Pular para o conteúdo principal

O VENENO DA INÉRCIA EM NOSSAS VIDAS


                    

 
           "Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: SENHOR, Senhor, abre-nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço". (Mateus 25:6-12).

           Creio que quando as pessoas estão imersas num cenário que se move pela inércia, elas passam a ser componentes ativos e passivos dele. Passivos porque sofrem as suas consequências. Ativos porque, por incrível que pareça, alimentam minuto a minuto as caldeiras mornas que mantêm suas vidinhas seguindo "assim, assim", como quem não quer nada – e não quer mesmo. Raramente algumas dessas pessoas ousam levantar os olhos para além do chão onde pisam, talvez por medo que a intensa luz das mudanças as ofusque.

           Quanto mais tempo se passa mergulhado na inércia, maior é a tendência de se acreditar que tudo permanecerá como está, que o azeite durará para sempre em nossas lâmpadas, porque afinal de contas "sempre foi assim". Mesmo que se anuncie com todas as letras que a mudança ocorrerá, um levará o outro a permanecer naquela sonolenta e virtualmente eterna inércia.

           Essa estabilidade perniciosa chega a um ponto em que todos passam a acreditar que nada ou ninguém será capaz de mudar aquele estado de coisas. Passam a agir em função da imutabilidade das pessoas, dos relacionamentos, dos processos, ignorando que lá fora o mundo gira e tudo se transforma. Ignoram mesmo que a mudança pode vir do lado de fora daquela redoma onde as pessoas se enfurnaram - e é geralmente de fora mesmo que a mudança vem e pega a todos de surpresa. É nessa hora que percebem que o azeite em suas lâmpadas está no fim e a escuridão é iminente.

           A essa surpresa alguns chamam "fatalidade", outros "destino", mas é tudo consequência natural da inércia que se alojou nos corações e mentes das pessoas. Se a humanidade dependesse dessas pessoas, ainda estaríamos tratando infecções com ferro em brasa e azeite fervente, em vez de antibióticos.

           Quebrar a continuidade desse estado pode requerer um choque cultural que nem todos estão dispostos a suportar. É algo como se a pessoa tivesse os pés amarrados aos trilhos por onde passará o trem e, em vez de tentar de desamarrar e se libertar, ela opta por fechar os olhos - se ela não vê o trem, logo ele não existe. O noivo se demora, então dormem. No entanto, o noivo chegará, o trem passará, com ou sem a pessoa amarrada aos trilhos, a despeito daquilo que se passa na mente de quem optou por fechar os olhos. No entanto, quem se preparou, quem se proveu de azeite suficiente para manter sua lâmpada acesa até a chegada do noivo, quem se dispõe a desamarrar as cordas que o prendem aos trilhos, não só terá sobrevida, mas poderá entrar na tenda nupcial, embarcar no trem e seguir viagem.

           A inércia nos leva a crer que somos todos tão imprescindíveis! Recentemente, a direção de uma importante empresa percebeu que teria que passar em breve por uma mudança cultural muito ampla e por isso decidiu preparar seus empregados para a tal mudança. Para tanto, organizou encontros semanais com profissionais especializados em gestão de mudanças e aconselhamento pessoal. Qual não foi a surpresa da diretoria ao ser notificada que a maioria dos empregados convocados simplesmente não comparecia aos encontros semanais, geralmente com o seguinte argumento: "Estou ocupado demais com minhas tarefas para perder uma manhã por semana ouvindo conselhos". Isso soa algo como "Deixe-me aqui, confortavelmente amarrado aos trilhos"!

           Será que essas pessoas teriam ouvidos para ouvir o testemunho de quem um dia já se considerou imprescindível a uma empresa e ao mundo, até que de repente se viu jogado numa cama de hospital por dois anos e meio - quarenta e dois meses inteiros! - sem poder realizar nada daquilo que julgava imprescindível para a empresa e para o mundo? Que dura lição, ver as demais pessoas saindo todos os dias para os seus empregos pela manhã e voltando à noite, enquanto se está preso a uma cama, experimentando pela janela do quarto o sentido mais material de inércia e impotência que um ser humano pode experimentar!

           Não, ninguém é tão imprescindível a ponto de não poder separar um tempo e se preparar para continuar colaborando para a caminhada da empresa e da humanidade, enquanto tempo houver. Lembremo-nos: a lâmpada ilumina enquanto nela há azeite para queimar. Tratemos, pois, de nos provermos do azeite necessário para iluminar toda a jornada e não apenas parte dela.

