Chapter Seven
Desfazendo
o Triângulo
Ainda estou para ver um casamento ameaçado pela intrusão
de uma terceira pessoa em que cada um dos parceiros não contribuiu para o
triângulo. - Dra. Evelyn Miller Berger
A
suspeita e a descoberta de um “caso” extraconjugal pode ser uma experiência
emocional dolorosa. Emoções de surpresa, choque, ira, medo, ódio e culpa vem
cascateando sobre você como as cataratas do Niágara. Você fica confuso, e, em
vez de suas reações serem planejadas e positivas, são imprevisíveis e
explosivas. O sociólogo Lewis Yablonsky nota que, quando um “caso” é
descoberto, os homens, provavelmente, manifestarão justiça própria e ira, sendo
menos provável que considerem o “caso” como ato contra eles, e tendem a agir.
As mulheres, provavelmente, se sentirão feridas; elas absorvem as notícias e
ficam imaginando o que há de errado com elas, reexaminam o relacionamento, e
tendem, finalmente, a deixar a infidelidade passar.
Certamente é difícil pensar de maneira lógica e sensata quando o seu
casamento, como o Titanic, chocou-se
contra um “iceberg” e você sente que tudo aquilo pelo que viveu está soçobrando.
Não de admirar que as nossas reações sejam, muitas vezes, frenéticas e
impulsivas. É impossível sentar-se calmamente na cobertura do navio que já
começa a afundar, e elaborar uma estratégia para salvá-lo.
Todavia, há diferença entre o Titanic que está sendo levado rapidamente
para o fundo do oceano e um casamento profundamente atingido pelo adultério. O
casamento é um relacionamento, e não um objeto. Os relacionamentos não são
desenvolvidos nem destruídos em um momento, como resultado de uma só
experiência, boa ou má. O crescimento, ou deterioração, é determinado por
muitas experiências e por nossa reação a essas experiências. Portanto, um
esforço feito em momento de pânico não tem valor e é improdutivo.
“Então,
o seu cônjuge prevaricou?”, pergunta a conselheira Evelyn Miller Berger. “Isso
não significa que a sua vida está arruinada, que o objetivo de sua vida acabou;
há algo que você pode fazer a respeito. Esse acontecimento pode suscitar em
você os seus recursos mais insuspeitos, mas, mesmo que você não consiga salvar
o seu casamento, pode haver para a sua vida um significado profundo, e, com
sabedoria e paciência, quem sabe, você pode até salvar o seu casamento”. Um
“caso” é realmente uma coisa muito complexa, e não cede por meio de soluções
simples, imediatas. Ele não começo da noite para o dia, e não será resolvido do
dia para a noite. Podemos e devemos desenvolver uma estratégia eficiente para
nos havermos com esse problema, porque tanto a parte enganada quanto a parte
culpada estão mergulhadas em incertezas a respeito de como agir.
Eu
isolei dez princípios práticos, que nos propiciarão uma compreensão melhor
acerca de nós mesmos, do problema e de suas soluções. Estes princípios
ajudarão, quer o “caso” tenha sido apenas descoberto, quer já tenha continuado
por muito tempo. Mesmo para as pessoas que não estão sendo afetadas
pessoalmente, de forma alguma, por um “caso” extraconjugal no momento presente,
estes princípios podem fazer parte de uma estratégia para impedir a
infidelidade. Eles não estão relacionados em qualquer ordem de importância ou
sequência, mas os primeiros quatro acredito, vêm antes dos últimos seis.
NÃO SE
APRESSE A AGIR
Esta
pode ser a coisa mais difícil de se fazer, mas certamente será a mais sábia.
Para proteger-se de julgamentos apressados e emoções súbitas, você precisa
afastar-se da situação, em vez de atirar-se nela, correndo. “A coisa mais
importante para se fazer imediatamente é não fazer nada”, diz a Dra. R.
catedrática de psiquiatria na UCLA (Universidade da Califórnia – Los Angeles)
“Não se apresse a agir, mas, pelo contrário, retire-se para refletir. Pese o
que tudo realmente significa para o seu cônjuge, bem como para você”. A
tendência, ao se descobrir a infidelidade, é culpar, acusar, ameaçar, entrar em
pânico. Não há como esta maneira de abordar o problema possa ser construtiva,
porque você está agindo baseado em suas emoções, e elas podem fluir
desenfreadamente quando você está sofrendo a dor insuportável de um coração
partido. O orgulho ferido, o ciúme e a ira justa o impulsionarão a alguma ação
explosiva. Não saia imediatamente, para fazer alguma coisa drástica, como
correr ao advogado, pedir o divórcio, ameaçar separação ou fazer algum ultimato
irrevogável, que force o seu cônjuge a agir de forma também apressada, que
torne impossível a restauração de seu casamento.
Se você
agir de maneira impulsiva e imediata, nunca será capaz de entender realmente o
que aconteceu e por quê. Espere até saber o que está acontecendo com o seu
cônjuge, antes de tomar medidas apressadas ou mal concebidas. Pelo contrário,
você precisa dar-se tempo par permitir que as suas emoções se acalmem. Isso
pode levar dias; assim sendo, espere. Resista a todas as tentações de fazer
algo apressadamente ou de pôr as cartas na mesa. Não fale por enquanto com
ninguém, pedindo conselho ou simpatia. Um dia as lágrimas escaldam a sua face,
e você acha que poderia chorar a vida toda, mas no dia seguinte você se sentirá
totalmente destruído, ou destruída, com dores em todo o corpo ou amortecido de
dor.
Outra sugestão: Nãose apresse a tirar
férias sozinha ou coisa parecida, porque você “precisa de tempo para pensar
nisso”. Isso só levará a mais envolvimento com “a outra”. Mantenha a sua rotina
costumeira; conserve-se ativa fisicamente, mantenha a casa limpa, cuide dos
filhos. Não abandone as suas responsabilidades em casa, igreja ou na
comunidade, exceto, talvez, por um breve período de descanso e meditação. Se
você trabalha fora de casa, permaneça no seu trabalho. Isso é importante para
sua cura e seu amor-próprio.
Esta é a hora de conversar com Deus.
Derrame diante dele o seu coração, e diga-lhe exatamente como você se sente.
Ele sabe que você é humana. Não procure
medir as suas palavras para encaixar-se na noção que você tem dele. Ele não
ficará chocado ou perturbado. Exponha a
coisa toda diante de Deus, e peça a sabedoria dele. Ele é um socorro bem
presente na angústia. Uma mulher rejeitada escreveu a um conselheiro: “Eu orei,
pedindo paciência para não perdera acalma nem chorar ou criticar, da forma como
sentia vontade de fazer. Orei, pedindo ajuda para continuar a amar, em vez de
odiar o meu marido, como já estava começando a fazer. Tive muita dificuldade em
perdoá-lo pelo que ele havia feito, e por isso orei a esse respeito também”.
