Introdução
1-O que Deus tinha em mente
ao instituir os profetas?
2-Com que finalidade a Bíblia
foi escrita? 3-Qual o desígnio de Deus ao enviar Jesus ao nosso planeta?
4-Qual o propósito de Jesus ao vir a Terra pela primeira vez?
5-E qual o objetivo da divindade com a segunda vinda de Jesus a Terra?
Para cada uma destas pergunta existe
uma resposta bíblica (1- II Cr 20:20
up; 2- II Tm 3:16-17; 3- João 3:16; 4- Lc 19:10; 5- Jo
14:1-3). Resumindo estes versos numa única palavra encontraremos o sonho de
Deus para nossas vidas: Salvação! A
própria Palavra de Deus confirma esta verdade em versículos bastante conhecidos:
João
3:16 (já citado); 2 Pedro 3:9.
Objetivos
Muito embora o conhecimento
doutrinário não tenha o poder de salvar, ele é muito útil para o nosso
crescimento espiritual, através do fortalecimento da nossa fé. “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e
estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos
pedir a razão da esperança que há em vós.” (1 Pedro 3:15).
Desafios
2° - A doutrina da salvação
apresenta um mistério essencial: Seus
beneficiários não podem compreender plenamente como ela opera.
Ainda que não saibamos nem o dia nem a hora da volta de Jesus. Ainda
que desconheçamos os modos como opera o plano da salvação é preciso que seja aceito pela fé este presente que nos é
oferecido.
Entretanto, a doutrina sobre a qual vamos discorrer, não é a doutrina da
salvação, contudo ela faz parte dela, está inserida nela e é chamada de doutrina da expiação. Ela não é uma
teoria abstrata de salvação; ao contrário, é o poder de salvação de Deus na
vida dos seres humanos caídos, pecadores – eu e você; nós.
3º - Pedagogicamente falando
temos mais um desafio a vencer. Para efeito de estudos separamos em blocos os
temas, assuntos e eventos bíblicos; depois temos uma dificuldade tremenda em reagrupá-los
novamente. Aparentemente temos a impressão de que eles, às vezes, não se
encaixam.
Como tudo começou
Conhecemos a história. Não foi aqui. No Céu teve uma crise que acabou se
estendendo para a Terra e consequentemente, envolvendo todo Universo,
tornando-se uma crise cósmica. Esta crise causou uma ruptura da ordem
universal. Um elemento estranho, que até então não existia entrou em cena – o pecado.
Expulso do Céu, juntamente coma terça parte dos anjos, aquele que “se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus” encontrou espaço para
atuar na Terra, ocasionado a queda. O caráter de Deus, Sua soberania, Seu
governo, Sua lei foram colocados em xeque.
Como já afirmamos, existem muitos mistérios a respeito de Deus, coisas
sobre Ele, sobre Sua natureza, Sua santidade e Seu poder que não podemos entender. Mas existe um aspecto sobre Deus que podemos começar a entender; isto é, Seu
amor. Um amor manifesto por nós por meio da obra redentora de Seu Filho, uma
obra que nos toca em nível individual e pessoal, uma obra que é a expressão
abundante da própria natureza e existência de Deus.
Havia um plano
Tão logo o pecado se estabeleceu entre nós, Deus colocou em prática um
plano. E que plano! Algo planejado, muito bem elaborado. Inexplicavelmente exequível.
O plano nada mais é que a Doutrina da
Expiação, cuja ênfase encontra-se no sacrifício de Cristo como o exclusivo
meio expiatório pelo qual a barreira entre nós e Deus – que é o pecado é removida,
deixando-nos reconciliados com Ele (Atos 4:12).
O que é expiação, então?
É a remoção de qualquer barreira que impeça que tenhamos comunhão plena
com Deus (logicamente respeitando as limitações atualmente impostas pelo
pecado).
Expiação e a iniciativa divina
Novamente entra em ação o mistério do amor de Deus. Deus previu a queda,
e por conta disso, um plano foi traçado para resolver o problema chamado pecado,
muito antes que ele surgisse.
Deus nos dotou de liberdade moral, algo não encontrado em nenhuma das
outras criaturas aqui na Terra. Liberdade para fazer o que bem entendessem,
até de virar as costas para Deus. Afinal, se o homem não tivesse a opção de
desobedecer, realmente não seria livre.
