Chapter Nine
Torne
Seu Casamento Invulnerável a “Casos”
Não
há salvaguarda melhor contra a infidelidade do que um casamento vital,
interessante. Dr. Norman M. Lobenz
Em uma
viagem ao Alaska, Evelyn e eu ganhamos umas férias de uma semana, com todas as
despesas pagas, no fabuloso Parque Nacional de Monte McKinley. Voamos para o
parque em um pequeno avião, sobre profundos vales entre montanhas, bonitos
lagos e entre picos magnificentes. Que cenário maravilhoso! Em seguida
transferimo-nos para um ônibus de turismo, para a viagem de cinco horas através
das montanhas, até o remoto Camp Denali, com o nosso hospedeiro, Wally Cole.
Como
acontece às crianças, em sua primeira viagem à Disneylândia, tudo para nós era
motivo para admiração. Era o paraíso dos fotógrafos. Ursos pardos, caribus,
alces, ovelhas selvagens, pássaros raros – vimos todos eles. E o ponto
culminante da América do Norte, o Monte McKinley, era espetacular, solene,
majestoso, imponente!
Mas,
nessa viagem inesquecível, havia também muitos sinais comuns, ao longo do
caminho, sinais de advertência: Cuidado com Rochas Soltas. Não Saia da Estrada.
Não Acampar Aqui. E também sinais indicadores: Parada Panorâmica de Descanso.
Estação Científica. Monumento Histórico.
O
casamento é assim – uma viagem longa e memorável. E ele torna-se mais
significativo quando você presta bem atenção aos sinais. E mais seguro – seguro
de um “caso” de infidelidade conjugal. Primeiramente, vejamos os sinais de
advertência.
NÃO COMPARE O INCOMPARÁVEL
Não há dois casamentos iguais, de forma alguma. Portanto,
compará-los é uma atitude negativa, produzindo resultados negativos. Se você
comparar o seu casamento com muitos outros ao seu redor, que estão se
desmoronando ou são apenas concurso de resistência, ficará desanimado,
sentir-se-á fora de sincronismo com os tempos atuais. Ou se tornará
complacente, pensando que não tem por que se preocupar. Se você se focalizar em
casamentos que acha que realmente tiveram sucesso, você se menosprezará,
ampliará as suas próprias incapacidades e irá desesperar. Você nunca poderá
alcançar o padrão.
A
verdade é que não existe casamento-padrão. As comparações são como uma porta
giratória, que não leva a gente a lugar nenhum. Você fica dando voltas, e
termina no mesmo lugar. Você só confirma a sua convicção de que seu casamento é
de segunda classe, ou aumenta o seu temor de que não conseguirá ter um
casamento de primeira classe. Estas duas atitudes matam a iniciativa pessoal,
que é necessária para se obter êxito no casamento. Não nos admiremos de a
Bíblia dizer: “Os que se comparam entre si não são sábios”.
O seu
casamento é único – e, por isso, incomparável. Você não compara um Volkswagen
com um Mercedes Benz, embora ambos sejam automóveis, e ambos possam levar você
aonde você quiser ir. Tudo a respeito desses dois carros é diferente, embora
ambos tenham as mesmas peças essenciais e operem segundo mesmo princípio
básico. As personalidades e temperamentos dos cônjuges, as características
herdadas das famílias, as oportunidades, a instrução e a experiência – tudo
isso difere amplamente em cada situação. É fácil imaginar que outros casamentos
são muitos melhores do que o seu, mas, na verdade, você não sabe a verdadeira
situação do casamento de ninguém. A comparação de seu casamento com o de
qualquer outra pessoa jamais pode ser válida ou positiva. As semente do sucesso
no casamento já se encontram em seu casamento. Você precisa regá-las e fertilizá-las.
O seu
cônjuge é especial. Você não precisa de um outro cônjuge. Ente vocês, ambos têm
os recursos para edificar um grande relacionamento, se realmente estiverem
empenhados nisso. Ninguém mais tem o mesmo potencial que vocês têm – a combinação
especial de forças e doçura que Deus lhes deu. Todos os elementos para um
casamento que satisfaça já estão aí, se você quiser usá-los. Você não precisa
de um novo emprego, uma nova amante, lá fora, ou de uma cirurgia plástica. Tudo
está bem ao seu alcance, se cada um de vocês dois assumir uma nova atitude.
Essas riquezas estão ao seu alcance. Mas você precisa procurá-las e continuar
procurando.
Isto não será
fácil. Nenhum casamento maravilhoso acontece automaticamente. Tudo o que tem
valor vale o esforço que se faz para alcançá-lo. Se você está tendo
dificuldades, a tendência é focalizar-se nos problemas, e não em encontrar
soluções. A situação exige coragem, bem como persistência, determinação e
dedicação. Ao invés de comparar o seu casamento com outros, compara-o com o
potencial que Deus deu a vocês dois e com os eternos princípios de Deus, que
funcionam. Esquecemo-nos, quando dizemos que a grama do vizinho é mais verde,
que ela precisa ser aparada, fertilizada e regada, da mesma forma como a de nosso
jardim. Os esforços para cultivar o seu gramado darão resultados mais
recompensadores e permanentes do que a excitação passageira de escapar para uma
aventura.
Não
olhe para fora, para ver o que os outros estão fazendo. Aproveite qualquer
ideia prática que você puder, provinda de fontes confiáveis, e aplique-a
criativamente ao seu relacionamento. Copie todas as boas ideais que puder, e
faça experiências com elas. Pratique-as. Copie, mas não compare. Olhe para
dentro. Você está, agora mesmo, pisando em sua mina de ouro – a sua jazida de
diamantes. Russel Conwell conta uma história incomparável:
Era uma
vez um idoso persa que se chamava Ali Hafed. Ele era possuidor de uma grande
fazenda, pomar, campos de cereais, hortas. Fizera muitos investimentos, e
estava rico e contente. Um dia recebeu a visita de um velho sacerdote budista,
um homem de elevada estirpe. Eles se assentaram perto do fogo, e o sacerdote
contou-lhe a minuciosa história da criação. E concluiu dizendo que os diamantes
eram as pedras preciosas mais raras e valiosas que haviam sido criadas, “gotas
congeladas de luz solar”, e, se Ali tivesse diamantes, ele poderia obter o que
quisesse para si e para sua família.
Ali
Hafed começou a sonhar com diamantes – acerca de quanto valiam. E tornou-se
pobre. Ele não ao perdera nada, mas sentia-se pobre, porque tornou-se confuso e
descontente porque temia que fosse
pobre. Ele disse: “Quero uma mina de diamantes”, e ficava acordado durante a
noite.
Certa
manhã, ele decidiu vender a sua fazenda e tudo o que tinha, e viajar pelo
mundo, em busca de diamantes. Juntou o dinheiro que tinha, deixou a família aos
cuidados de um vizinho, e começou a sua busca. Viajou pela Palestina e pela
Europa extensivamente, e nada encontrou. Por fim, depois que o seu dinheiro já
fora todo gasto e ele estava em farrapos, em miséria e pobreza, chegou a uma
praia em Barcelona, Espanha. Uma grande onda veio quebrando, e esse homem
pobre, desanimado, sofrendo, quase moribundo, não pode resistir à terrível
tentação de se lançar nessa onda tremenda. E afundou, para nunca mais emergir.
