Há
alguns dias comemoramos o dia dos namorados. A mídia como sempre, bastante
agressiva, tentando levar determinados setores empresariais a lucrar o máximo
com a data. Veja só em que a transformaram – oportunidade para faturar mais. Data
por sinal, cheia de muito romantismo, de gestos, de atitudes. Demonstrações
explícitas de muito amor, de muita paixão e de muitas outras coisas que este
dia propicia. Entretanto o dia se foi e o que fazer nos outros 364? Você só
namora, só ama, só se relaciona com a pessoa amada neste dia? Como ainda não
inventaram algo como o “namorômetro”, ou seja, um instrumento capaz de medir a
intensidade de seu relacionamento, pergunto: o seu namoro está mais para
Cantares (Eros) ou para I Coríntios 13 (ágape)?
Sem entrar no mérito desta questão, o que
desejo mesmo é perguntar: Você ama seu
cônjuge? Contenha-se por alguns instantes e antes que você responda
afirmativamente, quero desafiá-lo a fazer um teste. Será que mesmo após uma
breve reflexão do texto abaixo, a sua resposta continuará sendo: sim, eu amo?
Ele
é parte integrante de um livro ainda não lançado no Brasil, autoria de Paul David Tripp, What Did You
Expect? Redeeming the Realities of Marriage (Wheaton: Crossway, 2010).
Atente
para o depoimento do autor na parte final do texto – “O que essa descrição do amor
deveria causar em nós?” É simplesmente
fantástico!
VOCÊ AMA SEU CÔNJUGE?
Aqui
estão alguns excertos do capítulo 12 do livro de Paul David Tripp, What Did You Expect? Redeeming
the Realities of Marriage (Wheaton: Crossway, 2010).
1. O que é amor?
Amor é
autossacrifício espontâneo pelo bem de outro, que não exige reciprocidade ou
que a pessoa amada seja merecedora.
2. Como o
amor aparece no casamento?
- Amar é estar disposto a ter
sua vida complicada pelas necessidades e conflitos de seu marido ou
esposa, sem impaciência ou irritação.
- Amar é ativamente lutar
contra a tentação de julgar e de ser critico com seu cônjuge, enquanto
procura maneiras de encorajá-lo e exaltá-lo.
- Amor é o compromisso diário
de resistir aos momentos desnecessários de conflito, que vêm de
comentários ou da resposta a ofensas menores.
- Amar é ser amavelmente
honesto e humildemente acessível em tempos de mal entendidos, e ser mais
comprometido com unidade e amor que com vencer, acusar ou estar certo.
- Amor é o compromisso diário
de admitir seu pecado, fraqueza e falha, e resistir à tentação de
apresentar uma desculpa ou passar a culpa de si.
- Amar significa estar
desejoso, quando confrontado por seu cônjuge, de examinar seu coração ao
invés de colocar-se em sua própria defesa ou mudar o foco.
- Amor é o compromisso diário
de crescer em amor, de maneira que o amor que você oferece a seu marido ou
esposa seja crescentemente altruísta, maduro e paciente.
- Amar é não desejar fazer o
que é errado quando ele/ela errou com você, mas procurar maneiras
concretas e específicas de vencer o mal com o bem.
- Amar é ser um bom estudante
de seu cônjuge, procurando por suas necessidades físicas, emocionais e
espirituais, a fim de que, de alguma forma, você possa remover o fardo,
apoiar-lhe enquanto ele/ela o carrega, e encorajar-lhe ao longo da
estrada.
- Amar significa estar
desejoso de investir o tempo necessário para discutir, examinar e entender
os problemas que vocês encaram como um casal, permanecendo nessa tarefa
até que o problema seja removido ou que vocês concordem sobre uma
estratégia de resposta.
- Amar é estar sempre disposto
a pedir perdão e estar sempre comprometido a perdoar quando é pedido.
- Amar é reconhecer o alto
valor da confiança em um casamento e ser fiel a suas promessas e
verdadeiro quanto à sua palavra.
- Amar é falar amável e
gentilmente, mesmo em momentos de discórdia, recusando-se a atacar o
caráter de seu cônjuge ou agredir sua inteligência.
- Amar é não querer mentir,
manipular ou enganar, de qualquer maneira, a fim de cooptar seu cônjuge a
te dar o que você quer ou fazer algo do seu jeito.
- Amar é não querer que seu
cônjuge seja sua fonte de identidade, significado ou propósito, enquanto
recusa-se a ser a fonte do sentimento do outro.
- Amor é o desejo de ter menos
tempo livre, menos horas de sono, ou uma agenda mais lotada a fim de ser
fiel ao que Deus chamou você a ser e a fazer como marido ou esposa.
- Amor é o compromisso de
dizer não aos instintos egoístas e fazer tudo dentro de sua capacidade para
promover unidade real, entendimento funcional e amor proativo em seu
casamento.
- Amar é permanecer fiel a seu
compromisso de tratar seu cônjuge com admiração, respeito e graça, mesmo
em momentos em que ele ou ela não pareça merecer ou não deseja corresponder.
- Amor é a disposição de fazer
sacrifícios regulares e custosos pelo bem de seu casamento, sem pedir nada
em troca, ou usar seus sacrifícios para deixar seu cônjuge em dívida.
- Amar é não estar disposto a
fazer qualquer decisão ou escolha pessoal que ameaçaria seu casamento,
magoaria seu marido ou sua esposa, ou enfraqueceria o laço de confiança
entre os dois.
- Amar é recusar-se a ser
autofocado ou exigente, mas, ao invés disso, procurar maneiras específicas
de servir, apoiar e encorajar, mesmo quando você está ocupado ou cansado.
- Amar é admitir diariamente
para si mesmo, seu cônjuge e para Deus que você não é capaz de amar dessa
forma sem a graça protetora, provedora, perdoadora, resgatadora e
libertadora de Deus.
- Amor é um compromisso de
coração específico a uma pessoa específica que leva você a entregar-se a
um estilo de vida específico de cuidado, que requer estar disposto a fazer
sacrifícios que tenham em vista o bem dessa pessoa.
3. O que
essa descrição do amor deveria causar em nós?
Esse entendimento
deveria te levar a uma pausa e, então, à ação: é impossível para qualquer um de
nós amar como foi descrito. O padrão é simplesmente muito alto. As exigências
são simplesmente muito grandes. Nenhum de nós tem o necessário para alcançar
esse padrão. Essa descrição do amor em ação tem me humilhado e afligido. Tem me
levado a encarar novamente minha tendência de chamar de amor coisas que não são
amor. Ela me força a admitir quão autofocado e ensimesmado eu realmente sou.
Ela me lembra de que, quando se trata de amor, não sou um expert. Não, sou
pobre, fraco e necessitado.
Jesus
morreu não somente para que tivéssemos perdão por não amar como deveríamos, mas
também para que tivéssemos o desejo, a sabedoria e o poder de amar como
devemos.
Jesus
sofreu em amor, a fim de que, em sua luta pelo amor, você nunca, jamais,
estivesse sozinho. Enquanto você se entrega a amar, ele te lava com seu amor,
de forma que você nunca estará sem o que precisa para amar.
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