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RELACIONAMENTO


I Co 7:32-34
Intimidade é tudo o que os casais precisam

           O Apóstolo Paulo, supostamente, estaria respondendo algumas questões contidas numa carta proveniente da Igreja em Corinto. Dentre essas questões, encontramos algo relacionado à vida conjugal. Não é meu propósito aqui discutir o que Paulo pensava acerca do celibato, mas observar com toda atenção a constatação que ele faz acerca daqueles que são casados. Observe:

           “O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor; mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à esposa, e assim está dividido. Também a mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo como no espírito; a que se casou, porém, se preocupa com as coisas do mundo, de como agradar ao marido.” (1 Co 7:32-34)

           Veja que interessante o que Paulo constatou. Eu mesmo sublinhei no texto as expressões: “de como agradar a esposa” (cf. v.33) e “de como agradar o marido” (cf. v.34). Ou seja, quem decidiu se casar tem que “cuidar” em agradar o outro e, diga-se de passagem, não a si mesmo! A falta de cuidado e preocupação em agradar o outro atrapalha demais a intimidade do casal, muita mais do que o próprio casal tem consciência. Já que estamos num retiro para casais, quero desafiá-los a pensar na intimidade de vocês e o que tem atrapalhado tal intimidade. Observe as ponderações abaixo, leia os versos bíblicos com cuidado e permita que o Espírito de Deus o (a) leve a uma disposição para mudanças radicais e profundas.

           O que atrapalha a intimidade de um casal?

           1. Críticas nada construtivas
           Atente-se ao provérbio: “Quem retém as palavras possui o conhecimento, e o sereno de espírito é homem de inteligência.” (Pv 17:27) Quem é inteligente? “O sereno de espírito” e o que retém as palavras! Preste atenção numa coisa: É difícil a intimidade florescer numa atmosfera de constantes críticas, o (a) parceiro (a) não consegue compartilhar abertamente seus pensamentos. Assim, antes de taxar seu marido (ou sua esposa) como alguém muito fechado, verifique se você não está reprimindo a pessoa pela maneira como reage a tudo e a todas as vezes que ele (a) fala (ou já falou!).

           2. Ressentimentos guardados
           Ed Wheat escreveu: “O tédio conjugal é quase sempre a máscara que esconde um mundo de ira e ressentimento jamais expressos abertamente”. Provérbios 18:2 diz que “o insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior.” Há maridos e esposas que se acostumam a viver assim: O tempo todo externando suas “dores” interiores, “virando do avesso” literalmente!


           3. Falta de tempo e diálogo

           Separar tempo para conversar, para falar e ouvir mantém o coração alegre! Quantos menos tempo o casal passa junto e quanto menos diálogo, mas a tristeza vai tomando conta e a comunicação vai diminuindo e a distância entre ambos tomando proporções elásticas. Bem diz o provérbio: “O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos” (Pv 17:22). Tempo e diálogo mantém o coração do casal alegre e o espírito saudável.


            4. Insensibilidade e falta de elogio

           Já reparou? A diferença entre um casal novo e um que já tem anos de casados é a maneira como ficam na mesa num shopping: o primeiro olha um pro outro e conversa, demonstrando sensibilidade pelo outro, elogiando quase que o tempo todo; o segundo, fica olhando para o movimento e quase não tem assunto e, se tem, é sobre algo que nada tem a ver com eles!
          Provérbios 16:24 nos lembra que “palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo”. Você tem abençoado o seu relacionamento com palavras agradáveis? Por mais bonita que sua esposa seja e, por mais que ela já saiba disso, é bom quando você diz a ela! Por mais que seu marido já saiba que você reconhece todos os seus esforços, é bom para ele ouvir isso dos seus lábios!

           5. Frieza e falta de contato físico (não sexual)
          
Quando aqui menciono o contato físico, estou querendo chamar a atenção para o que chamo de contato “não sexual”, isto é, aquela aproximação isenta de intenções sexuais. O livro “Sexo e Intimidade”, que todo casal deveria ter e ler, afirma que “é com demasiada frequência que, depois de casados, os cônjuges usam o toque físico apenas como sinal para o sexo, mas isso não devia ser assim” (cf. p. 127).
           Sei que as mulheres em especial sentem falta disso: do toque, do abraço, das mãos marido tocando seus cabelos, do beijo carinhoso, etc. Gosto de Cantares 8:1-2: “Tomara fosses como meu irmão, que mamou os seios de minha mãe! Quando te encontrasse na rua, beijar-te-ia, e não me desprezariam! Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias;...”
            Numa cultura onde havia sérias restrições com relação ao contato físico público entre homem e mulher, quem escreve demonstra seu desejo de – sem nenhum constrangimento – andar de mãos dadas ou quem sabe, abraçado sem nenhuma “impureza”, como se fossem – ele e sua amada – irmãos.
           Que essa reflexão te faça bem e, sobretudo, te leve para “casa” mais disposto a ser melhor!

          












           Antonio Lazarini Neto - É pastor Titular da Igreja Batista Jardim Planalto em Nova Odessa (SP); Professor da Faculdade Teológica Batista de Campinas; Bacharel em Teologia; Mestre em Ciências da Religião e autor da MK Editora.



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