           Àqueles que ainda não acordaram para o fato de que a mudança já começou; àqueles que optaram por fechar os olhos para o trem que apita na curva; àqueles que acham que tudo permanecerá como está: Já nada é como era!



           Conclusão.
           Ainda que seus olhos não alcancem a mudança que já começou, meu conselho é:
           Àquele que dorme, que se levante.
           Àquele que está de pé, que caminhe.
           Àquele que caminha, que corra.
           Àquele que corre, que voe, pois estão soprando os ventos da mudança, e é hora de içar velas e esticar cordas para atravessar esse oceano e precisamos de todos aqueles que se disponham a navegar.
           Que DEUS prossiga abençoando a sua vida e o fruto do seu trabalho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



          
Robson Lelles é executivo em Estratégias de Negócios. Pós-graduado em Marketing; graduado em Administração e Informática. Seminarista da 1ª Igreja Batista em Inhaúma, RJ. tel:(21)8858-5492 - robson.lelles@gmail.com




 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AS TRÊS FASES DO JUÍZO DE DEUS

Apocalipse 14:6-7                                      Introdução             É um prazer tê-los em nossa igreja para mais uma noite de estudos do livro de Daniel. Nossa proposta é que todos os domingos aprendamos verdades divinas reveladas na Palavra de Deus. No domingo passado estudamos sobre um tema magnífico e antes de entrarmos na aula de hoje, iremos recapitular rapidamente o nosso estudo anterior.             Relembrando             Ao relembrar o gráfico profético vemos que antes da 2ª vinda de Jesus, ocorreria o juízo de Deus, você lembra?             Jesus não vem para julgar, Ele vem para dar a recompensa. O julgamento já terá ocorrido antes dEle voltar e este julgamento é chamado de julgamento investigativo, ou juízo investigativo (Apocalipse 22:12).             É chegada a hora do seu juízo             Leiamos Apocalipse 14:6-7             Devemos destacar alguns pontos nestes versos:             1° essa seria uma mensagem pregada em todo mu

DEZ INIMIGOS DA ORAÇÃO EFICAZ

           Segundo afirma o Pr. John Maxwell, em seu livro intitulado “Parceiros de Oração” existem aproximadamente dez inimigos da oração intercessória eficaz.            I João 5:15 diz que Deus sempre nos ouve.             Isto significa que Ele vai conceder tudo o que pedimos?            “Há condições para o cumprimento das promessas de Deus e a oração nunca pode substituir o dever”. PJ, pág. 143.            Uma coisa, porém, é certa. Deus ouve e responde a todas as orações.            Há, entretanto, três maneiras de Deus responder aos nossos pedidos: sim ; não e espere um pouco .   Alguns exemplos bíblicos que confirmam tal citação:            ·   Um homem leproso pediu para Jesus cura-lo. Jesus o curou imediat. Mat. 8:1- 6;            ·   Josué e Calebe tinham o desejo de tomar posse da terra prometida imediatamente. Mas tiveram que esperar quarenta anos (14600 dias). Num. 14:8;            ·   Moisés rogara a Deus que o deixasse cruzar o Jordão imed

ONDE ESTÁ ESCRITO QUE...

           Introdução .            Existe, inclusive no meio adventista, uma coisa interessante que os estudiosos denominam de cultura corporativa. Trata-se de um conjunto de regulamentos, de regras, de preceitos, que são levados a sério, até demais, muito embora não estejam escritos em lugar nenhum.             “Não tenho nenhum desejo de perturbar a fé de ninguém. Pelo contrário, quero que essa fé seja sincera, realista e verdadeiramente bíblica. Mas os crentes, por vezes, creem em coisas que não estão na Bíblia, por causa de um método errado de interpretação ou de uma esperança infantil de que Deus assumirá as responsabilidades por elas” . (O Mito da Grama Mais Verde de J. Allan Petersen, 4ª Edição/ 1990, Juerp, pág. 63).             O objetivo deste estudo é levá-lo a rever seus conceitos .            Deus é avesso a mudanças?            Todos nós certamente temos a resposta na ponta da língua. Sim. Está escrito lá no livro de Malaquias 3:6. Ou então está lá n