O home
que comprou a fazenda de Ali Hafed, certo dia levou o seu camelo para o regato
que havia em sua horta. Quando o camelo colocou o focinho naquele ribeiro raso,
o novo proprietário notou um brilho curioso de luz, que provinha de uma pedra
nas areias brancas da torrente. Ao esgravatar com os dedos a areia, ele
encontrou um monte das mais belas pedras preciosas: diamantes. Esta foi a descoberta
da mais magnífica mina de diamantes na história da humanidade: a Golconda. Os
maiores diamantes que enfeitam as coroas reais do mundo vieram dessa mina.
Os
diamantes de Ali Hafed estavam debaixo de seus próprios pés, mas ele não o
percebeu.
Os
diamantes de seu casamento estão em seu quintal. Não os deixe passar
despercebidos. Não os menospreze. Garimpe-os.
NÃO ARME AS SUAS PRÓPRIAS ARMADILHAS
Muitos “casos” são o resultado da queda nas armadilhas
autoarmadas, com iscas para si próprio. Bisonhamente passamos graxa em nossos
próprios escorregadores, e, inconscientemente, fazemos as coisas que nos
preparam para cair.
Considere primeiramente os seus amigos (as).
Numa sociedade em que o flerte é a norma, e a infidelidade, comportamento
aceito, você precisa escolher e cultivar as amizades com muito cuidado. Os
amigos que tratam levianamente a infidelidade conjugal ou que contam piadas
sugestivas e histórias picantes são, na verdade, inimigos de seu casamento.
Evite-os. Visto que muitos “casos” acontecem entre amigos íntimos – casais que
tiveram muita amizade – uma conversa desbragada a respeito de sexo derruba os
muros protetores, espicaça a curiosidade e suscita fantasias. Quanto mais
franca e aproximada for a amizade, mais necessário é manter a conversa em alto
nível. Muitas mulheres se defrontam com a tragédia dupla da infidelidade de seu
marido com a sua melhor amiga. Sem
querer bancar o “santo”, você sempre pode encontrar maneiras de fazer os seus
amigos perceberem que você considera que a infidelidade é algo muito sério. E,
indubitavelmente, com ações positivas, precisa confirmar o seu ponto de vista,
de forma que os seus amigos vejam e ouçam que você admira, aprecia e ama o seu
cônjuge. Quando, na conversa, se mencionar algo que, de alguma forma, demonstre
pouco caso do casamento, você deve reagir com algo positivo a respeito de seu
casamento. Não deixe o ambiente continuar envenenado pelas dúvidas e
negativismo, que dão ao casamento uma má fama. Seja mais do que uma testemunha
silenciosa. Fale a favor do casamento – de seu casamento.
Outra armadilha que armamos para nós mesmos
é no escritório, no trabalho. Não é segredo que muitos “casos” são gerados
no escritório, e que os favores sexuais muitas vezes influenciam contratos e
promoções. Uma secretária atraente e muito competente contou-me como ela se
protege: “Recuso todos os convites para almoços ou jantares privados com homens
de nosso escritório – e recebo muitos – porque me conheço e sei que seria difícil
não reagir à admiração dos outros homens. Eu dou muito valor ao meu casamento,
para me expor a esses riscos”.
Evite as revistas e as diversões que
diminuem as inibições. Considere as novelas da TV, por exemplo. É
impossível edificar um casamento sólido e ser “gamada” em novelas. Os seus
dramas distorcidos, de romance, sexualidade, infidelidade, “casos” e abortos,
induzem a comparações, insatisfações. Inconscientemente, você começa a pensar
por que sua esposa não igual à “outra mulher de João” ou porque o seu esposo
não é igual ao “marido secreto de Maria”. Essas comparações com a ficção
inevitavelmente resultarão em um sentimento de que o seu casamento lhe está
roubando algo, e que um “caso” libertaria você dessa chateação. Esta fantasia
irreal aumenta qualquer desapontamento conjugal que você possa ter. As
expectativas frustradas levam você a culpar o seu cônjuge por estar
restringindo você. O fato de culpar o seu cônjuge leva-o a tornar-se inativo em
seus esforços para edificar um casamento sadio. O resultado dessa dedicação e
desse esforço decrescente é deterioração conjugal ainda maior. Isto, por seu
turno, alimenta ainda mais a fantasia e prepara você para um “caso”. É um
círculo vicioso. Você não pode edificar um casamento sadio baseando-se em uma
fantasia, com personagens imaginários.
Margaret Hess, esposa de um pastor de Detroit, tem algumas sugestões
práticas para você evitar as suas próprias armadilhas: Trace limites nos relacionamentos com o sexo oposto. Um psiquiatra disse
que evita marcar a última consulta do dia com uma mulher. Um pastor mantém a
pessoa que está sendo aconselhada do outro lado da escrivaninha, e conserva as
cortinas abertas. Um médico chama a enfermeira para a sala, quando precisa
examinar uma paciente. Um patrão e sua secretária podem evitar irem jantar
sozinhos ou trabalhar à noite sozinhos. Uma dona de casa pode evitar situações
tentadoras com vizinhos, quando o marido
está viajando. Uma esposa de bom senso
não ficará três meses numa casa de campo ou de praia, deixando o marido
entregue a si mesmo. Da mesma forma, ela não procurará o marido de alguma outra
mulher que foi passar o verão fora. Não há necessidade de um marido mostrar
solicitude indevida por uma mulher cujo marido tem de estar ausente, a
negócios. Ela precisa sentir uma lacuna que só o marido pode preencher.
A Sra. Hess continua:
Será
que esses limites significam o impedimento de relacionamentos calorosos entre
homens e mulheres? Claro que não. A Bíblia nos dá o modelo. Paulo aconselhou
Timóteo a considerar “um velho... como a um pai; aos moços, como a irmãos; às
mulheres idosas como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza.” Você
pode desfrutar de amizades maravilhosas com o sexo oposto. A relação entre
irmão e irmã inclui identificação. Expressa interesse e mostra amor. Inclui o
carinho verbal, e mesmo o toque físico, sob certas circunstâncias. Um caloroso
aperto de mão pode expressar apoio. Mas evite qualquer contato físico que
contenha insinuações de atração sexual. Os limites que você estabelecer
dependerão do potencial de eletricidade.
“Abstende-vos de
toda espécie de mal”.
O Dr.
Carlfred B. Broderick resume de outra maneira: “Se você se encontrar em uma
situação que expresse deliciosa intimidade com um membro atraente do sexo
oposto, você deve começar a procurar maneiras de reestruturar a situação”. Se
você não o fizer, o seu pé será preso em
sua própria rede.
RECUSE-SE A SERRAR PÓ DE SERRA
O pó de serra não pode ser serrado de novo. O chiclete
velho não pode ser mastigado interminavelmente. O passado agora é história, e
não pode ser vivido outra vez. Você não pode fazer nada a respeito do
comportamento do passado, mas pode aprender dele. Você pode viver apenas o
momento presente; quaisquer recordações pessoais ou de outras pessoas a
respeito dos erros do passado só o ferirão e o tornarão incapaz de agir agora.
Recuse-se a permitir que o seu casamento hoje seja ferido pelo que existiu no
passado.
Todo
mundo tem um passado imperfeito. Ninguém tem uma história imaculada, podendo
olhar para trás e ver uma sucessão de vitórias sem solução de continuidade. O
passado de cada um de nós foi pontilhado de dificuldades, desenganos, fracassos
e pecados. Nenhuma vida, nenhum casamento foi todo ensolarado, sem tempestade,
perigo ou crise.
Algumas
pessoas se detêm em uma falha em sua criação. De fato, todos foram vítimas
dessas falhas, porque não há pais perfeitos. Ninguém recebe carinho suficiente
de seu pai, carinho suficiente de sua mãe, carinho suficiente do resto da
família. Nenhum casamento até hoje, foi um modelo perfeito para os filhos.
