“Não devemos esperar que almas venham a nós; precisamos procurá-las onde
estiverem”. “Visitando o povo, falando, orando e simpatizando com ele,
conquistareis corações. É este o mais elevado trabalho missionário que podeis
fazer”.
Jesus
teria o último encontro com o grupo de crentes, antes de retornar vitorioso ao
Céu para tomar acento à direita de Deus.
Todos os que tinha sido possível convocar,
estavam reunidos. O local era uma montanha da Galiléia. Eles chegavam de várias
direções e por muitos desvios, evitando ser vistos pelos ciumentos judeus. Bem
visíveis e cálidas ainda lhes eram as cenas do julgamento, maltrato e
crucifixão de Jesus. O número chegava a quase quinhentos. Reunidos em pequenos
grupos, ouviam dos discípulos a certeza da ressurreição. Tomé era o mais
solicitado. Contava e repetia a experiência de sua incredulidade.
De súbito, Jesus achou-se no meio
deles. Muitos dos presentes nunca O haviam visto. Fixando, porém, os olhares
nas mãos e pés do recém-chegado, sabiam ser Ele o Salvador do mundo. As
cicatrizes eram bem visíveis e o serão também por toda a eternidade.
Que iria
Ele dizer? Que disse Jesus? “E
disse-lhes: Ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15
Era a Igreja assumindo o
compromisso com o ide. Não poucos honrariam este compromisso: morrendo como
mártires, derramando o sangue, entregando propriedades e bens para a divulgação
do ide.
1844. Um número bem menor de crentes
recebia como comissão um segundo ide, também de alcance mundial, pois
deveria ser levado a cada nação, tribo, língua e povo. O Evangelho Eterno seria
a mensagem a ser transmitida com grande voz e muita rapidez. Era o maior
tesouro de verdades já confiado a mortais. Deus o entregava ao povo Adventista,
e não deveria haver um quarto desapontamento.
O primeiro teve lugar quando, após
a morte de Jesus, alguns discípulos exclamaram: “E nós esperávamos que fosse Ele que remisse a Israel”.
O segundo
desapontamento teve lugar em 1844, quando Cristo não veio conforme a pregação
milerita. Este desapontamento foi tão cruel e amargo quanto ao primeiro.
O terceiro desapontamento foi
causado pela Igreja de hoje. A Igreja desapontou o grande coração de Deus,
deixando de concluir a tarefa. Não era da vontade de Deus que o povo do
advento ainda estivesse neste mundo.
Deveremos
decidir que não haverá um quarto desapontamento. Para isto já começamos a
terminar, penetrando em áreas não atingidas. Iremos continuar terminando, penetrando
cada ano em mais lugares. Deus não patrocina fracassos. Abrigar
dúvidas quanto ao êxito da pregação é anunciar a falência de Deus.
Providências Divinas Para o
Êxito.
“Jesus tomou plenas medidas para a
prossecução da obra, assumindo Ele próprio a responsabilidade do êxito da
mesma.” – O
Desejado de Todas as Nações, pág. 611. “Sabei
que Minha presença ali estará”. “Nunca virá tempo em que Eu vos abandone”.
“Enquanto Lhe obedecessem a palavra e trabalhassem em ligação com Ele, não
poderiam falhar”.
Houve
promessa de poder, tão vasta como a comissão.
“O mais humilde obreiro movido pelo
Espírito Santo poderá tocar cordas invisíveis, cujas vibrações hão de soar até
os confins da Terra e produzir melodias através dos séculos eternos”. – Idem, pág. 612.
“É fazendo a obra de Cristo que a
Igreja tem a promessa de Sua presença. Tomar o Seu jugo é uma das primeiras
condições para receber-Lhe o poder”.
Uma empresa trabalha quando tem
dinheiro; uma igreja trabalha quando tem fé, quando tem poder.
“A própria vida da igreja depende
de sua fidelidade em cumprir a comissão do Senhor”.
“Certo, negligenciar esta obra é
convidar a fraqueza e a decadência espirituais”.
Quem Deveria Pregar?
Dos
crentes primitivos é dito:
“Seu
mais alto objetivo era conquistar Almas”.– A Apóst., pág. 579.
“Ardiam em desejo de levar as alegres novas”.
“A comissão do Salvador incluía todos os
crentes, até ao fim dos séculos”. – O Desejado de Todas as Nações, pág. 611.
“É um erro fatal supor que a obra de salvar
almas depende apenas do ministro ordenado”.
“Todo
verdadeiro discípulo nasce no Reino de Deus como missionário”. – Serviço Cristão, pág. 9.
“Não há senão um remédio verdadeiro para a
indolência espiritual. E esse remédio é: trabalhar – trabalhar pelas almas que
necessitam de vosso auxílio”. Idem, pág. 107.
“Esta é a receita que Cristo
prescreveu”. –
Ibidem.
Apocalipse 22:17 – Quem ouve deve dizer venha.
“Todos quantos tomam sobre si os sagrados votos,
comprometem-se a ser coobreiros de Cristo”.
“Seja qual for a vocação de uma pessoa na
vida, seu primeiro interesse deve ser ganhar almas para Cristo”. – O Desejado de Todas as Nações, pág.
611.
“Deus não pode ocupar um lugar sem
resplandecer”. Se há algo de Deus em mim e em você, então precisamente temos de
resplandecer, pois a verdade que não é divulgada é como se não existisse”.
Que Pregavam?
