“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”
(Hebreus 12:14 –
ACF).
Síntese doutrinária
Por sua morte na cruz, Jesus
triunfou sobre as forças do mal. Ele que subjugou os espíritos demoníacos
durante Seu ministério terrestre, quebrantou o poder deles e garantiu Sua
condenação final. A vitória de Jesus nos dá a vitória sobre as forças do mal
que ainda buscam controlar-nos, enquanto caminhamos com Cristo em paz, gozo e
na segurança do Seu amor. Agora o Espírito Santo mora em nosso interior e nos
dá poder.
Continuamente
consagrados a Jesus como nosso Salvador e Senhor, somos libertos do fardo de
nossas ações passadas. Não mais vivemos nas trevas, sob o temor dos poderes do
mal, da ignorância e a insensatez de nossa antiga maneira de viver. Nesta nova
liberdade em Jesus, somos chamados a crescer à semelhança de Seu caráter,
mantendo uma comunhão diária com Ele por meio da oração, alimentando-nos de Sua
Palavra, meditando nela e na providência divina, cantando em Seu louvor,
reunindo-nos para adorá-Lo e participando na missão da Igreja. Ao entregar-nos
ao Seu amorável serviço por aqueles que nos rodeiam e ao testemunharmos de sua
salvação, a presença constante do Senhor em nós, por meio do Espírito,
transforma cada momento e cada tarefa em uma experiência espiritual. (Salmos
1:1,2; 23:4; 77:11,12; Colossenses 1:13, 14; 2:6, 14,15; Lucas 10:17-20;
Efésios 5:19, 20; 6:12-18; 1 Tessalonicenses 5:23; 2 Pedro 2:9; 3:18; 2
Coríntios 3:17,18; Filipenses 3:7-14; 1 Tessalonicenses 5:16-18; Mateus
20:25-28; João 20:21; Gálatas 5:22-25; Romanos 8:38,39; 1 João 4:4; Hebreus
10:25). (https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/as-28-crencas-fundamentais-da-igreja-adventista-do-setimo-dia/).
Objetivo da mensagem
Mostrar através do estudo da
palavra de DEUS e do Espírito de Profecia a necessidade imperiosa do
crescimento em Cristo que jaz sobre todos os seres humanos que desejam alcançar
a vida eterna.
O nascimento é um momento e motivo de alegria
Uma semente que germina, e o aparecimento
daquelas duas primeiras folhas deixa o jardineiro feliz. Quando um bebê nasce,
e seu primeiro choro anuncia ao mundo que ali está uma nova vida que deve ser
levada em consideração; a mãe logo esquece todas as suas dores e se une ao
resto da família com alegria e celebração. Uma nação nasce para ser livre, e
uma multidão invade as ruas e inunda as praças da cidade ostentando os símbolos
de sua alegria recém-encontrada.
Mas..., e quando isso não acontece?
O crescimento – contínuo,
constante, que amadurece e produz frutos – é essencial para a vida. Sem ele, o
nascimento não tem significado, nem propósito, nem destino. Crescer é uma
equação inseparável da vida física e espiritual.
Como crescemos em Cristo e
amadurecemos como cristãos?
Quais são os marcos do crescimento
espiritual?
A verdade é que a lógica divina, às
vezes, parece não fazer muito sentido na Terra, por exemplo:
Vida começa com morte
Talvez o princípio mais básico e
singular no que diz respeito à vida cristã seja que a vida começa com a morte –
na verdade, com dois eventos envolvendo morte. Primeiro, a morte de Cristo na cruz possibilita a nossa nova vida –
livres do domínio de Satanás (Cl 1:13, 14), livres da condenação do pecado (Rm
8:1), livres da morte, o salário do pecado (Rm 6:23) – e traz reconciliação
entre Deus e os homens. Segundo, a
morte do eu permite que nos apossemos da vida que Cristo oferece. Terceiro, como resultado, andamos em
novidade de vida.
A vida cristã, portanto, não começa
com o nascimento. Começa com a morte. Até que o eu morra, até que seja
crucificado, não há começo algum. É preciso que haja uma cirurgia radical,
deliberada e total do próprio eu. “E
assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5:17). “A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento da antiga, mas uma
transformação da natureza. Tem lugar a morte do eu e do pecado, e uma vida toda
nova. Essa mudança só se pode efetuar mediante a eficaz operação do Espírito
Santo” (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 172).