Agindo dessa forma Deus arrumou para si, por assim dizer uns
problemas. Mas, desde quando o Deus do impossível tem problemas?
Como já foi dito fomos agraciados com liberdade moral, somos livres. Ele
nos dotou do livre arbítrio e por esta razão respeita nossas decisões.
Somos seres de “dura cerviz”,
ou seja, obstinados, teimosos, cabeçudos.
Ainda que queiramos, ainda que saibamos, ainda que estejamos dispostos, temos
dificuldade em fazer a vontade de Deus em nossas vidas. Em outras palavras, nós limitamos a ação de
Deus em nossas vidas.
Felizmente o arsenal pedagógico de Deus, tal qual Ele, é ilimitado.
Parábolas, parábolas vivas, histórias, figuras de linguagem, acontecimentos
extraídos do cotidiano das pessoas são amplamente utilizados para o ensino.
É através de coisas materiais,
palpáveis que Deus procura nos levar a entender as verdades espirituais. Só não
confundamos verdades espirituais com coisas abstratas!
Enfatizando, a doutrina da expiação, por exemplo, não é uma teoria
abstrata de salvação; ao contrário, é o poder de salvação de Deus na vida dos
seres humanos caídos, pecadores. A doutrina da expiação como afirma o título
da mensagem, encontra-se fundamentada no amor de Deus. E mais, ela não é exceção é
regra: toda crença fundamental da igreja está fundamentada na Palavra de Deus.
Não se toma por crença fundamental uma verdade ainda não totalmente
esclarecida.
Você poderá indagar: mas onde é que está escrito sobre expiação?
Como já foi dito, trata-se de uma doutrina bíblica; obviamente que está
na Bíblia: Gn 3:15; 22:1-18; Êx 32; 34:6-10; Dn 9. Particularmente aprecio Amós 3:7; Zacarias 3:3 e Apocalipse
12:10.
Curiosidade bíblica. Você sabia que o primeiro missionário na história
cósmica não foi uma criatura, mas o próprio Criador? Tão logo o pecado mostrou suas garras, o Senhor
anunciou imediatamente as boas novas para os seres caídos – Gênesis 3:15.
Ao longo da história do povo de
Deus no AT o Senhor criou instituições e leis diretamente relacionadas ao Seu
plano de salvação e que ilustram Sua atuação. Ex.: o sistema sacrifical, o
sacerdócio, e até mesmo o rei.
Particularmente no serviço do santuário estava prefigurada a obra de expiação de Cristo num dia
denominado Dia da Expiação.
Neste dia que ocorria uma vez por ano, o santuário israelita era
purificado do pecado e das impurezas de Israel, transferidos para lá pelos
sacrifícios diários. A cerimônia anual representava simbolicamente o tempo
em que Deus, de Seu lugar de habitação celestial, poria fim ao problema do
pecado e reestabeleceria todo Universo à sua harmonia original.
Expiação e encarnação
A Bíblia também está cheia de mistérios – e o maior deles é a obra de
Deus para nossa salvação.
Deus se fez homem! Como aconteceu este evento surpreendente?
Resposta: Só a Divindade conhece! Uma coisa porém nós conhecemos: Sem a
encarnação, não haveria perdão dos pecados nem reconciliação com Deus.
A encarnação do filho de Deus foi um elemento indispensável no plano de
Deus para a salvação da humanidade.
Na encarnação Deus se tornou humano, e a plenitude de Deus passou a
habitar na humanidade. Foi isso que o apóstolo Paulo afirmou: “Pois em Cristo habita corporalmente toda a
plenitude da divindade” (Colossenses 2:9).
Para o propósito da encarnação, era indispensável ter Deus em carne
humana. Por quê? Porque somente Deus poderia salvar-nos.
A realidade da união do humano com o divino em Cristo é indispensável
para a expiação. Por quê? Porque, depois da queda, Adão e Eva e todos os seus
descendentes foram separados de Deus, separação esta que ameaçou sua existência
– “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o
vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos
ouça” (Isaías 59:2).