Outra
mulher anônima falou da importante compreensão que recebeu ao orar: “A primeira
ajuda que recebi naquele dia terrível foi a oração. Só o fato de me comunicar
com Deus aliviou parte de minha ansiedade, mas fez mais do que isso. Em oração,
cheguei a compreender, num nível emocional, a verdade que eu conhecera até
então apenas academicamente. Enfrentando a possibilidade de uma família dividida e do divórcio, aprendi à
força que o casamento cristão é mais do
que um contrato legal entre um homem e uma mulher ou um acordo quer pode ser
encerrado, sempre que a esposa ou o marido o julguem conveniente”.
Ela
continuou: “Raciocinei que Deus estava presente quando nos casamos; que ele
devia também estar presente então, quando estávamos enfrentando dificuldades.
Isto me confortou. Então levei adiante meu raciocínio. Meu marido e eu tínhamos
apostado em nosso casamento; Deus também tinha apostado nele. ‘Isto é dois
contra um’, pensei capciosamente, colocando Deus – com muita autojustificação,
eu o reconheço agora – do meu lado. E então, mentalmente, levei minha lógica um
passo além: Deus, eu mesma, três filhos e algo que eu chamava de lar e família
– tudo isto pesava contra um homem e uma mulher em um estado de amor romântico.
Quem poderia comparar logicamente a tragédia de um romance destruído com a de
um lar e um casamento destruídos”?
Gastar
o tempo para refletir e orar, nos primeiros estágios da descoberta da
infidelidade, é a ação mais importante que você pode realizar. Creia que, de
alguma forma, Deus lhe dará sabedoria, e extrairá o bem a partir de uma
situação negativa.
SEPARE OS FATOS DE SUAS OPINIÕES
Quando
um “caso” é descoberto, a mente do cônjuge traído funciona em alta velocidade.
Experimenta não apenas todo tipo de emoções, mas essas emoções são também
incitadas em seus pensamentos dia e noite. Inconscientemente, você mistura os
fatos propriamente ditos com a sua opinião negativa a respeito desses fatos, e
cria um quadro falso acerca de si próprio e da dificuldade. Você não apenas
rememora os fatos repetidamente, mas também os interpreta e chega a conclusões.
Quando as suas interpretações e conclusões são juntadas aos fatos nus e crus,
você acaba tendo um quadro totalmente distorcido e inexato.
Ora,
certamente não e fácil pensar lógica e corretamente quando você está debaixo
desse tipo de tensão e angústia. Mas é absolutamente essencial forçar-se a
pensar claramente, senão as suas emoções fluirão desenfreadamente e criarão
toda sorte de inverdades. Não estou dizendo que as suas emoções são corretas ou
incorretas, mas que elas carecem de base. Você precisa constantemente fazer
diferença entre o que são fatos reais e o que são opiniões negativas, que você
inconscientemente misturou com os fatos verdadeiros. Por exemplo: O fato é: “O
meu cônjuge é infiel”, mas você pode adicionar uma conclusão falsa e negativa: “...
portanto, ele não se importa mais comigo e com as crianças”.
“Meu marido ama outra mulher”. – “Isto quer dizer que
perdi a minha beleza e agora sou
feia”.
“Meu cônjuge me engana”. – “Não posso nunca mais confiar
nele”.
“Fui traída”. – “O nosso amor nunca mais pode ser
reacendido. Sempre será frio e estéril”.
“Fui ferida tão profundamente”. – “Jamais poderei perdoar
e refazer-me disso”.
“Este é o primeiro caso de infidelidade em nossa
família”. – “A nossa reputação está
arruinada”.
“O nosso casamento fracassou”. – “Sou um fracasso como
esposa e mãe”.
“Este é o primeiro caso de infidelidade em nossa igreja”.
– “Agora os crentes não nos aceitarão mais”.
“A nossa família está dividida”. – “Os nossos filhos ficarão marcados para o
resto da vida”.
“Cometi adultério”. – “Deus não me perdoará. De agora em
diante serei um crente de segunda classe. Deus não pode mais usar-me; estou
destruído”.
Nenhuma
dessas deduções é válida. Os fatos são verdadeiros – as conclusões falsas. E,
porque essas conclusões são sempre negativas, elas destroem o seu amor-próprio
e o levam a mergulhar em desespero irremediável. O fracasso do casamento torna-se
o seu fracasso, e o faz ficar imóvel e arrasado pelo sentimento de culpa. Elas
também dizem que você crê que o fracasso foi fatal e final; portanto, não há
razão para crer e esforçar-se agressivamente para alcançar uma solução.
NÃO
DEIXE O PRESENTE DESTRUIR O PASSADO
A
frustração e a decepção ocasionados por um “caso” mudam significativamente o
presente, mas, no seu processamento, também podem descolorir o passado ou
roubá-lo completamente de você. O desânimo que você está sentindo agora leva-o
a imaginar se todas as alegrias do casamento e da família desfrutadas no
passado não eram falsas, e o seu cônjuge, um hipócrita. Há uma tendência para
pensar: “Ele sempre me enganou; ele nunca me amou; nunca falou de coração o que
dizia”. Assim, perdemos a perspectiva das boas experiências do passado. As
discordâncias e dificuldades do passado são exageradas, amplificadas, e nada
parece bom mais.
Ellen
Williams cita uma esposa anônima que escreveu, depois que o seu marido se envolveu
com outra mulher:
Reconhecemos que o nosso casamento havia
sido bom. Era mais fácil para o meu marido afirmar isto do que para mim. Eu
tinha a tendência de jogar fora todas as belezas dos anos em que havíamos
vividos juntos, por causa de uma mancha, como se algo que havia ocorrido no
presente pudesse negar a felicidade do passado. Começamos a relembrar juntos
aqueles anos, no calor de nossas discussões e em nossas horas mais tranquilas.
A nossa vida em comum tivera uma rica história de experiências compartilhadas,
três filhos e uma netinha. Tudo isto foi colocado em um lado da balança. Pesou
muito mais do que a infelicidade do ano passado.
Assim,
dê valor aos bons tempos que você gozou – a alegria que gozaram um com o outro,
as risadas, o conforto, a intimidade. Claro que haverá estocadas de dor quando
você pensar nessas coisas à luz da traição atual. Mas deixe que as experiências
positivas do passado o encorajem a trabalhar em favor de uma solução pressente.
Não sacrifique o prazer do passado ao fracasso do presente. Não cancele o
passado. Cuide dele com carinho. E edifique sobre ele.
DEDIQUE-SE A APRENDER – NÃO A ABANDONAR
A
descoberta de um “caso” extraconjugal imediatamente inicia um processo doloroso
de reavaliação. A dinâmica entre você e o seu cônjuge indubitável e
irrevogavelmente será mudada. O relacionamento nunca mais será o mesmo. E duas
perguntas, serão sempre feitas, deliberada ou inconscientemente, tanto pela
parte inocente quanto pela culpada: “Devo afastar-me? Deve o meu cônjuge
afastar-se?” E dezenas de outras perguntas estão incluídas nessas duas: “O que
devo fazer?” “Qual será o resultado disso tudo?” “Posso confiar outra vez?” “De
quem é a culpa?” etc., etc.
