Pular para o conteúdo principal

O DEUS DE JONAS E... NOSSO TAMBÉM

                                                                                    

             O livro de Jonas pode parecer uma história simples. Apenas quatro capítulos e 48 versículos; mas brevidade não significa superficialidade. Ao estudarmos descobrimos tratar-se de um livro teologicamente complexo. Ele ensina que:

 

            1. Deus criou, controla o mundo natural e dele cuida.

             Durante a tempestade, em Jonas 1:9, o profeta declarou que Deus fez o mar e a terra, termos que a Bíblia usa para representar toda a criação. (Salmo 95:3-6)

            A criação está sob o controle de Deus, como vemos:

            1.1 Quando enviou um forte vento para varrer o mar (Jonas 1:4);

             1.2 Quando “providenciou”, “chamou”, “designou”, “deparou”, “preparou” um grande peixe (ser marinho) para tragar Jonas (Jonas 1:17);

              1.3 Quando falou com o peixe e este obedeceu, vomitando Jonas em terra firme (Jonas 2:10);

             1.4 Quando fez nascer uma planta e um verme especiais (Jonas 4:6-7);

               1.5 Quando terminou a história com outro vento (Jonas 4:8); certa vez, Jesus, ao acalmar uma tempestade, deixou os discípulos maravilhados dizendo: “Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?” Mt. 8:27.

               1.6 Quando mostrou Sua preocupação p/ todos os animais de Nínive (Jonas 4:11). Hoje Deus espera que façamos o mesmo. Prov. 12h10min.

                O único ser em todo o livro que recusou aceitar o governo protetor de Deus foi o próprio Jonas!

 

            2. Deus está pronto para salvar os que pedem sua ajuda.

             A Palavra de Deus está repleta de passagens que atestam esta verdade: Joel 2:32; Atos 2:21; Rom. 10:13.

            2.1 Jonas reconheceu a libertação de Deus durante sua oração (Jonas 2:2-9);

            2.2 Os marinheiros pagãos rogaram a Deus para salvá-los (Jonas 1:14);

             2.3 O povo de Nínive orou e jejuou vestido de pano de saco [até aos animais foi imposto jejuarem e serem cobertos de pano de saco] (Jonas 3:5-9).

                Deus livrou o profeta e os ninivitas da destruição certa. E pode, da mesma forma, fazer o mesmo conosco. Só Ele pode salvar-nos.

 

            3. Deus cuida de todos os habitantes da terra.

             Jonas repetiu a declaração de Deus a Moisés de que Ele é um “Deus clemente, misericordioso, tardio em irar-se e grande em benignidade” e que se arrepende do mal (Jonas 4:2 comparemos com Êxodo 34:6). Novamente;

               3.1 Deus mostrou misericórdia e graça para com o profeta, salvando-O da morte no mar;

              3.2 Mas também salvou os marinheiros açoitados pela tempestade;

              3.3 E ainda todo o povo de Nínive.

                Deus enviou o profeta para advertir Nínive, porque amava o Seu povo, assim como amava Israel. Infelizmente, o único israelita na história não refletiu aquele amor universal. Como tem sido difícil para os cristãos em todas as épocas aceitarem esta verdade: o exclusivismo é contrário ao espírito missionário.

                Até a tripulação da embarcação mostrou fé (Jonas 1:6) e quis fazer a coisa moralmente correta (Jonas 1:12-14). Depois da demonstração do poder de Deus sobre a tempestade, eles até adoraram e Lhe fizeram votos (Jonas 1:16).

                O povo de Nínive logo aceitou a pregação do profeta sobre sua condição corrupta e se arrependeu genuinamente (Jonas cap. 3).

                Apesar de reconhecer o amor de Deus pelas outras nações (Jonas 4:2), Jonas ficou zangado por esse motivo.

 

            4. Deus pode mudar de idéia sobre a intenção de castigar.

              Além da hostilidade para com os assírios, esta pode ter sido a razão que mais ofendeu Jonas. Seu orgulho profissional estava em jogo. Esperava-se que tudo o que um profeta dissesse realmente acontecesse. Esta é mais uma razão porque no A.T. o povo tentava matar os profetas.

              Eles achavam que se um profeta fosse morto antes de transmitir sua profecia, essa predição não se cumpriria.

              Deus ordenou que Jonas anunciasse a destruição de Nínive – e depois mudou de idéia. Vejamos Ez. 18:32; 33:11-20.

               A auto-estima do profeta sofreu prejuízo, especialmente visto que Deut. 18:22 declara que uma profecia que não acontecesse era falsa.

               Jonas preferia que milhares perecessem a ser considerado um falso profeta. Estaríamos nós dispostos a permitir que outros perecessem só para preservar nossas próprias idéias religiosas? Será que nossa teologia – embora seja vital – tem maior importância do que a nossa preocupação pelos outros?

               Mas Deus está livre para agir como Lhe apraz – ainda que seja para fazer algo diferente do que anunciou antes. Leiamos Jer. 18:1-10.

               A liberdade de Deus para fazer as coisas ao Seu modo pode ser frustrante pela perspectiva humana, como vemos em Mt. 20:1-16, na qual os trabalhadores na vinha se ressentiram pelos operários contratados por último e que receberam o mesmo salário dos que foram contratados primeiro.

              O livro de Jonas explora a relação entre a justiça de Deus e Sua compaixão e nos lembra que é Seu direito equilibrar esses dois atributos como achar melhor. Deus não pode ser colocado à força dentro de qualquer teologia ou filosofia humanas.

