“Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal” (Tiago 3:8 – ACF).
Introdução
Cada
parte do corpo humano eventualmente se cansa... exceto a língua.
Não é por acaso que a Bíblia descreve-a como
fraudulenta (Sl 52:4); mentirosa (Sl 109:2); afiada (Sl 140:3); mordaz (Pv.
25:23), flecha mortífera (Jr 9:8); e indomável (Tg 3:8).
O poder e o papel das palavras.
Você, como os israelitas têm
problema em controlar a língua?
Quando estudamos o conceito do perdão e como o
perdão se manifesta em nossa vida, fica evidente o poder das palavras. Em outras
palavras, temos a oportunidade de ferir
ou curar. A Palavra de Deus
afirma: “Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras
serão condenados” (Mt. 12:37, NVI).
Assim é que as palavras desempenham um enorme papel em nossas relações com os outros e com Deus.
“O curso da vida de uma pessoa, ou
da igreja, muitas vezes é posto em chamas pela ira e por palavras
mal-escolhidas... A língua que destrói a harmonia, a paz e a amizade é motivada
por uma vontade que está sob controle de Satanás”. SDA Bible
Commentary, vol. 7, pág. 526.
Sobre o poder das palavras Tiago
afirma que “A língua é fogo; é mundo de iniqüidade. ...Com ela, bendizemos
ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens. ...De uma só boca
procede bênção e maldição”. 3:6, 9,10.
Leiamos toda a passagem (Tiago
3:2-13). O que Tiago está dizendo sobre as palavras é verdade não apenas sobre
a palavra falada, mas também da palavra impressa.
Quantas pessoas foram destruídas
pelas palavras, faladas ou escritas?
Quantos foram fortalecidos e
encorajados pelas palavras, escritas ou faladas?
Não importa o meio de transmissão,
de qualquer modo as palavras são uma força poderosa para o bem ou para o
mal, para a salvação ou
para perdição.
Tiago usou imagens e metáforas
para descrever o efeito das palavras.
O que Tiago estava tentando dizer com as imagens e metáforas que usou?
· Freio na boca dos cavalos (v.3): necessidade de controle.
· Navios (vs. 4-5): necessidade de serem
direcionados.
· Fogo (vs. 5-7):
necessidade de muito cuidado.
· Animais (vs.
7-8): necessidade de serem domados.
· Fontes da água (vs.
11-12): necessidade de coerência; da conveniência.
· Árvores e vinhedos (v.
12): necessidade de coerência; da conveniência.
Em essência, Tiago estava dizendo
que a língua (símbolo das palavras, fala), embora pequena, tem muita
influência, e que seu potencial para o mal é grande.
Obviamente, ciente do que as palavras podem fazer, ele está lhes pedindo
que se lembrem disso porque são cristãos que precisam agir como cristãos
(vejamos Tiago 2:14-26), e isso inclui guardar a língua.
Por
que abusamos da língua?
O abuso da língua surge de um
coração e mente que não estão em conformidade com o plano de Deus. “A
linguagem impura é sinal de um coração corrupto, ‘porque a boca fala do que
está cheio o coração’. Mat. 12:34. Afirmações e gracejos profanos, canções
obscenas e até mesmo a conversa frívola e insípida, não têm lugar na vida do
cristão; na verdade, eles são a marca registrada do espírito não regenerado”.
SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.028.
Quando o coração (a mente) está
cheio de inveja, engano, fofoca, rivalidades e coisas semelhantes, a boca
profere essas coisas na conversa. O povo de Deus, ao contrário, deve falar
palavras de vida, palavras que sejam positivas, palavras que apontem ao ouvinte
a direção do Céu. "Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que
passa disto é de procedência maligna" (Mateus 5:37).
Se não consagrarmos a língua a Deus,
ela será usada por Satanás. Ellen G. White declara que “precisamos
especialmente nos guardar de ter uma língua que seja santificada a Satanás. A
língua que Deus deu deve ser usada para glorificar a Deus em nossas palavras. A
menos que seja assim, seremos um obstáculo direto no caminho da obra de Deus
neste mundo, e os juízos do Céu seguramente cairão sobre nós”. SDA
Bible Commentary, vol. 5, pág. 1.093.
“Se
você não tem algo de bom para dizer sobre alguém, não diga nada mesmo”. Embora esta declaração não se encontre
na Bíblia, é uma forma de evitar o uso da língua como instrumento de crueldade
e fofoca e reservá-la completamente para louvar a Deus e pregar as boas novas
da volta de Jesus.
Qual a orientação da Srª. Ellen
G. White?
Ela nos orienta a manter “a língua santificada a Deus.
Abstenha-se de dizer qualquer coisa que poderia diminuir a influência de
outros; pois condescendendo nessas palavras de crítica, você blasfema do nome
santo de Deus tão certamente quanto faria se estivesse praguejando”.
Ibidem, pág. 1.093.
Seria sábio lermos esta última
citação de vez em quando.
Como é fácil lembrar de não
praguejar, mas como é fácil esquecer que jurar não é a única maneira como
podemos blasfemar o nome de Deus!
