"Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como
restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos
homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída
sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma
vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos
os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que
vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus"
(Mateus 5:13-16 – NVI).
Introdução
Não há quem não conheça o sal e luz.
São dois dos elementos mais comuns numa casa e se fazem presentes em
praticamente todos os lares, em todas as culturas em todo o mundo.
Por que essas figuras de linguagem – metáforas; foram escolhidas por
Jesus?
Para exemplificar o tipo de impacto que pretendia que seus
seguidores exercessem no mundo.
Impacto visa abalar estruturas; é algo que pressupõe coragem, poder,
convicção, determinação, ousadia, força e acima de tudo fé!
Objetivo da mensagem
Mostrar que através da imagem do sal e da luz, Jesus Cristo estava
ensinando quatro verdades sobre Sua
igreja como coletividade e de seus seguidores como indivíduos.
1ª - Somos radicalmente
diferentes dos não cristãos
Algumas pessoas tementes a Deus não concordam coma ideia de que crentes
são diferentes; alegam sim, que precisam fazer a diferença no meio em que estão
inseridos.
Controvérsias a parte, as duas imagens (sal e luz), colocam cristãos e
não cristãos em lados opostos.
De um lado o mundo, com toda a sua pecaminosidade, maldades e tragédias,
simbolicamente é como uma noite escura, enquanto do outro lado os cristãos,
como uma luz no mundo em trevas.
Novamente, de um lado está o mundo, simbolizado pela carne em vias de apodrecer,
enquanto do outro lado, os cristãos sendo sal, impedindo a deteriorização
social.
Para aqueles que acreditam que não devemos ser diferentes, mas, fazer a
diferença; saibam que este é um tema recorrente em toda a Bíblia. Deus está
chamando para si um povo. Um povo que Ele pretende seja diferente da cultura
prevalecente. “Sejam santos, pois Eu Sou santo” (I Pe 1:16; Lv 11:44; 11:45;
Lv 19:2).
No Sermão da Montanha, Jesus disse aos seus discípulos: “Não
sejam iguais a eles” (Mt 6:8); em Romanos, o apóstolo Paulo escreveu: “Não
se amoldem as padrão deste mundo” (Rm 12:2).
Respeitemos quem pensa de modo diferente, contudo o chamado divino,
constituído pelo “assim diz o Senhor”
é para sermos radicalmente diferentes. Diferentes do modo de agir, de falar, de
pensar, de se alimentar, de viver. Existe até um tradicional hino que nos
interroga: Veem os outros Cristo em ti?
HA n° 304.
2ª - Devemos permear a sociedade
não cristã
Será praticamente impossível avançarmos se,
primeiramente não entendermos o significado da palavra permear neste contexto.
Vamos aprender por contraste. Tenho uma capa de chuva impermeável; isto
significa que ela não deixar passar água. Permeável é exatamente o contrário. A
Grande Enciclopédia Larousse Cultural afirma que em sentido figurativo é
“aquele que se deixa influenciar”.
Espiritual e eclesiasticamente falando, é exatamente o contrário, são os
cristãos que devem influenciar o meio em que vivem. Trata-se de um tremendo
desafio. Envolver-se sem se comprometer. Outro exemplo simplório, contudo,
gostoso, de fácil compreensão: uma sobremesa de morangos com chantili. Os
morangos se deixam envolver pelo creme chantili, mas, continuam sendo morangos.
De modo semelhante deve ocorrer com os cristãos. Devem infiltrar-se,
se envolver com o mundo; apenas com algumas ressalvas: nada de rebaixar o nível
para ser aceito, nada de comprometer ou negociar princípios, ou seja, embora
espiritualmente e moralmente distintos, cristãos não devem ficar segredados da
sociedade. “Estar no mundo, mas não ser do mundo” (João 15:19; 17:14;
17:16). Que “brilhe a luz de vocês” –
deixe-a penetrar na escuridão.
O conselho divino é: Jamais acenda sua luz para colocá-la sob sua cama
ou armário escuro; pelo contrário, coloque sua lâmpada no aparador e deixe a
luz brilhar.
Deixe que as boas-novas de Jesus Cristo, a luz do mundo, se espalhe
por toda a sociedade. De que forma? Através de palavras e atos de
amor.
Semelhantemente o sal deve penetrar na carne. Uma lâmpada não tem
serventia nenhuma se ficar guardada no armário, e o sal torna-se inútil se
permanecer no saleiro.
A luz deve brilhar onde? Na escuridão é óbvio.
E o sal deve se misturar com que? Com a carne, obviamente.
A lição a ser aprendida: Os dois exemplos ilustram o processo de
penetração e nos chamam para permear a sociedade.
