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UMA QUESTÃO DE PONTO DE VISTA

 


           Introdução.

            Sucesso ou fracasso? Oportunidade ou obstáculos?

            Se você pudesse optar, qual alternativa escolheria? A resposta é óbvia. Então saiba que segundo estudiosos, tudo não passa de uma questão de ponto de vista.

            Conta-se que uma fábrica de sapatos mandou dois vendedores para abrir um novo mercado numa ilha distante. Chegando lá cada um fez sua própria avaliação do potencial da ilha. O primeiro disse: “Não adianta vender sapatos aqui. Nesta ilha ninguém usa sapatos”. O outro escreveu: “Mandem todos os pares de sapatos que puderem, pois aqui ninguém tem sapatos”.

            Era tudo uma questão de ponto de vista.

Um achou que o produto seria um fracasso porque ninguém o queria, enquanto o outro concluiu que os sapatos fariam muito sucesso porque ninguém os tinha. Um mesmo problema com duas atitudes diferentes.

 

Um mundo atolado em crises.

Vivemos num mundo atolado em crises. Crise financeira, crise econômica, ambiental, social, moral, religiosa, espiritual. Crises, crises e mais crises.

Mas será que tudo que denominamos crise é realmente crise?

Em japonês há duas maneiras de se escrever a palavra “crise”. Uma usa o símbolo que significa “perigo”, a outra “oportunidade”. Tudo depende da perspectiva de quem enfrenta a situação.

O mesmo pode ser dito das provações (tribulações) e dificuldades na vida. Uma crise que parece a alguém calamidade pode ser vista por outro como oportunidade. O mesmo problema com perspectivas diferentes.

A Palavra de Deus pede que “sejamos pacientes nas crises”. Rom. 2:12; Ec 7:8. “O amor é paciente” afirma Paulo em I Cor. 13:4.

A Bíblia possui um livro dirigido a pessoas que estão num momento crucial de crise. Uma coisa é ler a Palavra de Deus no conforto de um sofá macio quando a vida é fácil... as contas estão pagas... a geladeira está cheia. Mas será que Deus tem algo a dizer quando a crise chega... as contas são devidas e a vida parece cheia de caroços? A resposta é óbvia. “Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” Tiago 1:12

Moisés tinha uma amizade muito profunda com Deus, ele O conhecia muito bem, a ponto dele afirmar: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade;... Ex. 34:6. Será então que a paciência divina ilimitada? O SDA Bible Comentary, vol. 7, pág. 946 responde: “ Deus é longânimo e não quer que ninguém pereça; mas sua paciência tem limite, e quando  o limite for ultrapassado, não haverá segunda chance. Sua ira se manifestará  e Ele destruirá sem escape.”

Será que Deus alguma vez já perdeu a paciência com os homens? Certamente que sim. Mas por quê?  Porque falta-lhes o discernimento. O discernimento para ver as coisas da mesma maneira que Deus as vê, da mesma perspectiva, do mesmo ponto de vista e consequentemente, tomarem as mesmas atitudes que Deus tomaria se estivesse em seu lugar. Daí o conselho bíblico contido em Ap. 3:18 u.p.: “Aconselho-te que de mim compres... colírio para ungires  os teus olhos, a fim de que vejas.”

A maior dificuldade com que nos deparamos é conseguir distinguir o que é realmente crise ou tribulação, o que é provação e o que é tentação.

A história escolhida para ilustrar essa mensagem encontra-se no livro de Números e mostra-nos a conseqüência dolorosa de decisões irresponsáveis e descrentes do povo de Deus. Esse livro encera muitas lições para nós, dentre elas: - o amor de Deus é gentil, mas também pode ser severo. Seu povo precisa aprender que pode prosseguir somente enquanto confiam e dependem Dele. Antes, porém, vejamos o Salmo 127:1, 2; Mt. 6:31-33.

Conclusão: Se há crise (não provação) no lar, no trabalho, na igreja, é um sinal certo de que Deus e seus princípios estão sendo esquecidos, ou simplesmente deixados de lado. Junto a Cristo não existe crise!

Seguindo as instruções do Senhor, Moisés seleciona um representante de cada uma das doze tribos para formar uma “patrulha de reconhecimento” – Nm. 13:1-2. Atentem para a seguinte afirmação: “... que Eu (Deus) hei de dar aos filhos de Israel... v 1. (Deus já havia prometido e quando Deus promete Ele cumpre)!

 

Sua missão.

Espiar as defesas da terra e trazer uma amostra dos produtos da região. Números 13:17-20. Os doze representantes das tribos obedecem e, como na maioria dos comitês, após quarenta dias, voltam com relatórios diferentes. 