Você se
acha despreparado para responder a essas perguntas na condição de perplexidade
em que está. Mas pode decidir se para você essa tragédia será o fim de um
casamento ou o início de um processo de aprendizado. Depois que Adão e Eva
desobedeceram a Deus e forma descobertos, imediatamente culparam a Deus, ao
Diabo, um ao outro e à situação. Preferiram culpar – não ouvir; censurar – não
aprender; esconder-se – para se protegerem da desaprovação de Deus e daqueles a
quem amavam. Desde então todos os homens têm tido a mesma luta básica. A Dra.
Ruth Neubauer, terapeuta do casamento e da família, residente em New York, diz:
“A reconstrução de um casamento depende, em grande parte, da rapidez com que um
casal pode avançar além do estágio em que simplesmente culpa-se um ao outro. Os
cônjuges que nunca avançam além do estágio de culpar podem permanecer casados,
mas os problemas que levaram, a princípio, à infidelidade conjugal passam sem
ser reexaminados e podem resultar em um ciclo de infidelidades repetidas.”
Nenhum
amigo de Deus ou do casamento pode dizer que o adultério é uma coisa desejável.
Mas um “caso” é uma crise que indica uma necessidade, uma indicação da
necessidade de uma mudança - de um retorno. A conselheira Marcia Lasswell
confirma: “A pessoa envolvida em um caso de infidelidade extraconjugal fez uma
declaração ineludivelmente dramática que não pode ser ignorada, e abriu a
oportunidade para o casal realizar uma obra construtiva em seu relacionamento.”
A
psicóloga Dra. Ruth K. Westheimer concorda: “Eu nunca recomendaria um “caso”...
por causa das outras consequências, que são dolorosas. Não obstante, é um fato
que certos cônjuges são sacudidos de sua complacência pelo ‘caso’ de seu
parceiro”. Uma esposa abalada, traída, confessou: “Cada vez que penso naqueles
dias terríveis, resolvo novamente tratar o meu casamento e o meu marido com
mais cuidado”.
A
infidelidade é mais frequentemente um sintoma do que uma causa de fratura
marital. Da mesma forma como a lâmpada do óleo em seu carro, a luzinha a
cintilar revela um problema que precisa ser resolvido imediatamente – um
sintoma de uma grande dificuldade. A luz vermelha não indica que o carro nunca
foi bom, uma porcaria desde a fábrica. Nem indica que o carro está arruinado, e
você deve levá-lo para o ferro velho. É um sinal, uma advertência de que alguma
providência importante é necessária. Muitos anos atrás, minha esposa estava
dirigindo o seu carro alegremente, quando a luz vermelha no painel começou a
cintilar. Não sabendo ao certo o que ela indicava, mas pensando que poderia
estar revelando algum desajuste sem importância, ela continuou dirigindo, até
mais depressa ainda, para encontrar um mecânico. Quando chegou à oficina, a
muitos quilômetros dali, o motor do carro havia fundido. Se ela tivesse
interpretado corretamente o sinal, os resultados teriam sido positivos.
O
“caso” é um indicador – um alarme, um catalisador para mudança positiva. Decida
que você vai aprender dele, e não usá-lo como um pretexto para desistir, tirar
o corpo fora ou afastar-se. Mesmo que os seus esforços não tenham êxito e
seguir-se o divórcio, ainda assim você pode aprender muita coisa que não aprenderia
de outra forma. Deus usa todas as coisas – tudo o que deixamos que ele use –
para nos ensinar e nos ajustar, até mesmo o desastre de um casamento feito em
frangalhos.
DETERMINE OS FATOS ANTES DE DECIDIR O DESTINO
Os
“casos” acontecem em todos os tamanhos e formas, e por várias razões. O cenário
e aas causas são diferentes em cada caso, tão diferentes quanto as pessoas
envolvidas. Não existe nenhum “caso típico”. O Dr. Westheimer diz: “Há muitas
espécies de ‘casos’, iniciados por diferentes razões, com vários graus de
seriedade.”
Embora
o adultério seja o problema, tanto numa aventura de uma noite quanto em um
relacionamento de longa duração, a dinâmica e os resultados variam e cada um
deles precisa ser tratado de maneira diferente. O deão da Escola Bíblica que
aconselhei, que deliberadamente seduzia cada garota que podia, na escola, era
uma coisa. Um amigo meu que, reagindo a um problema de seu casamento, cedeu a
uma experiência, apenas uma noite, e então confessou-a a Deus e à esposa, era
outra coisa. A Bíblia faz grande diferença entre a pessoa que é apanhada numa
falta – que cai por causa de falta de vigilância da tentação, e depois se
recupera – e a que continua em um programa deliberado de pecado, só deplorando ter
sido pego. Isto não quer dizer que um é menos pecador que o outro nem que
estamos minimizando o pecado, mas significa apenas que o aconselhamento e o
contra-ataque devem ser diferentes. Posso acrescentar, aqui, que o adúltero
crônico – cuja infidelidade é um modo de vida – é geralmente um homem cujo
comportamento tem pouco a ver com a esposa ou a qualidade de seu matrimônio.
Sem que haja um milagre de Deus, não é provável que ele se modifique.
Em seu
livro assaz elucidador, Affair Prevention,
o ministro episcopal Peter Kreiter relaciona oito tipos comuns de casos
extraconjugais: O Caso de Amizade, O Caso do Bom Vizinho, O Caso do Cafezinho,
O Caso do Aproveita-o-momento, O Caso da Velha-Amizade-Nunca-Esquecida, O Caso
do Ajudador das Pessoas, O Caso Bang-Bang e o Caso do Escritório. Os nomes que
ele deu a esses “casos” mostram como ou onde eles começam, e são bem
autoexplicativos, exceto talvez, o Caso Bang-Bang. Este é do homem promíscuo,
cujos muitos casos são como entalhos feitos em seu cinto de masculinidade – da
mesma forma como um cowboy pode cortar entalhes na culatra de seu revólver para
cada bandido que matou.
Você
não pode tratar uma doença, a não ser que saiba qual é. Um estudo mostrou que
trinta e um por cento das mulheres envolvidas voluntariamente contaram a seus
maridos a respeito de seus “casos”, comparados com apenas dezessete por cento
dos homens. Portanto, precisa haver um tempo para discussão aberta e franca, e
descobrimento dos fatos. Esta discussão direta tem o objetivo de determinar os
fatos básicos do “caso” – a espécie de envolvimento, quem se envolveu, a sua
duração, o nível de dedicação do amor por parte do cônjuge. E também é
importante conhecer os sentimentos de seu cônjuge em relação ao “caso” e ao
futuro de seu casamento. Não deve haver acusações, histeria, ameaças,
atribuição de culpa ou sondagem para esmiuçar detalhes. Esta confrontação
inicial pode indicar se há qualquer possibilidade de o casamento sobreviver.
Antes
da descoberta propriamente dita do “caso”, você, provavelmente, percebeu alguns
dos sinais, de forma que tinha já algumas informações. Houve mudança nos
hábitos de seu cônjuge ou nos padrões estabelecidos em seu casamento – ou um
interesse incomum ou exagerado com sua aparência pessoal ou um desinteresse
para com sexo, e até impotência. Ou um interesse renovado em experimentos
sexuais, ou mudanças frequentes e inexplicadas em seu programa ou horário de
trabalho ou tempo de lazer. Ou o fato de ele (ou ela) se fechar em longos
períodos de silêncio.