Alguns experimentaram o sentimento de culpa por causa de fracasso pessoal. O
fracasso nos negócios, na escola, na vida moral, no casamento.
Todos
temos um passado irrevogável. O que está feito está feito. Isso nunca pode ser
mudado ou revogado. Lord Byron, o poeta inglês, escreveu: “Nenhuma mão pode
fazer o relógio bater para mim as horas que passaram”.
Nem
todo o esforço do mundo pode trazer de volta a pedra já atirada.
Nem
todo o remorso do mundo pode desdizer as palavras contundentes uma vez ditas.
Nem
toda a tristeza do mundo pode desfazer o dano que um “caso” inflige ao seu
casamento.
Nem
todas as lágrimas do mundo podem transformar o adultério em um ato de pureza.
Nem todas as desculpas do mundo consertarão o
ato de negligência.
Nenhuma
pena pode anular o que já foi escrito.
Não há
maneira de se colocar o leite derramado de volta na leiteira ou de recolher
novamente a água perdida no solo.
Ninguém
pode reunir de novo as penas que foram sopradas pelo vento, para onde só Deus
sabe.
Não há
quantidade de orações ou de vida piedosa que desfaça o dano causado por atos
indisciplinados e indulgência.
O seu
passado pode beneficiar o seu casamento, ou pode ser que o arruíne. Você pode
aprender com ele, edificar sobre ele, e entregá-lo a Deus – ou você pode
estacionar ao lado dele, vivê-lo novamente, e ser seduzido por ele. O passado é
um tirano que o manterá amedrontado, e o tornará incapaz diante das
oportunidades de seu casamento hoje. Ou se tornará um bode expiatório, de forma
que sempre haverá algum lugar onde colocar a culpa pela sua indisposição para
transformar-se e edificar o seu matrimônio agora. Você pode desenvolver, dentro
de si, uma percepção para examinar o seu passado. Mas essa percepção por si
mesma não mudará o passado nem o presente.
Quando
você se desculpa, por causa de seu passado, está se consignando à mediocridade
para sempre – para de contínuo fazer-se de vítima. Como sugere sucintamente o
Dr. Wayne W. Dyer: “Se o meu passado é o culpado pelo que sou hoje, e o passado
não pode ser mudado, estou condenado a permanecer como sou”. Há um sinal diante
do seu passado que diz: NÃO ESTACIONAR AQUI. Se você ignorar esse sinal,
permanecer no passado, recapitulá-lo minuciosamente, estará indicando: “O meu
futuro está atrás de mim”. Consequentemente, isto solapará o desenvolvimento de
seu casamento hoje e amanhã.
A
bagagem de ontem é fardo demasiadamente pesado para hoje. Tenho viajado
constantemente durante trinta e oito anos. Se insistisse em incluir em minha
bagagem hoje todos os ternos e camisas, todos os pares de sapatos e meias,
todas as malas de todo esse período, não seria capaz de carregá-la. Não me
deixariam entrar no ônibus ou avião. E também, não teria nenhum objetivo útil.
Eu me livrei de tudo o que não pode me servir hoje. Paulo, o apóstolo,
expressou bem isso para todos os casamentos: “... uma coisa faço, e é que ,
esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante....”
Cada cônjuge precisa tomar exatamente esta decisão: “Nunca mais suscitarei o
passado. Não podemos deixar que nada do que ficou para trás controle o futuro
de nosso casamento. Jamais tirarei do armário qualquer esqueleto, para fazer
você se lembrar de um erro passado, nem apresentarei contra você qualquer coisa
para prejudicá-lo e continuar o sofrimento que nós dois passamos. Os melhores
dias de nosso casamento estão à nossa frente, e nós avançamos para eles e os
gozaremos juntos”.
O amor
não guarda nenhum registro de injustiças sofridas. Você joga fora o livro de
registros e se livra de suas armas de manipulação. Entregue o seu último
trunfo.
Desta
maneira, cada dia é um novo começo, e não apenas uma recapitulação do passado.
Vocês decidem perdoar, aprender com os erros cometidos, para crescerem juntos.
Deus, mediante a nossa confissão, enterra os nossos pecados no mar de seu
esquecimento, e nunca mais os apresenta novamente contra nós: Ele “...irá atrás
de vocês, para protegê-los”. Cada um dos cônjuges precisa assumir um
compromisso sério de “ser a retaguarda” do outro, de protegê-lo contra as
recordações automutiladoras do passado. Lembre-se: o ontem acabou a noite
passada.
OLHE ATRAVÉS DOS
ÓCULOS DE SEU CÔNJUGE
Devido às muitas diferenças temperamentais e emocionais
entre homens e mulheres, é natural que eles julguem de maneira diferente o seu
casamento. Um cônjuge pode estar recebendo grande parte do que deseja, enquanto o outro se sente frustrado.
O arranjo que pode ser ideal para um pode ser maçante para o outro. Portanto,
ao considerar o estado de seu casamento, você precisa perguntar-se
corajosamente como o seu cônjuge se sente, e não apenas como você se sente.
Visto que o casamento é uma sociedade, as condições e sucesso precisam ser
julgados por ambos os sócios. Você não pode presumir que ambos têm a mesma
opinião, e que, porque as suas necessidades são supridas, as de seu cônjuge
também estão sendo supridas.
Tom e
Jan são meus amigos especiais, no Texas. Recentemente, quando nos assentamos ao
redor da mesa da cozinha, eles me contaram a sua experiência. Certa noite, eles
tinham acabado de ira para a cama. Tom estava deitado de costas, enquanto eles
contavam as experiências do dia. Com as mãos na nuca ele exclamou com grande
satisfação: “Estou muito feliz. Temos um casamento e família maravilhosos,
estou indo bem nos negócios, estamos em uma igreja abençoada. Não sei como
poderíamos estar mais contentes”. Enquanto ele estava gozando dessa euforia,
dessa alegria, percebeu que Jan permanecia muito quieta, e então a cama começou
a ser sacudida. Soluços abafados vinham do outro lado da cama. Jan rompera em
choro. Tom ficou chocado, e então quase morreu de surpresa quando ela disse:
“Como é que você pode dizer isso? Eu nunca estive tão infeliz e desiludida.
Nada está indo direito. Tudo é uma bagunça”. Tom me disse: “Eu não podia crer
no que estava ouvindo. Não podia entender aquilo”.
Muitas
vezes os homens são obtusos. Os maridos, em geral, acham que, se não há
conflitos frontais por várias semanas, nenhuma discussão, ninguém atirou
pratos, as coisas estão indo muito bem, e o casamento está sendo um sucesso. A
esposa pode estar sofrendo sozinha, por sentir que não é reconhecida, não é
entendida, e que o romance entre eles se desfez.
Certa
mulher, que estava visitando um conselheiro conjugal havia várias semanas,
finalmente reuniu coragem suficiente para contar isso ao marido. Ele ficou
boquiaberto, como se dissesse: “O que é que há de errado com você?” Uma junta
de cavalos não conseguiria levá-lo arrastado ao conselheiro. O casamento ia às
mil maravilhas - para ele.
Os
casais muitas vezes acham, inconscientemente, que discutir as necessidades do
casamento abertamente criará tensões e aumentará os problemas, e que é melhor
não mexer com eles. Deixe sossegado o cão que dorme. Não traga à luz o que não
é bom. Mas o oposto é verdadeiro. Enquanto presumimos que tudo está otimamente
bem, se não sabemos onde estão as falhas potenciais, um terremoto pode estar se
formando, e de repente pode abalar tudo, para nunca mais se recuperar.
