Introdução
O que é mais estável: uma mesa
de três pernas ou de quatro pernas?
Em termos de praticidade
(construção): de três ou quatro pernas?
Na questão de economia (custo
mais baixo): três ou quatro?
E no âmbito espiritual
(salvação), qual delas?
As pernas: (a) você; (b) Deus; (c) seu
projeto, sua vontade, seu alvo, sua missão; (d) o inimigo. A razão de muito insucesso
espiritual é a construção de mesas de três pernas (Deus é deixado de lado). Com
Deus de fora, somos presas fáceis do inimigo. Evidentemente ninguém vai querer
o inimigo fazendo parte de sua construção. Mas trata-se do grande conflito nos
bastidores de sua vida. Então como eliminá-lo de sua “mesa” mantendo-a estável
(apenas com três pernas)? A resposta encontra-se em Tiago 4:7.
Não subestime o poder do inimigo
A Palavra de Deus afirma com todas
as letras que o inimigo é: o pai da mentira. Em razão disso: mentiroso, enganador,
sagaz, acusador. Indiretamente, através de suas obras, podemos concluir que ele
é covarde, cruel, maquiavélico, incansável, persistente. Não olvidemos que ele
também é astuto, tem uma missão e ainda pouco tempo para agir, ele sabe “que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12
u.p.).
Para colocar em prática sua obra
funesta, ele se vale de incontáveis ferramentas, entre elas: a dúvida, o
desânimo, a desavença, a discórdia, a intolerância, o preconceito.
Porém, duas ainda não citadas, são
preferencialmente usadas. E por uma razão muito simples, são infalíveis: foco e o equilíbrio. Tirar-nos do foco e do equilíbrio. Vamos nos deter na primeira: o foco.
Definição
O Aurélio define: ponto para onde
converge, ou donde diverge, um feixe
de raios luminosos paralelos, após atravessar uma lente, ponto de convergência.
Só após entendermos o que é
foco, só depois de entendermos por que o inimigo faz uso dele com tanta
habilidade é que vamos compreender porque é tão difícil manter o foco naquilo
que é essencial. Só então concordaremos que o nosso grande desafio é manter o
foco certo.
Precisamos compreender de forma
madura o conceito de foco.
Você sabe conjugar o verbo “focar”?
Atos 7:51; Tiago 4:7;I Pe 5:8-9.
Em busca de solução
Queremos encontrar respostas para
nossas indagações e é nas Santas Escrituras que vamos buscá-las através da
análise da vida de alguns personagens bíblicos:
Esaú
Esaú perdeu o foco da primogenitura. A prioridade de
idade entre irmãos e irmãs era coisa importante nos tempos do AT? O primogênito
era consagrado ao Senhor (Ex 22:29). Herdava uma porção dobrada (dois terços) de
tudo quanto o pai possuía. Era por via de regra, o sucessor de seu pai.
O problema de Esaú. Ele focou em si
mesmo, nas suas necessidades físicas, pois trocou a sua primogenitura por um
prato de lentilhas. Trocou a sua herança patriarcal por uma comida deliciosa,
uma iguaria. Trocou o eterno pelo passageiro. O essencial pelo não essencial.
O nosso problema. À semelhança de Esaú temos
perdido o foco das coisas espirituais. Quantas vezes agimos como carnais,
materialistas e imediatistas. Tomados pelo ter e não pelo ser. Caracterizados
pelo antropocentrismo tão forte neste mundo pós-moderno. O conselho bíblico: “Porque nós não prestamos atenção nas
coisas que se veem, mas nas que não se veem. Pois o que pode ser visto dura
apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre” (II Cor
4:18 – NTLH).
Jonas
Outro personagem bíblico que perdeu
o foco foi Jonas, o profeta. Como
profeta, ou seja, porta-voz de Deus, Jonas deveria estar focado na vontade de
Deus. O foco de Deus para Jonas era a cidade de Nínive (Assíria) com a missão
de levar o povo ao arrependimento e reconhecimento da Majestade de Yaweh. Diz o
texto que ele "fugiu da presença do Senhor, na direção de Társis" (Jn
1:3). O foco de Deus era que Jonas cumprisse a sua missão em Nínive, mas
este preferiu desviar-se e ir para Társis (Espanha).
Quanto a nós, não somente somos
parecidos, como também agimos de forma semelhante a Jonas. Queremos fazer a nossa vontade, temos uma
dificuldade tremenda em abandonar nossa zona de conforto e gostamos de viver às
nossas ‘custas' sem darmos satisfação ao Deus de toda a graça, que nos criou e
nos salvou em Cristo Jesus.
Mas Deus, para o nosso bem,
intervém em nossa história (Rm 8:28). As intervenções de Deus são sempre para
que atinjamos o Seu anseio. Deus mandou a tempestade e o peixe para
tratarem o profeta, para que ele voltasse os olhos na direção da Sua vontade,
fosse posicionado no foco e pregasse o Reino ao povo assírio na cidade de
Nínive!
Pedro
Pedro foi outro personagem que perdeu o foco. O momento decisivo da
vida de Jesus na Terra se aproximava a passos largos. Jesus estava expondo aos
discípulos acerca de Sua ida para Jerusalém e a necessidade de morrer pelos
pecadores. Esta era a meta de Jesus. Pedro, porém, totalmente fora do foco de
Jesus, tentava demovê-lo do essencial. A resposta foi direta: "Para trás de mim, Satanás! Tu me és
motivo de tropeço, pois não pensas nas coisas de Deus, mas, sim, nas que são
dos homens." (Mt 16:23).
