Não
é à-toa que as Santas Escrituras são muitas vezes, metaforicamente consideradas
uma mina de tesouros; é necessário cavar fundo para alcançarmos os tesouros que
nela se escondem.
De
uma passagem de apenas dois versículos poderíamos dar a esta mensagem outros
títulos: o menino prodígio, o pequeno grande homem da Bíblia, a mais breve das
biografias bíblicas, pequena oração – grande recompensa, e muitos outros.
O que é
ser um arrematador? E no contexto
bíblico, o que significa?
É
alguém que está sempre disposto a fazer um pouco além daquilo que se espera ou
exige.É o que a Palavra de Deus chama de caminhar da segunda milha.
O
nosso personagem queria ser e fazer mais para Deus.
O que
ele fez de tão extraordinário para se destacar dos outros?
Ele é lembrado não pelo que fez, mas pela
forma como orou e pelo aconteceu depois.
Por que será que Deus incluiu esta mini
biografia na Bíblia?
Havia
certamente um propósito, um objetivo: preparar-nos para receber respostas
impressionantes, vindas de Deus como algo constante em nossas vidas.
Bênçãos não foram feitas para serem esporádicas em nossas vidas. Acabamos de
cantar o hino nº 159 do H.A. : “gotas somente nos temos, chuvas rogamos a Deus.” A
experiência de nosso personagem bíblico demonstra a poderosa vontade de Deus
para nossas vidas. Nosso Pai celestial deseja dar-nos muito mais do que aquilo
que poderíamos pensar em pedir.
Alguém já disse certa vez que existe muito pouca diferença entre as
pessoas – mas é esta pequena diferença que faz toda a diferença. O nosso
personagem não aparece triunfalmente no A.T. como um Moisés, um Elias ou Davi,
nem tampouco ilumina o livro de Atos, no N.T. como aqueles primeiros cristãos
que viraram o mundo de cabeça para baixo. Mas uma coisa é certa: a pequena
diferença de sua vida fez toda a diferença.
Mas
afinal de contas, aonde vamos encontrá-lo?
Escondido numa das partes menos lida de um dos livros menos lido de toda
a Bíblia. Abramos nossas Bíblias em I Crônicas 4:9-10. Jabez é o seu nome.
Havia alguma coisa especial neste homem que foi capaz de levar o
historiador (Esdras) a fazer uma pausa na ladainha (a árvore genealógica
oficial das tribos hebréias, desde Adão seguindo por milhares de anos, até o
retorno de Israel do cativeiro egípcio – há mais de 500 nomes desconhecidos e
difíceis) limpar a garganta e mudar a forma.
Uma
história interrompe repentinamente a seqüência de 44 nomes deste capítulo: “Foi Jabez mais ilustre...” No
versículo seguinte a lista de chamada dos membros da tribo de Judá continua
como se nada tivesse acontecido. Parece que ele está dizendo: “Ei, espere um
pouco. Você precisa saber algumas coisas sobre este homem chamado Jabez.
Ele está acima dos demais”.
Você
poderá procurar em todas as páginas da Bíblia, e não vai achar nenhuma outra
informação além da que aparece nestes versículos:
· As
coisas começaram mal para uma pessoa que ninguém conhecia.
· Ele
fez uma oração comum, de apenas uma frase.
· Tudo
acabou excepcionalmente bem.
Por quê?
Está
claro que o resultado pode ser atribuído a sua oração. Mas alguma coisa
presente no pedido simples e direto que Jabez fez a Deus mudou sua vida e
deixou uma marca permanente nos livros históricos de Israel: “Oh!
Que me abençoes...”
Os
quatro pedidos podem, a primeira vista ser considerados sinceros, sensíveis,
até mesmo nobres, mas jamais seriam chamados de notáveis.
Além
dos limitados horizontes de nossa visão, porém, está um enorme poder, um novo e
poderoso conceito que corre contrário à nossa maneira comum de pensar.
Deus
reserva a cada um de nós uma enorme quantidade de bênçãos não pedidas, todas a
nossa espera. Foi Jesus quem disse: “Pedi,
e dar-se-vos-á... Pois todo o que pede recebe;...” Mt. 7:7-8.
Se
gotas somente nós temos, por que não pedir, não rogar à Deus por chuvas de
bênçãos?
“Oh!
Que me abençoes...”.
Como é
que um gigante na fé começa suas orações?
Será que ele pede por reavivamento?
Será
que ora por nós?
Como
você reagiria se descobrisse que ele ora assim: “Oh Senhor a primeira coisa que
te peço nesta manhã é que abençoes... a mim?”.
Mas
que oração mais egoísta!
Certamente a razão pela qual homens e mulheres de fé se destacam dos
demais é que eles pensam e oram de maneira diferente daqueles que os cercam. Se
você também pensa assim saiba que tal oração não é a atitude egoísta que parece
ser, mas uma postura altamente espiritual, uma que nosso Pai celestial deseja
muito ouvir.
Jabez
foi um arrematador! Ele ousou pedir ganhos em vez de perdas!
Como
sua mãe o chamou?
