“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra,
não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto”. João 12:24
Uma pequena semente que, como todas as demais, por si só, isoladamente, pouco significa, mas, uma vez que é colocada na terra, multiplicar-se-á em grãos.
Você já parou para pensar que
quando seguras em suas mãos um punhado de sementes de trigo, tens contigo um
trigal?
Ou que quando aprisionas em tuas
mãos um punhado de sementes de árvores, sabes que é uma floresta que ali
repousa?
Antes que sejas tentado a pensar
que és poderoso demais, que basta lançá-las ao solo e elas transformar-se-ão
num trigal ou numa floresta de árvores frondosas, saiba que as sementes trazem
em si o mistério da vida e o milagre da fecundação. “A semente encerra um princípio germinativo, princípio que Deus mesmo
implantou; porém, abandonada a si própria não teria a faculdade de medrar”
(Ellen G. White, Parábolas de Jesus, página 63).
Para um botânico, em poucas
palavras, semente é o grão, ou parte do fruto, próprio para a reprodução, que
contém um embrião (no caso do trigo) monocotiledôneo, envolvido por um tecido
rico em reservas nutritivas chamado de albume ou albúmen, que se constitui na
parte comestível dos grãos.
Para aqueles que ouviam o sermão de
Jesus naquela ocasião, trigo era uma das coisas com a qual eles estavam
bastante familiarizados, algo que fazia parte do seu dia-a-dia.
Supostamente originário da
Palestina, Pérsia e regiões limítrofes, já era cultivado desde 5.000 a.C. no
Egito e, na China, desde 3.000 a.C. É um dos mais importantes cereais na
alimentação humana.
Semente também é a imagem
(ilustração) de muitas coisas aparentemente insignificantes, mas que
aproveitadas e colocadas em ambiente propício, resultarão numa colheita rica e
farta, atingindo assim sua finalidade.
O mesmo pode ser dito a respeito
das pessoas. Talvez seja necessário pensar, aqui, em mim mesmo. O que sou eu?
Insignificância que guarda em si um enorme potencial.
Por isso, Cristo compara a Palavra
de Deus à semente: pequena, insignificante, que nos passa despercebida, que
pode ser atirada longe com um sopro, com o vento, com a água da chuva, através
de insetos, pássaros ou até mesmo pelo homem, mas que, caindo em “solo bom... produzirão uma colheita de 30,
60 e até mesmo 100 vezes o que foi plantado”. Mt 13:8.
Aqueles que eram sensíveis às verdades
espirituais, entendiam as ilustrações. Para os outros, eram apenas histórias
sem significado, pois está escrito: “Ora,
o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe
parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente” (1 Co 2:14 - ACF); “Mas
o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co
2:15 – ACF).
Antes
que você se de conta de que não é tão poderoso assim e fique desapontado saiba que “o
homem tem sua parte em favorecer o crescimento do grão” (Ellen G. White,
Parábolas de Jesus, pág. 63).
Então posso ser útil nesse processo?
Como? Trabalhando. “Precisa preparar e
adubar o solo, e lançar a semente. Precisa lavrar o campo. Mas há um ponto,
além do qual nada pode fazer. Nenhuma força ou sabedoria humana pode extrair da
semente a planta viva. Ainda que o homem empregue seus esforços até ao limite
extremo, precisará, entretanto, depender dAquele que ligou o semear e o colher pelos maravilhosos elos de Sua
própria Onipotência.
Há vida na semente, e força no
solo; mas se o poder infinito não for exercido dia e noite, a semente não
produzirá colheita. A chuva precisa ser enviada para umedecer os campos
sedentos, o Sol precisa comunicar calor, e a eletricidade precisa ser conduzida
à semente enterrada. A vida que o Criador implantou, somente Ele pode
despertar. Toda semente germina e toda planta se desenvolve pelo poder de Deus” (Idem pág. 63). “Não
por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos”
(Zacarias. 4:6).
O conselho de Deus para mim e para
você é: faça o seu trabalho e deixe os resultados com Deus; confie em Suas
promessas, em Suas declarações: “Enquanto
a Terra durar, sementeira e sega,... não cessarão” (Gn. 8:22). “Assim será a palavra que sair da Minha boca:
ela não voltará para Mim vazia, antes fará o que Me apraz, e prosperará naquilo
para que a enviei” (Isaías 55:11). “Aquele
que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará sem dúvida com
alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Salmo 126:6).
Entretanto, para que toda
vitalidade latente, contida na semente se torne visível, necessita a semente
submeter-se ao processo doloroso da dissolução: morrer.
Para a semente significa
decompor-se, sem desaparecer. Mudar de forma, transformar-se, sem deixar de
ser. Para a semente é o multiplicar-se.
No momento em que ela entra em
contato com o solo, como que se decompõe, incha, explode, transforma-se em
raízes e caule, desponta a flor da terra, volta-se para a luz, cresce, torna-se
planta. Neste momento, as folhas e depois as flores e, finalmente, os frutos,
não só a enfeitam, mas, sobretudo a fazem atingir aquele estágio para o qual
foi criada: ser árvore útil.
Está você sendo útil à sua família,
ao teu próximo, a sua comunidade, a sua igreja, ao seu Deus? Como anda seu
testemunho? É você uma bênção?
Seja útil! Testemunhe
fervorosamente! Seja uma bênção!
É o meu desejo e a minha oração.
Amém!!!
© Nelson Teixeira Santos
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