Atos 16:13-15
Introdução
Uma mulher empresária e sua família
recebem grandes bênçãos no dia de sábado.
O texto revela o ambiente, as ações
e os resultados na família de Lídia por causa da pregação do evangelho naquele
sábado.
Vamos analisar três aspectos
relacionados com o sábado e seu impacto na família contemporânea baseados na
experiência de Lídia, a vendedora de púrpura.
Tempo e lugar adequado para adoração
Lucas menciona que haviam se
reunido na beira do rio onde “pareceu
haver um lugar de oração”. Isso indica que era habitual para esse grupo de
crentes reunir-ser ali aos sábados.
É provável que esse grupo de fiéis
não tinha um lugar específico (templo, sinagoga, etc.) para se reunir, mas
haviam escolhido um ambiente em que pudessem contemplar as obras de Deus e
recrear junto à natureza.
Lídia, sendo uma mulher dedicada aos
negócios, com segurança esperava ansiosa o momento em que pudesse afastar-se
das preocupações do cotidiano e, junto com a família, desfrutar de tempo
exclusivo para seu encontro com o Criador.
No plano original de Deus, tanto o
lugar como o tempo se conjugavam para produzir um ambiente único e inesquecível
para que Seus filhos pudessem deleitar-se com o Criador e Suas obras
admiráveis.
Com certeza, Lídia enfrentava os
mesmos desafios que os pais modernos enfrentam: muitas exigências do trabalho
diário e pouco tempo durante a semana para dar atenção ao cônjuge e aos filhos.
Por isso, Ellen G. White afirma que
“boa parte desse tempo [do sábado] deverão os pais passar com os filhos”
(Testemunhos Seletos, volume 3, pág. 24) e “felizes
são o pai e a mãe que podem ensinar a
seus filhos a Palavra escrita de Deus com
ilustrações tiradas das páginas abertas do livro da natureza; que podem
com eles reunir-se sob as verdes árvores, no ar livre fresco e puro, para
estudar a Palavra e cantar os louvores do Pai celestial” (Educação, página
251).
Função e santidade do sábado
O sábado foi instituído por Deus
com propósito definido: a comunhão com Suas criaturas. Nesse dia especial, o
ato de cessar o trabalho está relacionado com a bênção divina proveniente da
santidade intrínseca dada por Deus a esse único dia.
O texto nos fala que Lídia, juntamente
com sua família, adorava a Deus no dia de sábado. Além do mais, estava reunida
com outras mulheres que se haviam congregado ali para escutar atentamente a
Palavra de Deus.
Há três coisas relacionadas entre
si:
Paulo e sua equipe, como ministros
de Deus, estavam ali por ordem do Espírito Santo, para compartilhar as verdades
do evangelho (16:6-10).
Lídia, sua família e as outras
irmãs costumavam reunir-se ali para adorar a Deus em Seu dia santo.
Há um princípio fundamental que
nenhuma família adventista deveria descuidar: a obrigação moral de se
congregarem juntos, no lugar de adoração, para reconhecer que formamos parte de
um corpo especial de fiéis que guardam os mandamentos de Deus neste tempo do
fim da história humana.
Nossos filhos necessitam aprender
que o sábado é tempo santo, que não nos pertence, pois é propriedade exclusiva
de Deus. Portanto, ao guardar o sábado, estamos aceitando que Deus é o primeiro
em nossa vida.
Vivemos em um tempo de relativismo
moral, em que os jovens e adolescentes andam em busca de certezas. Ao perceber
que seus pais são coerentes com aquilo que ensinam, os filhos se sentiram
seguros dos valores aprendidos em casa. Isso é especialmente válido em relação
ao sábado.
A fidelidade produz resultados
O texto menciona que Lídia e sua
família foram batizados naquele sábado. Ainda não conhecemos detalhes de como a
família de Lídia, era composta. O certo é que Lídia e sua família receberam a
bênção do novo nascimento.
É importante notar que a família de
Lídia compartilhava sua fé. Esse feito não é isolado. Várias conversões
familiares são registrados no Novo Testamento (João 4:46-53; Atos 10:2,24,
44-48), e no mesmo capítulo é relatada a impactante conversão do carcereiro de
Filipos com toda sua família (v. 23,34).
Sem dúvida, hoje, vinte séculos
depois, várias circunstâncias têm mudado para as famílias. Encontramos famílias
desagregadas; membros que não compartilham a mesma fé e, em alguns casos, são
deliberadamente hostis para com a religião.
Como alcançar unidade familiar em
tempo de crise dentro das famílias? Como compartilhar o amor de Cristo?
Que fazer quando alguém na família se
torna hostil também para com a religião do lar?
É de vital importância prestar
atenção aos padrões de relacionamento dentro da família. Nesse sentido, Lídia é
um grande exemplo; ela exibia traços de caráter que contribuíam para o
companheirismo cristão no interior de seu lar.
Era uma mulher fiel. Como
demonstração da fé que professava, mantinha seu habitual compromisso semanal
com o Criador.
Era generosa e hospitaleira. Abriu
as portas de sua casa para receber os enviados de Deus. Sua casa se converteu
em lugar de refúgio para os crentes de sua cidade (v. 40).
Por essas razões, estamos seguros
de que o que ocorreu com a família do carcereiro de Filipos, também sucedeu com
a família de Lídia: “manifestava grande
alegria, por terem crido em Deus” (v.34).
Conclusão
As famílias que aproveitam a
inigualável oportunidade de realizar juntos diferentes atividades espirituais
aos sábados e separam tempo para desfrutar de uma caminhada ao ar livre,
conversar com os filhos e lhes mostrar as maravilhas da criação, têm
possibilidades de manter sólidos os laços de amor que resistirão aos múltiplos
ataques do mundo moderno.
Autor: Heber Pinheiro é
diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Adventista da Bolívia.
Fonte: Revista do Ancião,
edição Janeiro-Março/2010, página 16.
Nota: O presente esboço
de sermão, juntamente com outros cinco é parte integrante de uma série
publicada na Revista do Ancião, CPB, edição Janeiro-Março 2010 e fazem parte da
temática “Um Dia de Esperança” (o Sábado). Foram preparados por professores de
instituições adventistas de teologia na América do Sul e selecionados pela
Divisão Sul-Americana para serem inicialmente pregados nas congregações
adventistas durante o primeiro semestre de 2010, acrescidos de negritos e
itálicos.
Comentários
Postar um comentário