“Jabez, porque com dores o dei
à luz”. A palavra hebraica Jabez significa dor. Uma tradução mais
literal poderia ser “ele causa (ou
causará) dores”.
O nascimento de Jabez teve alguma coisa fora do comum, a tal
ponto de sua mãe mencionar o fato no próprio nome de seu filho. Por quê?
· A
gravidez ou o parto podem ter sido traumáticos;
· O pai
pode tê-la abandonado ou morrido;
· A
família pode te entrado numa dificuldade financeira.
Somente Deus sabe com certeza a causa de tamanha dor naquela mãe.
Jabez
viveu no reino do Sul, Israel, depois da conquista de Canaã e durante o tempo
dos Juizes, cerca de 1.050 a.C., numa época em que “cada um fazia o que
achava mais reto”. Juizes 21:25. O fato de chamar-se Jabez não parece
apontar para um futuro promissor. Um nome que significava dor não era um bom
presságio para o futuro de Jabez.
Certamente você deve estar se perguntando: afinal o que o nome tem haver
com o futuro de uma pessoa?
Hoje
nada. Nos tempos bíblicos tudo. Nos tempos bíblicos, um homem e seu nome
estavam a tal ponto relacionados que “apagar o nome da terra” era sinônimo de
matar uma pessoa. O nome era freqüentemente tomado como um desejo ou uma
profecia para o futuro daquela criança.
Ex. Jacó – suplantador, enganador; Malom e Quiliom – franzino e debilitado ou
doença e definhamento; Salomão – paz.
Apesar
de suas poucas perspectivas Jabez descobriu uma saída. Ele cresceu ouvindo as histórias
sobre o Êxodo: libertação, milagres, Terra Prometida. Já adulto Jabez
acreditava e confiava piamente neste Deus de milagres e novos começos.
Então, por que não pedir um?
Então foi exatamente isso o que ele fez. Orou
e formulou o maior e mais inimaginável pedido: “Oh! Que me abençoes”.
Bênçãos
não foram feitas para serem jogadas fora. Antes de sermos capazes de
pedir a bênção de Deus com total confiança, precisamos de uma compreensão clara
do que esta palavra significa.
Ouvimos as palavras bênção e abençoar em todos os púlpitos. Pedimos que
Deus abençoe as crianças, os missionários na pregação do Evangelho, a comida
que estamos prestes a comer. Ainda é costume de alguns pedirem a bênção dos
pais ou dos avós.
Não é
a toa que o significado da palavra bênção tenha se transformado em algo tão
vago e inócuo (sem efeito) quanto a expressão bom dia. Não é de admirar que
os cristãos de hoje não estejam em busca de bênçãos – não sabem o que
significam!
Abençoar,
no sentido bíblico, significa pedir ou conceder um favor sobrenatural. Ao
clamarmos pela bênção de Deus, não estamos pedindo aquilo que poderíamos
conseguir com nosso próprio esforço. Estamos clamando pela maravilhosa e
ilimitada bondade que apenas Deus tem o poder de conhecer plenamente e de nos
conceder.
Um
aspecto fundamental no pedido de Jabez: ele deixou inteiramente nas
mãos de Deus a natureza da bênção, onde, quando e como ela seria dada. A bênção
de Jabez é muito definida: pede a Deus que Ele nos dê nada mais nada menos do
que ele tem reservado para nós.
Mas
há um problema. Se você não pede a bênção de Deus, deixará de receber
aquelas que são concedidas apenas mediante seu pedido. “Pedi” prometeu-nos Jesus, “E
dar-se-vos-á”. Mt. 7:7. “Nada tendes
porque não pedis”, disse Tiago 4:2. A bondade de Deus não tem limites.
Abençoar
faz parte da natureza de Deus. A menos que você não queira presenciar
milagres acontecendo em sua vida, sugiro que você se comprometa a pedir – todos
os dias – que Deus o abençoe, e mais: que Ele o abençoe muito.
O que
milagre tem haver com bênção?
O
milagre nada mais é do que um legítimo subproduto da busca sincera pela bênção
de Deus.
A
liberalidade de Deus é limitada somente por nós, não por seus recursos, poder
ou disposição de dar. Jabez foi abençoado simplesmente porque se recusou a
deixar que algum obstáculo, alguma pessoa ou alguma opinião se colocasse num
patamar superior à natureza de Deus. Faz parte da natureza divina nos
abençoar.
·
A
bondade de Deus em registrar a história de Jabez na Bíblia é uma prova de que o
que importa não é quem você é, nem aquilo que seus pais decidiram que você
fosse, nem qual é o seu destino. O que realmente importa é saber quem você
quer ser, e pedir isto.
·
Através
de uma simples e confiante oração, você pode mudar seu futuro.
·
Você
pode mudar aquilo que vai acontecer no próximo minuto de sua vida.
·
Se você crê na
Palavra de Deus, em suas promessas, nas palavras de Jesus, está esperando o que
para pedir, para mudar sua vida, seu futuro?
·
Que sejamos
pidões e pidonas.
É
o meu desejo e a minha oração. Amém!!!
Comentários
Postar um comentário