTE HERÓI


 
           “Naqueles dias não havia rei em Israel, cada um fazia o que achava mais reto”. Juízes 21:25 (retrato da decadência e desunião depois da morte de Josué).

 

           Os períodos de altos e baixos do povo de Deus.  Tudo começa com o pecado, pois este tem como objetivo principal afastar-nos do Criador. São eles: Separação, servidão, súplica, salvação e silêncio.

           A história desse herói da fé, membro da galeria da fé de Hebreus 11. Galeria esta, composta de 16 heróis, homens e mulheres citados nominalmente e profetas (cujos nomes não são citados), classificados em quatro modalidades: os primeiros heróis, os patriarcas, Moisés e os israelitas em Canaã vs. 30-40. Ele encontra-se entre aqueles que “se fizeram poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros”. v. 34.

 

           Os israelitas em Canaã.  A morte de Josué deixa uma tarefa incompleta. O povo cansado de guerra e sem líder ou governo centralizado, segue o caminho que oferece menor resistência. Ao invés de exterminarem influências pagãs, permite que permaneçam.

           Os vizinhos pagãos com deuses e práticas pagãs rapidamente colocam sua marca sobre a nação (povo de Deus), levando o povo a adulterar não só fisicamente, mas, espiritualmente.

           Nos 350 anos seguintes, a nação passará por 07 apostasias, 07 opressões e 07 livramentos – o preço doloroso da completa desobediência.

           Os israelitas venceram a batalha, mas perderam a guerra. Embora a espinha dorsal do controle de Canaã havia sido quebrada, (a parte mais difícil), o povo falhou em retirar os traços remanescentes da influência pagã, (a parte mais fácil).

 

           O resultado.   Problemas nacionais: imoralidade, idolatria, casamentos mistos. Juntos tornaram a conquista incompleta – falha através da falta de compromisso com Deus.

         

           Moral da história.  Há apenas um problema em tentar comprometer os mandamentos de Deus: Deus está sempre certo! Sua vontade não é simplesmente o melhor, é o único caminho para alcançarmos as bênçãos e, conseqüentemente, a salvação.

 

           Definição de herói. O dicionário define herói como “aquele que se distingue por seu valor ou por suas ações extraordinárias, principalmente por feitos brilhantes durante a guerra”. Concluímos, pois, que a principal virtude de um herói seja a coragem.

           Coragem e integridade distinguiam a casa de Joás, pai de nosso herói, da tribo de Manassés (Juízes 8:18-19). “Todos, com exceção de um, haviam tombado nas lutas contra os midianitas, e ele fizera com que seu nome fosse temido pelos invasores”. PP, pág. 584.

           Uma leitura superficial dos capítulos 6, 7 e 8 de Juízes revelar-nos-á ser nosso herói, um homem destituído de coragem; amedrontado, inseguro, hesitante, alguém que têm dificuldades para tomar decisões; o que é pior, não foram os outros que o rotularam de hesitante, inseguro, ele próprio se vê assim (Juízes 6:15); talvez seja esta a visão do homem, mas  “o Senhor não vê como vê  o homem. O homem vê o exterior, porém  o Senhor, o coração”. I Samuel 16:7.

           Não foi por acaso que o Senhor o escolheu; Deus vê neste Seu servo um homem capaz, valente, corajoso, um verdadeiro líder para libertar o Seu povo da opressão dos midianitas (Juízes 6:1-10) uma leitura mais atenta deste capítulo mostrará virtudes surpreendentes de nosso herói; qualidades desejáveis em todos nós, filhos e filhas de Deus:

·        Ativo e trabalhador v. 11.

·        Possuía conhecimento v. 13.

·        Era dependente de Deus v. 17.

·        Era obediente v 20.

·        Era prudente e cauteloso v. 27.

·        Um homem cheio do Espírito Santo v. 34.

 

  O encontro com Deus. “Então o anjo do Senhor lhe apareceu, e lhe disse: O Senhor é contigo, homem valente. Juízes 6:12.  “O Senhor é contigo”. “E o Senhor é com ele”.

            Era sempre assim com os personagens bíblicos que conheciam a Deus e a Sua Palavra; via-se claramente que Deus era com eles e operava por intermédio deles: José, Gênesis 39:2; Josué, Josué 1:9; Samuel, I Samuel 3:19; Davi, I Samuel 16:18. Jesus, Atos 10:38. Estava evidente que Gideão contava com a bênção de Deus.

            John Wesley, um dos grandes reformadores costumava dizer: “... e o melhor de tudo é que Deus é conosco”.