Precisamos conhecer as forças e as fraquezas de nossa vida em comum. Precisamos
saber como o nosso cônjuge se sente a respeito da qualidade de nosso casamento.
Os segredos precisam ser compartilhados enquanto somos capazes de enfrentá-los
positivamente e juntos.
Recentemente, discuti, com um casal que estava casado havia quarenta
anos, os problemas de seu casamento. Embora fossem conhecidos em sua igreja,
eles, durante todos aqueles anos, ainda não se haviam nivelado um com o outro,
e cada um presumia que tudo ia bem com o outro. Ambos desempenhavam certos
papéis e apoiavam um ao outro publicamente, mas, em seu íntimo, a esposa achava
que não tinha identidade própria e fora negligenciada todo aquele tempo. Agora
tudo veio para fora como uma explosão, e os pedaços estão espalhados por toda
parte. Ela diz: “O nosso casamento está condenado”.
Pergunte ao seu cônjuge agora: “Como você
realmente se sente em relação ao nosso casamento? Onde você vê áreas de
necessidade?” Aliás, enquanto estou escrevendo este capitulo, em casa, saí do
escritório, fui até a cozinha, e fiz à minha esposa estas perguntas. Se ela está chateada, eu preciso ficar sabendo.
Se ela sente-se ferida, preciso saber por quê. Se ela se sente negligenciada
fisicamente, socialmente, sexualmente, preciso ficar sabendo, porque senão não
haverá progresso em nosso casamento.
Assim
sendo, faça estas perguntas, e fale a verdade ao respondê-las ao seu cônjuge.
Fale a verdade em amor a respeito de si mesmo, e não a respeito de seu
cônjuge. Não aponte o dedo nem faça
acusações. Somente diga como se sente. Troquem de óculos só por um pouquinho,
de forma que cada cônjuge possa ver exata e equilibradamente os pontos de vista
do outro. “Em vez disso, seguiremos com amor a verdade em todo o tempo –
falando com verdade, tratando com verdade, vivendo em verdade – e assim nos
tornaremos cada vez mais, e de todas as maneiras, semelhantes a Cristo, que é o
Cabeça”.
Em um
casamento que está se desenvolvendo nenhum dos cônjuges deve dizer, surpreso:
“Mas eu não sabia que você estava se sentindo assim”.
MANTENHA AS MÃOS VAZIAS, MAS A CAIXA CHEIA
Visto que dirijo grandes conferências sobre o casamento e
a vida familiar, estou sempre procurando novos títulos para as palestras, de
modo a conterem um apelo e serem atraentes para o público. O que você acha
deste: “Dez maneiras secretas de Segurar o Seu Cônjuge”? Estou certo de que
este tópico será muito atraente, e ajudará a aumentar o número de ouvintes. Mas
isso seria trágico. Como seria incorreto alguém tentar segurar outra pessoa. Pelo contrário, precisamos aprender dez
maneiras de abrir a mão fechada com que
cada um está segurando o outro.
Nós
agarramos possessivamente o nosso cônjuge, porque sempre deixamos a caixa
vazia. O Dr. Willard Beecher conta como a maioria das pessoas chega ao
casamento crendo que ele é uma caixa cheia de coisas boas, da qual tiramos tudo
o de que precisamos para nos tornarmos felizes. Que a certidão de casamento é
também a chave dessa caixa. Que podemos tirar dela tanto quanto desejamos, e
ela, de alguma forma misteriosa, continuará cheia. E, mesmo quando essa caixa
fica vazia, e o casamento desmorona, ainda não aprendemos a nossa lição. Ainda
continuaremos a procurar um segundo casamento, que traga uma outra caixa sem
fundo, de forma que possamos esvaziar.
O
casamento é uma caixa vazia. Não há nada nela. Ele é uma oportunidade de
colocar algo nela, de se fazer algo por ele. Nunca se pretendeu que o casamento
fizesse algo por alguém. Espera-se que as pessoas façam algo por ele. Se você
não puser na caixa mais do que tirou dela, ela ficará vazia. O amor não está no
casamento, está nas pessoas, e as pessoas o colocam no casamento. Romance,
consideração, generosidade, não estão no casamento, estão nas pessoas, e elas
os colocam na caixa do casamento. Quando essa caixa fica vazia, tornamo-nos
vulneráveis, susceptíveis a ter um “caso”.
Se você
pretende conservar cheia essa caixa, deve abrir as mãos e afrouxar o aperto com
que tenta controlar o seu cônjuge. O fato de segurar o seu cônjuge muitas vezes
significa oprimi-lo. Segurar o seu cônjuge, na verdade, significa controlá-lo.
Isso é feito de várias maneiras, por exemplo: sendo autoritário, mandão,
dominador. Essa espécie de marido ou esposa geralmente se casou com uma pessoa
“fraca”, com alguém que tem de si mesmo ideia muito negativa. Um fraco – alguém
que tem medo e fará o que o outro diz. Um homem que conheço trata a esposa como
a um cão. Não, ele trata o cão melhor. Ele conversa com o cão mais do que com a
mulher, e não engana o cão da maneira como engana a esposa, com os seus
“casos”. Pelo fato de ela estar amedrontada, sentir-se insegura, perseguida,
ela pensa que é seu dever cristão não dizer nada e não fazer nada. Assim, ele
continua intimidando-a, oprimindo-a ainda mais, e ela se sujeita. Por medo de
um futuro incerto, ela se apega a ele covardemente. Ambos se agarram um ao
outro por diferentes razões. Com os punhos cerrados. Dois fracos.
Esta
possessividade de mãos fechadas se manifesta também em uma incapacidade de
realçar os dons, talentos e qualidades de nosso cônjuge. As esposas cujos
maridos não as incentivam a progredirem e a desenvolverem os seus talentos,
dados por Deus, estão às mercê das vozes extremistas do movimento feminista, ou
coisa semelhante. Algumas vezes o marido é estimulado pelo seu trabalho e pelos
seus contatos, enquanto a mente de sua esposa está virando geleia, pois só se
relaciona com as crianças em casa. Ele controla e limita o desenvolvimento
dela, e depois, anos mais tarde, volta-se para uma mulher mais faceira, porque
a sua esposa não evoluiu. Esta semana mesmo, em Oklahoma, uma filha me falou a
respeito de seus pais. O pai, um pastor, negligenciou a mãe dela completamente
durante anos, oprimindo-a e favorecendo a filha. A esposa raramente era vista,
era sempre o cônjuge silencioso. E ele estava sempre citando versículos bíblicos
distorcidos para provar a sua política de punhos fechados. Com o tempo, tanto a
esposa como a filha descobriram que estavam sendo vitimadas e manipuladas uma
contra a outra. Ambas encontraram sua identidade em Cristo, foram libertas, e
agora estão desenvolvendo de maneira útil suas capacidades dadas por Deus.
Quando ele viu que o seu jogo fora descoberto, saiu de casa, e ainda continua
citar os seus versículos.
Conservar
a mão aberta significa que você vive para o seu cônjuge, mas não através dele.
David Wilkerson diz para as donas-de-casa:
Saia
da escravidão de viver a sua vida apenas através dos outros. Deus nunca
pretendeu que você encontrasse felicidade só através de seu marido ou de seus
filhos. Não estou sugerindo que você os abandone
– mas que tão somente abandone a sua degradante escravidão à ideia de que a sua
felicidade depende apenas de outras pessoas. Deus quer que você descubra uma
vida de verdadeira felicidade e contentamento, baseada apenas no que você é
como pessoa, e não nos caprichos das pessoas que estão ao seu redor.