             Dez só vêem obstáculos; dois apenas dois (Josué e Calebe) vêem as oportunidades. A nação, temerosa, sem fé, olvidando todos os prodígios que Deus havia demonstrado desde a saída do cativeiro egípcio, tenta apedrejar Moisés e voltar para o Egito. Núm. 14:1-4,10.

 

O resultado.

Como resultado, Deus ordena àquela geração descrente, 603.550 pessoas, conforme Nm. 1:46, exceto crianças, mulheres e velhos, segundo o procedimento adotado em todo o V.T. – Nm. 1:3,45, bem como os levitas que não foram contados – Nm. 1:47, a quarenta anos de andanças infrutíferas no deserto. Num. 14:23,34.

Estaria Deus sendo injusto, severo demais para com seu povo, submetendo-os a quarenta anos de caminhada, até falecerem (Nm. 14:35) e ainda impedindo-os de ver ou pisar a terra prometida? Absolutamente não. O próprio Deus faz sua defesa: Num. 14:11,22. A despeito de toda evidência aquela geração tornou-se indigna diante de Deus. Foi perdoada (Núm. 14:20), mas teve de arcar com as conseqüências de suas desobediências.

Suas desobediências? “...e todavia me puseram à prova já dez vezes...” Números 14:22. Em dez diferentes ocasiões os israelitas resmungaram, contenderam, queixaram-se, tentaram, murmuraram contra Deus, desobedecendo-O. Vejamos cada uma delas e suas causas:

            1ª) Êxodo 5:20-21 - Trabalho. “Palha, porém, não se vos dará”. Êx.5:18

            2ª) Êxodo 14:10-12 - Perseguição. De Israel da parte dos egípcios.

            3ª) Êxodo 15:24 - A falta d’água. Que havemos de beber? As águas amargas tornam-se doces.

            4ª) Êxodo 16:2-3 - A falta de carne e pão. Deus manda o maná.

            5ª) Êxodo 16:20-27 - A desobediência. O maná bichou e cheirou mal.

            6ª) Êxodo 17:1-3 - A falta d’água. “Ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá.” Existe ainda um 3º incidente sobre falta d’água, que resultou na proibição de Moisés entrar na Terra Prometida. Números 20:2-13.

            7ª) Êxodo 32:1-4 – O bezerro de ouro. “São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.” v 4.

            8ª) Números 11:1 - Queixou-se o povo de sua sorte. (O montar e o desmontar das barracas, talvez.)

            9ª) Números 11:4-6 - “Quem nos dará carne a comer?” Novamente a comida. Que comida queriam? Peixes, pepinos, melões, alhos silvestres, cebolas e alhos.

            10ª) Números 13:25 - O relatório dos espias é recebido com incredulidade. A falta de fé era tamanha que eles desejaram voltar para o Egito. Nm. 14:1-4. Este incidente foi a gota d’água. Que lição!

            Mesmo como cristãos, às vezes oramos: “Senhor, remove isso de mim” ou: “Por favor, não me deixes passar por isso”. Mas acreditem, é por meio dessas crises que a nossa fé pode ser fortalecida.

           Deus prometeu estar conosco quando as dificuldades não nos deixam, e a dor do nosso sofrimento (físico, financeiro, espiritual ou emocional) é grande. O compromisso de Deus com essa promessa está explícito nos seguintes versos: Dt. 4:31; Salmo 27:14; II Cor. 4:8-10; Hb. 13:5-6

            Um “best-seller” (livro mais vendido) leva o bem humorado título de “Se a vida é um cesto de cerejas, o que estou fazendo no meio de caroços?” A resposta é simples: a vida não é um cesto de cerejas, mas uma série de crises. Não perigos para ficarmos amedrontados, mas oportunidades que desafiam a nos tornarmos tudo o que Deus nos criou para ser – vitoriosos!

 

            O que são obstáculos?                                                             

           São aquelas coisas amedrontadoras que se vê quando deixamos de olhar para cima, quando deixamos de olhar para Deus.

            Nunca esqueça: “Deus não atira em sua fornalha pedras valor”, nem tampouco “Uma pedra preciosa não pode ser polida sem ser esfregada, nem uma vida aperfeiçoada sem provações”.

           A fornalha não é um lugar para uma fé que murcha debaixo do calor de uma crise. Ali precisamos de algo mais forte – precisamos da confiança de que Deus está no comando e que tem sabedoria mais que suficiente para nos ajudar a transformar qualquer crise numa oportunidade de crescimento.


           Conclusão.

            O povo israelita não aprendeu a lição, foi castigado e continuou a reclamar, resmungar, murmurar, a desobedecer.

            O meu desejo e a minha oração é que possamos ter aprendido a lição; precisamos ser pacientes nas crises, precisamos acreditar na promessa de que sendo aprovados receberemos a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. Tiago 1:12

            Se você acredita no Deus desta promessa diga amém.

            Que assim seja!!!

 

 

 © Nelson Teixeira Santos          

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