5ª) Mordomia da Terra
(Responsabilidade pelo Ambiente)
Introdução
A moderna ciência transformou a
Terra num vasto laboratório de pesquisa e experimentação. Tais pesquisas
resultam em muitos benefícios, mas a revolução industrial também trouxe consigo
a poluição do ar, da água e da terra. A tecnologia, em alguns casos, tem
manipulado a Natureza em vez de administrá-la sabiamente.
Segundo Gênesis 1:26,28, nós somos
mordomos deste mundo, e deveríamos fazer o possível para manter a vida em todos
os níveis, conservando o equilíbrio da ecologia.
Em Seu segundo advento, Cristo irá “destruir
os que destroem a Terra” (Ap 11:18).
A partir dessa perspectiva, a
mordomia cristã é responsável não apenas por suas próprias possessões como
também pelo mundo que está a sua volta.
Pelo mundo que está a nossa volta
devemos entender – terra, ar, água e todo ser vivo que neles habitam. Perante
Deus você é responsável pelo espaço que ocupa, pelo local em que habita e por tudo
o que está a sua volta.
◙ O que você faz com o lixo
doméstico? Costuma jogá-lo na rua?
◙ Como é tratado esgoto de sua casa?
Corre a céu aberto rua abaixo?
◙ É um verdadeiro Chico Fumaça?
Queimando tudo aquilo que lhe estorva?
◙ E o óleo queimado retirado do
veículo? É jogado no bueiro? Na
boca-de-lobo?
◙ Por acaso costuma derrubar toda
árvore que encontra pelo caminho?
◙ Costuma maltratar os animas? Costuma
exterminar os feios aos seus olhos?
◙ Orgulha-se da Carteira de Caçador
Profissional? Você mata por esporte?
Se você respondeu afirmativamente
a apenas uma dessas perguntas, você está urgentemente precisando rever seus
conceitos ecológicos.
Declaração Universal dos Direitos
da Água
Os recursos naturais de transformação da água em água
potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser
manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Em 22 de março de 1992, a Organização das
Nações Unidas (ONU) redigiu um documento - intitulado "Declaração
Universal dos Direitos da Água”.
O texto merece profunda reflexão e
divulgação por todos os amigos e defensores do Planeta Terra, em todos os dias.
Quando uma instituição se propõe a
cuidar do meio ambiente, suas atenções devem começar pelo estudo das águas. A
igreja é uma instituição, criada não por homens imbuídos de objetivos muitas
vezes escusos, mas por um Deus santo, sábio e puro e assim como mordomos Seus é
que devemos ser e agir.
Por muito tempo considerada
infinita e não valorizada pela sua visível abundância, a água representa
recurso natural de imprescindível utilidade para a humanidade, constituindo bem
de valor econômico limitado na superfície terrestre.
Pergunta-se: Temos nós tratado
esse recurso natural essencial a vida como se espera de mordomos do planeta
Terra? Ou será que achamos exagerada essa preocupação excessiva com a água,
afinal de contas, dois terços do nosso planeta é composto de água?
Definitivamente não. Se levarmos em
consideração que dos 2,5% de água doce do planeta, 68,9% formam as calotas
polares e geleiras, as quais são inacessíveis; 29,9% constituem as reservas de
águas subterrâneas; em torno de 1% são, de fato, aproveitáveis.
É preocupante a forma com que o
mundo trata esse elemento essencial à vida.
A poluição hídrica acontece de várias formas: pode ser física, química
ou orgânica. Córregos, riachos, rios e lagos são contaminados através de
assoreamento, eutrofização.
Diante dessa inquietante situação, qual
deveria ser a atitude dos governos? Afinal, não é deles que sempre se espera
alguma solução?
Aconteceu em meu bairro.
Poucas semanas antes de nos mudarmos
para Campo Largo aconteceu algo de inusitado naquela região. Um dia, ao se
abrirem as torneiras, o que delas jorrava, pasmem - gasolina.
