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O PODER DA PALAVRA DIVINA



O sermão não pode nascer na mente do pregador, mas na Palavra de Deus

           A saúde espiritual da igreja depende em grande parte da qualidade da pregação. A pregação é o instrumento divino para alimentar o povo de Deus. Sem uma pregação fundamentada na Palavra divina, dificilmente haverá um crescimento saudável da igreja.

           O púlpito não pode ser ocupado para promover programas da igreja, por mais bem intencionados que sejam. O púlpito é o lugar em que Deus fala ao Seu povo através da exposição da Sua Palavra. O propósito da pregação é nutrir e alimentar a igreja para enfrentar as batalhas contra o inimigo.

           Na América do Sul, temos aproximadamente dezenove mil púlpitos. Cada sábado, domingo e quarta-feira, o povo de Deus é alimentado com as mensagens apresentadas desses púlpitos. No entanto, somos apenas três mil pastores. Isso significa que dezesseis mil púlpitos são ocupados por anciãos de igreja que, por mais boa vontade que tenham, não dispõem do tempo nem dos recursos técnicos para elaborar sermões bíblicos.

           Foi pensando nesta necessidade urgente, urgentíssima, que a Divisão Sul-Americana solicitou ao Pastor Mário Veloso a preparação de um Comentário Homilético da Bíblia. A diferença entre um comentário homilético e um comentário exegético é que o primeiro não está limitado à simples análise do texto bíblico. Ele parte do texto, mas apresenta ideias para pregação. Enquanto um pregador gasta horas analisando o texto para elaborar uma mensagem bíblica, esse trabalho se reduz talvez a uma hora, porque o comentarista já realizou o trabalho de investigação e análise, entregando as ideias homiléticas prontas para serem revestidas com ilustrações e com a personalidade do pregador.

           A igreja precisa, com urgência, retornar à pregação autenticamente bíblica. Para que um sermão seja bíblico, não basta que o pregador leia três ou quatro versos da Bíblia ao longo do discurso. Pregação bíblica é a análise do texto e a aplicação dos pensamentos divinos à vida diária da igreja.

           O sermão não pode nascer da mente do pregador, mas na Palavra de Deus. Não é um assunto de dizer o que eu acho e procurar na concordância bíblica algum texto que apoie as minhas ideias. É despojar-me dos meus conceitos e preconceitos e colocar-me como instrumento nas mãos de Deus para que Ele, através da Escritura, diga à Sua igreja o que ela precisa ouvir.

           O Pastor Veloso realizou um trabalho extraordinário. Já nos entregou o comentário dos quatro evangelhos. O de São Mateus é o primeiro que está sendo colocado nas mãos dos pregadores, por um preço irrisório. Essa edição econômica do comentário tem um só propósito: colocar à disposição dos pregadores uma ferramenta valiosa a fim de que a igreja seja mais bem alimentada e, como resultado disso, permaneça firme diante de qualquer vento de doutrina estranha.

           Naturalmente, os pastores precisarão investir tempo ensinando aos pregadores voluntários como fazer uso dessa ferramenta, porque embora o autor do comentário já tenha realizado oitenta por cento do trabalho escavando as pérolas bíblicas, ainda resta vinte por cento que o pregador precisa realizar: Ler o texto bíblico, ler o comentário e anotar num papel as ideias tiradas da leitura do comentário.

           Geralmente um sermão não deve conter mais de quatro ideias homiléticas. Se você desenvolver mais ideias num só sermão, a mensagem será confusa.

           Uma vez determinada as três ou quatro ideias homiléticas, o pregador dará o passo seguinte, que é comentar essas ideias com suas palavras e procurar ilustrações para enriquecer sua pregação.

           Pedimos, de todo o coração, que Deus faça desse comentário um instrumento de ajuda para os pregadores em geral, porque ninguém pode subestimar o poder da pregação bíblica. Quando Jesus esteve neste mundo, um dia encontrou um paralítico que estava nesse estado havia trinta e oito anos. A palavra de Deus foi entregue àquele enfermo: “Levanta-te, toma o teu leito e anda” e o paralítico andou. Em outra ocasião, chegou perto da tumba de Lázaro. Ali estava o cadáver que cheirava mal porque estava em estado de decomposição. Novamente veio a palavra divina: “Lázaro, sai”, e o cadáver ressuscitou.

           Existe um poder inimaginável na Palavra de Deus. Hoje Jesus não está mais conosco pessoalmente, mas nos deixou a Sua palavra escrita. Tenho certeza de que o dia em que a pregação se tornar eminentemente bíblica e a Palavra de Deus for exposta com poder dos púlpitos, veremos as mesmas maravilhas do passado. Paralíticos espirituais andarão.












    
           Alejandro Bullón é secretário da Associação Ministerial da Divisão Sul-Americana da IASD – Revista Adventista I Novembro 2006, pág. 17.




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