“Não se
ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a
maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas”? (2
Coríntios 6:14 - SBB).
Escolha
a versão que desejar, em todas elas, a Palavra de Deus é claríssima, Ela não
deixa margem para nenhuma dúvida: “Não se
ponham em jugo desigual com descrentes”. Então porque tantos jovens e até
os mais vividos enveredam por este caminho?
Poderíamos citar inúmeras alegações,
racionalizações dadas para tamanha insensatez. Entretanto, deixemos com as
Santas Escrituras a única resposta cabível: “Há
caminho que parece reto ao homem, mas no final conduz à morte” (Pv 16:25 -
SBB).
Meus amados acreditem, só existe um
problema em tentar comprometermos os mandamentos de Deus. Ele está sempre
certo. Sua vontade não é simplesmente o melhor, é o único caminho para alcançarmos
a tão almejada felicidade.
Se você está ou conhece alguém que
esteja por vivenciar esta situação, subsídios para ajudá-lo (a) a fazer a
decisão correta estão presentes no artigo abaixo, cuja leitura recomendo.
RAZÕES PARA NÃO SE CASAR COM UM NÃO CRENTE
Ao longo de nosso ministério, a
questão pastoral mais comum que eu e Tim confrontamos provavelmente é a do
casamento – atual ou futuro – entre cristãos e não cristãos. Muitas vezes penso
que seria muito simples se eu pudesse simplesmente me retirar da conversa e
convidar aqueles que já casaram com não crentes para falarem aos solteiros que
estão buscando desesperadamente alguma brecha que os permita casar com alguém
que não compartilham de sua fé.
Assim, eu poderia pular toda a
parte de citar as passagens da Bíblia que chamam os solteiros a casar “contanto
que ele pertença ao Senhor” (1 Coríntios 7.39), a não se submeterem ao “jugo
desigual com descrentes” (2 Coríntios 6.14) e as prescrições do Antigo
Testamento contra o casamento com o estrangeiro seguidor de outros deuses além
do Deus de Israel (veja que em Números 12, Moisés se casa com uma mulher de
outra raça, mas da mesma fé). Você encontra passagens assim em abundância, mas
quando alguém já permitiu ao seu coração um laço com uma pessoa de outra fé,
tenho visto que a Bíblia já foi diminuída de seu papel de regra não negociável
de fé e prática.
Ao invés disso, as variações da
pergunta da serpente para Eva – “Foi isto mesmo que Deus disse?” – surgem aos
montes, como se, por acaso, esse caso específico pudesse ser algum tipo de
exceção, levando em conta o quando eles se amam, o quando o não crente apoia e
entende a fé cristã e como eles são almas gêmeas apesar da falta de uma fé que
una as duas almas.
Já ficando velha e impaciente, às
vezes tenho vontade de simplesmente falar “não vai dar certo, a longo prazo. O
casamento já é difícil o bastante quando é entre dois crentes em perfeita
harmonia espiritual. Se poupe da dor de cabeça e parta pra outra”. Entretanto,
tal grosseria não está de acordo com o espírito pacificador de Cristo e nem é
convincente.
Mais
triste e mais sábia
Se eu pudesse apenas reunir aquelas
mulheres mais tristes e mais sábias (e homens também) que se encontraram em casamentos
desiguais (seja por sua própria tolice ou por um cônjuge que encontrou Cristo
após o casamento) com os casais otimistas e radiantes que estão convencidos de
que a sua paixão e o seu compromisso irão superar todos os obstáculos. Até o
obstáculo da desobediência descarada. Apenas dez minutos de conversa – um
minuto, se a pessoa for muito sucinta – seria necessário. Nas palavras de uma
mulher que estava casada com um homem muito bom e gentil que não compartilhava
de sua fé: “se você pensa que está sozinha antes de se casar, não é nada
comparado à quão sozinha você ficará APÓS o casamento!”.
Na verdade, talvez essa seja a
única abordagem pastoral eficaz: achar um homem ou uma mulher que esteja
disposta a conversar honestamente sobre as dificuldades de sua situação e
convidá-lo(a) para uma sessão de aconselhamento com o casal prestes a cometer
um grande erro. Um alternativa, talvez, seria algum diretor criativo que
estivesse disposto a percorre o país filmando indivíduos que estão vivendo as dores
de um casamento com um não crente, e criar um documentário de uns 40 ou 50
depoimentos curtos (menos de 5 minutos). Talvez o peso coletivo dessas curtas
histórias seja mais poderoso do que qualquer lição requentada possa ser.
