É estranho pensar como a consciência da existência de Deus – ou mesmo a
consciência de povo de Deus – expõe o pior da natureza de algumas pessoas.
Deus, a fonte de toda bondade, bênção e alegria, às vezes, se torna motivo de atos
inimagináveis de crueldade, atrocidade e maldade.
Existe um longo histórico de matança de homens e mulheres simplesmente
porque foram visto como lembranças ou representantes do Deus vivo, como se, ao
matarem os que adoram a Deus, fosse possível eliminar o próprio Deus.
Recentemente, terminamos um século marcado por um frenesi extraordinário de
massacres de “deus”. Não é de espantar que Deus continue vivo e presente.
O livro de Ester abre nova página nesse mundo de violência, direta ou
discretamente, contra Deus e contra o povo de Deus. A perspectiva do livro transcende
as circunstâncias que provocaram, um esquema horroroso elaborado para massacrar
todos os judeus exilados que viviam na vasta expansão da Pérsia do século V a.
C. São três as personagens principais. Mardoqueu, identificado simplesmente
como “o judeu”, protagoniza a história. Ele é firme, leal, sensato e temente a
Deus. Sua bondade rivaliza com a vaidade maldosa e arrogante de Hamã, que
idealiza o plano do massacre. Ester, a jovem, órfã e encantadora prima de
Mardoqueu, que ele criou, surge da obscuridade do harém real para ocupar um
lugar de honra.
No fim da história, nenhum representante de Deus é morto. Por causa de
uma reviravolta dramática, o plano fracassa. Mas milhões de pessoas, antes e
depois de Ester, foram e continuarão sendo mortos. Dificilmente existe uma
cultura ou um século sem um Hamã determinado a eliminar do mundo as evidências
e as lembranças da existência de Deus. Enquanto isso, Ester continua
proclamando a palavra final e definitiva: não se pode eliminar o povo de Deus.
Não importa quantos sejam mortos, não é possível eliminar as comunidades de
pessoas que honram, servem e adoram a Deus espalhadas por toda a terra. Essa
continua sendo a última e definitiva palavra. The Message: The Bible in
Contemporary Language, pág. 623.
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