“Seja o exemplo deles; que
sigam o caminho que você ensina e vive; seja modelo para eles no seu amor, na
sua fé, e na pureza dos seus pensamentos”. I
Tim. 4:12, BV.
“Sede pois imitadores de Deus,...”
Ef. 5:1
Introdução.
Imitadores de Deus
em que?
A mesma passagem
bíblica, na versão Bíblia Viva dá-nos a resposta: “Sigam o exemplo de Deus em tudo
quanto fizerem,...”
Tudo
significa o quê?
É óbvio. A Palavra
de Deus é claríssima. Não deixa margem para dúvidas, desculpas ou evasivas. Apenas
um exemplo:
Há 4000 anos Deus
fez um chamado que mudou todo o rumo da História, um chamado cujas
conseqüências alcançarão a eternidade – Gn. 3:9: “Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: onde
estás?”.
Quem está chamando quem?
Acaso Deus não sabia onde Adão se
encontrava?
Alguém, nada mais nada menos que o Criador do Universo a procura de sua
criatura que, valendo-se do livre arbítrio, resolve deliberadamente, numa
atitude explícita de desobediência, dar-Lhe as costas. Deus tentando reatar o
relacionamento que foi criado para ser eterno, mas que, lamentavelmente acabara
de ser rompido pelo pecado. Deus tomando a iniciativa. Deus dando o
primeiro passo.
Diante
dessa atitude divina, qual deve ser a nossa atitude?
O
que acham vocês que Deus espera de nós?
O
próprio Filho de Deus quando esteve aqui entre nós, além de afirmar mais de uma
vez, “ser um com o Pai” (João 10:30;
17:21) nos deixou este conselho: “Porque
eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. João 13:15
Logo, da mesma
maneira que um dia no passado Deus teve que tomar a iniciativa há momentos em
que você precisa dar o primeiro passo. Atentem para o
tempo do verbo – presente, hoje, e muito cuidado com a procrastinação, que a Psicologia
define como tendência patológica (doentia) de adiar, de passar uma atividade
para o dia seguinte.
O
homem é um ser social. Foi criado para viver em sociedade. “E disse Deus: não é bom que o homem esteja só...” Gn. 2:18 É aqui que começam
os problemas. Aqui surge o maior desafio para a convivência em sociedade: o
relacionamento interpessoal. A palavra relação pressupõe, dá a entender a
existência de pelo menos duas pessoas. É assim em sociedade, na política e
também na igreja. Precisamos o tempo todo se relacionar com os outros.
A
recomendação bíblica é que tomemos bastante cuidado como o uso das palavras,
com nossa língua. Ef. 4:29; Mat. 12:36-37; Tiago 3:6-8; I Pedro 3:10.
Uma
vez que o perdão não faz parte do vocabulário de muita gente; faz-se,
simplesmente não o colocam em prática.
Mas infelizmente
aconteceu. Alguém que convive contigo. Alguém que se relaciona com você. Alguém
que você admira, simpatiza. Alguém que, talvez, até esteja ocupando algum banco
da igreja nesta manhã, seja a pessoa que lhe magoou, ofendeu, prejudicou. Como
devemos nos relacionar com uma pessoa, depois que ela nos maltratou? “Aquele que foi tentado em todas as
coisas...” Hebr. 4:15 deixou-nos algo muito interessante sobre isso em
Mt. 18:15.
Neste momento, deixe o Espírito Santo
falar-lhe ao coração, Ele quer tocar a mim, a você, a cada um de nós, quer
ajudar-nos, de forma prática a contornar possíveis dificuldades entre pessoas.
Duas coisas que não devemos
esquecer:
1ª)
Quem nos ofende, machuca, prejudica, é alguém que está muito próximo a nós,
raramente será um desconhecido;
2ª)
Neste mundo problemas são comuns e podem ocorrer com as pessoas em qualquer
lugar e em todas as circunstâncias, inclusive na igreja!
“Se conselho fosse coisa boa, não
seria dado, seria vendido”. É o que diz um
velho dito popular.
Fundamentados
na Palavra de Deus, desejamos compartilhar alguns conselhos ou se preferir,
regrinhas básicas de convivência:
1ª)
- Nunca superestime alguém.
Não
pense que devido a bagagem cultural ou religiosa, uma pessoa não o ofenderá
jamais. Pessoas cultas e consagradas podem cometer falhas. Isto é
terrivelmente humano. Gênesis 3:19, Eclesiastes 3:20 dizem que “somos
pó”. Iguais. O exemplo de Davi (II Samuel 11). Davi não era apenas o
rei de Israel, ele era também o seu líder espiritual, entretanto, ele dormiu
com a esposa de outro homem, ele a engravidou e para encobrir o que havia
feito, Davi deu um jeito de matá-lo. Todos nós cometemos erros, falhas, caímos
em pecado, mesmo os líderes espirituais. Este é o motivo por que não podemos
contar com ninguém para a salvação. As pessoas só podem nos indicar Aquele
que salva, e este é Jesus. O inverso também é verdadeiro. Jamais subestime
alguém.