Penalidades para a mentira:
(imediata e futura).
A mentira é outra forma destrutiva
de abusar da língua. Quando mentimos, nos colocamos no terreno de Satanás,
porque ele é o originador dessa prática (Gên. 3:1-5). “A verdade e Satanás
não têm nada em comum. ...A natureza dele é mentir. ...Como mentiroso, Satanás foi
expulso do Céu e nunca mais vai recuperar seu lugar. Nem os seus filhos . – Ibidem, pág. 992. É claro que a penalidade
pelo uso errado da língua pode ser severa.
É evidente que existem penalidades
mais imediatas para a mentira. “O engano traz sua própria desintegração
espiritual para o enganador, freqüentemente prejudicando-lhe mais do que ao
enganado. ... A mentira tende a romper a fraternidade; o engano lança um membro
contra o outro”. - Ibidem, vol. 6, pág. 1.027.
O caminho para dominar a
língua.
Felizmente, existe um caminho para dominar a
língua: “Apesar da dificuldade de domar a língua, Deus trabalhará por nós se
rendermos-Lhe a vontade. Realmente, os pensamentos devem ser dominados antes
que a língua seja domesticada, ... mas a fim de controlar os pensamentos a
pessoa deve primeiro render o coração a Deus”. –Ibidem, vol. 7, pág. 527.
“Pela ajuda que Cristo pode dar,
seremos capazes de aprender a controlar a língua”. Comentários de Ellen G. White, SDA
Bible Commentary, vol 7, pág. 936.
Precisamos ser extremamente
cuidadosos com o que alimentamos a mente, porque “a mente é a faculdade
central e controladora dos seres racionais. ... De conformidade com o que a
pessoa pensa, ela vai agir (cf. Prov. 23:7). É impossível à mente má fazer
outra coisa a não ser produzir obras más”. Ibidem, pág. 194.
“Todos os que vão entrar no
reino de Deus desenvolverão um caráter semelhante ao de Deus. ... “Não temos um único pensamento nobre que não
venha dEle. ...
“Um intelecto enobrecido,
purificado, dirigido pelo Céu, é o poder universal para construir o reino de
Deus. Um intelecto pervertido tem uma influência exatamente oposta; é a
corrupção do poder humano dado em confiança para ser multiplicado em trabalho
sério para o bem”.
Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.105.
Podemos encher nossa mente com idéias enobrecedoras que se traduzam em ação amorosa e cristã, ou podemos enchê-la de conceitos e idéias mundanas que se expressam de forma a alegrar Satanás. Ellen G. White nos lembra que “Satanás não pode tocar na mente ou no intelecto a menos que os submetamos a ele”. Ibidem, pág. 1.105.
Ele não hesitará em usar “sua
mente, se você a entregar a ale”. Ibidem, pág. 1.105.
“Se
quisermos viver corretamente, precisamos pensar corretamente. O desenvolvimento
do caráter cristão exige pensamentos corretos”. Ibidem, vol. 7, pág. 177.
“Pensem nessas coisas” Filip.
4:8 (NVI).
“Finalmente,
irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for
correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa
fama; se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas”.
Se as palavras ocorrem facilmente, que dizer dos pensamentos?
As palavras pelo menos exigem que a gente abra a boca; o pensamento nem isso requer. Pensamentos surgem sem qualquer esforço de nossa parte; na verdade, eles geralmente ocorrem queiramos ou não.
Assim, se nos é dito que precisamos controlá-los, a grande pergunta é: Como? Em comparação com o controle do pensamento, o controle da língua até que é fácil.
A primeira coisa que devemos lembrar é que os pensamentos, por mais espontâneos que sejam, não surgem no vazio. Aquilo em que focalizamos nossa mente, o que lemos, o que falamos, o que fazemos, tudo tem impacto sobre o que pensamos. Resposta: Mesmo como cristãos nascidos de novo, não podemos nem começar a obter vitória sobre os pensamentos se não buscarmos a graça e o poder de Deus.
Conclusão
Quer ser vitorioso (a)? Sobre o que Paulo nos diz que devemos pensar?
Que coisas são nobres, verdadeiras, corretas, puras e amáveis?
Naturalmente, nada é mais puro, amável, verdadeiro e justo do que Jesus. Como seres pecaminosos, caídos, não temos acesso a nada, nem no Céu nem na Terra, que nos revele essas características tão perfeitamente quanto Cristo.
Se, pela submissão diária, passarmos tempo em comunhão com Ele (II Cor. 10:5; Filip. 2:5), em Seu caráter, Suas palavras, Suas ações, Sua misericórdia, Sua compaixão e obediência, teremos mais vitórias em todas as áreas da vida.
Não é por acaso, então, que o tempo de devoção pessoal é tão importante.
Se pudermos começar cada dia lendo a Bíblia, orando e estudando, podemos obter uma boa vantagem na batalha diária para controlar a mente, as palavras e até mesmo as ações.
Que esta seja a minha, a sua, a nossa experiência.
É o meu desejo e a minha oração. Amém!!!
© Nelson Teixeira Santos
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