Deus quer que você encontre a sua identidade pessoal no
fato de ele o ter criado e redimido. Você tem valor desde o nascimento, e, além
disso, tem uma posição correta para com Deus e sua justiça, quando recebe a
Cristo como Salvador e Senhor. Assim, seja você marido ou mulher, precisa ter
um relacionamento pessoal e crescente com Deus, que não dependa de seu cônjuge
ou de seu papel na família. Assim, vocês dois são livres para viver um para o outro, em vez de viver um através do outro. Viver um através do
outro encoraja um apego doentio, e punhos cerrados, para não ficar opresso ou
desiludido. Viver um pelo outro libera vocês dois para relaxarem o aperto com
que prendem um ao outro, e juntos trabalharem produtivamente para conservarem a
caixa cheia.
Existe
um pequeno restaurante holandês na Pensilvânia, em um subúrbio, onde Evelyn e
eu gostamos de tomar refeições. Não há nada como ele em toda a região de
Chicago. A comida é maravilhosa – havendo variedade incomum, deliciosamente
temperada, o seu preparo constituindo uma tentação, sendo em porções grandes.
Quando temos hóspedes em casa, este é o primeiro lugar em que pensamos em
levá-los. E eles sempre falam de lá, lembrando-o com entusiasmo. Não há
decoração luxuosa; na realidade, ele é bem simples, o refeitório apertado, as
mesas cobertas de linóleo. Não fazem reservas antecipadas, por isso geralmente
precisamos esperar até que haja mesa desocupada. Nenhuma vez os donos nos
apertaram num canto e nos fizeram prometer que voltaríamos. Nenhuma vez eles
nos acorrentaram às mesas para terem a certeza de que não os deixaríamos.
Nenhuma vez eles gritaram e se lamentaram: “O que faremos se vocês não voltarem
mais? Vocês não veem o que estão fazendo por nós? Como podemos viver sem
vocês?” Nenhuma vez eles enviaram piquetes de valentões para arrastar fregueses
para dentro. E eles não dão descontos. Simplesmente mantêm a sua caixa
apetitosamente cheia, e as suas mãos generosas sempre vazias. Todo freguês está
disposto a esperar pacientemente uma mesa vazia, e a se arrumar como puder no
aperto da sala. Ele sabe que não poderá encontrar nada melhor em qualquer outro
lugar.
Para
dizê-lo de outra maneira, abra a gaiola, mas mantenha o cocho cheio de alpiste
da melhor qualidade.
TORNE-SE O HOSPEDEIRO, E NÃO O HÓSPEDE
Não
deviam permitir que as crianças casassem. Se essa fosse a lei, ela
eliminaria todos os casamentos, visto que nós todos agimos como crianças
egoístas, grande parte do tempo. O fato de realizarmos o ato adulto de nos
casarmos não nos torna adultos. E este é o verdadeiro problema que está
subjacente a qualquer outra dificuldade no casamento. A criança desempenha um
papel passivo/receptivo. Ela espera ser servida. Tudo é feito para ela. Ela não
tem nenhum senso de responsabilidade ou nenhuma iniciativa. É tratada como
hóspede. As crianças não sabem como serem hospedeiras.
Qualquer
marido ou esposa com um pouquinho de sinceridade admitirá que é mais gostoso
ser hóspede,ser mimado, que se “faça sala” para a gente. Não ter nenhum senso
de responsabilidade, não assumir nenhuma despesa, não sacrificar nenhum tempo
para nos prepararmos – só descansar, gozar a vida, ser servido. Se cada um dos
cônjuges está esperando ser hóspede, esperando que o outro exerça iniciativa em
seu benefício, haverá problemas. Ambos ficarão desapontados. O casamento
chegará a um ponto insuportável, e a infidelidade se tornará atraente. Ambos
começam a pensar que em algum outro lugar há outra pessoa que dará o “show” e
deixará que eles sejam os expectadores.
Isto é
bem o contrário do que Jesus disse e demonstrou. “Mas entre vós não será assim;
antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos
sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos.
Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para
dar a sua vida em resgate de muitos”.
Nenhum
casamento pode acomodar dois hóspedes – nem mesmo um. Um casamento que satisfaz
precisa ter dois hospedeiros, cada um dedicado pessoalmente ao papel
ativo/comunicador de adulto maduro, e não ao papel passivo/receptor de criança
mimada. Evelyn e eu temos recebido muitas centenas de hóspedes em nossa casa,
através dos anos. Minha esposa ama as pessoas, e durante trinta anos
dificilmente tem passado uma semana sem hóspedes em casa. Se passamos alguns
dias tendo em casa apenas a nossa família, um de nossos filhos pergunta:
“Quando é que vamos ter visitas”? Temos hospedado ricos e pobres,
personalidades mundialmente conhecidas e viúvas solitárias, famosos líderes
cristãos e o casal lutador que mora no fim da rua, que não tem igreja. Houve
dezenas de lanches, jantares, festas, pequenas e grandes. Algumas vezes uma
começava quando a outra mal estava terminando. Ser um hospedeiro gentil e bem
sucedido exige exatamente o que é necessário para edificar um casamento que
propicie satisfação.
O
Hospedeiro Inicia e Edifica Amizades
Geralmente,
quando hóspedes são convidados para uma refeição ou para passar uma noite com a
gente, são amigos do hospedeiro. Pessoas totalmente estranhas, ou inimigas, não
fazem parte de nossa lista de hóspedes, geralmente. Um dos objetivos da hospitalidade
é desenvolver novas amizades e aprofundar as antigas. De fato, amigos e amizade
perfazem o elemento central e mais
importante, com diz Salomão: “O homem que tem amigos precisa mostrar-se
amável”.
Cada
cônjuge deve desejar dizer: “O meu cônjuge é o meu melhor amigo”. Em uma festa
recente, um líder crente e sua esposa estavam celebrando suas bodas de prata.
Perguntei-lhes qual era a principal característica de seu casamento. A esposa
respondeu imediatamente: “Nós nos tornamos muito bons amigos”. Isto é
significativo. Vocês podem ter um relacionamento sexual compatível, e não ser
amigos íntimos. Vocês podem estar associados em suas responsabilidades de pais,
e não gozar de intimidade e franqueza como amigos. Vocês podem desempenhar os
seus papéis biblicamente prescritos, e não aceitar um ao outro como iguais, que
é a base da verdadeira amizade.
A própria
palavra amizade (no inglês), diz o
Dr. Allan Fromme, originou-se de um verbo da antiga linguagem tribal teutônica,
e significa amar. Da maneira sutil que a linguagem é capaz de
ligar experiências humanas afins, “amigos” e “amor” parece terem uma origem
comum. Em uma pesquisa feita com mais de quarenta mil americanos, dirigida pela
revista Psychology Today, estas
qualidades foram muito apreciadas em um amigo: a capacidade de guardar
confidências, lealdade, calor humano e afeição. Em seu livro Love Life, o meu amigo Dr. Ed Wheat
incluí um ótimo capítulo a respeito de como nos tornamos melhores amigos. Eu o
recomendo profusamente. O começo do amor fraternal (philéo), diz ele, é:
“Passamos tempo juntos, nos divertimos juntos, participamos de atividades e
interesses, gostamos um do outro, mesmo depois de nos conhecermos, comentamos
sobre diversos assuntos, temos confiança um no outro, pedimos ajuda um do
outro, contamos com a lealdade do outro. Tempo compartilhado, atividades
compartilhadas, interesses compartilhados e experiências compartilhadas”. “Isto
foi a essência de nosso casamento”, disse Jan Struther. “Essa exposição e
compartilhamento da bolsa de recordações do dia que passou, a cada noite”.
