"Há
somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança
da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai
de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos"
(Efés. 4:4-6).
Introdução
Em Efésios, capítulo 4, o apóstolo
Paulo começa a aplicação prática da teologia esboçada nos três capítulos
anteriores. A ação da graça divina deve ser seguida pela resposta humana. “Rogo-vos, pois”, começa Paulo.
A doutrina não é retórica vazia; é
o “pois”, o “portanto”, o fundamento da ética e da prática cristã. Paulo
classifica essa prática como andar de modo digno (Ef 4:1). Efésios 4:1-16 envolve
as características, o propósito e a capacitação do que anda.
Nesta segunda etapa, vamos focar o propósito.
Primeiramente é necessário definir
o que vem a ser o propósito. Espiritualmente
falando é o motivo fundamental de nossa existência aqui na Terra, na qualidade
de filhos e filhas do Altíssimo.
Tudo o que viermos a fazer nesta
vida precisa ter um propósito bem
claro e bem definido!
Breve retrospectiva
Ao concluirmos a primeira etapa
desta trilogia efesiana o fizemos com duas incisivas perguntas:
1ª - Como você pretende demonstrar humildade, gentileza,
generosidade, tolerância mútua e amor?
2ª - Como você manifestará essas características na semana que vem;
no mês que vem; no ano que vem; enfim, durante toda sua vida?
Pergunta-se agora: Por que é imperativo
que o cristão demonstre essas características em toda sua vida?
Primeiramente nunca olvide o fato de que quando Deus nos pede alguma
coisa é porque certamente existe um propósito
maior por trás daquele pedido (propósito menor). Nada que Deus pede tem um fim
em si mesmo. Sempre há algo maior e melhor a ser alcançado. Lá na frente, no
final da linha, da reta, da jornada, ou como queiram chamar, está a nossa
salvação e a salvação dos que se encontram ao nosso redor, bem como daqueles
que cruzam nosso caminho; este é o propósito
maior e melhor!
Portanto, nosso maior propósito, tanto
individualmente como coletivamente deve ser: salvar-se a si próprio e aos
outros.
Tudo começa com a justificação (a obra
de um momento). A partir de então, inicia-se um processo que durará a vida
inteira, chamado de consagração ou santificação.
Nessa fase intermediária entre a
justificação, o início e a glorificação, a etapa final do plano de salvação, Deus
nos faz uma série de pedidos que trazem consigo propósitos (menores), entre eles: “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente
aos domésticos da fé” (Gálatas 6:10 – ACF).
Qual é o pedido? “Façamos o bem a todos, mas principalmente
aos...”
E qual o propósito
divino com este pedido? Vejamos:
O imediato, humanamente falando é: se
você agir assim despertará o interesse daqueles que não integram nossa
comunidade religiosa; em outras palavras, aqueles que não fazem parte de nossa
igreja. Trata-se de uma fórmula muito simples e prática de testemunhar.
A despeito de toda nossa limitação,
deficiência, pecaminosidade, ainda assim, o evangelho, comumente chamado de “as boas novas da salvação”, foi por Deus
confiado a nós, seres humanos, independentemente de gênero, raça, cultura,
língua, nível social ou acadêmico; não para ser simplesmente pregado, mas para
ser vivido!
Segundo, dentro do contexto específico
do capítulo 4, da epístola aos habitantes da Galácia e a nós extensivamente, temos
a garantia divina de que agindo dessa forma, impreterivelmente alcançaremos um
estágio por demais aguardado e desejado por Deus para o Seu povo; aqui também
chamado de propósito. O que Deus
espera de cada um de nós?
Objetivo da mensagem
Agora, como já nos identificamos com a mensagem de 1 Pedro 2:9 – NVI: “Vocês,
porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de
Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz”. E como também já
sabemos como andar de modo digno; agora resta-nos saber a importância de
atingirmos o ideal divino para nossas vidas, portanto, o objetivo da mensagem é:
"Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do
Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,"
(Efésios 4 : 13).
