“Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?” (Mateus 6:30 – ACF).
Introdução
Segundo Efésios 5:23, “Cristo é a cabeça da igreja”. Quem é então o
corpo? A resposta é óbvia: cada um de nós faz parte do corpo de Cristo, ou
seja, um organismo vivo. O que acontece, ou o que se espera de um organismo
vivo?
Pior que estar morto é ficar
buscando evasivas (desculpas esfarrapadas) para justificar e ou atribuir à
possíveis “obras do diabo” por ocasião dos nossos deslizes.
Considerando que tão somente no
Evangelho de Mateus, na versão Almeida Corrigida Fiel, Jesus condena veementemente a falta de fé por
quatro vezes (Mateus 6:30; Mateus
8:26;
Mateus 14:31 e Mateus
16:8),
está mais que na hora de deixarmos a mornidão laodiceana de lado, investindo no
fortalecimento da fé, para que não haja necessidade de atribuirmos à possíveis
”obras do diabo” por ocasião dos nossos deslizes.
Comunhão com DEUS
A Divindade possui uma metodologia
de ensino magnífica, muito eficiente; começar sempre do simples para o
complexo; do concreto para o abstrato; do físico para o espiritual. Por isso a
revelação é progressiva e o livro de Daniel vem nessa linha. Lamentavelmente, é
recorrente no ser humano, e o cristão não foge à regra, a mania de “colocar a
carroça na frente dos burros”, de complicar o descomplicado, de contestar.
Reclama de tudo; age como um eterno descontente. Reclama do patrão, dos colegas
de trabalho, da sogra, da esposa, dos filhos, da empregada, dos amigos, dos
vizinhos, dos irmãos de fé, todavia tem dificuldade em admitir a precariedade
de sua fé. Assim fica fácil atribuir a situação reinante como “obra do diabo”.
Obra do diabo? Pergunta-se: o que
se faz primeiramente ao despertar, antes mesmo de se levantar da cama?
Impossível saber o que cada um faz, mas certamente para aqueles que acham que as
coisas ou o dia não andam como deveriam andar, está faltando oração, leitura
devocional, estudo, meditação na Palavra de DEUS, ou seja, não tomam tempo para
estar a sós com DEUS a cada manhã.
Os cultos familiares, os grupos de
oração, os pequenos grupos, as extensões da Escola Sabatina, os cultos realizados
nas igrejas são importantes, cumprem cada um o seu papel, mas não substituem o
encontro pessoal, particular que se necessita ter a cada dia com o Criador!
O que provoca o esfriamento, a
falta de fé é o distanciamento de DEUS, é a falta de uma comunhão diária, constante,
consistente e profunda e não se pode simplesmente atribuí-la a obra do maligno.
O hábito é uma corda; nós tecemos um fio dela cada dia e, finalmente, não
conseguimos rompê-la” (Horace Mann).
O conselho bíblico (divino) é: “Consagrai-vos,
purificai-vos, santificai-vos, hoje, porque amanhã o Senhor fará grandes
maravilhas (milagres) no meio de vós” (Josué 3:5 – Tradução Livre).
A questão dos votos
Sabe como as Santas Escrituras
denominam aqueles (as) que fazem votos e não cumprem? Insensatos, tolos, loucos...
(Eclesiastes 5:4). Chega de adjetivos pejorativos!
Curiosa e lamentavelmente, durante nossa curta
existência fazemos diversos juramentos ou votos e os quebramos sem o menor constrangimento.
Espiritualmente falando, por
exemplo: quando aceitamos cargos (funções eclesiásticas), votos batismais e
matrimoniais. Isso acontece basicamente porque na maioria das vezes agimos por
impulso ou porque fomos induzidos, coagidos e pressionados; só mais tarde é que
percebemos que entramos num “beco sem saída”, numa fria.
Casamento é coisa séria. Não só
diante dos homens, mas principalmente a vista de DEUS que o instituiu, lá no
Jardim do Éden, antes da queda.
É tão sério que ele só pode ser
desfeito por dois motivos: pela morte ou pela infidelidade de um dos cônjuges. Por
isso está escrito: “Portanto, que ninguém separe o que Deus
ajuntou” (Marcos
10:9;
Mateus 19:6 –
NAA).