Lamentavelmente, muitos de nós nos escondemos em nossos pequenos
armários escuros e permanecemos confortavelmente acomodados em nossos elegantes
saleirinhos eclesiásticos.
3ª - Podemos influenciar e mudar
a sociedade não cristã
Aprofundando nossa exegese sobre o
tema, alcançamos agora um território mais controvertido, tendo em vista
exatamente as implicações das metáforas do sal e da luz.
Por exemplo: Se levarmos em
consideração que tanto o sal quanto a luz são produtos efetivos – causam
efeitos. Eles são capazes de transformar o ambiente em que são
introduzidos. Assim quando o sal é introduzido na carne algo acontece. A
deteriorização via bactéria é evitada. Também quando a luz é acesa, algo
acontece: a escuridão é banida.
Além disso, pode-se argumentar
que o sal e a luz têm efeitos complementares. A influência do sal é
negativa; impede a deterioração bacteriana. A influência da luz é positiva –
ilumina as trevas. Do mesmo modo, Jesus almeja que a influência de seus filhos
na sociedade seja tanto negativa (impedindo a disseminação do mal), quanto
positiva (promovendo a disseminação da verdade e bondade, e, em especial, do
evangelho eterno).
A contundente pergunta é: Porque nós cristãos, não exercemos um
efeito mais saudável na sociedade?
O mundo se deteriora a nossa volta. Maldade, violência, injustiça,
corrupção, promiscuidade sexual e tudo mais que possamos imaginar de ruim. De
quem é a culpa?
À noite, se a casa está escura não há lógica culpar a casa por estar
escura. Naturalmente é o que acontece quando o Sol se põe. A pergunta a se fazer é: Onde está a luz?
De igual modo se a carne se estraga e se torna imprópria para o consumo,
não há lógica culpar a carne por se estragar. É isso que acontece quando as
bactérias são deixadas livres para se multiplicar. A pergunta a se fazer é:
Onde está o sal?
Assim também, se a sociedade se torna corrupta (como uma noite escura ou
uma peça de carne que cheira mal), não faz sentido culpar a sociedade por sua
corrupção. É isto que acontece quando o mal humano não é restringido, nem
freado –“é proibido proibir”. A
pergunta a se fazer é: Onde está a igreja? Onde está o sal e a luz de Jesus?
A atitude hipócrita é arregalar os olhos e sacudir os ombros, como se a
responsabilidade não fosse nossa.
Se, portanto, a escuridão e a podridão graçam em grande parte é por
falha nossa e precisamos aceitar boa parte da culpa.
Ser
cristão é um privilégio; contudo, tal privilégio implica em responsabilidades,
entre elas, ser o sal da terra e a luz do mundo!
4ª - Necessitamos aceitar o papel
que Jesus delegou para nós
Precisamos também aceitar, com nova determinação, o papel que Jesus
delegou a nós, ou seja, ser o sal e a luz da sociedade. Não são somente as
pessoas que podem ser transformadas; as sociedades também podem. Evidentemente,
num mundo onde o pecado impera, não alcançaremos uma sociedade perfeita,
contudo, podemos melhorá-la. Até Jesus voltar em glória e majestade, não
haverá sociedade perfeita de paz e justiça. A História está repleta de
benfeitores da humanidade, de exemplos de desenvolvimentos sociais – melhoria
das condições de vida das pessoas no que diz respeito a saúde e higiene,
alfabetização e instrução, emancipação feminina, erradicação de trabalho
escravo, tráfico de pessoas, salários mais dignos, respeito aos direitos das
crianças, dos idosos,dos portadores de necessidades especiais.
Não podemos afirmar que todos esses avanços nas áreas sociais ocorram
inteiramente devido à influência cristã. Contudo, podemos asseverar que,
por meio de seus seguidores, Jesus Cristo tem exercido uma enorme influência
para o bem.
Conclusão
Concluindo desejo informar-lhe que neste caso específico, como assevera
o título da mensagem, você não tem opções a fazer. Se você algum dia tomou a
decisão de ser cristão; indiretamente você aceitou ser o fato de ser o sal da
terra e a luz do mundo.
Também não tente racionalizar fazendo afirmativas evasivas para se
eximir da responsabilidade. Não procrastine prometendo ser o sal e luz quando
você estiver disposto, ou quando lhe for mais conveniente.
É imperativo que a mensagem seja aceita, compartilhada e vivida de forma
plena, diariamente e assim você cumprirá a missão que o Senhor lhe confiou.
Que a resposta ao hino “Veem os outros Cristo em ti?” seja afirmativa!
É o meu desejo e a minha oração. Amém!!!
©
Nelson Teixeira Santos
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