Qual é a importância da unidade
para o cristianismo?
A unidade é fundamental para a vida
da igreja. Tanto que, por quatro vezes Jesus repetiu Seu intenso desejo de que
Seus seguidores fossem um (João 17:11,21-23).
Jesus não suplicou por
uniformidade, mas sim por uma unidade pessoal semelhante ao Seu relacionamento
com o Pai.
Ele e o Pai são duas Pessoas
distintas entre Si, com diferentes funções. No entanto, Eles são um em natureza
e propósito. Semelhantemente, nós temos diferentes temperamentos, experiências,
habilidades e funções, mas todos devemos estar unidos em Cristo!
Esse tipo de unidade não acontece
espontaneamente e muito menos por pressão de alguém ou de alguma instituição
religiosa. Para alcançarmos esse padrão, é preciso aceitar o senhorio de Cristo
em nossa vida. É Ele quem deve moldar nosso caráter, e devemos entregar nossa
vontade à Sua.
Efésios 4:4-6 consiste numa das
passagens mais majestosas da Bíblia. A estrutura de sua construção, a grandeza
de sua prosa e a fundamentação da unidade na plenitude da Divindade são
extraordinariamente incríveis!
Se alguém ousar fazer a pergunta:
"Por que os cristãos devem ser um?",
a resposta virá neste argumento inexpugnável: Porque tudo o que se refere à fé e à vida cristã é um.
Deus ordenou a unidade do corpo cristão. Um
Deus, por meio de um Cristo nos
redimiu do pecado, deu-nos uma fé,
nos regenerou por um Espírito, nos
fez membros de um corpo por meio de um batismo, e nos deu uma esperança eterna.
Ao estudarmos esta fórmula
séptupla, outro fator significativo precisa ser notado: toda a Divindade está
envolvida na unidade da igreja. Esse tema está em harmonia com o espírito da
epístola, que frequentemente enfatiza o papel da Divindade na história da
redenção.
Deus Pai – "o qual é sobre todos, age por meio de todos
e está em todos" (Ef 4:6). Ele é tudo em todos.
Deus Filho – "o autor e consumador da nossa fé"
(Hb 12:2), "a esperança da glória"
(Cl 1:27), o fundamento da igreja, Seu corpo.
Deus Espírito
Santo – o agente de nossa experiência de novo nascimento que nos leva ao
batismo (I Cor 12:13).
"Satanás separa. Deus une. O amor nos une."
Assim disse o famoso evangelista Dwight L. Moody. Obviamente, ninguém gostaria
de ser agente de Satanás, e todos gostariam de ser instrumentos do amor de
Deus.
Então, por que as cinco graças
mencionadas na mensagem anterior são tão decisivas para experimentarmos essa
unidade que acabamos de compartilhar?
Justamente porque temos uma missão
que nos foi confiada e em assim fazendo chegaremos a unidade, que também não é
um fim em si mesma; mas, pré requisito para que possamos ser agraciados com os
dons espirituais (assunto do próximo artigo).
"Deus tem uma mensagem para o povo da Terra e essa mensagem não é apenas
teológica. Está ligada a uma vida mais saudável, a um pensamento mais claro e à
responsabilidade social. Agradecemos-Te, Senhor, pelo equilíbrio da mensagem e
da missão. Ajuda-nos a ter uma vida equilibrada hoje". - George R.
Knight, MD 23072015.
Conclusão
Você pode até comprometer a
passagem bíblica que afirma: “Então, enquanto temos
tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:10 - ACF); todavia, saiba de uma coisa: não se deve
comprometer nenhum mandamento, nenhuma ordenança divina, pois Deus está sempre
certo. E por isso Ele mesmo afirma: “Mas,
se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou
a fé, e é pior do que o infiel” (1 Timóteo 5:8 - ACF).
Deus não deseja que você coloque em
risco a sua salvação!
É também, o meu desejo e a minha
oração. Amém!!!
© Nelson Teixeira Santos
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