Ah “mas a carne é
fraca” (Marcos
14:38; Mateus 26:41). Como se esquece com facilidade
os votos feitos diante de um representante de DEUS, na presença de pais,
familiares, amigos e convidados? Desrespeita-se o cônjuge em algum dos votos e
aí alega-se incompatibilidade de gênio, “obra do diabo”; quando na
realidade o que falta é fé. O conselho divino é muito claro : “Vigiem e orem, para que não caiam em tentação” (Mateus 26:41; Marcos
14:38).
Então, para que não aja necessidade
de lançar mão destes subterfúgios, precisamos reconhecer que a nossa relação
com DEUS, dentro do casamento; aquele tripé: homem de um lado da base, mulher
do outro e DEUS no topo está abalada; porque quanto mais os dois estiverem
próximos, mais próximos estarão de DEUS.
Saibam que não existe algo como “O
manual do casamento perfeito”. Existem sim, fatores alicerçados na Palavra
de DEUS que podem determinar o êxito ou fracasso do casamento, entre eles:
casamentos apressados, prematuros, a questão da compatibilidade, a educação
doméstica, a verdadeira conversão – um requisito.
Está escrito: Há um círculo sagrado
em torno de cada família que deve ser preservado. Ninguém mais tem qualquer direito
a este sagrado círculo. Marido e esposa devem ser tudo um para o outro. ... O
círculo do lar deve ser considerado como um sagrado lugar, símbolo do Céu,
espelho em que nos refletir a nós mesmos. Podemos ter amigos e associações, mas
na vida do lar não devem eles interferir 1.
A busca incessante pela paz
A importância da paz pode, entre
outras maneiras, ser mensurada pela quantidade de vezes que ela aparece nas
Santas Escrituras: + de 150 vezes e num versículo especial: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”, (Hebreus 12:14 – ARC).
Entre as oito bem-aventuranças
registradas em Mateus 5:3-10, sendo a última repetida, o Mestre fez alusão à paz em duas delas: Mateus 5:5 e Mateus 5:9.
Segundo o jornal Folha de São
Paulo: Além de crise na Ucrânia, mundo tem 28 conflitos ativos e teme novas
guerras. Levantamento em 26 países aponta que 46% das pessoas, em média,
receiam combates 2
Tito, epístola pouco conhecida de
Paulo, pode ser de grande valia nessa busca pela paz: 1-2 Aconselhe o povo a
respeitar as autoridades e a serem cumpridores da lei, sempre prontos a dar a
quem precisa. Nada de insultos ou brigas. O povo de Deus deve ser cortês e ter
coração aberto.3-8 Até pouco tempo, éramos tolos e teimosos, enganados pelo
pecado, dominados pelos instintos, andando sem destino e cabisbaixos, odiando e
sendo odiados. Mas, quando Deus, nosso Salvador bondoso e amoroso, interferiu,
ele nos salvou de tudo isso. Tudo foi obra dele: nós não fizemos nada. Ele nos
limpou, e saímos daquela situação como um povo especial, purificados por dentro
e por fora pelo Espírito Santo. Nosso Salvador Jesus generosamente nos deu nova
vida. O dom de Deus restaurou nosso relacionamento como ele e nos devolveu a
vida. E ainda há mais vida por vir — uma eternidade de vida! Podem contar com
isso.8-11 Quero que vocês permaneçam firmes em todos esses aspectos, para que
todos os que puseram a confiança em Deus se concentrem nos elementos
essenciais, benéficos a todos. Fiquem longe da insensatez, de discussões sem
propósito sobre genealogias e minúcias da Lei. Isso não leva a lugar algum.
Advirta uma ou duas vezes o briguento, mas, depois, se afaste dele. É óbvio que
ele está fora do rumo, em rebeldia contra Deus. Se persistir com as
hostilidades, acabará destruindo a si mesmo. 3
Então, antes de sair por aí,
arrumando briga com todo mundo e depois alegar que é “obra do diabo”,
não aja como neófito. Seja humilde! Sejamos homens e mulheres pacificadores!
Nunca dê...
Um dos maiores equívocos cometidos
por homens e mulheres que estão se preparando para o Reino Eterno é achar que
podem flertar com o pecado ou mais especificamente, com o seu originador e
saírem ilesos. Ledo engano!