 

            5. O Senhor da Bíblia é  o único Deus verdadeiro.   

             A história de Jonas reconhece a existência das crenças e práticas religiosas dos marinheiros (Jonas 1:5-7), mas enfatiza o desejo de Deus de levá-los a adorá-Lo (Jonas 1:16).

            O profeta reconhece a loucura da adoração de ídolos (Jonas 2:8), mas o restante da história não critica os não israelitas da história. Eles são aceitos onde estão e o livro procura levá-los a melhor compreensão. 

             A Sr. ª White compreendeu esta verdade, pois ela afirma em CSES, págs. 84-86 que precisamos ter consideração pelas pessoas de outras denominações: “Ensinai-lhes que Cristo morreu para salvar os pecadores e que devemos trabalhar com grande ternura e paciência pelos que não são de nossa fé, pois essas almas são preciosas à vista de Deus. Ninguém deve ser tratado com desprezo. Não deve existir farisaísmo nem justiça própria.

             Entramos em contato com muitos cristãos verdadeiros que não são de nossa fé, mas vivem de acordo com a melhor luz que possuem. Esses gozam de maior favor de Deus do que os que têm mais luz, mas não progridem pela prática de obras correspondentes. E ela afirma: “Uma coisa é certa: tanto na Igreja como na E.S., existe muito pouco espírito de amor entre os Adventistas do Sétimo Dia.”

             Só existe um Deus verdadeiro, mas Ele busca as pessoas com amor, não com condenação e crítica. Procura converter a adoração sincera em adoração correta.

 

            6. Deus deseja receber gratidão, louvor e adoração daqueles que liberta.

            Os marinheiros adoraram a Deus depois que Ele acalmou o mar (Jonas 1:16).

             O povo de Nínive disse: “Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor de Sua ira, de sorte que não pereçamos?” (Jonas 3:9).

             Está implícito nessa declaração o início do louvor. Até mesmo Jonas louvou a Deus depois que foi salvo do peixe (Jonas 2:9).

            Ao estudarmos o livro de Jonas aprendemos que:

·         Deus é um ser pessoal.

·         Ele não apenas se envolveu pessoalmente com Jonas.

·         Também busca envolver-se diariamente conosco.

                Por isso seja-Lhe grato, louve-O, adore-O. Ele se agrada dessas atitudes. Que assim seja. Amém!!!

 

 

 

Autor: desconhecido

Fonte: idem

               

 

 

               

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AS TRÊS FASES DO JUÍZO DE DEUS

Apocalipse 14:6-7                                      Introdução             É um prazer tê-los em nossa igreja para mais uma noite de estudos do livro de Daniel. Nossa proposta é que todos os domingos aprendamos verdades divinas reveladas na Palavra de Deus. No domingo passado estudamos sobre um tema magnífico e antes de entrarmos na aula de hoje, iremos recapitular rapidamente o nosso estudo anterior.             Relembrando             Ao relembrar o gráfico profético vemos que antes da 2ª vinda de Jesus, ocorreria o juízo de Deus, você lembra?             Jesus não vem para julgar, Ele vem para dar a recompensa. O julgamento já terá ocorrido antes dEle voltar e este julgamento é chamado de julgamento investigativo, ou juízo investigativo (Apocalipse 22:12).             É chegada a hora do seu juízo             Leiamos Apocalipse 14:6-7             Devemos destacar alguns pontos nestes versos:             1° essa seria uma mensagem pregada em todo mu

DEZ INIMIGOS DA ORAÇÃO EFICAZ

           Segundo afirma o Pr. John Maxwell, em seu livro intitulado “Parceiros de Oração” existem aproximadamente dez inimigos da oração intercessória eficaz.            I João 5:15 diz que Deus sempre nos ouve.             Isto significa que Ele vai conceder tudo o que pedimos?            “Há condições para o cumprimento das promessas de Deus e a oração nunca pode substituir o dever”. PJ, pág. 143.            Uma coisa, porém, é certa. Deus ouve e responde a todas as orações.            Há, entretanto, três maneiras de Deus responder aos nossos pedidos: sim ; não e espere um pouco .   Alguns exemplos bíblicos que confirmam tal citação:            ·   Um homem leproso pediu para Jesus cura-lo. Jesus o curou imediat. Mat. 8:1- 6;            ·   Josué e Calebe tinham o desejo de tomar posse da terra prometida imediatamente. Mas tiveram que esperar quarenta anos (14600 dias). Num. 14:8;            ·   Moisés rogara a Deus que o deixasse cruzar o Jordão imed

ONDE ESTÁ ESCRITO QUE...

           Introdução .            Existe, inclusive no meio adventista, uma coisa interessante que os estudiosos denominam de cultura corporativa. Trata-se de um conjunto de regulamentos, de regras, de preceitos, que são levados a sério, até demais, muito embora não estejam escritos em lugar nenhum.             “Não tenho nenhum desejo de perturbar a fé de ninguém. Pelo contrário, quero que essa fé seja sincera, realista e verdadeiramente bíblica. Mas os crentes, por vezes, creem em coisas que não estão na Bíblia, por causa de um método errado de interpretação ou de uma esperança infantil de que Deus assumirá as responsabilidades por elas” . (O Mito da Grama Mais Verde de J. Allan Petersen, 4ª Edição/ 1990, Juerp, pág. 63).             O objetivo deste estudo é levá-lo a rever seus conceitos .            Deus é avesso a mudanças?            Todos nós certamente temos a resposta na ponta da língua. Sim. Está escrito lá no livro de Malaquias 3:6. Ou então está lá n