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O SÁBADO NO SINAI


Êxodo 20:8-11


            Introdução
            Os preceitos do Decálogo são adaptados a toda humanidade, e foram dados para a instrução e governo de todos. Dez preceitos breves, compreensivos e dotados de autoridade, abrangem os deveres do homem para com Deus e seus semelhantes” (Patriarcas e Profetas, pág. 305).

            Lembrando a instituição do sábado
            Considerai que o Senhor vos deus o sábado; por isso, Ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias” (Êxodo 16:29).
            A instituição do sábado é proclamada basicamente em Gênesis 2, com o episódio do repouso divino. No caminho do deserto há alguns que resistem a guardar o sábado adequadamente, então o Senhor os exorta: “Até quando recusareis guardar os Meus mandamentos e as Minhas leis?” ( Êxodo 16:28).
            Provavelmente Êxodo 16:30, onde é dito que “descansou o povo no sétimo dia”, seja uma alusão a Gênesis 2:2, onde se encontra o relato de que Deus descansou no sétimo dia.
            O fato de Deus prover um dia especial para o povo expressa Sua preocupação pelo bem-estar de Seu povo e, de maneira particular, em prover uma oportunidade para Seu crescimento espiritual.

            Provisões para a observância do sábado
            Um dos grandes ensinos de Êxodo 16 é a que tanto a dádiva do maná como o dia de sábado são vistos como manifestações da providência de Deus para suprir as necessidades de Seus filhos.
            Em sua peregrinação pelo deserto os israelitas foram testemunhas de um tríplice milagre que serviu para impressionar sua mente com a santidade do sábado: a cada sexta-feira caía em dobro a quantidade de maná, porém, no sétimo dia não caía nada; e a porção reservada par ao sábado continuava saudável.
            O crente deve seguir o conselho divino com respeito à observância do sábado. O texto revela que o povo descansou no sétimo dia (Êxodo 16:30). Devemos estar conscientes de que também temos um encontro com Deus. Portanto, devemos deixar de lado os afazeres comuns da vida para ter plena comunhão com Ele. Isso é explicitamente declarado em Êxodo 20:10: “Não farás nenhum trabalho”.
            Devemos estar conscientes da santidade do dia de sábado e como tal observá-lo com devoção. “Devemos observar cuidadosamente os limites do sábado. Lembrai-vos de que cada minuto é tempo sagrado” (Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 22).
            Em caso algum devemos permitir que nossas ocupações usurpem o tempo santo [...] Muitos descuidadamente deixam até o princípio do sábado pequenas coisas que  poderiam ter sido feitas no dia da preparação. Isto não deve ser assim” (Patriarcas e Profetas, pág. 296).
            Antes do pôr do sol, todos os membros da família devem reunir-se para estudar a Palavra de Deus, cantar e orar” (Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 230). 

            O sábado na Lei escrita
            A entrega dos Dez Mandamentos é antecedida pela apresentação do doador da Lei: “Eu sou o Senhor, teu Deus” (Êxodo 20:2). Desse modo Deus se aproxima de Seus filhos mais uma vez.   
            Deus recorda que é Ele quem concedeu a eles vida nova. “Te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (v. 2).  Obedecer a Lei de Deus, incluindo a observância do sábado, proclama nossa dependência de Deus e libertação de outros poderes.
            Em Êxodo 20:8, ao referir-se com as expressões: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”, o autor deixa claro que não se trata do estabelecimento de uma nova instituição. Com as expressões “lembra-te” e “santificar”, fica evidente que o sábado é como um memorial para o povo de Deus a respeito daquilo que Deus tem feito para manter uma comunidade santa.
            A ênfase aqui está na necessidade do descanso sabático, tanto para seres humanos como para animais. No sábado, as relações hierárquicas também cessam e todas as pessoas compartilham de forma igual da liberdade oferecida por Deus. 
            O sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus” (v. 10). Isto é, Deus não apenas designa o sábado como um dia de repouso para a humanidade, mas também coloca nele Seu selo de autoridade e o sanciona como Seu dia, tornando-o uma das características de Seu povo.
            Ao ensinar “Não farás nenhum trabalho” (v.10) não implica que o sábado tem que ser um dia de inatividade, mas que é bem diferente dos demais. É um dia de serviço a Deus, em que se pode adorá-Lo e recordar Seus atos redentores. Desse modo somos reconhecidos como Seu povo.
            O sábado, a partir da perspectiva de Êxodo 20 e do texto paralelo de Deuteronômio 5, combina o culto a Deus, considerando-O Criador e Redentor.
            A motivação sabática de Êxodo 20 tem um caráter cristocêntrico: Deus é apresentado como Criador e Mantenedor do mundo. “Fez o Senhor os céus e a Terra, o mar e tudo os que neles há” (Êxodo 20:11). Como sábado está ancorado na obra criadora de Deus dos céus e da Terra, o mandamento de guardar o sábado toma um caráter universal.
            Por sua vez, a motivação de Deuteronômio 5 está relacionada com a salvação do ser humano. O sábado leva o selo de Deus como libertador. “Te lembrarás  que foste servo [...] e que o Senhor , teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido” (5:15). Isso pode implicar também no companheirismo entre os seres humanos ao celebrar o dia de repouso em ambiente de liberdade e confraternização.

            Conclusão
            O sábado foi estabelecido por Deus para ser observado pela humanidade. Junto ao Sinai, Ele providenciou meios para que o povo, ao atravessar o deserto, aprendesse de forma prática sobre o significado do sábado.
            Ao guardar o sétimo dia da semana, reconhecemos a Deus como nosso Criador e Mantenedor. A observância do sábado também nos lembra de Sua obra redentora em nosso favor.



Autor: Segundo Teófilo Correa é diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Peruana Unión.
Fonte: Revista do Ancião, edição Janeiro-Março/ 2010, pág. 14.
Nota: O presente esboço de sermão, juntamente com outros cinco é parte integrante de uma série publicada na Revista do Ancião, CPB, edição Janeiro-Março 2010 e fazem parte da temática “Um Dia de Esperança” (o Sábado). Foram preparados por professores de instituições adventistas de teologia na América do Sul e selecionados pela Divisão Sul-Americana para serem inicialmente pregados nas congregações adventistas durante o primeiro semestre de 2010, acrescidos de negritos e itálicos.

           


           

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