Introdução.
Precisamos ser mais objetivos no
cumprimento de nossa missão. Em todas as esferas das atividades humanas, há
pessoas que não fazem outra coisa senão complicar as coisas. Esse comportamento
confuso, difícil e enredado impede que iniciativas importantes cheguem a bom
termo.
Até a igreja sofre as conseqüências
desse mal. Embora ela seja “o instrumento apontado por Deus para a salvação dos
homens” (Ellen G. White, AA, pág. 9), nem sempre avança no ritmo de urgência
exigido pelos tempos solenes em que vivemos.
Ora é a operação tartaruga, ora é a
institucionalização excessiva. Por um lado acomodação; por outro, interesse
próprio e autossuficiência.
A missão da igreja é servir e “levar
o evangelho ao mundo”. Portanto, deve ser descartado tudo o que dificulte a
realização desse propósito solene.
Há procedimentos e atitudes que
precisam ser jogados pelas janelas de escritórios e igrejas. Daremos alguns
exemplos para que você não pense que também estamos complicando as coisas.
Lentidão.
Alguns obreiros se parecem com
certos funcionários públicos. “Não deve haver frouxidão no trabalho, nem ação
vagarosa e tardia, pois isso poria em risco nossa própria alma e a dos
outros" (Ellen G. White, Evangelismo, pág. 647). “Os interesses do reino
de Cristo pedem diligência e fidelidade em grau tanto maior quanto as coisas
espirituais e eternas são de maior importância do que as coisas temporais”
(Ibidem).
Burocracia.
Devido ao crescimento da igreja, há
necessidade de regulamentos, normas e regras, pois “a ordem é a primeira lei do
Céu”. Contudo, os que se empenham nessas atividades não devem cumprir
formalmente suas obrigações. Cumpre-lhes trabalhar e agir com espírito de
oração, sem negligenciar o testemunho. “Se desejarmos executar a obra de acordo
com a vontade de Deus, ela deve ser feita de maneira expedita, mas não sem
reflexão e cuidado” (Ibidem, pág. 650).
Desvio
do foco.
Há pessoas que trabalham
exaustivamente, mas isso não quer dizer que sejam diligentes. “Há jovens,
homens e mulheres, que não possuem método no trabalho. Embora estejam sempre
ocupados, não podem apresentar senão pequenos resultados” (Ibidem, pág. 649).
Extravagância.
A obra de Deus não deve gastar tempo
e dinheiro com projetos mirabolantes. Complexidade não se harmoniza com a
missão da igreja.
Os dízimos e as ofertas destinam-se
a um fim sagrado. Portanto, os que manuseiam e aplicam esses recursos devem ter
mãos santas e diligentes. Todo o desvio ou extravagância atravanca a pregação
do evangelho. “Não se deve fazer ostentação. O dinheiro de Deus deve ser usado
para levar avante, segundo o Seu modo, a obra que Ele declarou deve ser feita
no mundo” (Ibidem, pág. 85).
Tertúlias
acadêmicas.
Estudar é bom e necessário. Mas,
com a expansão de nossas universidades, nem sempre toda a aquisição de
conhecimento está afinada com a missão da igreja. Mesmo na área teológica, deve
haver muito cuidado. A maioria das teses de mestrado e doutorado mofa nas
prateleiras de nossos colégios e universidades. “Muitos estudantes
sobrecarregam por tanto tempo a mente em aprender aquilo que sua razão lhes diz
não será jamais utilizado, que as faculdades mentais se enfraquecem e ficam
incapazes de um esforço vigoroso e persistente para compreender o que é de
vital importância” (Ellen G. White, CPPE, pág. 392).
É tempo de alguns de nossos intelectuais
descerem do areópago de exercícios acadêmicos para ajudar a igreja a cumprir
sua missão.
Espectadores.
Há muita gente nas arquibancadas da
igreja. Perto de algumas instituições, medram aglomerações desnecessárias. Há
pessoas que devem e precisam estar ali, pois cumprem uma missão importante,
quer administrando e ensinando, quer apoiando os filhos numa fase especial da
vida. Mas, se houvesse uma “dispersão” sob a guia do Espírito Santo, a igreja
avançaria muito mais.
Conclusão.
Os líderes religiosos do tempo de
Jesus eram especialistas em complicar as coisas. O que fez o Mestre?
Simplificou tudo ao dizer: “Vinde a Mim” e depois “Ide por todo o mundo” (Mt
11; 28; Mc 16:15). Isso é tudo.
Deus nos ajude a construir o barco e
fazê-lo navegar!
Autor: Rubens Lessa é
editor da Revista Adventista –
Fonte: Revista Adventista I
Edição Junho 2008, pág. 2.
Comentários
Postar um comentário