O Dr.
Richard Fisch, catedrático de psiquiatria na Escola de Medicina da Universidade
Stanford, sugere isto:
Se você deseja consertar o seu casamento, e
não se livrar de seu marido, não tente fazê-lo confessar o adultério, através
do interrogatório, insinuações ou outras formas de ciladas. Diga-lhe
abertamente o que você sabe... e como ficou sabendo. E também espere até que o primeiro choque
emocional passe, antes de tentar falar sobre todo o problema. Quando, por fim,
você conseguir trazer o assunto à baila, não use de ameaças, tais como divórcio
ou separação, não fique lembrando-lhe que você se sente traída, que ele nunca
mais será digno de sua confiança. E não insista para que ele procure ajuda
profissional.
Durante
esta primeira discussão ficou ele aliviado pelo fato de o problema ser exposto
abertamente? Ele queria falar? Expressou remorso pelo fato de você ter sido
ferida ou indicou um desejo de fazer o casamento funcionar? Esses são bons
sinais e devem ser estimulados. Propiciam uma oportunidade de ouro para você
usar o melhor de sua sabedoria, e as chances são razoavelmente boas de que será
capaz de salvar o seu casamento.
No
entanto, talvez ele tenha sido reticente, negando, culpando, desafiando. Esta
situação torna o desafio maior, mas não, necessariamente, irrealizável. Reações
sensatas e cuidadosamente consideradas, da sua parte, a esta confrontação
inicial, serão muito importantes. O seu único objetivo, nesta ocasião, será
obter os fatos, e não saltar para conclusões ou iniciar qualquer ação.
PERGUNTE AS RAZÕES, E NÃO OS DETALHES
Quando obtiver
os fatos reais, você poderá explorar as razões para a infidelidade – razões que
a ajudarão a entender as causas e a parte que lhe toca, neste envolvimento. Por
que foi que o seu marido se voltou para outra mulher? Quais são as lutas dele?
Em quase todos os casos de infidelidade conjugal, a “outra” propiciou algo que
a esposa não estava dando. A sua motivação precisa ser de aprender e entender,
e não de se defender ou culpar – confrontação com cuidado, não com crítica – de
ouvir sem malícia ou ira. Esta pode ser a tarefa mais difícil de todas: ouvir,
colocar-se no lugar de seu cônjuge, tentar entender os sentimentos dele e por
que ele acha que aconteceu o “caso”. Algumas das coisas que você ouvir serão
difíceis de aceitar. Podem atingi-la diretamente. Você pode ser ferida e até
mesmo acusada injustamente. Certa mulher contou-me que o marido dela disse: “Eu
não posso conversar com você, e só queria alguém com quem conversar.” Você pode
sentir-se injustamente criticada. Contudo, morda os seus lábios, enxugue as
lágrimas, e ouça – ouça! Nem pense em
usar de menosprezo, de moralização, de sermões, de versículos bíblicos.
Não
estou sugerindo uma impassibilidade prática, isto é, que o cônjuge ofendido se
assente passivamente sem expressar sentimento, reprimindo toda a dor. Essa pode
ser a hora em que você diga como foi ferida profundamente, e comece a
estabelecer diretrizes para a reconstrução da confiança entre vocês dois. Mas,
se você está amargurada, e não vê nada, a não ser falhas, e começa a
menosprezar seu cônjuge,já arrasado pelo sentimento de culpa, pode ser
desastroso. O Dr. John F. O’Connor, do Centro Psicanalítico da Colúmbia Para
Treinamento e Pesquisa, adiciona esta sugestão: “Quando estiver falando, use a
regra do ‘eu’. Diga: ‘Eu fui ferida’, em vez de dizer: ‘Você me feriu’. Em
outras palavras, nunca comece uma sentença, numa conversa com ele, que o
coloque na defensiva. Vocês dois devem tentar pensar: ‘Este é um ponto morto em
nosso casamento’, e tentar começar a resolver a situação juntos”.
Um
terapeuta do Hospital Northside de Atlanta, Geórgia, Dr. Alfred A. Messe,
comenta: “Toda esposa que se defronta com o adultério de seu marido deve
insistir para que ele corte todas as ligações com a outra pessoa e se concentre
em incentivar a satisfação de seu casamento. A descoberta diminui a atração de um “caso”. Ele perde o seu encanto
clandestino e torna-se menos sedutor e menos significativo”.
Esta
interação aberta é imperativa. Teria sido o “caso” a reação dele à sua ausência
física ou emocional ou a evidência de uma crise na vida de vocês? Uma
escapatória de uma situação desanimadora no trabalho ou incerteza a respeito de
sua masculinidade? Fora uma erupção de orgulho, da parte dele, um sustento para
os seus sentimentos de inadequação? Pressão dos colegas? Perda do amor próprio,
devido à perda de um emprego ou problemas de serviço? Medo da idade? Redução de
capacidades sexuais no casamento? Mudança de cargo ou de careira? Nascimento ou
enfermidade de um filho? Viagem da esposa, a serviço? Vingança? Insatisfação
emocional? Um desesperado grito, pedindo socorro? (Ou qualquer uma dentre cem
outras considerações?) Este é o tipo de informação de que você necessita para
obter compreensão. Você não conseguirá abordar todos esses aspectos em uma
hora; pode levar dias. E certamente não conseguirá ouvir tudo isto, se
manifestar crítica e não aceitação. Porém ouvir, observar e compartilhar, a fim
de se tornar sensível ao profundo significado do “caso”, é da maior
importância. A esposa precisa colocar as suas cartas na mesa, e convencer o
marido a fazer o mesmo.
Uma
advertência: Não sonde, para descobrir os detalhes picantes. “Onde vocês dois iam quando estavam juntos?”
“Quando fazia amor comigo, você estava pensando nela?” “Você alguma vez a
trouxe aqui para nossa casa, para a nossa cama?” Certa mulher, descobrindo que
seu marido infiel ia, com a “outra”, ao Holiday Inn, exclamou: “Eu nunca vou me
hospedar em um Holiday Inn enquanto viver!” Pode haver alguns detalhes que você
está morrendo de vontade de conhecer, mas não procure sabê-los. Eles são
irrelevantes para a solução do problema. O fato de conhecê-los pode satisfazer
a sua curiosidade e acender o seu ciúme, mas não contribuirá para a solução.
Resista
a todos os desejos de fazer perguntas que a comparem de qualquer forma, com a
outra, em termos de aparência, maneira de vestir e realizações.
Também,
por favor, não lhe pergunte se ele a ama. Você o estará forçando a ficar
constrangido. Nesse ponto, ele não sabe; está dividido. Ele está vivendo no
mundo dos seus sentimentos, e, sem dúvida, sendo enganado por esses
sentimentos. Se você perguntar: “Você ainda me ama?” e ele lhe disser a
verdade, é bem possível que ele diga: “Não”, ou: “Não sei”, e então você
ficaria abalada – sem esperanças. Se ele disser: “Sim”, você será tentada a
achar que ele está mentindo, ou dizer: “Então, por que você fez uma coisa
dessas? Isso prova que você não me ama”. Isto só agrava a situação. Neste
ponto, os atos dele falam mais alto do
que qualquer coisa que ele possa dizer.
