Introdução.
Há diversos textos bíblicos que nos
mostram servos de Deus sendo provados e aprovados através das experiências da
vida. Aqui, queremos refletir sobre a experiência de Moisés, um dos maiores
líderes da história do povo de Deus.
A história de Moisés, resumida por
Estevão, está dividida em três fases de 40 anos (Atos 7:20-44).
É importante compreender essas três
fases na vida desse servo de Deus para percebermos como o jovem voluntarioso
(Ex 2) tornou-se o homem mais manso da terra (Nm 12), e o que isto significa
para nós hoje.
Como aconteceu com José, Moisés foi
duramente provado e, finalmente, aprovado por Deus para ser participante da sua
obra na terra.
A frustração do voluntário
Na primeira fase de 40 anos, Moisés
recebeu esmerada formação religiosa de sua mãe e a melhor educação geral no
palácio egípcio, tornando-se um homem poderoso em palavras e obras. Moisés
tinha consciência da sua identidade e da sua missão, talvez fruto da sua
formação religiosa. Por isso, considerou-se apto para iniciar sua missão de
libertador. Mas cometeu diversos equívocos.
Quando viu um egípcio espancando um
hebreu, (1) olhou de uma banda e de outra e não olhou para cima; (2) temeu a
presença de homens, mas não temeu a presença de Deus; (3) quis ser libertador e
tornou-se homicida; (4) tentou esconder o que tinha feito. O resultado foi a
fuga para esconder-se do faraó.
Não há registro de que Moisés tenha
ouvido ou buscado a Deus. Tentou, sinceramente, fazer alguma coisa para Deus e
para o seu povo, mas foi frustrado.
Deus não desistiu de Moisés, como
ele não desiste de nós. Todos os que se dispõem a servir podem errar. Faz parte
do processo pedagógico de Deus. Precisamos de pausas para reflexão.
Como Pedro, tornamo-nos mais humanos
quando temos de chorar amargamente os nossos fracassos. Só não erra quem nunca
tenta servir e ser útil.
O preparo do vocacionado
Na segunda fase de 40 anos, de
príncipe egípcio, Moisés tornou-se pastor das ovelhas do sogro no deserto de
Midiã (Ex 2.18-22; 3.1).
Essa escola do deserto foi
importante na formação daquele que seria o maior líder de Israel. Aliás, o
deserto é terreno fértil da reflexão bíblica (Moisés, João Batista, Jesus).
Tempo de reflexão, de crescimento, de maturidade. O homem poderoso aprendeu a
depender de Deus.
O homem versado nas ciências do
Egito reconheceu-se incapaz para a missão para a qual Deus o chamava. O
voluntário se oferece; o ministro é chamado; o voluntário é capaz para a
tarefa; o ministro (servo) precisa ser capacitado por Deus.
De acordo com o Novo Testamento,
todos os crentes são chamados e capacitados por Deus (Rm 12.4-6; Ef 4.7; 1 Co
12.7,11). A Igreja é o Corpo de Cristo. Assim como não há membro no corpo sem
função, também não há crente sem ministério.
Todos nós podemos servir como
ministros de Deus, porque “Deus não chama os capazes, mas capacita os
chamados”. Deixemo-nos moldar pelas potentes e amorosas mãos do Senhor para que
sejamos vasos de bênçãos.
A missão do servo
O chamado de Moisés começou com o
encontro dele com Deus numa experiência de adoração (Ex 3.1-6). Isaías teve
experiência semelhante (Is 6.1-3, 8). As ações que glorificam a Deus têm origem
no trono e no altar de adoração. Moisés foi, primeiro, um adorador, e depois
chamado e enviado por Deus como o líder libertador do seu povo. Não se ofereceu
para fazer alguma coisa para Deus e para o seu povo, mas submeteu-se ao Senhor
em adoração; por isso os sinais e prodígios procediam de Deus, glorificavam a
Deus e abençoavam o povo.
Conclusão.
Moisés serviu ao Senhor nos seus dias
e profetizou a respeito do Messias (At 7.37-38). Com as experiências dele
aprendemos que tudo coopera para o nosso bem e nos prepara para sermos bênçãos
nas mãos do Senhor.
Na primeira fase da vida de Moisés,
ele pensava que era tudo; depois, aprendeu que não era nada; por fim,
reconheceu que Deus era tudo. A vida e o ministério de Moisés nos ensinam que
na submissão completa ao Deus soberano somos felizes e cumprimos a missão que
Ele tem para nós.
Autor: Rev. Mathias Quintela de Souza - Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica ABECAR, validado pela UNICESUMAR. É Mestre em Teologia Prática pela Faculdade Teológica Sul Americana. Com especialização pelo Centro Evangélico de Missões, e docência Dio ensino superior pelo CESUMAR. Pastoreou diversas igrejas: Maringá, Apucarana, Arapongas e Curitiba (PR), São José do Rio Preto (SP), Campo Grande (MS), Florianópolis e Joinville (SC). Em janeiro de 1998 ingressou no corpo pastoral da 1ª IPI de Londrina atuando nas áreas de Educação Cristã, Missões e o processo de transição para Igreja em Células. Foi jubilado em 20 de dezembro de 2009. Casado com Eloá Ribeiro Menezes de Souza. Tem três filhos: Jéter, Éser, casado com Giane (2 filhos – Benício e Aurora) e Ellen, casada com Albery (2 filhos - Danilo e Guilherme).
Fonte dos dados biográficos: http://www.ipilon.org.br/conteudo-e-midia/autor/mathias-quintela-de-souza
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