Morando numa região rica em
mananciais quem consideraria a possibilidade de enfrentar problemas com água? Verdade
é que toda região estava agitada com a notícia de que o córrego que abastece a
caixa d’água da Sanepar havia sido
contaminado por um vazamento ocorrido num tanque de combustíveis de um posto nas proximidades . Felizmente, a companhia de
saneamento rapidamente tratou de solucionar o problema da falta de água
potável.
A água é algo que, quase sempre,
tivemos como coisa certa. Sempre esteve à nossa disposição. Basta um gesto
simples: o abrir da torneira. Mas, depois dessa experiência, tenho procurado refletir
quão dependente somos de água.
Precisamos de água não somente para
beber, tomar banho e lavar roupa. Ela é imprescindível para escovar os dentes,
limpar nossa casa, nosso carro, nosso local de trabalho, a igreja, lavar as
mãos enquanto cozinhamos e limpar a lama dos sapatos. Nós simplesmente precisamos
de água!
“Se
eu estivesse lá…!”
Se os esforços empregados pela companhia de saneamento falhassem, pensei naquela ocasião: podemos coletar água da chuva; afinal de contas, passávamos por um período chuvoso.
Se os esforços empregados pela companhia de saneamento falhassem, pensei naquela ocasião: podemos coletar água da chuva; afinal de contas, passávamos por um período chuvoso.
Entretanto, os israelitas dos tempos
bíblicos não tiveram a sorte de poder optar pela água da chuva, enquanto
viajavam pelo deserto. Não havia caminhões pipa da Sanepar, muito menos chuva, apenas
poeira, pedras, mugido do gado e crianças implorando por água para beber.
Dá para imaginar a alegria desses
israelitas numa ocasião em que, após viajarem pelo deserto por três dias sem
encontrar água, a notícia se espalhou entre a multidão: “Encontramos água!” As
crianças, com nova energia, começaram a correr. O gado seguia adiante,
respirando com toda força. Poeira, sujeira, cargas pesadas, pés doloridos – tudo
foi esquecido. Finalmente, água!
Talvez uma vaca ou uma garotinha
tenha sido a primeira a chegar ao lago, ou talvez várias pessoas tenham chegado
ao mesmo tempo. Possivelmente, esperavam que a água fosse morna, mas não
amarga. Descobriram que a água estava contaminada e imprópria para uso. Isso
lhes pareceu uma brincadeira de mau gosto. Assim, o povo começou a reclamar.
Todas as vezes que lemos a história
dos israelitas no deserto, somos muito
críticos. Sempre nos impressionou a sua falta de fé em Deus e a rapidez com que
se esqueciam dos milagres.
Voltando mentalmente ao tempo do
Êxodo, nós nos imaginamos como Moisés, sacudindo a cabeça diante do
comportamento incrédulo daquele povo.
Mas a experiência do problema com a
falta de água em nossa região, ensinou-me o contrário. Hoje, reconheço que, se
eu fosse um dos israelitas que enfrentaram aquela situação, estaria na primeira
fila, reclamando a plenos pulmões. Estaria gritando: “O que minhas crianças vão
beber? Por que não planejaram melhor? Quem é o responsável por isso?”
Penso que, antes, via o problema dos
israelitas como espiritual, desconectado da vida diária – pelo menos, da minha
vida cotidiana.
Entretanto, ao enfrentar o problema da
água contaminada, comecei a entender alguns dos temores e preocupações dos
israelitas. Compreendi que algumas questões espirituais e as necessidades
básicas da vida estão intimamente interligadas.
Minha vida espiritual não é algo que
eu possa pôr e tirar durante o sábado. Não é algo desconectado do meu
dia-a-dia. Na verdade, tem tudo a ver com minha atitude em relação aos
desapontamentos, quem e o que eu culpo pelas minhas circunstâncias, como reajo
aos meus medos e preocupações em relação aos meus filhos e a quem me dirijo a
fim de ter satisfeitas minhas necessidades básicas, físicas e emocionais.
Aprendendo
a Ser Agradecido
Sou egoísta, pois assim como espero ter água potável em minha torneira, acredito que posso ter supridas minhas necessidades básicas, como se tivesse assinado um acordo, antes de nascer, com uma lista de meus direitos.