INCENTIVE O SEU CRESCIMENTO, NÃO O SENTIMENTO DE CULPA
Talvez
a coisa mais difícil der todas para se fazer – e ao mesmo tempo a mais
necessária – seja examinar a possibilidade de sua culpabilidade no “caso”.
Você, de alguma forma, falhou para com o seu cônjuge? A Dra. Mary Ann Bartusis,
psiquiatra e autora, aponta o que devia ser óbvio para todo mundo: “É
necessário haver três ângulos para se fazer um triângulo, e um desses ângulos,
inevitavelmente, é o seu”. Raramente um marido ou uma esposa iniciam um
triângulo amoroso, se o casamento não estiver seriamente enfermo. O
reconhecimento de que falhamos, de alguma forma, ou contribuímos para o “caso”
não nos deve surpreender nem nos lançar em uma excitação de autodefesa. Afinal
de contas, você é perfeita? Você não comete erros? Você não é humana, como nós
outros, com entendimento ilimitado, fraquezas pessoais, pecados e
possibilidades de fracasso? A autojustificação, em qualquer dos cônjuges,
condena o casamento em qualquer estágio. É difícil conviver com a perfeição.
Por que
não engolir o seu orgulho e admitir diante de você mesma, de Deus e de seu
cônjuge o que você de fato sabe ser a verdade, e enfrentar a pergunta
necessária e difícil: “O que é que eu fiz que contribuiu para esta situação?”
Não estou sugerindo um prolongado processo de introspecção, onde você disseca
todas aas suas falhas, afirma o quanto é má e aumenta o seu sentimento de
culpa.Não precisamos, além do mais, disso. Da mesma forma, não estou
recomendando que você assuma toda culpa por toda a confusão, isentando o seu
cônjuge do pecado que cometeu. Tenho conhecido mulheres que eram tudo o que um
marido poderia desejar, mas assim mesmo o marido as enganou. Há mais razões
para a infidelidade do que uma esposa inadequada. Porém precisamos perguntar
realisticamente: “Eu falhei?” “O que posso aprender com isto?” “Em que devo mudar?”
Da mesma forma como espera que o seu cônjuge infiel reconheça a infidelidade
dele e aprenda com ela, você precisa fazer com qualquer falha de sua parte.
Natalie
Gittelson, a autora de Redbook, sugere isto: Cabe
a cada esposa que sabe ou suspeita que o seu marido está enganando-a dar uma
boa olhada em sua própria conduta, suas próprias atitudes e as mensagens mudas
que dirige ao homem de sua vida. Ela deve perguntar a si mesma francamente se,
de certas maneiras sutis, não pode estar privando-o da dedicação de seu tempo,
simpatia, interesse, compaixão. Se não está compartilhando as suas melhores
ideias com a sua melhor amiga, e deixando para o marido apenas os detalhes
monótonos da vida doméstica. Se não está fazendo ouvidos moucos quando ele traz
para casa algumas das frustrações de seu dia, e, pelo contrário, exigindo as
atenções dele para as frustrações dela. Será que ele não se tornou personagem
de secundária importância em sua escala de prioridades? Bode expiatório? Muro
de lamentações? Criança problema?
Certa
esposa ferida, todavia, nem por isso mais sábia, concorda: “Você pode se
envolver terrivelmente com os filhos e com o trabalho, sem perceber, e não dar
ao seu marido a atenção de que ele precisa. Descobri que também não era
principalmente sexo o que o meu marido queria. Ele estava procurando todos os
outros tipos de atenções que eu estava negligenciando em proporcionar-lhe, até
mesmo, ocasionalmente, o carinho maternal, que todo mundo precisa de vez em
quando, e que eu às vezes desejava receber dele”. Marjorie Zimmerman cita um
marido infiel, mas penitente: “Um homem precisa ser mais do que um comensal em
sua própria casa”.
Uma
esposa anônima entristecida acrescenta o seu ponto de vista: “Olhando para o
passado, verifiquei que houve muitas ocasiões – oh, tantas ocasiões! – quando o
meu marido procurou proximidade e compreensão, que não lhe dei. Eu estava
sempre fazendo algo mais urgente, como remendar, limpar o refrigerador,
arrancar as ervas daninhas do jardim. Lembrei das inúmeras vezes que ele disse,
de modo anelante: ‘Por que não saímos sozinhos por uns dois dias? Você poderia
comprar um vestido novo. E nós simplesmente
gozaríamos umas férias dos filhos, da casa – ficando sem fazer nada, sentindo-nos jovens’. Eu não disse
diretamente: ‘Não seja tolo, somos adultos’, mas a minha falta de entusiasmo,
sem dúvida, foi óbvia”. Outra mulher, embora uma crente firme, percebeu outra
coisa: “Estou tão envergonhada! Eu devo ter sido uma mulher muito dominadora. E
nunca percebi o que estava fazendo”.
Ao
abandonar sua esposa crente, um marido incrédulo disse, candidamente: “Essa
outra mulher n ao é tão bonita como você – ela não é nem muito limpa. Sem mim
ela seria uma alcoólatra. Mas é a única pessoa que conheço que precisa de mim e
me aceita como sou. Ela tem algo para mim que você nunca teve”. Linda Wolfe
acrescenta: “A maior parte dos adultérios não ocorre devido aos conflitos
internos de um indivíduo. É bem mais frequente o adultério ser o resultado de
um conflito interpessoal. O amor próprio, em declínio, de um homem, pode estar
ligado ao fato de a esposa ser a causa do ‘ego’ danificado desse homem. Ela pode
ser supinamente crítica ou excessivamente exigente para com o seu marido ou
sexualmente indiferente ou até rejeitá-lo sexualmente”.
Um
conselho semelhante vem do Pastor Henry Wildeboer, da Igreja Reformada:
Pelo fato de as relações extraconjugais
muitas vezes suprirem o que falta ao casamento, a sua causa é frequentemente um
ou mais pecados de omissão, tais como deixar de mostrar consideração para com o
seu cônjuge, negligência, deixar de propiciar-lhe a certeza de seu amor, não expressando-o
audivelmente, negligência em expressar afeição ou em se apresentar atraente,
acessível, comunicativa. Algumas vezes uma esposa com um programa intenso
parece desinteressada e fria. Filhos, clubes, negócios e atividades na igreja,
embora importantes, precisam ser conservados em suas devidas perspectivas...
Quando a parte ofendida reconhecer as suas próprias falhas e como elas
contribuíram para a crise, ainda pode, com a ajuda de Deus, começar a perdoar o
ofensor e reedificar a confiança.
Para
Maridos Também
Tudo o
que dissemos acima vale par aos maridos também, cujas esposas foram infiéis.
Tudo o que uma esposa deve ao marido, o marido deve a ela também – sem exceção.