 

           Por que Deus escolheu Gideão? “O dirigente a quem Deus escolhera para subverter os midianitas, não ocupava posição preeminente em Israel. Não era príncipe, sacerdote, nem levita. Julgava-se o menor na casa de seu pai. Mas Deus viu nele um homem de coragem e integridade. Não confiava em si próprio, e queria seguir a direção do Senhor. Deus nem sempre escolhe para Sua obra homens dos maiores talentos; antes escolhe os que melhor pode usar. ‘Diante da honra vai a humildade. ’“ PP, pág. 590.

 

           A primeira prova. Juízes 6:25.  Deus dá ordens a Gideão – destruir o grande altar de Baal, que era de seu pai Joás, da tribo de Manasses, erigido na cidade de Ofra, onde morava, junto ao qual o povo da cidade adorava. “O livramento de Israel deveria ser precedido por um protesto solene contra o culto de Baal. Gideão devia declarar guerra contra idolatria, antes de sair para batalhar com os inimigos de seu povo”. Patriarcas e Profetas, págs. 585-586.

           Uma grande lição: romper com a família se necessário for, para dar a Deus a primazia (Mat. 10:37), e mais, se preciso for até com os poderes constituídos (Atos 4:19).

           Gideão passa no teste e é aprovado, e até mudou de nome, “passou a ser chamado de Jerubaal, porque foi dito: Baal contenda contra ele, pois ele derribou o seu altar” (Juízes 06h32min).

           Contudo, ele ainda precisa ser convencido do chamado de Deus. Ele precisa de uma prova (Juízes 6:36-37). Deus concede-lhe uma prova, e mais outra (Juízes 6:39-40).

           Após essas duas provas, ele emerge como um homem de fé e visão.

           Mas será que Gideão já está preparado para sua missão?

 

           A missão. Libertar Israel da opressão dos midianitas e seus aliados, num total de 135.000 homens (Juízes 8:10), apenas com um exército de 32.000 homens (Juízes 7:3), numa proporção de 1 para 4,21 homens.

 

           A segunda prova. Juízes 7:1-3. Era considerado como lei, que antes de saírem à guerra, se fizesse uma proclamação (Deut. 20:5-8) da qual Gideão se esquivara de fazer por já considerar seu exército pequeno demais em comparação com o do inimigo. Entretanto Deus chega para ele e diz: “É demais o povo quem esta contigo”. “Quem for tímido e medroso, volte”.

           Os medrosos: 68,75% de seu exército, ou seja, 22.000. A proporção agora passa de 1 para 13,5 homens.

 

           A terceira prova. Juízes 7:4-6. Os descuidados: 30,31% de seu exército, ou seja, 9.700. A proporção agora salta para 1 para 450 homens. Uma missão humanamente impossível; “contudo, não para Deus; porque para Deus tudo é possível”. Marcos 10:27.  Tudo é possível ao que crê”. Marcos 9:23.

           Entretanto, agora, Gideão é outro homem, cheio de fé e visão, um homem transformado pelo poder de Deus.

           Não importa que seu exército de 32.000 homens seja divinamente reduzido em 99%; não importa que tenha de enfrentar um exército adversário muitas vezes maior.

           Confiante no poder de Deus, Gideão marcha para encontrar os midianitas, sabendo que quando a vitória é alcançada só pode haver uma explicação: foi Deus quem a realizou!

           Com Deus ao seu lado, você é o favorito contra todas as probabilidades.

           O pequeno grupo de Gideão, com 300 homens foi usado por Deus para conseguir uma esmagadora vitória sobre os midianitas – contra todas as probabilidades: 450X1.

           Qual é seu tipo de sangue? Que tipo de soldado é você?

           A primeira pergunta qualquer laboratório de análises clínicas pode lhe ajudar a responder. A segunda, Juízes 7:1-8 é o texto bíblico que o auxiliará.

           Gideão descobriu que possuía três tipos de soldados: os medrosos 22.000; os descuidados 9.700 e os fiéis 300.

           Dos 32.000 homens, Gideão descobriu que apenas 300 tinham confiança em Deus. Com Ele, isso era mais que suficiente!

           Qual palavra descreve melhor seu serviço a Deus?

           Medo, descuido ou fidelidade? Qual você gostaria que fosse?

           Meditemos em I Cor. 4:2: “o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel”.

           Lembrem-se, como mordomos, bem como soldados, a fidelidade é essencial!

 

           Conclusão.

           Que Deus conceda a cada um de nós a coragem, a determinação, a fé e a visão para que a semelhança de Gideão possamos alcançar a vitória.

           A galeria dos heróis da fé, de Hebreus, que contêm entre outros, o nome de Gideão, não se encerrou no capítulo 11; ela continua sendo acrescida diariamente de novos nomes de homens e mulheres, novos heróis, novas heroínas.

           Faça planos para que seu nome seja ali inserido; só não se esqueça de que quando a vitória é alcançada só pode haver uma explicação: Foi Deus quem a realizou!

           É o meu desejo e minha oração. Amém!!!

 

 

          

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