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A IGREJA DOS MEUS SONHOS

           Introdução.
           Igreja perfeita não existe. Pelo menos por enquanto, não passa de uma utopia. Entretanto nada nos impede de sonharmos com a igreja ideal. Se me perguntarem qual é a igreja dos meus sonhos, direi simplesmente: a igreja que...

           Ora.
           Sim, a igreja que depende de Deus, quer na bonança quer na tempestade; a igreja que, em todas as suas realizações, consulta a vontade divina, ou seja, é a igreja que obedece a um dos preceitos divinos que reza: “Orai sem cessar” (I Tes. 5:17).
           Sim, a igreja que emprega seus talentos consciente de que “toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1:17).
           Tal igreja confia, não no que o homem pode fazer, mas no o Altíssimo pode fazer através do homem.

           A igreja que ama.
           Sim, a igreja que não apenas prega sobre o amor, mas vive a dimensão do amor. O preço do amor é alto, mas a igreja dos meus sonhos ama, tolera, dá não apenas uma, mas muitas novas chances.
           Essa igreja, porém, não é relapsa, condescendente e parcial. Sabe equilibrar o amor com a disciplina. Mas antes de disciplinar, ama.
           A disciplina é também um ato de amor, coma intenção de recuperar a ovelha errante. E depois da disciplina? O amor continua, “o amor jamais acaba” (I Cor. 13:8).
           Sim, a igreja dos meus sonhos ama por meio de seus atos. Por isto sonho com a igreja apostólica. Que tal uma reedição daquele amor?
           Não nos esqueçamos de que somente Deus pode escrever e imprimir nas tábuas de nosso coração, o livro do amor.

           A igreja dos meus sonhos dialoga.
           É uma sociedade democrática onde todos participam de maneira equilibrada e responsável.
           É uma igreja amadurecida, capaz de lidar com temas de toda sorte, mas sem arranhões e contestações.
           Nessa igreja, o diálogo é peça fundamental, pois cada crente é uma pedra viva no edifício da congregação. A expressão “pedras vivas” pressupõe participação, dinamismo, consulta.

           A igreja dos meus sonhos cuida.
           A igreja pura e sem faltas, do ponto de vista de Deus o Pai, é aquela que cuida dos órfãos e das viúvas, e cuja alma permanece fiel ao Senhor – sem se contaminar nem se sujar em seus contatos com o mundo (Tg 1:27).

           A igreja dos meus sonhos trabalha.
           Mas trabalha para reerguer o abatido e cansado, para consolar os tristes; para pregar o Evangelho a ricos e pobres, sábios e ignorantes.
           E, como resultado desse trabalho, almas são acrescentadas ao reino de Deus.

           A igreja com que sonho, trabalha à luz do “Ide...”
           É uma igreja que tem sentido de missão. Sabe de onde veio, sabe onde está e para onde vai. Não é uma igreja instalada no mundo. É uma igreja peregrina, marchando para a Canaã celestial.
           E como seu alvo é o Céu, todas as suas atividades são centradas numa filosofia superior, muito além das coisas temporais (II Cor. 4:18).

           A igreja dos meus sonhos não se vangloria de suas obras.
           Ela tem o direito de se alegrar com suas conquistas, com o resultado de seu trabalho, mas nunca se envaidece.
           A salvação propiciada por Cristo é um dom imerecido. Por que, então, a jactância espiritual? Por que, então, o sectarismo religioso?

           A igreja dos meus sonhos glorifica a Deus.
           O humanismo não tem lugar nessa igreja, pois, de acordo com Efésios 3:21, “a Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre”.
           Tudo que tende a exaltar o homem, não se harmoniza com o contexto dessa igreja.
           Quando Cristo viveu entre os homens, Sua missão foi glorificar o Pai. “Eu te glorificarei na Terra, consumando a obra que Me deste a fazer” (João 17:4).
           Como membros da igreja de Cristo, nossa missão é glorificar o Pai, que, num ato de amor, deu o próprio Filho como propiciação pelos nossos pecados.
           Portanto, deixemos de dizer “glória ao homem na Terra” para dizer “glória a Deus nas alturas”.
          
           A igreja dos meus sonhos é temperante.
           Sobriedade (moderação) é a marca de um povo que se prepara para o Céu.
           Temperança – este termo se refere ao bom senso de usar com moderação, as coisas consideradas boas e abster-se das prejudiciais.
           Num mundo de tanta intemperança, o povo de Deus deve ser o padrão de uma vida equilibrada em tudo: pensamentos, alimentação, trabalho, vida social, comportamento, vestimenta, etc. Equilíbrio em tudo é o segredo do bem-estar físico, mental e espiritual.
           A igreja dos meus sonhos evita excessos em qualquer sentido.
           Fanatismo não existe na igreja dos meus sonhos. Tampouco outro extremo.