A natureza humana é assim, ela quer
salvar a sua pele, quer conforto, comodidade e não tem interesse no caminho
estreito, pedregoso, o caminho da cruz, que é o caminho do Pai. Pedro
perdeu o foco da vontade de Deus. Jesus havia deixado muito claro para ele
e os demais discípulos a relevância de uma vida de obediência, concentrada na
boa, agradável e perfeita vontade de Deus. O Senhor será sempre o nosso referencial e a sua Palavra, o nosso
manual.
Abraão
Mas há pessoas com focos
positivos. Abraão foi uma
delas. Aos 75 anos de idade, com a situação financeira estabilizada Deus o
chamou de Ur dos Caldeus (Hoje Iraque) para a terra que Ele, o Senhor, iria
mostrar. Em outras palavras, ir para uma terra que ele não conhecia.
Abraão não sabia para onde ia, mas
sabia com quem ia. Isto faz toda a diferença.
Quando Deus coloca um desafio
(foco) diante de nós, Ele nos capacita a vencer, a atingir o alvo. Abraão
se tornou o pai da fé e da nação hebraica. Foi provado no Monte Moriá quando
Deus pediu que ele sacrificasse o seu único filho, o filho da promessa (Gn
22:2). Abraão obedeceu e foi fazer a vontade de Deus e hoje é reverenciado pelo
não só pelo cristianismo, mais também pelo judaísmo e islamismo.
O escritor aos hebreus interpreta
este momento de forma magistral em Hb 11: 17-19. Os olhos do velho patriarca
estavam na suficiência do Todo-Poderoso que sempre provê.
Que lição de fé e de amor ao
Senhor! Um homem focado no amor e na glória do Senhor. Como precisamos
imitar Abraão, seguir os seus passos! Obedecermos como ele obedeceu.
Precisamos, como Abraão, aprender a reconhecer e a ouvir a voz de Deus.
Precisamos urgentemente aprender a caminhar com Deus!
Neemias
Temos também Neemias, que, ao ser chamado pelo Senhor, quando era administrador
do rei Artaxerxes, obedeceu. Após receber o relatório caótico acerca da cidade
de Jerusalém, cujos muros estavam em ruínas, ele disse: "Depois de ouvir essas palavras, sentei-me e chorei. Lamentei por
alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu" (Ne
1:4). Mais tarde, no processo de construção dos muros, ele foi tentado por
Tobias, Sambalate e Gesém, mas, em um tempo “record”, 52 dias, ele os reconstruiu, colocando as portas nos portais.
Como Neemias foi tentado! Ele
estava sempre absorvido pelo projeto de Deus - reconstruir os muros, a cidade e
trazer alegria para o Seu povo.
Quando oramos e choramos diante de
Deus, Ele opera maravilhas para o nosso bem e para ser glorificado. Neemias era
um homem autêntico. Ele tinha norte, direção. A sua liderança estava
fundamentada na fidelidade de Deus. Por esta razão, ele foi muito bem
sucedido.
Daniel
Daniel, jovem judeu exilado na Pérsia, tinha
a oração como um estilo de vida. Era um jovem puro e talentoso. Os
seus inimigos levaram o rei Dario assinar um decreto injusto que, num período
de 30 dias, ninguém podia consultar o seu Deus. Diz o texto bíblico (Dn 6:10)
que Daniel, mesmo sabendo da lei, continuou no foco da oração como costumava
fazer.
Sabemos que a oração do justo pode
muito em seus efeitos (Tg 5:16). Moço de oração, ele não se intimidou, mas
buscou ao Senhor com mais intensidade e foi pego pelos seus algozes e jogado na
cova dos leões famintos. Qual foi o desfecho da história?
Sabemos que Deus é sempre fiel.
Daniel, seu servo, foi preservado dos leões, portanto, não negue a Deus para
viver, não negue a Deus para se manter vivo.
Jesus
Por último, Jesus é o nosso maior exemplo, cujo foco foi morrer por nós,
satisfazendo plenamente a justiça de Deus. Ele satisfez toda a justiça do Pai
para que, nEle, pudéssemos ser perdoados, livres e abençoados. Jesus sempre
deixou muito claro a Sua missão: buscar e salvar o que se havia perdido
(Lc 19.10).
Ele sempre se conformou com a
vontade do Pai, sendo obediente. Esta vontade era o Seu prazer. O Pai tinha
prazer no Filho. "Este é o meu Filho
amado, de quem me agrado" (Mt 3.17). Não podemos perder o foco: a vontade de Deus. Ela é sempre boa,
agradável e perfeita (Rm 12.2).
Conclusão
Que a partir de agora, só
construamos mesas de 4 pernas (eliminando a perna correta – o inimigo); imitemos
Abraão, pai da fé; Neemias, o construtor de Deus; Daniel, o jovem de oração; e
Jesus, o único Salvador e Senhor (Atos
4:12). Atentemos para o conselho em hebreus 12:1-2. Que Jesus seja a referência e sua vontade, o foco principal.
É o eu desejo e a minha oração.
Amém!!!
amei!!!!
ResponderExcluirBênção pura! Glória a Deus!
ResponderExcluirAmem eu recebo 🙏
ResponderExcluirAmém que nós não saiamos do foco, o foco é "Jesus Cristo!!🙏
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