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ANDANDO DE MODO DIGNO (3)





            Introdução
            Como já foi dito na segunda mensagem desta série, em Efésios, capítulo 4, o apóstolo Paulo começa a aplicação prática da teologia esboçada nos três capítulos anteriores. A ação da graça divina deve ser seguida pela resposta humana. “Rogo-vos, pois”, começa Paulo.
            Portanto, é necessário entender e internalizar a verdade de que a doutrina não é retórica vazia; é o “pois”, o “portanto”, o fundamento da ética e da prática cristã. Paulo classifica essa prática como andar de modo digno (Ef 4:1). Efésios 4:1-16 envolve as características, o propósito e a capacitação do que anda.
            Nesta terceira e última etapa, vamos focar na capacitação do que anda.
            A unidade que foi alvo da segunda mensagem que compõe a trilogia de “Andando de modo digno”, não é um fim em si mesma. É um testemunho para inspirar o mundo a crer em Cristo como o Senhor e Salvador enviado pelo Pai.
            Harmonia e união entre homens de diferentes disposições é o testemunho mais forte possível que Deus enviou Seu Filho para salvar os pecadores. Trata-se de uma evidencia inquestionável do poder salvador e transformador de Cristo. É privilégio nosso dar esse testemunho!

            Objetivo da mensagem
            Mostrar que Deus só poderá nos usar de forma plena quando atingirmos o ideal registrado em Efésios 4:13: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13 – ACF).

            A certeza
            A Palavra de Deus concede-nos a garantia que tal capacitação não só é possível como também afirma que ela ocorrerá no seu devido tempo. As Santas Escrituras testificam que uma prévia já ocorreu – A Festa do Pentecostes (Atos 2).
            O Jesus ressuscitado não nos deixou sem ajuda. Ele nos ofereceu dons a fim de que nós, como comunidade de crentes, não apenas possamos andar fielmente em Seus caminhos, mas realizar Sua missão.
            Há uma diversidade enorme de dons. Alguns foram mencionados por Paulo – apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (doutores) e outros mais poderão surgir caso Deus perceba a real necessidade, contudo, tanto nos tempos bíblicos como hoje, o propósito e a função de todos os dons permanecem os mesmos: com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado(Efésios 4:12 – NVI).

            O começo
            Sempre que formos falar acerca dos dons espirituais, faz-se necessário um retrocesso no tempo, mais precisamente ao tempo de nossa concepção. A Bíblia diz: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Efésios 2:10 – NVI).
            Acredite; você é uma obra de arte feita manualmente por Deus. Você não é fruto de uma linha de montagem de produção em massa, antes, você foi objeto de reflexão divina. Você é único (a), é uma obra prima exclusiva e feita sob medida.

            Você é o que é, porque Deus o fez assim, Ele tinha um propósito em mente ao cria-lhe. Ele o formou assim para você servi-Lhe de tal forma que torne o seu ministério algo muito singular.  O salmista Davi demonstra ter entendido essa lição quando exclamou: “Tu fizeste tudo com delicadeza, as partes íntimas de meu corpo, e as unistes no ventre de minha mãe. Obrigado por me teres feito de maneira tão maravilhosamente complexa! O teu trabalho é maravilhoso” (Salmos 139:13-14 – NLT).
            Tenha sempre em mente o seguinte: Deus nunca desperdiça coisa alguma. Ele não perderia tempo contigo concedendo-lhe habilidades, interesses, talentos, dons, personalidade e experiência de vida se não pretendesse usá-los para Sua glória!

            Pré-requisito para recebê-los
            Como já foi dito, Deus dá a todo crente dons espirituais para serem usados no ministério. Trata-se de habilidades especiais concedidas por Deus para servi-Lo e são concedidos somente aos crentes.
            Que me perdoem os ateus, agnósticos, gentios, incircuncisos. Dons espirituais são coisas de crente. É a Bíblia quem diz: “Quem não tem o espírito de Deus não pode receber os dons que vem do Espírito” (I Cor 2:14 – NTLH).

            Objetos da graça divina
            É impossível adquirir dons espirituais ou mesmo merecê-los; por isso são chamados de dons. Eles são a manifestação da graça de Deus para com você. São de Cristo e Ele generosamente os divide conosco (Efésios 4:7).
            Também não é você que escolhe que dons que quer receber; Deus é quem determina. Por isso está escrito: “É o mesmo e único Espírito Santo que distribui esses dons. Ele sozinho decide que dom cada pessoa deve receber” (I Cor 12:11 – NLT).

            Deus gosta de variedades
            Pelo simples fato de Deus gostar de variedades e desejar que sejamos pessoas especiais, não há nenhum dom que seja concedido a todos. Como também não existe a mínima possibilidade de alguém ser agraciado com todos os dons. E por quê? Porque isto fere um dos propósitos de Deus – nos ensinar a amar e depender dos outros.

            Concedidos não para seu benefício
            Seus dons espirituais não foram concedidos para seu benefício próprio, mas para o benefício dos outros, da mesma forma que outras pessoas receberam outros dons para o seu benefício. Está escrito: “Um dom espiritual é dado a cada um de nós como meio de ajudarmos a igreja inteira” (Efésios 12:7 – NLT), ou seja, todos os dons são para a edificação da igreja.
            Nenhum dom existe para a exaltação pessoal, para a prática exibicionista ou para ser comparado com outro dom. Deus não nos outorga para satisfazer nosso orgulho pessoal. Assim como o Espírito Santo não busca Sua própria glória, mas aponta a Cristo (João 15:26; 16:14), assim cada um de Seus dons traz bênçãos a outros, não à pessoa que recebe o dom.
            Essa foi a forma encontrada por Deus para que precisássemos uns dos outros. Quando usamos nossos dons conjuntamente todos são beneficiados. Quando alguém não usa os seus dons, você é passado para trás e, se você não usar os seus outros serão prejudicados. Mais uma vez a relação de dependência se faz presente!
            Por esta razão nos é dada a ordem de primeiramente descobrir e em seguida desenvolver nossos dons espirituais.
            E aí, já parou para descobrir seus dons espirituais? Qual é serventia de um dom não descoberto? De nada vale um dom não descoberto!

            Conclusão
            Quando lemos citações como esta: “O Espírito Santo é a maior bênção que um filho de Deus ou a igreja pode receber. Em sua esteira vêm todas as demais bênçãos espirituais” (Fernand Chaij, Preparação para a Crise Final, pág. 50); certamente somos levados a pensar: De que forma prática isso acontece em nosso ser?
            A reposta pode ser encontrada na oração proferida por um dos escritores mais destacados da IASD, ao lado de Ellen G. White e Arthur S. Maxwell: "Pai, somos gratos porque cuidas tanto de Tua igreja a ponto de derramar sobre ela os dons do Espírito. Ajuda-nos a ser sábios no uso dos Teus dons". - George R. Knight, MD 24022015.
            Este é o meu desejo e a minha oração. Amém!!!







© Nelson Teixeira Santos
             


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