           A igreja dos meus sonhos segue o Sumo Pastor.
           Infelizmente, algumas ovelhas têm optado por uma “doutrina” contrária à sã doutrina do santuário; outras, acerca da pessoa do Espírito Santo; outras ainda, seguem por caminhos à margem do Espírito de Profecia.
           Seguir o Sumo Pastor é aceitar o que Ele diz. Uma coisa, porém, precisa ser realçada: Seguir o Pastor significa renunciar ao eu e andar no caminho da verdade. Significa ter a Jesus como exemplo em todas as coisas. Em suma, seguir o Pastor é um ato de submissão diária.

           Na igreja dos meus sonhos os líderes são servos.
           A posição, o status e a autoridade inerentes ao cargo, ou cargos, são única e exclusivamente instrumentos para o serviço. Mas devem ser usados com a filosofia dAquele que, humildemente, tomou uma toalha, cingiu-Se, e lavou os pés aos Seus discípulos.
           Na igreja dos meus sonhos, os líderes são espirituais, exemplares, sempre dispostos a atender os que necessitam de uma palavra de fé e ânimo.
           São guias seguros, dignos de confiança. São homens e mulheres que, antes que a alma ferida procure socorro, vão ao encontro de suas necessidades.
           Os líderes na igreja dos meus sonhos são homens e mulheres sensíveis.

           Na igreja dos meus sonhos todos são iguais.
           Os membros dessa igreja têm níveis culturais diferentes, condições financeiras diferentes, etc., mas, pela graça de Cristo, são iguais ao pé da cruz.
           O amor cristão nivela a todos sem, contudo, destruir a individualidade e a importância que cada um ocupa na sociedade. Como diz o apóstolo Paulo, nessa igreja: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Gl 3:28.

           A igreja dos meus sonhos vive em união.
           “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Salmo 133:1).
           Nunca houve tanta necessidade de vivermos unidos – na fé, na doutrina, em nossas relações sociais, nas atividades missionárias, nos projetos da Igreja.
           Fala-se muito sobre a importância de unidade. Esta, porém, só é possível quando existe união espiritual entre nós.

           A igreja dos meus sonhos é compromissada.        
           Nessa igreja os membros não fazem promessas, assumem compromissos, pois, “quem faz promessa não assume compromisso”. Os compromissos é que são importantes – com Deus, no matrimônio, com a família, comunidade e o meio ambiente em todo mundo.

           A igreja dos meus sonhos santifica-se, consagra-se a Deus.
           Nessa igreja todos se esforçam para viver uma vida completamente dedicada ao Senhor, pois sem isso ninguém O verá (Hb 12:14).

            Conclusão.
           A igreja que: ora, ama, comunica-se, protege, trabalha, tem sentido de missão, não se vangloria de suas obras, glorifica a Deus, é temperante, segue o Sumo-Pastor, os líderes são servos, todos são iguais, vive em união, consagra-se a Deus, é a igreja dos meus sonhos. 
           Oh! Como sonho com a igreja dos meus sonhos! E você?
           Mas não seria tempo de pararmos de sonhar para entrar na realidade?
           Que o Senhor Deus dos Céus e da Terra vos conceda mais esta graça! Amém!!! 

Comentários

  1. “Entre outras coisas, a igreja é doxológica (voltada para a glória de Deus), logocêntrica (centralizada na Palavra encarnada e escrita), pneumatológica (formada e energizada pelo Espírito Santo), missional (criada para cumprir uma missão) e escatológica (existe na atualidade e está destinada à eternidade). Humana e “divina”, presente e futura, terrena e celestial, a igreja é uma agência de origem divina, não um projeto de iniciativa humana; uma assembleia espiritual, não uma entidade política; um povo multiétnico, não um gueto racial; um espaço de liberdade, não um local de aprisionamento; um recinto de cura, não um lugar de ferimento; um ambiente de mudança, não uma área de estagnação; o teatro da graça, não o palco da condenação.” (Marcos de Benedicto, editor da RA em Editorial, RA Setembro/2019, página 2).

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  2. "Ir à igreja e não encontrar a graça é o mesmo que ir à padaria e não encontrar pão, ir à farmácia e não achar remédio, ir à livraria e não ver nenhum livro ou ir ao banco e não encontrar dinheiro. Ir à igreja e não ter um encontro com Deus é como ir ao hospital e não se consultar com um médico. Para cumprir sua função, a igreja precisa expressar a graça de Deus em todos os momentos. Marcos de Benedicto", MD 19032016.

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  3. "Eu sonho com uma igreja que seja um porto seguro para as diferentes gerações. Onde todos os membros, absolutamente todos, tenham espaço e que, enquanto fazem uso dele, exista alegria no coração dos demais em celebração à diversidade em meio ao povo de Deus!" (Tomaz Amaral, Antes Que Seja Tarde, página 225).

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  4. "Eu sonho com uma igreja que seja um porto seguro para as diferentes gerações. Onde todos os membros, absolutamente todos, tenham espaço e que, enquanto fazem uso dele, exista alegria no coração dos demais em celebração à diversidade em meio ao povo de Deus!" (Tomaz Amaral, Antes Que Seja Tarde, página 225).

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