Assumindo o papel de hospedeiro, trataremos o nosso cônjuge da maneira
como tratamos os nossos hóspedes. Suponha que um hóspede acidentalmente derrame
café em sua toalha de linho. Como você reage? “Não foi nada. Nós também fazemos
isso constantemente. Olhe, deixe-me ajudá-lo a enxugar isso, para que não
pingue em sua roupa”. Se seu marido faz o mesmo, será esta a sua reação: “Você
é um desastrado. Não pode ser mais cuidadoso? Você sujou a minha melhor toalha!
Você não tem consideração pelo tempo que gasto limpando tudo o que você suja”?
Muitas
vezes não demonstramos amabilidade de amigos nem consideração e cortesia. Isto
suscita uma pergunta importante: “Como eu agiria se isso acontecesse com um
hóspede em minha casa?” Faça esta pergunta quando sua esposa produzir um
arranhão no carro, quando o seu marido manchar o tapete ou derrubar aquela
xícara de porcelana, quando o seu vaso favorito for quebrado, e acontecer toda
uma série de coisas como essas. Veja o seu cônjuge como o hóspede de honra, e
fale com ele como tal. Quanto melhor for
o seu amigo, mais necessários se tornarão o tato e a cortesia.
O
Hospedeiro É Também um Planejador Cuidadoso Hospedeiros e hospedeiras de sucesso não
chegam a sê-lo por acidente. Eles planejam os eventos festivos até o último
detalhe. Nada é considerado sem importância. A festa que acontece tão
naturalmente e eficientemente, na verdade, é o resultado de muito planejamento,
muito tempo gasto e muito dinheiro também. Minha esposa vai servir um pequeno
lanche amanhã, e já vi os preparativos que ela está fazendo para ele. Pratinhos
especiais para a salada de atum, coisas no refrigerador que não sou capaz de
identificar, notas que a fazem lembrar de minúcias insignificantes, mas
importantes. E ela tem falado acerca desse lanche todos os dias da semana
passada...
Os
casamentos sem o mesmo tipo de esforço cuidadoso e planejamento detalhado podem
deteriorar-se. A noção mais destrutiva
que os jovens têm a respeito do casamento é que ele, de alguma forma, vai rodar
por conta própria. Contudo, a tendência natural é se afastarem, e não crescerem
juntos. O chão inculto produz ervas daninhas, e não flores. A preguiça e a
falta de iniciativa abrem o caminho para o enfado e a tentação de olhar por
cima da cerca. Os bons momentos não acontecem por acaso. Um bilhete de amor
junto a coma marmita ou debaixo da xícara de café não parece por mágica. Uma
refeição temperada com amor não e vendida pré-cozida no supermercado. Para um
jantar à luz de velas, alguém tem que acender as velas. Pra um fim de semana a sós,
alguém tem que fazer as reservas. O amor precisa ser planejado. O namoro
constante precisa ser cultivado. O amor crescerá ou morrerá. Alguém precisa
pensar, pensar, pensar. Um casamento íntimo que dure, diz W. H. Auden, “não é o
resultado involuntário de emoções passageiras, mas a criação de esforço e de
vontade”. Se você planejar para que as coisas aconteçam, elas acontecerão.
O
Hospedeiro Supre as Necessidades Atenciosamente
Ele assume responsabilidades pelo conforto de seu
hóspede. A música cria uma atmosfera repousante, assentos confortáveis são
preparados, aperitivos e “hors d’oevres” são servidos. Finalmente, uma refeição
completa é servida. A conversa é iniciada e os estranhos são apresentados, de
forma que todos os hóspedes se sintam à vontade. O hospedeiro se empenha em
satisfazer as necessidades sociais de todos.
Pinte,
em sua mente, um quadro bem claro de você mesmo como hospedeiro, e seu cônjuge
como hóspede. É capaz de vê-lo? Você atencioso, carinhoso, cuidadoso, generoso
e iniciador. Agora, como é que você pode satisfazer as necessidades emocionais de seu cônjuge? Será que você é capaz de
arrumar algum tempo para estarem juntos? Para conversar a respeito de seus
interesses mútuos? Para compartilharem os alvos e sonhos pessoais? Certa mãe
cochichou ao ouvido de sua filha, pouco antes de ela entrar na igreja, para o
casamento: “Agora você vai ficar sabendo o que é a verdadeira solidão”.
O que
dizer a respeito das necessidades sexuais?
Como você vai fazer para suprir as necessidades sexuais de seu cônjuge, se você
for o hospedeiro? Você será mais sensível? Mais generoso? Mais criativo?
Apresentará menos desculpas? Culpará menos? Procurará aprender tudo o que puder
a respeito da natureza sexual de seu cônjuge? Ou continuará na ignorância? O
cônjuge que se recusa a ser hospedeiro e a propiciar a satisfação sexual de seu
parceiro está simplesmente pedindo que outra pessoa entre em cena e satisfaça
essa necessidade.
Necessidades
espirituais? Se você assumiu a responsabilidade do
desenvolvimento espiritual de seu cônjuge, vai se familiarizar mais com a
Bíblia? Estar mais cônscio de como orarem juntos e se incentivarem mutuamente?
O jantar terminara. Os seus corpos suados
estavam descansando, e os seus pés cansados ainda falavam das estradas quentes
e poeirentas que haviam palmilhado. Os discípulos estavam pensativos,
recordando o que haviam visto e ouvido naquele feriado judaico, chamado de
Páscoa. Jesus havia, naquele dia, ensinado algumas coisas surpreendentes,
coisas de fazer pensar, como: “Quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.
Fizera dezenas de declarações como esta.
Durante
uma pausa na conversa, Jesus levantou-se e tirou a capa. Movido por um profundo
senso de quem ele era, de onde viera, e o que tinha, colocou uma toalha ao
redor da cintura, derramou um pouco de água em uma bacia e começou a lavar os
pés dos discípulos. O líder deles tornara-se seu servo. Chocante! Ele era o
hospedeiro. Eles eram os hóspedes. Ele havia suprido as suas necessidades
humanas de comida e camaradagem, e agora estava lhes falando de parceria,
serviço e amor. João 13:1 diz: “Jesus... havendo amado os seus que estavam no
mundo, amou-os até o fim”. E então, no versículo 15, Jesus disse: “Porque eu
vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. Isto é o que
é necessário para ser um bom hospedeiro, diz ele: grande amor e serviço
humilde.
Outra
vez, na penumbra da madrugada, após a sua ressurreição, Jesus apareceu à margem
do Mar de Tiberíades, esperando sete de seus discípulos. Quando o barco deles
chegou ao alcance de sua voz, ele os convidou para comerem. “Sejam meus
hóspedes”, disse ele. Eles estavam cansados e desanimados, depois de
trabalharem a noite toda e não terem pescado nada. Ele sugeriu que eles
lançassem a rededo outro lado do barco, e as suas redes repentinamente se viram
cheias. Ele havia preparado um fogo para aquecê-los, comida para alimentá-los e
incentivo para o seu trabalho. E ele falou com ele acerca de amizade, amor e de
segui-lo. Quando a refeição terminou, eles saíram com alegria e esperança, com
suas necessidades supridas. Ele era o hospedeiro perfeito.