Sendo impossível para os seres humanos por si mesmos se reunirem com
Deus, o Senhor tomou a iniciativa e Se reuniu com a humanidade, e isso ele fez
com a encarnação, quando Deus Se tornou humano. A parábola da ovelha
perdida.
Cristo Se tornou o “lugar” em que o divino cruzou o humano em uma
reunificação permanente. Na encarnação, “Divindade
e humanidade foram combinadas misteriosamente, e homem e Deus se tornaram um”
(Ellen G. White, Signs of the Times, 30 de Julho de 1896). Essa unidade foi
mais profunda que a unidade que havia originalmente entre Deus e os seres
humanos. Por Cristo, todo ser humano que O desejasse poderia ser levado à
completa harmonia com Deus.
Metáforas da salvação
Diferentemente do AT onde o Senhor criou instituições e leis diretamente
relacionadas ao Seu plano de salvação e que ilustram Sua atuação; no NT usou
aquilo que os teólogos chamam de “metáforas da salvação”. Imagens-chaves
utilizadas para expressar o dom maravilhoso que recebemos pela morte de Jesus
na cruz.
1ª) - Redenção – É a libertação de uma dívida ou da escravidão
pelo pagamento de um resgate (Marcos 10:45; Gálatas 3:13; Efésios 1:7; I Pe
1:18-19).
4ª) – Sacrifício expiatório – É por causa de sua morte na cruz como a vítima sacrifical, única e sem igual, que Deus pode justificar aqueles que creem (Rm 5:9). Ao condenar o pecado em Cristo, Deus demonstrou que é juto quando justifica aqueles que nEle creem (Romanos 3:25-26). Em outras palavras. Toda a vida e morte de Jesus Cristo foram uma demonstração magnífica do caráter de Deus, a revelação mais sublime de amor.
Benefícios da expiação
O plano da salvação ainda está em andamento. A obra sacerdotal de Cristo
no santuário celestial faz parte de Sua obra de salvação em nosso favor.
A finalidade da cruz não é ameaçada pela obra indispensável de
intercessão de Cristo por nós no templo celestial. Ainda estamos vivendo dentro
da história da salvação, entre ascensão e Sua volta.
O tempo entre esses dois eventos é preenchido por Sua intercessão e o
cumprimento da missão da igreja. A culpa e pecado continuam a ser parte da experiência
humana à vista de Deus. Isso torna o papel de nosso Mediador diante do Pai um
elemento indispensável no plano de salvação.
Também é eficaz para o perdão dos pecados cometidos pelos crentes depois
da conversão, porque mesmo depois da conversão, o pecado pode nos atacar.
Nesses casos, João diz que temos um advogado que pode nos representar diante de
Deus, e por quem podemos ser perdoados (I João 2:1-2).
Conclusão
Diante de tanta grandiosidade,
de bondade, de graça, perdão, misericórdia, de amor demonstrados pela Divindade
em nosso favor, só nos resta repetir a pergunta feita inúmeras vezes na Palavra
de Deus: “Que devo fazer?”
Se você ainda não foi batizado;
aceite hoje, a Jesus Cristo como Senhor e Salvador! “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o
fará” (Salmos 37:5). “Confia ao
Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos” (Pv 16:3).
Se já o fez, aproveite a oportunidade para renovar seus votos de entrega
e consagração e o convido a crer na promessa divina que afirma: “Estou convencido de que Aquele que começou boa obra em
vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6).
É o meu desejo e a minha oração. Amém!!!
©
Nelson Teixeira Santos
Bibliografia:
LES 3° Trimestre 2008 – A Doutrina da
ExpiaçãoNisto Cremos – 3ª edição 1975.
O processo de reconciliação tem sido associado com o termo expiação. “Em inglês, o termo correspondente, ‘atonement’, originalmente significava ‘at-one-ment’, ou seja, um estado em que as partes estavam ‘at one’, ‘de acordo’. Portanto, o termo denota a harmonia de um relacionamento, e sempre que algo estremeceu as relações, a harmonia resultará de um processo de reconciliação. Compreendido sob o ponto de vista de seu significado original, ‘expiação’ denota apropriadamente um estado de reconciliação que põe fim a um estado de estremecimento” – “Atonement”, SDA Bible Dictionary, edição revista, pág. 97. Citado em Nisto Cremos, Terceira Edição, 1995, pág. 157.
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