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ANDANDO DE MODO DIGNO (1)


Efésios 4:1-3


            Introdução
            "No quarto capítulo de Efésios o plano de Deus é revelado com tanta clareza e simplicidade que todos os Seus filhos podem se apropriar da verdade. Aqui é exposto claramente o meio que Ele designou para manter a unidade em Sua igreja, isto é, que seus membros revelem ao mundo uma experiência religiosa saudável." – Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.117.

            Recomendo-lhes as palavras do apóstolo Paulo no quarto capítulo de Efésios. Todo esse capítulo é uma lição que Deus deseja que aprendamos e pratiquemos” – Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.117.

            Em Efésios, capítulo 4, o apóstolo Paulo começa a aplicação prática da teologia esboçada nos três capítulos anteriores. A ação da graça divina deve ser seguida pela resposta humana. “Rogo-vos, pois”, começa Paulo. A doutrina não é retórica vazia; é o “pois”, o “portanto”, o fundamento da ética e da prática cristã. Paulo classifica essa prática como andar de modo digno (Ef 4:1). Efésios 4:1-16 envolve as características, o propósito e a capacitação do que anda.


            Nesta primeira etapa, vamos focar nas características.

            Objetivo da mensagem
            Alcançar todo aquele (a) que de coração sincero se sentir inserido (a), com o verdadeiro senso de pertencimento na mensagem contida em 1 Pedro 2:9 – NVI: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.

            A caminhada cristã
            O apóstolo Paulo espera que o resultado do ato salvador de Deus na vida dos crentes seja “digno da vocação a que fostes chamados” (v.1). A palavra grega para “digno” (axios) se refere a um equilíbrio. A caminhada cristã precisa estar em equilíbrio com o chamado. Paulo menciona características que contribuem para esse equilíbrio.

            Quais são as graças que são fundamentais para o caráter cristão? O que significam elas? Efés. 4:2 e 3

            Humildade
            Romanos e gregos consideravam a humildade um sinal de debilidade. Eles nunca viram a palavra humildade com admiração, mas como uma descrição de servilismo e subserviência.
            No entanto, a Bíblia enxerga a humildade de forma diferente, isto porque é a Palavra de Deus, cuja lógica divina é diferente da lógica humana. Isaías descreve Deus como alguém transcendente mas também imanente: “O Alto, o Sublime,que habita a eternidade” é alguém que habita “também com o contrito e abatido de espírito” (Is 57:15).
            Imprudência seria, considerar a humildade como sinal de fraqueza apenas coisa de gregos e romanos. Esta seria uma afirmação parcialmente correta, pois, tem muita gente na atualidade, inclusive no meio evangélico, que pensa exatamente igual a gregos e romanos.
            No entanto, saibam que foi a humildade que levou Jesus a Se esvaziar, a tomar a forma de um servo e Se humilhar a ponto de morrer (Fp 2:5-8).
            Para o cristão, no entanto, esta é fonte de força. É o oposto do orgulho. O orgulho está no centro da desunião (por exemplo, Lúcifer no Céu), enquanto a humildade está no centro da reconciliação, como na encarnação e na cruz (Fp 2:2-8).
            Humildade voluntária – abnegação - é parte indispensável da vida cristã.

            Gentileza
            Também chamada de mansidão é essencial para a unidade da igreja. Sendo o oposto da autoafirmação, a mansidão não reage diante das ofensas. No fim, os mansos herdarão a Terra (Mat. 5:5).
            Tanto a cultura romana como a grega consideravam; e a maior parte das culturas contemporâneas concordam que a mansidão é símbolo de fraqueza.
            Mas em nossa única regra de fé e prática, a Bíblia, mansidão significa força interna, derivada de uma qualidade da gentileza. Não sendo arrogante ou condescendente, a mansidão é gentil com os outros, sensível às suas fraquezas e encorajadora, de forma que subam mais alto.
            Moisés demonstrava esse caráter. Ele não era um líder sem coluna dorsal, mas a Bíblia declara que ele era o homem mais manso da Terra (Nm 12:3).
            E afinal, no final, não foi Jesus quem disse: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra” (Mt 5:5)?

             Paciência
            Conhecida também por longanimidade é característica do próprio Deus. Ele nos deixou, nas palavras de um de seus discípulos, um exemplo de paciência e longanimidade para conosco, ao afirmar: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pedro 3:9).
            Paciência significa resistência diante da aflição, recusa de vingar as injustiças, e não abrir mão da esperança de reparar relacionamentos interrompidos.

            Suportar uns aos outros (Efés. 4:2)
            Significa mais do que tolerância mútua. Requer um padrão de conduta elevadíssimo, quase inatingível, isso porque envolve o entendimento da outra pessoa e disposição para se perdoarem e aceitar-se mutuamente.
            Evidentemente, todas essas graças têm suas raízes no amor, e é esta prática ativa do amor que preserva as relações e promove paz e unidade na comunidade cristã e além.

            Amor
            O amor é a joia da coroa que deve marcar a caminhada cristã. É realmente o fundamento de todos os outros atributos. É a soma de todas as virtudes. “O mais forte argumento em favor do evangelho é um cristão que sabe amar e é amável” – Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, pág. 470.
            A nossa oração diária deveria ser: “Senhor ensina-me a vivenciar o amor em toda a sua plenitude, a começar conforme foi-nos revelado em I Coríntios 13 e extensivamente a nós herdeiros das promessas divinas. Amém”.  


            Conclusão
            Andar de modo digno aqui nas dependências da igreja é muito fácil, porém, daqui algumas horas este santo sábado, apenas fará ou será, parte da história – passado.
            Como não se trata de uma opção e sim de uma ordenança; surgem perguntas que trazem consigo um grande desafio a cada um de nós, adoradores do Deus vivo:
            Como você pretende demonstrar humildade, gentileza, generosidade, tolerância mútua e amor?
            Como você manifestará essas características no decorrer da semana que vem; no mês que vem; no ano que vem, durante toda sua vida?
            Não se esqueça de que Deus espera que nos conduzamos “de modo digno da vocação a que fomos chamados” (Ef 4:1).
            Este é o meu desejo e a minha oração. Amém!!!




© Nelson Teixeira Santos

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