Os
primitivos cristãos não eram pregadores de doutrinas. Pregavam acerca de uma
pessoa. Não eram anunciadores de fatos históricos, mas pregavam uma experiência
vivida com o Salvador. Eles contavam de seu encontro com Jesus. Eles diziam: “Achamos o Messias, vivo não mais eu,
mas Cristo vive em mim”. Demonstravam haver estado com Jesus. Revelavam Cristo em
suas vidas e por isto foram chamados cristãos. Decidiram em suas pregações nada
fazer saber ao povo “senão
a Cristo e este crucificado”.
Que Pregavam Eles?
Pregavam o Evangelho. E o que é o
Evangelho? Ah, é o poder de Deus para a salvação. E o que é o poder de Deus?
Então vem a resposta em I Cor.
1:24: “Pregamos
a Cristo, poder de Deus”.
Eles pregavam as boas-novas. Que eram as
boas novas? “O
anjo, porém, lhes disse: Não temais – eis aqui vos trago boas-novas de grande
alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi,
o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Luc. 12:10,11.
As boas-novas eram Cristo como Salvador e
Senhor. Eles pregavam a Palavra. E que era esta Palavra? A Palavra que pregavam
era o Verbo. “E o
Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”. A Palavra que eles pregavam era Jesus
Cristo.
Onde Pregavam?
“Jamais deixando de vos anunciar –
e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa”. Atos 20:20
O fervor
missionário que os acompanhava impulsionava-os a pregarem a tempo e fora de
tempo, até que todos os que habitavam debaixo do Sol ouvissem a pregação do
Evangelho.
Era dada
grande prioridade ao ministério da visitação.
Falando deste ministério, o livro Serviço
Cristão, páginas 113-116, diz: “De
importância igual às conferências públicas especiais é o trabalho de casa em casa, nos lares do povo”.
“Empenhem-se em serviço para Deus,
fazendo trabalho de casa em casa”.
“Assentados na intimidade do lar poderão – se forem humildes, discretos e
piedosos – fazer mais para satisfazer as reais necessidades das famílias, do
que o faria um ministro ordenado”.
“Entre os membros de nossas igrejas deve haver
mais trabalho de casa em casa, dando
estudos bíblicos e distribuindo literatura”.
“Nosso Salvador ia de casa em casa, curando os enfermos, confortando os tristes,
consolando os aflitos, e dirigindo palavras de paz aos abatidos”.
“E lembrai-vos de que aqueles que
conhecem a verdade para o momento presente, e ainda limitam seus esforços à sua
própria igreja, recusando-se a trabalhar por seus vizinhos ainda não
convertidos, serão chamados a prestar contas por deveres não cumpridos”.
“Visitai vossos vizinhos numa maneira amigável, e relacionai-vos com
eles”.
“Visitai
um por um os vossos vizinhos, e aproximai-vos deles até que seu coração se
aqueça ao calor de vosso desprendido interesse e amor”.
“O Senhor apresentou-me a obra que deve ser
feita em nossas cidades. Os crentes aí devem trabalhar para Deus nas
vizinhanças de sua casa”.
“Visitando o povo, falando, orando e
simpatizando com ele, conquistareis corações. É este o mais elevado trabalho
missionário que podeis fazer”.
“Não devemos esperar que as almas venham a
nós; precisamos procurá-las onde estiverem”.
Como Pregavam?
Eles o
faziam com amor. Era o amor a Cristo e o amor de Cristo que os constrangia, que
os movia à ação. Todos em todos os lugares eram objeto de atenção. Os cristãos
primitivos sentiam-se devedores do amor redentor ao mundo. “Não me dê um pedaço de pão se o mesmo
não vier acompanhado de um pedaço de amor”.
Igreja & Ide.
“O destino de um mundo periclita na balança; mas isto mal
comove mesmo aqueles que dizem crer a verdade mais abarcante já dada aos
mortais”. – Parábolas de Jesus, pág. 303.
“Com todo o mundo diante de si,
cristãos professos necessitados do evangelho,
congregam-se onde podem gozar os privilégios do mesmo. Não sentem a necessidade de ocupar novos
territórios, levando a mensagem da salvação às regiões longínquas. Recusam
cumprir o mandado de Cristo”. Ibidem.
Aos membros nas grandes igrejas, diz Deus: “Muitos dos membros de nossas igrejas
grandes relativamente nada fazem. Poderiam eles realizar um bom trabalho se, em
vez de se aglomerarem, se dispersassem em lugares ainda não atingidos pela
verdade. As árvores plantadas junto demais umas das outras, não se desenvolvem. São elas
transplantadas pelo hortelão a fim de terem espaço para crescer, e não ficarem
mirradas e débeis. O mesmo procedimento daria bons resultados em nossas igrejas
grandes. Muitos membros estão morrendo espiritualmente por falta desse mesmo
trabalho. Estão se tornando fracos e incapazes. Transplantados que fossem,
teriam espaço para crescer fortes e vigorosos”. – Serviço Cristão, págs. 183,184.
O Pecado da Omissão.
Trezentos
anos no passado dizia o Padre Antônio Vieira em seus sermões: “A
omissão é o mais perigoso de todos os pecados. É o pecado que com mais
facilidade se comete, e com mais dificuldade se conhece. É o pecado que
raramente se emenda”.
A omissão é o pecado que se faz não fazendo.
Vamos continuar terminando. Vamos a outros lugares e povoações vizinhas.
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