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SÍNDROME DO IMPOSTOR

 

Então o homem perguntou: “Como você se chama?” Ele respondeu: “Jacó.” Gênesis 32:27

 

            Jacó era o típico sujeito que queria levar vantagem em tudo. Desde pequeno, ele foi assim. O fato de nascer segurando o calcanhar do irmão pôs seus pais em estado de alerta. Por isso, chamaram-lhe Jacó ou Ya’aqov, que em hebraico seria algo como “ele agarrou o calcanhar”.

            Eu sei que colocar nomes assim nos filhos é muito estranho. Mas, como vimos ontem, essa era a cultura deles. Os nomes próprios eram escolhidos pelo significado que possuíam. Estavam atrelados a um desejo futuro ou a uma memória marcante. Por exemplo, Baruque significa “abençoado”, pois era o que seus pais queriam para ele. E Benoni significa “filho da minha aflição”, porque sua mãe morreu no parto.

            Acontece que, no caso de Jacó, é possível fazer um trocadilho maldoso. Se mudarmos um sinal vocálico de ‘aqev, que significa “calcanhar” em hebraico, a palavra vira ‘aqav, que quer dizer “enganar”. Por isso, seu irmão disse: “Não é com razão que ele se chama Jacó? Pois já duas vezes me enganou” (Gn 27:36).

            Daí foi um pulo até que o apelido pegasse. Jacó foi rotulado como enganador, embora seu nome não carregasse esse significado. O pior é que ele mesmo se sentia uma fraude. Se vivesse hoje, talvez o diagnosticassem com a chamada síndrome do impostor, um distúrbio psicológico no qual a pessoa tende à autossabotagem devido à construção de uma percepção interna de incompetência, levando-a a se sentir como uma impostora e a agir como tal. Assim era Jacó.

            Como impostor, ele nunca se sentiu digno de coisa alguma e, por isso, se esforçou sobremaneira, sem reconhecer os resultados e as conquistas. Sua luta com Deus foi física, espiritual e terapêutica. Anteriormente, ele havia mentido para receber a bênção paterna, chamando-se Esaú. Agora era a hora de aceitar a verdade: “Sou Jacó”, disse ele, “o enganador”.

            A batalha deixou sequelas. Mesmo curado, ele agora mancava. Continuava a se chamar Jacó, mas recebeu o sobrenome de Israel, pois se tornara príncipe com Deus e prevalecera sobre os homens, inclusive sobre si mesmo (Gn 32:28). Essa também pode ser a sua história; você pode ser um vencedor em todas as batalhas.

 

 

Autor: Rodrigo Silva em Descobertas da Fé, Pág. 75, MD 13032025, CPB 2025.

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