“Entreguem-Lhe todas as suas ansiedades, pois ele cuida de vocês” (1 Pe 5:7 – NVT).
Introdução
Palavras tais como medo, pavor e
ansiedade, permeiam do começo ao fim, as páginas das Sagradas Escrituras, todavia,
a mensagem divina “não tema” também se
faz presente com força e persistência.
Objetivo
da mensagem
Mostrar que apesar das
circunstâncias adversas, características dos tempos que antecedem a volta de
Jesus; Aquele que nos criou, deseja nos livrar dessas experiências indesejáveis,
convidando-nos tão somente a confiar Nele.
A razão
O medo e a ansiedade não são
inerentes, entretanto, passaram a fazer parte da existência humana desde que o
pecado se instalou entre nós, ainda lá no Jardim do Éden; são na realidade,
consequências diretas do mesmo.
Ansiedade ou temor pelo que poderá acontecer,
ou seja, sofrer antecipadamente é uma das emoções mais perigosas tanto para a
saúde física quanto para saúde mental.
Ilustração
Conta-se uma lenda que durante a Idade
Média, num certo dia, certo viajante encontrou a noite o Medo e a Praga que
estavam a caminho de Londres, onde esperavam exterminar aproximadamente 10.000
pessoas.
O viajante intrigado com o objetivo daquela
sinistra missão perguntou à Praga se ela seria a responsável direta por toda
aquela mortandade, ao qual ela respondeu: Não! Não! Vou eliminar apenas algumas
centenas delas. Meu amigo Medo é quem fará o restante do serviço.
A primeira experiência com o temor
A reação de Adão, depois de ter
comido do fruto proibido: “o pensamento
de seu pecado o encheu de terror” e que a temperatura aprazível do Éden
gelou o casal culpado. Eles foram deixados com “uma intuição de pecado, um terror pelo futuro, uma nudez espiritual”.
1
É muito complicado relacionar o
primeiro encontro de Adão e Eva com o temor pelo fato de que nenhum de nós é
capaz de lembrar a primeira vez que experimentou essa indesejada emoção.
Psicólogos, estudiosos do
comportamento e desenvolvimento humano são unânimes em afirmar que desde os
primeiros anos de vida, crianças, adolescentes e adultos, enfim, todos nós
estamos sujeitos a apreensões comuns associadas às circunstâncias da vida.
Os pequeninos enfrentam temores
definidos; os principais: de ter fome e ruídos agudos. Crianças e adolescentes
em fase de crescimento passam por uma variedade de temores: medo de estar
sozinhos, de escuro, de animais, medos de situações relacionadas à escola,
separação dos pais, medo de não crescer, medo de ser rejeitados pelos colegas.
Os adultos tem medo de não encontrar um parceiro satisfatório para a vida, de
não encontrar o emprego adequado, de ataques terroristas, de contrair uma
doença crônica ou fatal, de ser assaltado, de morrer e outros tantos temores mais.
Exemplos de fé
Sempre que tratarmos de assuntos espirituais,
invariavelmente nos depararemos com a presença da fé. “Sem fé” diz a Palavra de DEUS, é impossível agradar-Lhe.
O caminho do aprendizado para
convivermos com o medo, o temor e a ansiedade e consequentemente a cura para
esses males para necessariamente pela fé.
Exemplos de fé a serem seguidos não faltam;
as páginas das Santas Escrituras estão repletas. Alguns são clássicos, outros pouco
conhecidos, mas, não menos importantes. Só que exemplos, por exemplo, não
bastam, são insuficientes.
O “x” da questão resume-se no fato
de que o conhecimento teórico da fé demonstrada por eles (entre eles, os heróis
da fé), não nos acrescenta absolutamente nada em termos salvíficos; precisamos
individualmente de uma experiência pessoal com Cristo.
Conhecimento meramente teórico das
doutrinas, posse de títulos acadêmicos ou funcionais não bastam. É a comunhão
com Deus que faz fluir Sua misericórdia através de nossa vida. Com isso, nosso
semelhante é abençoado, aceito e resgatado para o reino de Deus. 2
Acreditem. Nenhuma instituição
religiosa, igreja, homem ou mulher, por mais consagrados que sejam, conseguirão
colocar alguém dentro dos portais eternos.