2ª)
- Não faça publicidade (fofoca).
Há
pessoas hoje no mundo especialistas em revirar a lata de lixo dos outros em
busca de seus podres. É uma das características de nossos dias a fome por
notícias sensacionalistas, espalhafatosas, maldosas.
Se
alguém faz mal a você ou à outra pessoa, lembre-se que no relacionamento
pessoal, quanto menor for a publicidade dos fatos negativos, melhor. O sábio
Salomão nos fornece um importante conselho: “Não
descubras o segredo de seu próximo”.
Prov. 25:9. “Terceiros” e “quartos” só devem ser envolvidos em
problemas de dois, caso não haja outra saída para solução. Fofocar só piora a
situação e todos saem perdendo.
3ª) - Não
se concentre na falha em si, mas, na pessoa.
O
que é mais importante: as pessoas ou as ações por elas cometidas?
Obviamente
que são as pessoas. Quando uma pessoa calunia, mente ou prejudica a outrem,
mostra que alguma coisa não vai bem em seu interior. Ela pode estar
profundamente alterada. Falta-lhe algo: a presença de Deus em sua vida. Busque
uma maneira de ajudá-la na sua busca espiritual. Não se esqueça de que Deus
abomina o pecado, mas ama o pecador.
4ª) - Converse
com o ofensor.
O
quê? Eu, o ofendido procurar quem me ofendeu?
Essa orientação é
contrária ao nosso padrão de relacionamento. Comumente rejeitamos a pessoa
com indiferença ou contra-atacamos. Porém, o que foi que Jesus disse? “Vá e converse com quem lhe ofendeu”. Nessas
ocasiões é normal erguerem-se os muros da indiferença. Derrube-os. Tome a
iniciativa. Este é o padrão de relacionamento divino! Somos chamados para tratar os outros da
mesma maneira como Deus nos trata. Quando olha para nós, Deus vê nossas
necessidades, e não as nossas culpas.
Muitos
de nós podemos abrigar rancores e tratar as pessoas como se não merecessem ser
perdoadas por nós ou por Deus. Podemos até, não merecer ser perdoados, mas
precisamos do perdão. E mais ainda, precisamos perdoar. Não podemos ser salvos
a menos que o façamos.
Escolha a ocasião apropriada para
conversar com a pessoa. O objetivo não é esfregar os erros na cara do outro.
Discussões exageradas devem ser evitadas, lamente o fato, manifeste tristeza
pelo acontecido, fale de sua disposição de perdoar. Para que não pairem dúvidas
sobre suas intenções, coloque-se na posição de alguém, como quem, que também
necessita de perdão.
Perdoar
não é rastejar. Não é humilhar-se diante de outrem. É uma atitude
conciliatória, sem a qual, é impossível manifestar o verdadeiro espírito
cristão. “Se errar é humano,
perdoar é divino, negar perdão é diabólico”.
5ª) - Confie.
Diga
a quem lhe ofendeu que, apesar do ocorrido, você está disposto a colaborar para
consertar o que foi quebrado. Uma das grandes falhas de nosso sistema punitivo
é quase sempre, destruir a dignidade do errante. É levar até as últimas conseqüências
o “olho por olho, dente por dente, mão
por mão, pé por pé...” Êxodo 21:24; Levítico 24:20; Deuteronômio 19:21.
Errou, tem que pagar, mas até quando ficará pagando? Pense num ex-presidiário
tentando se reintegrar na sociedade.
O nosso senso de justiça nos sega a
ponto de não percebermos que assim agindo, agimos igual ou até pior que aquela
pessoa que nos ofendeu.
Deixar
clara a disposição para confiar e dar um novo crédito pode ser o primeiro passo
para reconstruir uma amizade e quem sabe, até salvar uma vida da marginalidade.
Seja um construtor de pontes, jamais de muros!
Conclusão
Entretanto
alguém poderá dizer: “mas eu já tentei,
já fiz tudo isso e não adiantou, não deu certo”. O que fazer então?
Continue tentando. Não desanime. Não desista. Faça sua parte. Infelizmente
vivemos num mundo onde o “eu primeiro”
é o deus.
Como
filhos e filhas de Deus devemos estar sempre atentos aos conselhos deixados
pelo nosso amado mestre Jesus, foi Ele quem disse: “Bem aventurados os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus”. Mat. 5:9.
Creia nisso, foi Jesus quem disse.
Seguir esta orientação pode ser o primeiro passo na reconstrução de uma amizade
ou de uma família.
Sejamos
pacificadores! É meu desejo e a minha
oração. Amém!!!
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