O Dr. David Reuben, autor de sucesso, observa: “O casamento é como uma longa
viagem em um barco pequenino: se um dos dois passageiros começar a fazer o
barco balançar, o outro tem que segurá-lo, fazê-lo ficar firme; senão irão
ambos para o fundo”.
“Com o
‘caso’ de meu marido”, contou-me certa senhora, “aprendi tanto a respeito de
mim mesma, que me tornei uma mulher inteiramente diferente. Enfrentei o que vi
e ouvi a respeito de mim mesma, e orei para que Deus me ensinasse, me
transformasse. Tive uma profunda experiência com Deus, fui realmente convertida,
e as minhas atitudes mudaram. Repetidamente orei para que Deus me desse
sabedoria para me tornar a esposa mais perfeita possível para o meu marido. Até
o meu marido notou a mudança”.
Nenhum
casamento é reconstruído, a não ser que cada um dos cônjuges esteja disposto a
aprender com o problema e a sofrer modificações positivas. Nenhuma ação direta,
de minha parte, mudará o meu cônjuge, mas eu posso mudar. A graça de Deus está
disponível para me fazer crescer, confessar os meus pecados, a minha
necessidade, e ele promete ser “fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça”. Ele também promete dar-me generosamente de sua
força, para eu fazer o que não consigo fazer sozinho.
PERMITA
QUE CADA CÔNJUGE CONFESSE AS SUAS AÇÕES
Visto
que são necessárias duas pessoas para constituir um casamento, se uma delas
falha, ambas têm alguma responsabilidade por esse fracasso. A sua
responsabilidade não é a mesma, mas elas são igualmente responsáveis. Uma age,
a outra reage; uma negligencia o seu parceiro, a outra, os seus votos. Uma é
infiel nas atenções, a outra adulterando. Nenhuma pode carregar os fardos da
outra. Cada uma precisa se responsabilizar por suas próprias ações, não importa
o que a outra tenha feito. Nenhuma das duas é responsável pelas ações da outra,
mas cada uma, pelo seu próprio comportamento. “Tudo o que o homem semear, isso
também ceifará” aplica-se a cada pessoa em particular e individualmente.
O ato
de se esquivar da responsabilidade é uma característica humana, posta em
prática desde Adão. Gostamos de jogar o “jogo da culpa”, e procurar um bode
expiatório. O marido infiel acusa: “Você estava tão preocupada com os filhos
que nunca prestou nenhuma atenção a mim”. Ou: “Desde que você arrumou aquele
emprego, a perdi de vista”, etc. Ele aponta o dedo, e diz: “Você”, “você”,
“você”. O que você fez desculpa o que
eu fiz. Se pode conseguir que a sua
esposa aceite toda a responsabilidade, ele fez o bolo e ele mesmo o come. Como
um alcoólatra, ele pode continuar a sua ação destrutiva, sabendo que a sua
“mãe” o protegerá das consequências e assumirá toda a culpa. Qualquer mulher
que fizer isto estará apenas dando ao seu marido experiência em atitudes
evasivas e irresponsabilidades egocêntricas. Os doutores Willard e Marguerite
Beecher apresentam um parágrafo ímpar a respeito deste princípio:
Uma pessoa pode ter um problema ou ser um
problema. A pessoa que é um problema não acha que tem problemas. Continua a
vida esplendidamente, explorando os outros e tirando das pessoas que a acolhem.
A pessoa que a acolhe é a que tem um problema: o problema de propiciar apoio
para a que é um problema. Em suma, são necessários os dois para tornar possível
que um deles falhe!
Lembro-me de um homem, Charles, que era perito nisso. Depois de ficar um
ou dois dias com a amante, ele vinha para casa e esperava que a esposa o
abraçasse e se relacionasse sexualmente com ele. Quando ela hesitava ou se
recusava, ele dizia: “Você está me jogando bem nos braços dessa outra mulher. A
culpa é sua se o nosso casamento acabar. É isso que você quer que aconteça?”
Ele era um patife. A verdade é que ele não tinha intenção de desistir de seu
“caso”, mas queria fazer a esposa sentir que era culpada. Ela era a lata de
lixo dele.
Qualquer decisão tem que mudar do sentimento de culpa para a
responsabilidade. Da mesma forma como não
podemos escapar da participação que tivemos no problema, não devemos desculpar a parte que os
outros tiveram. Não podemos defender o pecado de adultério, mas ao mesmo tempo
podemos reconhecer o nosso pecado de negligência, que contribuiu para a crise.
Algumas esposas rejeitadas, por medo e insegurança, assumem toda a culpa pelas
ações de seu marido, e rogam, imploram, pressionam e aceitam qualquer tipo de
humilhação, para impedir que eles as abandonem. “Você pode fazer qualquer
coisa, mas não me abandone. O que eu faria sem você?” Nenhum homem, no seu
íntimo, respeita uma mulher assim. O que ela pode pensar que lhe propicia
controle sobre ele realmente é um sinal de sua fraqueza. Ela está dizendo: “Eu
não sou uma pessoa importante”. O marido dela a abandonará por falta de
respeito, ou continuará com os seus “casos” e ficará, mas para usá-la como
peteca ou como capacho.
O
marido que prevaricou, da mesma forma como começou voluntariamente o seu
“caso”, precisa escolher voluntariamente permanecer no casamento. Certamente
você ora e confia em Deus para ocasionar uma transformação, mas nem toda a
pressão do mundo conseguirá isso. Você precisa abrir a gaiola de forma que ele
fique livre para tomar uma decisão voluntária. Só esse tipo de escolha tem
algum valor no casamento. Ao mesmo tempo, você expressa o pensamento encontrado
nas palavras do Rev. Mr. Kreitler: “Penso que você seria louco se arriscasse a
me perder”, ou: “O que temos juntos é bom demais para ser destruído”. Anos
atrás, quando estávamos discutindo a infidelidade conjugal quanto a alguns
amigos que estávamos tentando ajudar, perguntei à minha esposa: “O que você
faria se descobrisse que eu estivesse tendo um ‘caso’ e pensando em abandonar o
lar? Sem hesitação, ela respondeu: “Ficaria com o coração partido e,
provavelmente, choraria muito. Mas Deus me ajudaria a atravessar a crise, e eu
ainda conservaria as memórias dos bons anos que vivemos juntos. Mas não
choraria eternamente. Há muitos homens que ficariam entusiasmados com a ideia
de ter uma esposa como eu, que os amasse como eu o amei. E estou certa de que
não teria problema nenhum em encontrar um deles”. Uma boa resposta. Esse é o
tipo de esposa a quem você se apega.
ABRA-SE
COM UM CONFIDENTE OU UM COSNELHEIRO
De
acordo com as autoridades médicas, oitenta por cento de todos os problemas
curam-se a si mesmos. Devemos enfrentar os problemas do casamento da mesma
forma. “Sim”, diz Natalie Gittelson, que mencionei anteriormente, “o casamento
que emenda os seus próprios ossos, por assim dizer, muitas vezes é fortalecido
no processo. Só quando tudo o mais falha e passa a haver uma emergência
emocional insolúvel é que se torna essencial a ajuda psicológica exterior”.