Somos salvos pela graça, através da
fé no sacrifício expiatório de Cristo na Cruz e isso como está escrito, “não vem de vós, é dom de DEUS”, trata-se
de prerrogativa divina!
Em sua epístola aos Romanos, Paulo
escreveu: “Portanto, a fé vem por ouvir, isto é, por ouvir as
boas-novas a respeito de Cristo” (Romanos
10:17
– NVT).
Por isso precisamos dá fé
demonstrada pelo salmista quando afirmou: “Ainda que eu ande pelo vale da
sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e
o teu cajado me consolam” (Salmos 23:4 – NAA).
Necessitamos ouvir o conselho
divino dado através do profeta Ageu: “Segundo a palavra da aliança que
fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu Espírito habita no meio de vós;
não temais” (Ageu 2:5 – ARA).
Faltamos para com DEUS, ou seja, pecamos
quando deixamos de dar ouvidos ao que Ele nos diz: “Mas quem me ouvir viverá em segurança e
estará tranquilo, sem temer nenhum mal" (Provérbios
1:33
– NVI).
“Não temas, Abraão”
Nem mesmo o pai da fé venerado por
três religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo, escapou dessa experiência
indesejável. Qual era o temor de Abraão?
Mesmo sendo considerado muito rico
para os padrões de sua época, mesmo sendo um homem temente a DEUS, ele tinha lá
suas razões para ter medo.
Essa atitude [do patriarca] parece
ser uma reação generalizada inerente à natureza humana, que é a de perpetuar
algo de nos mesmos, para continuar nossa influência mesmo depois de morrermos. 3
A falta de um herdeiro legítimo era a fonte de medo de Abraão
(Gn 15:2-3).
DEUS havia feito uma aliança com ele
e prometido que faria dele uma grande nação. O tempo foi passando e não havia
nenhum indício aparente que sinalizasse o cumprimento da promessa, isso acabou
tornando-se a principal preocupação de Abraão.
No momento oportuno, no tempo de DEUS
veio a resposta divina: “Não temas, Abraão,
Eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande” (Gn 15:1).
A ansiedade se manifesta na
angústia sobre as incertezas. Essas incertezas podem estar próximas ou no
futuro distante, e podem nem acontecer; por momento, existem só na mente. Mas
os sintomas da ansiedade são bastante reais, tanto emocional como fisicamente,
e podem ser dolorosos, Não é de admirar que o Senhor deseje nos livrar deles. 4
O antídoto contra a ansiedade
Precisamos urgentemente aprender a
confiar em DEUS! Necessitamos de fé.
O futuro de nossa vida, e mesmo
nosso futuro, até mesmo depois da morte, está nas mãos de nosso Pai celestial.
Ele sabe que a libertação da ansiedade é uma de nossas maiores necessidades, e
quer que estejamos contentes hoje e confiantes amanhã!
Em vários momentos na história, o
povo de DEUS foi agraciado com mensagens tranquilizadoras afirmando que não
temessem.
Quando Josué foi chamado para
liderar o povo de DEUS para entrar na Terra Prometida foi dito: “O Senhor, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te
deixará, nem te desamparará; não temas, nem te espantes” (Dt
31:8
– ACF).
Pouco tempo depois DEUS voltou a
afirmar: “Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não
temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que
andares” (Josué
1:9
– ACF) e finalmente encontramos o próprio Josué motivando o povo a
santificar-se: “Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque
amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós” (Josué
3:5.
– ACF).
O próprio Jesus asseverou que no
decorrer da história cristã, mesmo diante de guerras, terremotos, fome e
pestilências, não deveríamos ficar assustados (Lucas
21:9-15).
Reinterou ainda: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como
o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João
14:27
– ACF).
Pouco antes de sua crucifixão ele
proferiu palavras de conforto a sues discípulos (ver João
14:1-3
– ACF). Ele dirigiu os pensamentos deles para o futuro glorioso (João
13:33-38
– ACF).
A ênfase sempre está posta na
confiança contra a ansiedade, pois não importa o que aconteça a vocês aqui, não
importa quão mal vão as coisas, é isso que vocês têm à sua espera – um futuro
glorioso! Precisamos aprender a confiar em DEUS!
