As eleições se aproximam a passos
largos e em seu rastro acontece de tudo, entre outras coisas – descobertas.
Descobri que nós seres humanos somos únicos em todo universo a fazer graça das
próprias desgraças. As navegar pelas páginas sociais descobri pérolas
literárias que embasam o que acabo de afirmar: “Se votar fosse coisa boa, o voto não seria obrigatório” já se pronunciou
um ilustre desconhecido com muita propriedade. Outro desconhecido, mais sarcástico
ainda proclama algo mais ou menos assim: “Se
propaganda enganosa é crime, horário eleitoral gratuito é o que”?
Outra descoberta surpreendente foi a
de gente que, levada sabe-se lá por quais motivos ou interesses, chega a
oferecer-se para ser mesário. Pode!
Como gosto não se discute e ainda
que cada um de nós tenha o direito inalienável de escolher, de decidir - eu
respeito. Respeito. Contudo, antes que eu me sinta na obrigação de dar-lhe
minhas condolências, permita-me fazer uma breve e bem humorada reflexão.
“vá
para urna”!
Se você é possuidor de um idealismo,
do tipo juvenil (que nem mesmo os jovens de hoje estão tendo - pesquisas
recentes mostram isso), a ponto de acreditar que pode mudar o destino de seu
município, seu estado, sua nação através do voto – “vá para urna”!
Se você acha que PMDB, PTB, PDT,
PT, DEM, PC do B, PSB, PSDB, PTC, PSC, PMN, PRP, PPS, PV, PT do B, PP, PSTU,
PCB, PRTB, PHS, PSDC, PCO, PTN, PSL, PRB, PSOL, PR, PSD, PPL, PEN, PROS, SD ou
qualquer outra sigla emblemática (para a próxima eleição isto é impossível – o
tempo hábil para a 33ª já se esgotou), que na prática só serve para poluir o
imaginário da política nacional - “vá
para urna”!
Se você acredita que determinada
coligação política, até então não implementada pela fértil imaginação dos
políticos brasileiros, é capaz de colocar nosso querido país nos trilhos do
desenvolvimento, da modernidade, do respeito aos direitos humanos, da
dignidade, em pé de igualdade com as maiores democracias - “vá para urna”!
Se você acredita que aquele
candidato do tipo boa praça, gente fina, cheio de boas intenções, que alega ter
recebido uma revelação divina, falastrão, fazedor de promessas, que muito tem ajudado
sua igreja, aquele que seu líder espiritual, seu patrão, seu vizinho, sua comunidade
acha que, por alguma razão, merece o seu voto - “vá para urna”!
Se você acredita que se deixar de
votar ficará impedido de participar de concurso público; de tirar passaporte,
ou mesmo de deixar de receber algum prêmio das diversas contravenções, digo loterias
administradas pelo estado - “vá para
urna”!
Se você acredita que aquele
candidato que “professa” da mesma fé
que você é capaz de facilitar as coisas, resolver todos os problemas de sua
comunidade religiosa e ainda por cima retardar o tempo de perseguição que se avizinha
- “vá para urna”!
Se você acredita em candidatos
dispostos a promover reformas do tipo: fiscal, monetária, financeira, tributária,
judiciária, eleitoral, ética, penal, social e tantas outras já banalizadas pela
mídia ou pelo oportunismo de algum espertalhão na tentativa desesperada de
granjear a simpatia de eleitores desavisados - “vá para urna”!
Se você é capaz de acreditar em
candidatos que alegam ter a fórmula mágica para nos próximos quatro anos
consertar estragos crônicos existentes nas áreas da saúde, educação, segurança
pública, transportes, habitação, entre outros - “vá para urna”!
Se você é membro de uma daquelas muitas
igrejas evangélicas ou não, que se autointitulam apolíticas, saiba que estas
são as piores, pois na calada da noite, por detrás dos bastidores trabalham
arduamente induzindo seus membros a votarem neste ou naquele candidato - “vá para urna”!
Se você figura como membro de
qualquer igreja, seja ela cristã, evangélica ou não e espera pelo dia em que
ela se insurja contra o sistema
eleitoral ou qualquer outro sistema ainda que legal, contudo injusto ou imoral
vigente, saiba que isto é pura utopia (interesses, privilégios entre eles
isenções fiscais; falam mais alto) - “vá
para urna”!
Se você acha que quatro, oito ou
doze anos não foram suficientes para que determinado partido político
promovesse as devidas reformas tão necessárias, por conta da “herança maldita” e que agora, só agora,
sua liderança profetiza um “novo ciclo”
para nosso país- “vá para urna”!