Três
saídas
Por
enquanto, entretanto, não temos essa opção. Há apenas três caminhos que um
casamento desigual pode seguir (e por desigual, estou disposta a flexibilizar
ao ponto de incluir cristãos genuínos que desejam casar com um cristão nominal,
ou talvez algum cristão completamente imaturo e desprovido de crescimento e
experiência):
- Para estar em maior sintonia
com seu cônjuge, o cristão terá que empurrar Cristo para as margens de sua
vida. Isso talvez não envolva repudiar diretamente a fé, mas em assuntos
como vida devocional, hospitalidade com os crentes (reuniões de grupos
pequenos, receber pessoas necessitadas em caráter emergencial), apoio a
missões, dízimo, educação dos filhos, comunhão com outros crentes – tais
coisas deverão ser minimizadas ou evitadas para preservar a paz do lar.
- Por outro lado, se o crente
do casamento mantém uma vida cristã firme e sólida, o cônjuge não cristão
será marginalizado. Se ele/ela não entende o propósito de estudos bíblicos
e oração, viagens missionárias ou hospitalidade, então ele/ela não poderá
ou não irá participar dessas atividades junto com o cônjuge crente. A
unidade e a união profundas do casamento não florescerão quando um cônjuge
não pode participar completamente dos compromissos mais importantes da
outra pessoa.
- Então ou o casamento sofre
até o ponto de acabar, ou o casal sofre junto, vivendo em algum tipo de
trégua que envolve um ou outro abrindo mão de algumas coisas, de forma que
ambos viverão sentindo-se sozinhos e infelizes.
Isso soa como o tipo de casamento
que você quer? Um casamento que sufoca seu crescimento em Cristo ou sufoca o
crescimento como casal, ou as duas coisas? Pense na passagem já citada de 2
Coríntios 6.14 sobre o jugo desigual. Muitos de nós já não vivem em culturas
agrícolas, mas tente imaginar o que aconteceria se um fazendeiro ata-se à
carroça, digamos, um boi e um jumento. O jugo pesado de madeira, projetado para
se aproveitar das forças do conjunto, ficaria torto devido às diferenças de
peso, altura e velocidade dos dois animais. O jugo, ao invés de aproveitar as
forças do conjunto para completar a tarefa iria incomodar e machucar OS DOIS
animais, já que o peso do fardo não estaria igualmente distribuído. Um
casamento desigual não é tolice apenas para o Cristão, mas é injusto também com
o não cristão, e acabará sendo um tormento para os dois.
Nossa
experiência
Para fechar: um de nossos filhos
começou a passar algum tempo, alguns anos atrás, com uma moça não crente, vinda
de uma família de judeus. Ele nos ouviu falar sobre o sofrimento (e a
desobediência) de um casamento com um não cristão por anos, então ele sabia que
essa não seria uma opção (algo que reforçamos várias vezes de forma enfática).
De qualquer forma, a amizade deles cresceu e se transformou em algo mais. Para
dar algum crédito, nosso filho disse a ela: “eu não posso me casar com você a
não ser que você se torne cristã, e você não pode se tornar cristã só para se
casar comigo. Eu vou com você à igreja, mas se você deseja seriamente descobrir
o cristianismo, você terá que fazer por conta própria – encontrar um pequeno
grupo, ler livros e conversar com outras pessoas além de mim”.
Felizmente, ela é uma moça de muita
integridade e coragem, e começou uma busca pelo entendimento das afirmações de
exclusividade da Bíblia. Conforme ela crescia em direção à fé, para nossa
surpresa, nosso filho também começou a crescer em sua fé, para manter o mesmo
ritmo dela! Ela me disse certa vez “como você bem sabe, seu filho nunca deveria
estar saindo com uma mulher como eu!”.
Ela eventualmente veio á fé, e ele
segurou a água com a qual ela foi batizada. Na semana seguinte, ele a pediu em
casamento, e eles já estão casados há dois anos e meio, ambos crescendo, ambos
lutando, ambos se arrependendo. Nós amamos os dois e somos muito gratos por ela
pertencer à nossa família e ao corpo de Cristo.
Eu só menciono essa história
pessoal porque muitos de nossos amigos no ministério já viram resultados muito
diversos – filhos que se casam com alguém de outra fé. A lição da história para
mim é que, mesmo em lares pastorais – onde as coisas de Deus são ensinadas e
discutidas e onde os filhos têm uma grande oportunidade de acompanhar os
conselhos que seus pais dão a casais – filhos crentes brincam com
relacionamentos que se desenvolvem mais do que esperam, terminando em casamento
que não tem finais felizes. Se isso é verdade nas famílias dos líderes
cristãos, o que dirá nas famílias do rebanho?
Precisamos ouvir as vozes de homens
e mulheres que estão em casamentos desiguais e aprender, com seus sofrimentos,
porque não essa não é uma escolha não só desobediente como muito tola.
Kathy Keller serves as assistant director of communications
for Redeemer Presbyterian Church in New York City. She is co-author with her
husband, Tim, of The Meaning of Marriage: Facing the
Complexities of Commitment with the Wisdom of God.
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