Uma necessidade inerente aos seres humanos
DEUS implantou em nosso DNA a
necessidade de adorarmos; pelo simples fato de ser o nosso Criador, só Ele é
digno de nossa adoração. Acrescente-se a isso o fato dEle ser também o nosso
Mantenedor e Redentor, contudo quando isto deixa de acontecer, ou seja quando
deixamos de adorá-Lo, deixamos também de confiar Nele e
buscamos quase que instintivamente depositar nossa confiança e adoração em outras coisas.
Atualmente idolatramos políticos,
artistas, atletas, roupas, motos, carros, iates, aviões e até cultuamos o
próprio corpo. Qualquer coisa que se interponha em nosso relacionamento entre
DEUS e nós torna-se um ídolo.
DEUS em sua onisciência já sabia de
antemão que tudo isso ocorreria e por isso admoestações nas Santas Escrituras
não faltam. Está escrito: Porque uns confiam em carros e outros em cavalos
(Salmos 20:7), se encurvam e caem; outros em príncipes, em filho de homem
(Salmos 146:3), neles não há salvação; confiam em suas riquezas (Provérbios
11:28), cairão; em armas (arco, espada), (Salmos 44:6), nem a própria espada os
salvará; em seu próprio coração (Provérbios 28:26), insensatos.
Essas respostas são bíblicas, são
pesadas demais; mas ainda assim podemos confiar em que desejar. O
livre-arbítrio assegura-nos este direito de confiarmos e adorarmos aquilo que
bem entendemos.
O conselho divino
‘Quando vocês se
desviarem para a direita ou para a esquerda, ouvirão atrás de vocês uma
palavra, dizendo: “Este é o caminho; andem nele.” Vocês tratarão como impuras
as imagens esculpidas cobertas de prata e as imagens de fundição revestidas de
ouro; vocês as jogarão fora como coisa impura e dirão a cada uma delas: “Fora
daqui!”’ (Isaías
30:21,22
– NAA).
Conclusão
O conselho final vem do próprio
Jesus quando afirma em Mateus 6:34 que cada dia trará os seus cuidados. Jesus
não nos pede que ignoremos o planejamento, nem que sejamos descuidados. Ele
simplesmente nos aconselha a não nos preocupar com o que pode acontecer, a não
usar os típicos pensamentos “E se...”. “E
se eu ficar doente?” “E se eu perder o emprego?” “E se eu sofrer um acidente/”
“E se meu filho (a) morrer?” “E se alguém me atacar?”
De tudo aquilo que nos causa medo,
temor ou ansiedade apenas de 5% a 8% acabarão por concretizar-se pelo simples
fato de estar fora de nosso controle, todavia, como vimos ao longo da mensagem,
DEUS fez provisões para cada necessidade, e nos pede que confiemos Nele e
decidamos não temer.
Este é o meu desejo e a minha
oração. Amém!!!
Referencias
bibliográficas:
1 - Ellen G. White, Patriarcas e
Profetas, CPB, pág. 57
2 – Zinaldo A. Santos, De Coração a
Coração (Meditações Diárias) CPB, MD 24062020
3 - Julian Melgosa*, A Bíblia e as
emoções humanas, pág. 18
4 - Julian Melgosa, A Bíblia e as
emoções humanas, pág. 18
* Dr. Julián Melgosa (14/02/1957 Madri),é doutor em Psicologia e
ex-professor da Open University
(Inglaterra). Atualmente dirige a
Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Walla Walla
(Washington, Estados Unidos). Formado em
Psicologia pela Universidade de Madri, é doutor em
Psicologia Educacional pela Universidade
Andrews.
© Nelson Teixeira
Santos
"Para todos quantos estão ansiosos diante de algum problema, o conselho é mais do que oportuno; é terapêutico. “É bom esperar”, disse Jeremias. Isso porque a ansiedade é inútil, pois não resolve nenhuma das dificuldades. Quantas vezes, em nossa experiência, depois de dias de suspense, durante os quais imaginamos os piores cenários possíveis para nossas crises, descobrimos que nossos pressentimentos eram infundados! É bom esperar, tranquilamente, na salvação do Senhor" (Zinaldo A. Santos, MD 30062020).
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