Ele tem, segundo um dos seus
seguidores, 10000 anos de existência. É um anjo, que apesar de caído é
ardiloso, mentiroso e muito poderoso. Somente DEUS tem poder e pode detê-Lo.
Assim sendo longe de DEUS e, portanto, longe da proteção que Ele coloca a nossa
disposição não somos páreo para Ele; somos sim, presas fáceis.
Então, para que você nunca precise
alegar que vícios são obra do diabo, quando na realidade você nunca se libertou
dos mesmos, mas não consegue admitir sua fragilidade que na realidade o que
faltou foi o perseverar na fé.
Nunca dê o primeiro gole, a
primeira tragada, a primeira injetada, a primeira aspirada; faça o que a
Palavra de DEUS aconselha: “Portanto, também nós, visto que temos a
rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e
do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira
que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé,
Jesus”... (Hebreus
12:1,2 – ARA).
Leis foram feitas para serem
cumpridas
“A ordem é a primeira lei do céu”
Essa frase é
de Alexander Pope,
um poeta e crítico inglês do século XVIII. Ele a escreveu em um
poema chamado Ensaio
sobre o Homem, que trata da natureza humana e da providência
divina. A
frase sugere que há uma hierarquia natural entre os seres, que reflete a ordem
do universo criado por Deus.4
Os Salmos 19:7 asseguram que “a lei do Senhor é perfeita” (Salmos 19:7 –
ACF).
A “lei do Senhor” deve ser
entendida como toda a Palavra de DEUS. É em Sua lei que DEUS revela a Sua
vontade para com o Seu povo, dá novas forças; é digna de confiança; concedem
sabedoria; iluminam a nossa mente e promovem a esperança!
Partindo desse pressuposto e também
considerando todas as demais benções decorrentes de sua observação conforme as
leis, ordenanças e mandamentos contidos nas Sagradas Escrituras, por quer é tão
difícil obedecê-la? Simplesmente porque nossa natureza carnal se opõe a tudo
que procede de DEUS.
“Ah, mas é que...” Pronto. Já
começamos a conjecturar, a racionalizar, enfim, a esquivar-se da
responsabilidade de nossos atos infringentes.
Conclusão
O primeiro conselho bíblico (divino) é:por favor, não aja como neófito!
Não somos ingênuos o bastante para
acreditar que o inimigo não está por trás de todo engano, mentira,
maledicência, desonestidade, violência e guerras. É obvio que não! De Gênesis
ao Apocalipse a Palavra de DEUS está repleta de acontecimentos que o
desmascaram. Porém, o inimigo só terá acesso a nossa mente com a nossa
permissão, Para nós que escolhemos estar ao lado do Senhor Jesus, evasivas não
se sustentam.
"Este é o grupo dos
“práticos”. Aqueles que por alguma razão, na tentativa de encontrar logo uma
saída, preferem atribuir a qualquer coisa mais complexa, “sobrenatural”, como
sendo “obra do diabo”.
Sabemos de sua origem, existência,
seus planos contra Deus e contra nós, mas também convenhamos, pecamos transgredindo
mandamentos, leis naturais e na hora de arcar com as consequências – “a mulher
que tu me deste”; “a cobra que tu criaste”.
Sempre os outros é que são os
culpados. Culpamos a Deus, direta ou indiretamente, ou ao diabo; é muito mais
fácil, mais cômodo, mais prático. Por amor ao que nos é mais sagrado, não
hajamos como neófitos!" (Nelson Teixeira Santos).
O segundo está contido nas Sagradas
Escrituras e não deixa espaço para desculpas, por menos esfarrapadas que sejam:
“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de
vós” (Tiago 4:7 -0
ACF).
É o meu desejo e a minha oração.
Amém!!!
Referências
bibliográficas:
1 – Ellen G. White, Lar Sem
Sombras, CPB edição 1973, pág. 177.
3 - Tito 3 |
Bíblia - A Mensagem (biblia-a-mensagem.vercel.app)
4 - www.bing.com/search?form=NTPCHT&showconv=1&sendquery=1&q=frases%20-%20autoria
©Nelson Teixeira Santos
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