ATIVE O AMOR MEDIANTE AS SUAS AÇÕES
“O amor é a única emoção que não é espontânea. A única que precisa ser
aprendida e a única que realmente interessa. O verdadeiro amor é uma habilidade
raramente aprendida antes dos trinta e cinco anos de idade. Nenhum amor, nem
mesmo o amor maternal, é instintivo ou inato. Muita gente consegue amar apenas
de maneira miserável, suspeitando; quando fala de amor, dá a entender
recebimento, e não doação. A autora canadense, June Callwood, acertou bem o
alvo. O amor precisa ser aprendido. O amor é uma especialidade. O amor implica
em doação. Embora o amor seja a coisa mais desejada do mundo e incontáveis
volumes tenham sido escritos, exaltando-o e explicando-o, ainda assim temos tão
pouco dele e tão pouco entendimento de como ele funciona! William Penn
reconheceu que ele era a lição mais difícil do cristianismo.
Um triste
comentário a respeito de toda a nossa sociedade é que estamos mais
familiarizados com o tipo romântico de amor, que é expresso, de maneira
mascarada, em música ao luar de verão, em pasta dental e em sutiãs almofadados.
E continuamos a exaltá-lo, sem expressar o que ele na verdade é: um mundo de
pensamentos anelantes de criança. André Maurois o expressa mais abertamente
quando reflete com tristeza: “Devemos à Idade Média as duas piores invenções da
humanidade: o amor romântico e a pólvora”.
As
concepções erradas a respeito do amor persistem. Para muitas pessoas, ele é o
direito de ser mimado. Uma dívida que os outros precisam nos pagar – uma
garantia. Você apaixonou-se, e, agora que está casado, pode cruzar os braços e
esperar que o casamento lhe entregue a felicidade, que é sua por contrato. Não
é assim. Você adquire amor dando-o, não exigindo-o. É um mito que o amor está
presente automaticamente e que, de alguma forma, virá à tona, mais cedo ou mais
tarde. Se você crê nisso, o desapontamento será inevitável.
Relacionada com isto, existe a noção de que o amor acontece a você. A sua decisão ou ação é secundária, e você
torna-se uma vítima maravilhosa do amor. Ou que o amor é uma espécie de
depósito, que você recebe ao nascer, que forma um reservatório, do qual você
pode sacar à vontade, para satisfazer as suas necessidades e as dos outros. Ou
que já vimos equipados, com uma capacidade fixa e finita de amar – um talento
especial. Frequentemente nos consideramos como compreensivos, doadores e
geralmente amorosos, embora os fatos deixem de confirmar esse quadro tão
simpático, que pintamos de nós mesmos. Mas cremos que o amor é uma emoção
passiva, que vive e morre dentro de nós, e que surge e desaparece, dependendo
de providência ou circunstâncias favoráveis.
Nas
palavras de Katherine Ann Porter: “O amor precisa ser aprendido, e aprendido
novamente, e sempre novamente; não há fim para esse processo”. June Callwood
concorda: “Uma vida sem amor, de acordo com os psicólogos modernos, é uma vida
de destruição e insanidade. E, enquanto ira, ódio e culpa desabrocham em
qualquer canto, amor, simpatia e tato requerem décadas de cuidados e carinho”.
Para
aprender, precisamos estudar. E a Bíblia, por falar nisso, é o único livro que
serve de fonte inteiramente exata e de autoridade confiável acerca do amor, que
se pode encontrar. Há três passagens principais na Bíblia que tratam do amor,
seus elementos e sua prática. O Cântico dos Cânticos de Salomão é uma história
detalhada e cândida de amor conjugal. I Coríntios 13 é um capítulo que mostra
do que o amor é feito,e como ele se comporta.I João 3 e 4 enfatiza as verdades
gêmeas de que o amor precisa ser primariamente recebido de Deus e depois
ministrado ativamente aos outros. Nesses dois capítulos, os verbos fazer, praticar, dar, agir e amar são usados repetidamente. Visto que
o amor é ordenado por Deus – maridos, amai as vossas mulheres, praticai o amor
– isto mostra que o amor é uma decisão. Uma escolha. Deus não pode comandar os
nossos sentimentos ou emoções. Nós também não podemos. As injunções de Deus
podem ser obedecidas somente se amar é uma decisão que tomamos, uma ação que
iniciamos. De fato, é uma escolha expressa em ação e confirmada pela ação. É
por isso que Deus diz: “Vamos parar de dizer
que amamos os outros; vamos realmente
amá-los, e mostrá-lo com as nossas ações”. Portanto, como já dissemos em
capítulo anterior, o amor é algo que fazemos. Isto tira dele o mistério e o
mito que o envolvem - o sentimentalismo barato e o emocionalismo irracional. O
amor é uma arte que é aprendida e uma disciplina que é praticada. A atenção e
os esforços que são necessários para se adquirir qualquer arte, perícia,
vocação, precisam ser empenhados para se aprender a amar. Isto inclui
disciplina, concentração, paciência e dedicação. Visto que esses atos de amor
são uma questão de escolha ou decisão, eles não são dependentes de nossos
sentimentos. De fato, eles podem ser contrários aos nossos sentimentos. Ainda
ontem uma esposa me disse: “Eu não sinto mais nada pelo meu marido. Não posso
tocá-lo e não quero que ele me toque. E o senhor quer que eu reaja
positivamente a ele, quando é isso que sinto?”
Exatamente! As ações positivas repetidas podem ter um efeito positivo em
seus sentimentos.
Repetindo
os princípios do capítulo quatro: “Não fazemos o que fazemos porque sentimos da
maneira como sentimos. Sentimos da maneira como sentimos porque fazemos o que
fazemos”. Isso é hipocrisia, dirá você! “Você quer que eu expresse amor, fale
palavras de amor, demonstre amor, quando não sinto vontade de fazê-lo?”,
interrogou um marido. Claro. Aja “como se...” Seria hipocrisia apenas se as
suas motivações fossem enganar ou manipular o seu companheiro. Se o seu desejo
é edificar uma relação e praticar a verdade de Deus, Deus o honrará e os
sentimentos corretos se seguirão.
O
colunista de vários jornais e pastor Dr. George Crane conta esta experiência
elucidadora: Uma esposa entrou em seu escritório cheia de ódio contra o marido
e decidida a requerer o divórcio. “Eu nãoquero apenas me ver livre dele; quero
me vingar dele. Antes de me divorciar dele, quero feri-lo tanto quanto puder,
pelo que ele fez comigo”. O Dr. Crane
sugeriu um plano engenhoso: “Vá para casa e pense e aja como se, na verdade,
você amasse o seu marido. Diga-lhe o quanto ele significa para você. Expresse
admiração por todas as suas boas qualidades; louve-o por todas as
características positivas. Esforce-se para ser tão amável, atenciosa e generosa
quanto possível. Não poupe esforços para se dedicar a ele de todas as formas,
para agradá-lo, para estar com ele sempre. Faça tudo o que você puder para
levá-lo a crer que você o ama mesmo. Depois de você o convencer de seu amor
infindo e de que você não pode viver sem ele, então solte a bomba. Diga-lhe o quanto você o odeia, e que você
está requerendo o divórcio. Isso realmente vai feri-lo profundamente”.
Com
expressão de vingança em seus olhos, ela sorriu e exclamou: “Ótimo, ótimo. Não
é que ele vai ficar surpreso?”
E ela o
fez com entusiasmo. Agindo “como se”. Durante dois meses,ela iniciou atos de
amor, amabilidade, ouviu, deu, reanimou, compartilhou, “fazendo o melhor pelo
objeto de seu amor”.
