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O SÁBADO NA CRIAÇÃO



            Introdução
            O sábado ocupa lugar central em nossa adoração. Sendo o memorial da Criação, o sábado revela que Deus é o Criador e nós somos Suas criaturas.
            O sábado teve sua origem num mundo sem pecado; é um dom especial de Deus que habilita a raça humana a experimentar aqui na Terra a realidade do Céu. De acordo com Gênesis 2:3, para marcar a importância do sábado, Deus realizou três ações nesse dia: descansou, abençoou e santificou.

            A origem do sábado
            Deus descansou no sábado. O verbo descansar (shabat) significa cessar os labores ou atividades. Assim o descanso de Deus não foi resultado de exaustão ou fadiga, mas interrupção de suas atividades anteriores. Deus descansou porque era Sua intenção que o homem descansasse; o Criador deixou um exemplo que deveria ser observado pelos seres humanos.
            Deus abençoou o sábado. “A bênção sobre o sábado implicava que ele fora reservado como objeto especial do favor divino e um dia que deveria trazer bênçãos às Suas criaturas” (SDABC, vol. 1, pág. 220).
            Deus santificou o sábado. Santificar significa tornar algo sagrado ou santo, separado e destinado ao uso sagrado. O sábado foi separado para enriquecer o relacionamento do homem com Deus. Deus abençoou e santificou o sétimo dia pelo fato de haver nesse dia cessado todas as Suas obras. Ele abençoou e o santificou para a humanidade, não para Si próprio. É Sua presença que traz bênção e santificação ao sábado. Sobre nenhum outro dia Deus fez tais declarações.

            O propósito do sábado
            O sábado faz com que nos detenhamos a refletir no fato de que Deus é o Criador de todas as coisas, a Suprema fonte de tudo o que temos e somos.
            O sábado é um tempo separado para exercermos de maneira especial nossa condição de filhos de Deus.
           O sábado nos lembra da redenção (Êx 20:2; Dt 5:12-15). Cristo ao realizar curas no sábado, enfatizava o caráter redentor desse dia.
            Sinal de lealdade a Deus (Ez 20:12). O sábado tornar-se deveras importante nos últimos dias da história terrestre. Quando filosofias materialistas e ateístas negam que Deus é o Criador de todas as coisas, o sábado nos lembra de que Deus é o Criador (Ap 14:6-7).
            No coração dos Dez Mandamentos se encontram as palavras: “Lembra-te do dia de sábado” como prova de confiança, amor e submissão ao Criador.

            A observância do sábado
            Como guardar o sábado? O que fazer e o que não fazer no sábado?
            A Bíblia nos mostra a maneira correta de guardar o sábado mediante princípios e orientações para aplicarmos e obedecermos em cada dimensão da vida. Há três pontos importantes relacionados com Êxodo 20:8-11 que devem determinar nossa atitude quanto à observância do sábado.
            O “lembra-te” envolve toda nossa família, empregados, animais de carga, hóspedes e até nossos sócios (Evangelismo, pág. 245).
            O “lembra-te” sugere que, de sete em sete dias, temos um compromisso de suma importância com o Criador, o Rei do Universo, quando lhe rendemos adoração e louvor.
            O “lembra-te” significa que, no início da semana, devemos planejar os compromissos e atividades da semana para que, ao chegar o pôr do sol da sexta-feira, todos estejam preparados para a entrada do sábado.
            O sábado deve ser lembrado cada dia as semana; isso envolve toda a família.
            O profeta Isaías nos ensina que a observância do sábado é mais do que não trabalhar, pois tem a ver com nossas palavras, pensamentos e atitudes (Is 58:13-14).
            Por isso devemos evitar viagens desnecessárias, e atividades físicas como jogar bola e nadar (Mensagens Escolhidas, vol. 3, págs. 258,265).
            Devemos por de lado nossas atividades seculares. Como pode um adventista do sétimo dia frequentar a escola nesse dia, ou preparar as lições, ou fazer exames, ou visitar exposições e assistir jogos? Como pode ele escutar programas de rádio ou novelas, ou ir a reuniões sociais ou piqueniques, ou habitualmente negligenciar a assistência aos cultos divinos? Como pode ler revistas seculares, fazer trabalhos domésticos, comprar, gastar tempo desnecessário em descanso físico, passear para satisfazer motivos egoístas? Ou fazer qualquer uma das coisas proibidas por Deus e pela consciência iluminada de um cristão?
            Devemos guardar o sábado com nossas palavras. “O quarto mandamento é transgredido mediante o conversar sobre coisas mundanas, ou leves e frívolas” (Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 290).
            O Salvador, em Seu ministério, valorizou o sábado nos dando o exemplo. Cristo não anulou o sábado, ao contrário, proclamou-Se Senhor do sábado (Mc 2:28) e mostrou o verdadeiro propósito do sábado, quando disse: “O sábado foi estabelecido por causa do homem” (versículo 27).

            Conclusão
            Queridos irmãos, o sábado é muito mais que um dia.
            É um sinal de nossa lealdade a Deus. Através da observância do sétimo dia da semana, confessamos nossa fé no Deus Criador e rendemos a Ele nossa adoração e lealdade.
        Nenhum relacionamento prospera a menos que dediquemos tempo a ele. Precisamos dedicar tempo ao lado das pessoas a quem amamos. O sábado é o tempo especial para fortalecermos nosso relacionamento com a família e com nosso Criador. O sétimo dia é um tempo especial para demonstrarmos nosso amor e lealdade especialmente para com Deus.
           Finalizando nossas reflexões, nos lembramos das palavras de Jesus em João 13:17: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes”.






Autor: Elias Brasil de Souza, diretor do SALT- IAENE
Fonte: Revista do Ancião, edição janeiro-março/2010, página 13.
Nota: O presente esboço de sermão, juntamente com outros cinco é parte integrante de uma série publicada na Revista do Ancião, CPB, edição Janeiro-Março 2010 e fazem parte da temática “Um Dia de Esperança” (o Sábado). Foram preparados por professores de instituições adventistas de teologia na América do Sul e selecionados pela Divisão Sul-Americana para serem inicialmente pregados nas congregações adventistas durante o primeiro semestre de 2010, acrescidos de negritos e itálicos.

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