“Naqueles
dias retirou-se para o monte a fim de orar; e passou a noite toda em oração a
Deus”. Lucas 6:12.
Deus nos fala de diversas maneiras:
através da natureza; pela revelação, pela Sua providência, através de seu filho
Jesus, pela influência do Espírito Santo.
Isto, porém, não basta; precisamos
também derramar perante ele nosso coração. Para sermos ativos espiritualmente
necessitamos também de uma real comunhão com nosso Pai celestial.
Podemos dirigir nossos pensamentos
para Ele; podemos meditar sobre suas obras, suas misericórdias, suas bênçãos,
mas isto não é, no sentido mais amplo da palavra, comungar com Ele.
Para que realmente tenhamos comunhão com Deus, é preciso que tenhamos alguma
coisa que Lhe dizer acerca de nossa vida.
Como é que fazemos isto? Através da oração.
A oração é o abrir de nosso coração
a Deus como a um amigo.
Mas se Deus é Onisciente porque devemos
orar a Ele?
Para nos habilitar a recebê-Lo deve
ser nossa resposta. A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a ele.
Jesus quando esteve aqui na Terra
ensinou a seus discípulos como deviam orar. Deixou-lhes a promessa que suas
petições seriam ouvidas. Essa promessa é extensiva a todos nós.
Mas Ele não só deixou-nos as
instruções quanto a orar, como deixou-nos também o exemplo. A oração fazia
parte de sua vida; era através da oração que Ele buscava junto ao Pai, novos
suprimentos de força para fazer frente aos deveres e provações. “Ele
é o nosso exemplo em todas
as coisas”. C.C. pág. 80.
Para Cristo a oração tornou-se uma
necessidade e privilégio. Jesus encontrava
conforto, prazer e alegria na comunhão com o Pai.
Os anjos no Céu não
compreendem como nós seres humanos pobres e desamparados, sujeitos a todo o
tipo de tentação, deixamos Deus esperando, pleno de infinito amor, pronto para
nos dar muito mais do que sabemos pedir ou pensar, e, contudo, oramos tão pouco
e tão pouca fé exercemos.
Estar em comunhão com Deus é o mais alto
privilégio entre os anjos; enquanto aqui na Terra os filhos de Deus que tanto
precisam do auxílio que só Deus pode dar, parecem satisfeitos em andar nas
trevas, sem a companhia de sua presença.
As trevas do maligno envolvem os que
negligenciam a oração. Longe de Deus somos fracos, não somos páreo para anjos
que apesar de caídos, ainda conservam seus poderes. Deus jamais retira as bênçãos
que Ele próprio um dia concedeu.
O inimigo tentará de todas as formas
possíveis nos impedir de ter comunhão com Deus, pois ele sabe que assim não
obteremos pela súplica fervorosa e fé, graça e poder para resistir a tentação.
“Por que deveriam os filhos e filhas
de Deus ser tão relutantes em orar, quando a oração é a chave nas mãos da fé para abrir o
celeiro do Céu, onde se acham armazenados os ilimitados recursos da
Onipotência?” C.C. 81
É muito importante lembrar-nos de
que todas as promessas de Deus são condicionais e que o atendimento as nossas
orações não fogem a regra. Condições precisam ser satisfeitas para que Deus nos
atenda:
1ª) - Precisamos sentir
nossa necessidade de seu auxílio.
Deus está desejoso de derramar sobre nós
bênçãos sem medida e só não o faz porque nós não sentimos necessidade, não
pedimos, não oramos.
O problema de nós, laodiceanos, é
dizer que estamos ricos e abastados, e que não precisamos de coisa alguma (Apocalipse
3:17 p.p.), entretanto...
Nós achamos que estamos o que? Ricos
e abastados,...
O que será que Deus acha? Vocês não
sabem que são uns coitados, e miseráveis, e pobres, e cegos, e nus; (Apocalipse
3:17 u.p.) e diz mais: vocês estão doentes (Tiago 5:16); a solução: ”e se o
meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei
os seus pecados, e sararei a sua terra”. II Crônicas 7:14.
“O coração tem de estar aberto à
influência do Espírito Santo; ao contrário não pode ser obtida a benção de
Deus”. C.C. pág. 81
“Pois
se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará
o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?” Lucas 11:13.