Como
ela não voltou, o Dr. Crane telefonou-lhe: “Agora você está pronta para iniciar
o divórcio?”
“Divórcio?” – exclamou ela. “Nunca! Descobri que realmente o amo”.
Os atos
dela haviam mudado os seus próprios sentimentos. Movimento resultou em emoção.
O experimento tornou-se uma experiência.
O Dr.
Wheat resume isto nestes quatro princípios: “Um, eu posso aprender o que é amor
na Palavra de Deus e crescer no meu entendimento dele. Dois, amor não é fácil
ou simples – ele é uma arte que preciso aprender e à qual preciso me dedicar.
Três, amor é um poder ativo, que controlo pela minha vontade. Eu posso decidir
amar. Quatro, amor é poder que produzirá
amor à medida que aprendo a dá-lo,em vez de fazer força para atraí-lo”.
A sua
capacidade de amar é estabelecida não tanto por promessas fervorosas quanto por
atos repetidos. “E, quando nos amamos uns aos outros, Deus vive em nós e o seu
amor em nós cresce ainda mais”. A verdade emocionante é que, quanto mais você
dá amor aos outros, mais Deus lhe dá amor. Você torna-se uma tubulação,e não
uma cisterna. O seu suprimento do amor de Deus aumenta à medida que você aciona
o amor pelas suas ações. Quando para de amar, você se engana a si mesmo. A
fonte seca. Henry Drummond, famoso autor, que escreveu sobre o amor, resume
tudo isso:
A vida não é cheia de oportunidades de aprendermos a
amar? Todo homem, toda mulher, todos os dias, têm milhares delas. O mundo não é
um parque de diversões; é uma classe escolar. A vida não é um feriado, mas um
curso difícil. E a única lição eterna para nós todos é de que maneira podemos
amar melhor. O que torna um homem um bom artista, um bom escultor, um bom músico?
O treinamento. O que faz de um homem, um bom homem? O treinamento. O amor não é
produto de emoção entusiástica. Ele é uma expressão rica, forte, vigorosa,
viril de todo o caráter cristão – a natureza que se assemelha a Cristo na mais
ampla acepção da palavra. E os fatores constituintes desse grande caráter só
podem ser edificados por treinamento incessante”.
COMECE O SEU PRÓPRIO “CASO” EM CASA
“Os ‘casos’ existem, e sempre existirão, porque as
pessoas desejam relacionamentos conjugais de qualidade, que satisfaçam; e, se
elas não os encontram em seu casamento, os procurarão em outros lugares. Os
anseios que estão pro detrás dos ‘casos’ são profundamente humanos e ativos em
todos nós”. Essa declaração foi feita pelo Dr. Tom McGinnis, psicólogo e conselheiro
em Fair Lawn,New Jersey.
Se
existisse alguma verdade nessa firmação, segue-se que, propiciando em casa
aquilo que o “caso” promete, a tentação para o “caso” fica impotente. Quais são
os elementos de um “caso” que o tornam atraente? O que é que ele oferece? Quais
são os seus segredos e mistérios não revelados? Qual é o desafio que ele faz a
um casamento cansado? Quais são as qualidades que você pode adicionar ao seu
casamento, que lhe darão as “sensações” que um “caso” propicia, sem a traição,
a destruição e o sentimento de culpa, que um “caso” inevitavelmente produz?
O texto
mais descritivo que li a respeito das
características que um casamento precisa ter para contra-atacar os apelos da
infidelidade conjugal foi escrito pelo Dr. Ginnis, mencionado acima. É citado
por Nicky McWhirter, do Serviço de Notícias Knigth-Ridder.
As
pessoas casadas procuram “casos” ou sucumbem diante deles quando se acham
desvalorizadas e não estão vivendo plenamente. Quando estão chateadas. Sobrecarregadas.
Isso aumenta quando se sentem solitárias, o que pode acontecer em uma casa
cheia de crianças e com um cônjuge palrador, em que haja um programa estafante
de coisas “divertidas para fazer.
As pessoas que procuram ter um
“caso” sofrem do anseio infantil mais profundo de serem tocadas, acariciadas,
apoiadas, abraçadas e beijadas, quer o admitam ou não. Elas querem surpresas
felizes. Isto pode significar um presente sentimental e inesperado de vez em
quando. Mais importante do que isto, é o presente fidedigno de tempo e carinho,
a dádiva de ideias, experiências, histórias, disparates e jogos compartilhados,
inclusive os jogos sexuais. Elas querem viver.
Elas querem um amigo ou amiga
amorosos, um companheiro que não as julgue. Desejam alguém que as convença de
que ainda são amadas, dignas de amor e muito especiais. Por um pouco de tempo,
de vez em quando, elas querem escapar das responsabilidades de adultos, que se
tornaram inevitáveis, monótonas e difíceis.
Há pelo
menos dezesseis pensamentos, qualidades e características mencionadas aqui. Relacionei
essas ideias importantes, e propus três perguntas a respeito de cada uma.
Repasse essas perguntas cuidadosamente. Considere-as sem pressa. Responda-as
com sinceridade. As suas respostas sinceras podem prognosticar um novo começo –
podem ser o início da mudança. Elas indicarão onde você poderá começar a mudar
o clima de seu casamento e criar as situações que lhe darão e ao seu cônjuge os
sentimentos bons de que vocês necessitam. (Também inclui essas perguntas em
páginas separadas, no fim deste capítulo, de forma que você pode arrancá-las e
conservá-las diante de si enquanto esses hábitos novos estão sendo formados).
Uma
pergunta importante, final. É realmente possível construir e manter um
casamento vibrante? Podemos enfrentar os
inevitáveis desapontamentos e conflitos com coragem, e crescer em amor e
intimidade? A resposta é sim – um enfático SIM. Outro triângulo é formado:
você, o seu cônjuge e Deus. Cada parte é indispensável para o sucesso do
casamento. Deus não fará a sua parte – e você não pode fazer a dele. É uma
sociedade. Um relacionamento pessoal com Deus capacita-o a contribuir com o que
você tem de melhor para o casamento. E então ele acrescenta a dimensão extra,
de amor, paz, alegria, força e perdão, que você não pode criar por si mesmo.
Deus é
quem ele diz que é. Você é quem ele diz que é. Deus fará o que ele diz que
fará. Você pode fazer o que ele diz que você pode fazer.
Sei
passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas
estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter
abundância, como em padecer necessidade.
Posso
todas as coisas naquele que me fortalece.
TRÊS
PENSAMENTOS FINAIS
“Uma coisa continua imutável através dos séculos: nada é
mais excelente, mais completo, de fato, mais santificado, do que o leito
matrimonial imaculado, particularmente quando a decisão de que ele permaneça
imaculado é um ato consciente das duas pessoas que o compartilham”.
“Há uma
enorme diferença entre querer algo quando não o temos, e continuar a querê-lo
quando o temos. Continuar a desejar e a querer o que temos significa que
estabelecemos um relacionamento, que formamos uma conexão – que, de fato,
amamos”.
Há mais
de um século, Henry David Thoreau disse esta verdade sucintamente:
“Simplifique, simplifique, simplifique”. Focalize-se e permaneça fiel ao que
está no centro, e, como planetas ao redor do sol de nosso casamento, os outros
elementos da vida encontrarão o seu lugar apropriado. Seja fiel, permaneça
fiel, tenha fé e a felicidade acontecerá.
O
Mito da Grama Mais Verde de J. Allan Petersen, 4ª Edição/ 1990, Juerp, págs.
161 - 187.
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