Sou egoísta, pois assim como espero ter água potável em minha torneira, acredito que posso ter supridas minhas necessidades básicas, como se tivesse assinado um acordo, antes de nascer, com uma lista de meus direitos.
Mas, ao mesmo tempo, me esqueço
de que metade da população do mundo não possui sequer uma torneira para
desfrutar de água potável no conforto do lar.
Logo descubro que tenho falhado em
ser agradecido pelo essencial:
» Sou agradecido quando oro
antes da refeição?
» Agradecido por um lugar
confortável para viver, pelos relacionamentos no trabalho e pelas pessoas que
me apóiam e me amam?
» Será que me lembro dos
êxodos que Deus tem me ajudado a atravessar, do estilo de vida do qual Ele me
salvou e dos pecados que pagou por mim?
Moisés fez o que eu preciso
aprender a fazer: ele clamou ao Senhor (Ex 15:25).
Não sabemos exatamente as palavras
que ele usou, mas parece que “clamar ao Senhor” consiste em colocar os
problemas diante dEle no momento em que são identificados. O relacionamento
de Moisés com Deus era honesto e aberto. Ele entregou o coração a Deus. Expressou
suas preocupações e seus temores.
Então, o milagre aconteceu. Moisés
se calou e deu a Deus a oportunidade de falar com ele. Deus mostrou-lhe um
arbusto. “Agora, o que um arbusto tem a ver com água contaminada e um grande
número de pessoas insatisfeitas e gritando por água?” ele pode ter imaginado.
Confuso como possa ter parecido, Moisés seguiu as instruções de Deus e jogou o
arbusto na água – e, imediatamente, a água se tornou doce e apropriada para
uso.
Acho que a primeira pessoa a tentar
beber daquela água estava um tanto cética. Talvez, a solução do problema fosse
um pouco simplista. Afinal de contas, era apenas um arbusto que estava ali por
perto. Mas a pessoa encheu a mão de água e virou em direção à luz. Talvez tenha
cheirado e, finalmente, tentou um pequeno gole. “A água está doce!” ela
exclamou.
Clamando a Deus
O objetivo de minha vida espiritual é chegar ao lugar onde posso clamar ao Senhor, o local onde me despojo do manto da minha auto-suficiência. E uma vez que derramei meu coração perante o Senhor, preciso estar aberto ao Seu Espírito e deixar que me mostre o arbusto do qual preciso.
O objetivo de minha vida espiritual é chegar ao lugar onde posso clamar ao Senhor, o local onde me despojo do manto da minha auto-suficiência. E uma vez que derramei meu coração perante o Senhor, preciso estar aberto ao Seu Espírito e deixar que me mostre o arbusto do qual preciso.
Pode ser que ele consista num
telefonema e num simples “perdoe-me”, para restabelecer um relacionamento, ou
algo mais complexo, pois Deus é incrivelmente criativo.
Certa ocasião, a fim de suprir a
necessidade de água dos israelitas, Deus disse a Moisés para tocar numa rocha
(Ex 17:6). Em outra oportunidade, Ele ordenou que os líderes cavassem a areia
(Nm 21:16-18).
Meu relacionamento com Deus não
pode ser pautado por fórmulas pré-estabelecidas. Não é uma negociação
política entre dois partidos poderosos. Por incrível que possa parecer,
Deus Se oferece para participar, comigo, da minha pequena vida. Ele quer Se
envolver. Juntos, podemos caminhar por terrenos áridos.
Conclusão.
Está
você necessitando de um “arbusto”?
Saibam que foi
no período em que nossa água estava contaminada; enquanto as pessoas carregavam
diariamente vários baldes cheios de água, pensando quanto tempo devia esperar
até que tivesse água limpa outra vez, que tomei duas decisões que desejo
compartilhar com a igreja:
1ª) - Decidi estar mais consciente
da presença de Deus no meu cotidiano.
2ª) - Estar mais aberto à orientação
do Espírito Santo.
Só assim, permitiremos que Deus nos
mostre de qual “arbusto” necessitamos para transformar em “doce” o “amargo” de nossas
vidas.
Só assim poderemos ser transformados
em homens e mulheres que Deus deseja que sejamos!
É o meu desejo e a minha oração.
Amém!!!
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