Se você acha que saber votar é
acreditar no “vote certo”, no “vote consciente” ou ainda que assim fazendo estará “exercendo sua cidadania” - “vá para urna”!
# vem pra urna.
Este é o mote de uma campanha
publicitária encetada pelo TSE na mídia televisiva, quando a Copa do Mundo
estava a pleno vapor e ainda havia a possibilidade da seleção brasileira de
futebol sagrar-se hexacampeã, tendo como garoto propaganda uma figura exótica e
carismática do meio artístico nacional. O objetivo é claríssimo, contudo,
velado – levar os eleitores brasileiros de forma maciça a comparecer às urnas
no próximo dia 05 de Outubro.
O chamado já começa de forma
equivocada: “vem pra urna”. Engana-se
quem pensa quem está sendo gentil e alegremente convidado. Não! Você não está
sendo convidado para participar de mais uma edição desta que o chamado alega
ser “o maior show da democracia do nosso
país”; você está sendo convocado, você é obrigado a participar do processo
eleitoral; sob pena de pagar multa, diga-se de passagem, irrisória. Saiba que o
valor da passagem de ônibus que você gastará para se dirigir ao cartório
eleitoral de sua cidade é maior do que a multa a ser paga se você deixar de
votar. E mais ainda, o anúncio está provocando uma verdadeira lavagem cerebral
na mente do povo brasileiro, haja visto o número de vezes que o anúncio vai ao
ar, chamando a todos nós # vem pra urna. A cada dia que passa eu
e você veremos tantas vezes o # vem pra
urna a ponto de não aguentarmos mais a ansiedade e no dia 5 de Outubro corrermos
às urnas para cumprir o papel que nos está reservado – votar. Duvido que no dia
6 de Outubro o Sr. Carlinhos Brown apareça na telinha mandando “um beijo para você” ou mesmo
agradecendo-nos pelo fato de termos comparecido as urnas.
Ainda sobre a obrigatoriedade do
voto. Por gentileza algum renomado jurista de plantão poderia informar-nos,
acabar de vez com esta dúvida cruel que assola a mente dos eleitores
brasileiros e responder a pergunta: Se o
voto é um direito, porque sou obrigado a votar? Existe algo no meio forense
(brasileiro, é lógico) tal como direito obrigatório?
Falando
sério
Agora falando sério e esta sempre
foi a linha de pensamento, a proposta do blog Ser cristão. Se você é cristão, evangélico, independentemente de
denominação religiosa saiba em poucas, mas contundentes palavras, o que Deus
pensa acerca de tudo isto:
“Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo
é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4).
Não consigo entender como é que
alguém consegue enxergar algum traço divino, algo de santo, de santidade na
política a ponto de envolver-se profundamente com ela. Trata-se de mundanidade pura. Logo
envolver-se com ela, como diz o texto acima é cometer adultério. Adultério é o
que?
A história da humanidade está
repleta de fatos mostrando as tragédias que se seguiram toda vez que política e
religião deram-se as mãos.
Qual
é mesmo a serventia da Palavra de Deus?
“...
As sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que
há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e
proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em
justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e
perfeitamente instruído para toda a boa obra” (II Tm 3:15-17)..
Será que preciso ser mais explícito
ainda? Creio que não. Tenho a plena convicção de que meus seguidores e leitores
são pessoas sábias; homens e mulheres com discernimento suficiente para
individualmente tomarem a medida mais sensata no próximo dia 5 de outubro. Caso contrário, meus pêsames “vá para urna”!
Depoimento
pessoal
Concluindo, você deve estar se
perguntando: que atitude o irmão Nelson adotará na próxima eleição? Pode até
parecer um paradoxo, contudo, quero deixar bem claro a postura que adotarei no
próximo dia 5 de outubro. Irei sim às urnas, não porque estou sendo “convidado” ou “convocado”, mas pelo fato de ser
cristão e como tal, devo acatar as leis de meu país até o momento que as
mesmas colidam coma vontade divina.
Cumprirei com minhas obrigações de
cidadão brasileiro que sou, contudo, não darei o meu voto a ninguém. A minha esperança está no Senhor. É nEle em quem confio.
Acreditem ou não (eu acredito), se Deus achar que precisamos de proteção ou de
qualquer outra coisa, a promessa divina é claríssima - Deus proverá!
©Nelson Teixeira
Santos
“Se propaganda enganosa é crime, horário eleitoral gratuito é o que”? O que realmente é, eu ainda não descobri, contudo, sei para que serve: serve para confundir o já confuso leitor. Isso é um problema!
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