Assim, um casal deve ir tão longe quanto possível em resolver a crise sem a
assistência de profissionais.
Contudo, algumas vezes a dor da infidelidade é tão grande que as pessoas
envolvidas precisam descarregar as suas emoções, abrindo-se com alguém, antes
de começarem a ser honestas uma com a outra. É muito difícil desemaranhar as
emoções de ira e culpa, e ter uma perspectiva nova. E elas precisam desabafar
as emoções com alguém que não coloque mais lenha no fogo. Esta deve ser,
provavelmente, uma pessoa que não seja influenciada, imparcial: um pastor, um
conselheiro, um psicólogo. Quarenta a cinquenta por cento de todos os problemas
levados ao pastor, hoje em dia, relacionam-se com a família e os interesses matrimoniais.
Procurar aconselhamento necessário é um sinal de força, e não de fraqueza. É o
mesmo que procurar a ajuda de um especialista para salvar os seus olhos, ao
invés de tolamente e desnecessariamente ficar cego.
Acho
maravilhoso que em nossa época o campo de conselheiros cristãos está se
expandindo rapidamente (pelo menos nos Estados Unidos), e, na maioria dos
centros metropolitanos, há um serviço de aconselhamento cristão. Muitas igrejas grandes agora têm as suas
próprias clínicas, nos Estados Unidos. Ao procurar aconselhamento, primeiro
consulte o seu pastor. Se ele achar que não pode ajudá-lo, pode recomendar
outra pessoa com a capacidade para isso. Se você é crente, não hesite em
perguntar ao psicólogo, se for consultá-lo, quais são os valores espirituais
que ele preza e quais os seus objetivos em aconselhar. Embora outras pessoas
possam ajudar até certo ponto, faça todo o possível para encontrar um
conselheiro competente que aprecie a sua dedicação a Cristo e possa ajudá-lo no
contexto de sua fé, preferivelmente alguém que tenha tido sucesso em seu
próprio casamento e vida familiar. Se o conselho dele, ou dela, não funcionou
no seu próprio caso, ele, ou ela, não poderá ajudá-lo em quase nada.
Qualquer pessoa que esteja sofrendo a dor aguda e a perda ocasionados
por infidelidade de seu cônjuge também precisa de um amigo, um confidente –
alguém que saiba ouvir, sem dar palpites. Alguém que dê apoio, mas sem se enternecer
– que manifeste aceitação, mas não dê conselhos. Todos nós temos uma porção de
amigos e conhecidos que gostariam de compartilhar dos detalhes picantes de um
mexerico, ou que sempre têm o conselho certo para qualquer situação, embora o
próprio casamento deles dificilmente seja excitante. Evite-os como a uma praga.
A maioria das pessoas, na verdade, não entende as complexidades ou ramificações
de um “caso”, e não são capazes de dar conselhos objetivos. Apressam-se a
dizer: “O que eu faria é...”, ou: “Eu não confiaria mais nele”, ou: “Seja
sincera para consigo mesma”. Estes conselheiros encontram-se por aí às dúzias.
Não faça publicidade de sua angústia. Pelo contrário, encontre uma caixa de
ressonância onde você possa abrir o coração, expressar tranquilamente os seus
sentimentos e deixar as lágrimas caírem, um amigo ou amiga que orará por você e
orará com você – alguém que não tem todas as respostas. Um amigo que, como diz
o verso do poeta, “tomará juntos o grão e a palha, e, com um sopro de bondade,
soprará a palha para longe”.
Um
amigo assim, ou um casal, é suficiente. Não conte o que você está passando pata
toda a classe da Escola Bíblica Dominical ou para a sociedade de senhoras ou
para os parentes. Sentimos a tentação de, ao descrever o problema, de rebaixar
o nosso cônjuge, para ganhar simpatia. Desta forma, isto envenena a reputação
de seu marido, e, depois que o “caso” for resolvido, ele será malvisto. Haverá
períodos escuros, tenebrosos, sentimento de isolamento. Por vezes você terá
vontade de entrar em um buraco e evitar o embaraço de ver velhos amigos ou de
ir à igreja sozinha. O pastor e sua esposa, que mencionei em capítulo anterior,
a respeito de quem Ellen Williams escreveu, encontraram forças em um grupo de
amigos na igreja. A esposa disse: “A pressão positiva da comunidade cristã foi
um fator enormemente positivo, enquanto abríamos caminho por entre a crise.
Havíamos nos decidido a compartilhar a nossa dificuldade com outro casal de
crentes. Eles foram capazes de nos ajudar a ambos. Eles tornaram-se um anteparo
para mim, no sentido de que a sua influência inabalável me conservou firme,
quando facilmente eu poderia ter explodido. De maneira simbólica, eles
ofereceram ao meu marido aceitação e a certeza de que nada que ele havia feito
podia separá-lo do amor de Deus ou da igreja”.
BUSQUE O SEU PERDÃO - DEPOIS EXPRESSE O SEU PERDÃO
Sempre que há pecado, uma traição de confiança,
apresenta-se o assunto do perdão. Quer ele seja procurado pelas partes que
precisam dele ou oferecido a elas, nem se precisa dizer que é essencial para a
recuperação do casamento, depois de um “caso”, que se entenda bem o que é
perdão. Perdão é o assunto central. Como qualquer pessoa que tenha passado por
essa experiência pode testificar, a restauração de um casamento, depois da infidelidade,
não é assunto fácil. O perdão não se manifesta rapidamente. É difícil. Mas é a
única maneira de curar e libertar, a única solução para a dor pungente.
O que é
que sabemos realmente acerca do perdão? Como pode ele ser praticado em situação
tão carregada de emoções?
O
Perdão É Possível
É possível para ambos os cônjuges: o infiel e o traído. O
adultério não é um pecado sem perdão, como parece que algumas pessoas pensam. A
Bíblia não relaciona os pecados como se alguns deles fossem mais hediondos do
que os outros, e alguns mais facilmente perdoados. Alguns pecados causam mais
danos do que os outros, e, em suas consequências, são de mais longo alcance.
Paulo fala a respeito de como o adultério, de maneira peculiar, afeta tão
seriamente o corpo:
Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem
comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio
corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que
habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.
Mas
todo pecado confessado pode ser perdoado. Nada é impossível para Deus. Depois
de seu adultério com Bate-Seba, Davi disse: “Confessei-te o meu pecado, e a
minha iniquidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas
transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado”. Os pecados de omissão,
dentro do casamento – negligência, rejeição, egocentrismo, amargura – podem, por
vezes, ser mais corrosivos do que o adultério, e também precisam ser perdoados.
Os pecados de temperamento precisam ser confessados, tanto quanto os pecados da
carne. Todo pecado é primordialmente cometido contra Deus, embora, na
infidelidade, muitas outras pessoas sejam feridas: os cônjuges de ambos os
lados, as duas famílias, todos os filhos. Visto que Deus criou cada um de nós,
planejou o casamento e os relacionamentos familiares, e tem um lindo plano para
cada pessoa. Quando pecamos, rejeitamos o plano de Deus. Ele odeia o pecado,
porque destrói o homem que ele tanto ama, de forma que a confissão precisa ser
primeiramente feita a ele. Davi enxergou esta perspectiva: “Contra ti, contra
ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos”.