“O
Espírito trabalha no coração do homem de acordo com seu desejo e
consentimento,...” PJ, pág. 411.
2ª) - Precisamos
abandonar pecados acariciados.
O pecado de Acã. O exemplo bíblico
clássico. Josué 7. No versículo 12 Ele é muito claro: “Já não serei convosco, se não eliminardes do vosso meio a cousa
roubada.”
Não
podemos acariciar pecados conscientes em nosso coração, pois o Senhor não nos
ouvirá; mas a oração da alma penitente e contrita será sempre
aceita. “Deve o coração ser esvaziado de toda a
mancha, purificado para habitação do Espírito. Foi pela confissão e pelo
abandono do pecado, por meio de fervorosa oração e da entrega pessoal a Deus,
que os discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo no dia de
Pentecostes.” TM, página 399.
3ª) - Precisamos ter fé.
Outro elemento da oração
perseverante é a fé. Heb. 11:6; Marcos 11:24.
Cremos nós em Sua palavra?
Mas se não formos atendidos
exatamente como pedimos e no tempo desejado?
Deus responde de três maneiras: Sim, não e espere um
pouco.
Se a resposta for sim, ótimo, que
bom!
Se for espere um pouco, tenha fé,
acredite, é porque ainda não chegou o tempo certo, o tempo determinado por
Deus. “Devemos nos apegar a promessa:
“Pedi e dar-se-vos-á”. Mateus 7:7,
pois virá por certo a ocasião de serem atendidas, e receberemos a benção de que
mais carecemos”. C.C. pág. 82.
Mas se a resposta for não; atentem
para o que diz Ellen White: “Mas
pretender que a oração seja sempre atendida exatamente do modo e no sentido
particular que desejamos, é presunção”. Deus
é muito sábio para errar, e bom demais para reter qualquer benefício dos que
andam sinceramente. Idem, pág.82.
4ª) - É necessário possuirmos espírito de amor e perdão.
Para reclamar por misericórdia e
bênçãos de Deus, devemos fazê-lo tendo no coração um espírito de amor e perdão.
“Como poderemos orar: “Perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”, e não obstante
alimentar um espírito de irreconciliação? Se esperamos que nossas orações sejam atendidas, devemos
perdoar aos outros do mesmo modo e na mesma medida em que esperamos ser
perdoados”. C.C. pág. 83.
5ª) - É preciso ser perseverante na oração.
É também uma condição para nossa
oração ser atendida. “Perseverai na oração” é o conselho do apóstolo
Paulo em Colossenses 4:2. É a perseverança que vai tornar a nossa comunhão com
Deus gratificante, mais valorizada: “Então me invocareis, e ireis e orareis
a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de
todo o vosso coração”. Jeremias 29:12-13.
6ª) - Como
reconhecer aqueles que estão buscando a comunhão com Deus?
Serão vistos nas reuniões de
orações. E não se preocupe, você jamais acabará com as bênçãos de Deus. Elas
são inesgotáveis. Aproveite todas as oportunidades de colocar-se onde possa
receber raios de luz do Céu. Caso contrário “Satanás bem sabe que todos quantos ele puder levar a negligenciar a oração e o
exame das Escrituras serão vencidos por seus ataques.” O Grande Conflito, pág. 519.
Necessitamos orar em família, mas
não nos descuidemos da oração secreta, pois é ela que vivifica a alma; por ser
secreta só mesmo Deus deverá ouvi-la, nada de ouvidos curiosos a espreitar.
Naquele momento nossa alma deverá estar livre das influências do ambiente e de
qualquer excitamento.
A busca a Deus deverá ocorrer de
forma calma, mas com fervor.
Ore em vosso aposento particular,
ore ao se levantar, ao deitar-se, antes das refeições, enquanto trabalha,
enquanto caminha pelas ruas.
Não há tempo, nem existe lugar
impróprio para elevar uma prece a Deus.
A oração é a ferramenta mais
importante na sua missão no mundo.
As
pessoas podem recusar nosso amor ou rejeitar nossa mensagem, mas não têm
defesas contra nossas orações.
Conclusão
Vem do profeta Isaías o conselho
final: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está
perto” (Isaías 55:6).
É o meu desejo e a minha oração.
Amém!!!
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