Hoje treze meses mais tarde posso, com convicção,
afirmar categoricamente o que pensava naquela ocasião, mas, por uma questão
puramente ética deixei de fazê-lo. Habitualmente ao preparar minhas mensagens
(sermões) costumo logo no início externar o objetivo da mensagem; naquela
ocasião era: Demonstrar através dos antecedentes históricos que não há a menor
chance da liderança mundial mudar o seu parecer quanto a ordenação de mulheres.
Omiti também, propositadamente os
parágrafos abaixo descritos para que naquela época não corresse o risco de ser
taxado de incitador de insubordinação eclesiástica.
Se
os defensores da ordenação de mulheres na IASD viram na atitude demonstrada
pela liderança mundial da igreja, sinal de abertura, mudança de posicionamento
ou avanço nas “negociações” por ocasião da 59ª Assembleia Geral em 2010, ao
tomar um voto: “A teologia bíblica da ordenação de mulheres ao ministério será
reestudada por uma comissão” e os resultados apresentados em 2015 na próxima
assembleia, equivocaram-se redondamente. O tempo demonstrou tratar-se de mais
uma estratégia (no Brasil uma delas é chamada de Ministério da Mulher), muito
bem articulada para neutralizar eventuais “oponentes”.
Atualmente (02 de Junho de 2014),
já de posse dos 13 relatórios provenientes das Divisões, a AG sabe quem é
contra e quem está a favor da ordenação e envidará todos os esforços possíveis
para que prevaleça a sua vontade. Durante os próximos treze meses trabalhará
arduamente para persuadir e minimizar toda oposição existente. Vencida a oposição
reinante nas lideranças destas divisões (que se submeterem, é óbvio), elas
próprias serão incumbidas de “orientarem” seus representantes, os delegados a
votarem afinados com a AG em 2015.
Aí será apenas uma questão de
tempo. Quando finalmente o assunto for colocado em votação na próxima
assembleia, a Conferência Geral sagrar-se-á vitoriosa mais uma vez. Espera-se
que a decisão não seja por unanimidade (do tipo daquela presenciada nas
reuniões do PC Chinês, onde coincidentemente, 2600 delegados representando
quase 1.4 bi de habitantes votam unânimes), pois reza um velho adágio popular:
“a unanimidade é burra”.
Mais uma vez a instituição
adventista perderá a oportunidade de caminhar junto com o povo que se prepara
para volta de Jesus Cristo (a verdadeira igreja que triunfará), colocando-se na contramão da historia. O
mundo tem uma dinâmica própria e a igreja por sua vez, deve ter a sua; logicamente
sem comprometer princípios divinos, nem suas crenças fundamentais, caso contrário,
como bem afirmou Ella Smith Simmons (vice-presidente da AG), “a falta de
coerência em relação a alguns princípios da vida cristã e questões teológicas
que podem fragmentar o corpo da igreja”. Pior que não tomar uma atitude coerente com os
anseios de seus membros é ter que tomá-las, não pressionada pelos seus membros
ou igrejas nem pelos seus representantes legais, mas pela sociedade em que ela
encontra-se inserida ou por força de lei. Isto será deprimente!
A “verdade presente” tornou-se
“verdade conveniente”.
© Nelson Teixeira
Santos
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