O
Perdão É Necessário
É essencial para a nossa saúde mental tanto quanto para a
nossa saúde conjugal. Davi falou a respeito do sentimento de culpa e do engano
de seu “caso”, e como ele o deixou seco por dentro. E finalmente a libertação:
“Como é feliz o home cujos pecados Deus apagou e está livre de más intenções em
seu coração! Eu tentei, por algum tempo, esconder de mim mesmo o meu pecado. O
resultado foi que fiquei muito fraco, gemendo de dor e aflição o dia inteiro.
De dia e de noite sentia a mão de Deus pesando sobre mim, fazendo com as minhas
forças o que a seca faz com um pequeno riacho. O sofrimento continuou até que
admiti minha culpa e confessei a ti o meu pecado. Pensei comigo mesmo:
‘Confessarei ao Senhor como desobedeci às suas leis’. Quando confessei, tu
perdoaste meu terrível pecado”.
O
Perdão É Difícil
Ele atinge o âmago de nossa justiça própria. Algumas
vezes gostamos de nos sentir condenados. Agarramo-nos às nossas feridas,
desejando ainda empatar, nos vingando. Perdoar é abrir mão dos sentimentos de
vítima, e isso não é fácil. O nosso ódio próprio muitas vezes está no alicerce
de nossa incapacidade de perdoar; por não conseguirmos aceitar as nossas
características humanas, não temos a capacidade de aceitar o nosso cônjuge que
falhou. A nossa incapacidade de aceitar o amor limita a nossa capacidade de
dá-lo. Sempre julgamos os outros da maneira como nos julgamos a nós mesmos. Se
não temos um amor-próprio sadio e não nos consideramos valiosos, pessoas em
estágio de crescimento, muitas vezes necessitando de perdão, não conseguimos
dar ao nosso cônjuge o que não podemos dar a nós mesmos. Só quando reconhecemos
as nossas deficiências é que estamos prontos para aceitar as imperfeições dos
outros. Não podemos oferecer perdão, se estamos num vácuo. Na medida em que
recebemos e gozamos do amor de Deus e dos outros, aprendemos a amar.
Precisamos deixar Deus nos amar. O que recebemos e experimentamos,
podemos depois repartir. O mesmo é verdadeiro em relação ao perdão. Quanto mais
sou perdoado, mais perdoador me torno.
O
Perdão É Uma Escolha
Jesus coloca o perdão no nível da decisão pessoal, e não
da emoção. “Quando estiverdes orando, perdoai,
se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai que está no céu
vos perdoe as vossas ofensas”. Esta é uma ordem dada à vontade. As emoções e os
sentimentos não podem receber ordens. Preciso decidir-me a perdoar, mesmo
quando todos os meus sentimentos clamem contra isso. Muitas vezes, quando tenha
enfrentado um luta para perdoar alguém, levanto-me, em, meu escritório, e digo
em voz alta: “Eu o perdoo, perdoo, perdoo”. Quando coloco a minha vontade e o
meu coração nessa direção, sentimentos de perdão começam a seguir-se, e então
consigo dizer à pessoa envolvida: “Eu te perdoo”. Pode levar algum tempo para
que as feridas sarem, mas a sua decisão alivia a tensão, e o tempo começa o
processo de cura.
Perdoar
Não É Esquecer
O Perdão não é um apagador que apaga a lembrança do ato
de sua mente definitivamente. Isso é impossível. Ainda continua sendo história.
A cicatriz pode ser permanente. Perdoar e esquecer é esquecer ma ira que
sentimos contra a pessoa que nos prejudicou – para nunca mais a usar contra
ela, e para não tirar mais do armário esse esqueleto. Embora nos lembremos do
fato, tratamos a pessoa como se ele nunca tivesse acontecido. Lembrar
constantemente o “caso” de seu cônjuge quando estão no quarto, ou durante algum
conflito, assegura que a infidelidade jamais será esquecida por ambas as
partes, e isso pode encorajá-lo a voltar a cometê-la.
Certamente, onde a confiança foi abalada pode haver interrogações
durante certo tempo, pontadas ocasionais de dúvida, ou ecos, mas esses sintomas
desaparecerão, se houver um esforço mútuo para melhorar o relacionamento
conjugal.
O
Perdão É Oferecido
Gosto da maneira como o Pastor Wildeboer o expressa: Da mesma forma como o perdão divino
não depende do fato de o homem sentir-se perdoado, mas da declaração de perdão
feita por Deus, a ser aceita com base em sua Palavra, assim também cada cônjuge
precisa declarar que perdoa o outro e aceita o perdão do outro com base na
palavra dele. Ambas as partes precisam renovar a dedicação um ao outro, não
apenas de maneira emocional, mas com uma declaração – e com atos que confirmem
as palavras... Eles precisarão dizer um ao outro o que, se são crentes, já disseram
a Deus: “Eu lhe pertenço: coração, alma, mente e forças. Farei tudo o que
estiver ao meu alcance para ser fiel a você”. Depois precisarão pôr em prática
o amor um ao outro. Precisarão dar de si tanto quanto foram capazes de dar e
querer e esforçar-se para dar muito mais”.
Este
perdão pode ser a pedra angular de um casamento mais forte do que nunca. Há
anos, li uma história clássica de perdão excelente, que me comove outra vez, ao
escrevê-la. A mulher a conservou trancada n coração durante meio século, mas
compartilhou-a com a “Dear Abby”, para ajudar outras pessoas que se encontrem
nas mesmas condições:
Eu
tinha vinte anos, e ele, vinte e seis. Fazia dois anos que estávamos casados, e
eu nem sonhava que ele pudesse ser infiel. A terrível verdade foi-me comunicada
quando uma jovem viúva de uma fazenda vizinha me veio dizer que o filho que ela
estava esperando era do meu marido. O meu mundo veio abaixo. Eu queria morrer.
Lutei contra uma vontade imensa de matá-la. E a ele também.
Eu sabia que isso não resolveria o caso.
Orei, pedindo forças e orientação. E elas vieram. Eu sabia que precisava
perdoar aquele homem, e o fiz. E perdoei a ela também. Calmamente contei ao meu
marido o que havia aprendido, e nós três juntos elaboramos uma solução. (Que
criaturazinha amedrontada era ela!). O bebê nasceu em minha casa. Todo mundo
pensou que eu dera à luz, e que a minha vizinha estava me “ajudando”. Na
verdade, era exatamente o contrário. Mas poupamos à viúva a humilhação (ela
tinha mais três filhos), e o garotinho foi criado como meu. E nunca ficou
sabendo da verdade.
Teria sido esta a compensação
divina para minha incapacidade de gerar um filho? Não sei. Nunca comentei este
incidente com meu marido. Ele tem sido um capítulo fechado em nossas vidas
durante cinquenta anos. Mas tenho lido nos olhos dele, milhares de vezes a amor
e a gratidão.
O Mito da Grama Mais Verde de J. Allan Petersen, 4ª
Edição/ 1990, Juerp, págs. 111 - 135.
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