Na vida cristã, a morte do eu não é
uma opção, mas uma necessidade. A cruz com o seu chamado – tanto o imediato
quanto o final – deve confrontar o discipulado cristão e exige uma resposta
absoluta. O poderoso comentário de Dietrich Bonhoeffer merece ser citado: “Se o nosso cristianismo deixou de ser sério
no que diz respeito ao discipulado, se diluímos o evangelho tornando-o um mero
êxtase emocional sem qualquer exigência custosa que não consegue mais
distinguir entre a existência natural e a cristã, então consideraremos a cruz
não mais que uma calamidade cotidiana ordinária, como uma das provações e
tribulações da vida. [...] Quando Cristo chama um homem, ele o desafia a vir e
a morrer. [...] É a mesma morte cada dia – a morte em Jesus Cristo, a morte do
velho homem que atendeu o Seu chamado” (Dietrich Bonhoeffer, The Cost of
Discipleship (Nova York: Macmillan, 1959), p. 78, 79).
Vivendo uma nova vida
Um aspecto do crescer em Cristo é
viver a nova vida. Uma das maiores incompreensões sobre a vida cristã é que a
salvação é uma dádiva gratuita da graça de Deus – e acabou-se a história. Não é
assim. É verdade que, em Cristo, “temos a
redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua
graça” (Ef 1:7). Também é verdade que “pela
graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de
obras, para que ninguém se glorie”(Ef 2:8, 9).
Sim, a graça é gratuita. Mas a
graça custou a vida do Filho de Deus. Graça gratuita não significa graça
barata. Para citar Bonhoeffer outra vez: “Graça
barata é pregar sobre o perdão sem requerer arrependimento; sobre o batismo sem
a disciplina da igreja; sobre a Santa Ceia sem a confissão; sobre absolvição
sem a confissão pessoal. Graça barata é graça sem discipulado, graça sem a
cruz, graça sem o Jesus Cristo vivo e encarnado” (Dietrich Bonhoeffer, The
Cost of Discipleship (Nova York: Macmillan, 1959), p. 47).
Ao entrarmos na família, vivemos na
família, produzindo os frutos do amor de Deus pelo poder de sua maravilhosa
graça. Crescer em Cristo, portanto, é um crescimento em maturidade de maneira
que, dia a dia, refletimos a vontade de Cristo e trilhamos a vereda de Cristo.
Daí vem a pergunta: quais são os marcos desta vida amadurecida e os sinais do
seu constante crescimento? O assunto é vastíssimo; sem esgotá-lo, podemos
refletir sobre sete desses marcos.
Marcos do crescimento em Cristo
1. Uma vida do Espírito.
Jesus disse a Nicodemos: “Quem não nascer da água e do Espírito não
pode ver o reino de Deus” (Jo 3:5). Sem o poder regenerador do Espírito
Santo, a vida cristã nem pode começar. Ele é o Espírito da verdade (Jo 14:17).
Ele nos guia em toda a verdade (Jo 16:13) e nos faz entender a vontade de Deus
revelada nas Escrituras. Ele nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo
16:7, 8), sem o que não podemos perceber as consequências presentes e eternas
das nossas ações e da vida que vivemos. É o poder transformador e a presença do
Espírito em nossa vida que nos fazem filhos e filhas de Deus (Rm 8:14). É por
meio do Espírito que Cristo “habita em nós” (1Jo 3:24).
2. Uma vida de amor e unidade.
A vida cristã é, de um lado, uma
vida de unidade, uma vida reconciliada com Deus e, de outro lado, uma vida
reconciliada com o próximo. A reconciliação é a cura de uma ruptura nos
relacionamentos, e a causa primária da existência dessa ruptura no
relacionamento é o pecado. O pecado tem nos separado de Deus (Is 59:2) e
dividido a humanidade em uma multidão de facções – raciais, étnicas, de gênero,
de nacionalidade, cor, castas, etc. O evangelho de Jesus lida com esse problema
do pecado e com todos os fatores separatistas com ele associados e cria uma
nova ordem de unidade e reconciliação.
3. Uma vida de estudo.
O alimento é essencial e básico
para o crescimento. A função de qualquer organismo vivente requer uma nutrição
adequada e constante. Assim é o crescimento espiritual.
Mas onde encontramos nosso alimento
espiritual? Primariamente em duas fontes: comunhão constante com Deus através
do estudo da sua Palavra e pelo cultivo de uma vida de oração. Em nenhum outro
lugar a importância da Palavra de Deus para a vida espiritual é ensinada de
maneira tão clara como nas palavras do próprio Jesus: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca
de Deus” (Mt 4:4).
Jesus dá um exemplo perfeito de
como Ele usou a Palavra para enfrentar Satanás. “Jesus enfrentou Satanás com as palavras da Escritura. ‘Está escrito’,
disse Ele. Em toda tentação, sua arma de guerra era a Palavra de Deus. Satanás
exigia de Jesus um milagre como prova de sua divindade. Mas alguma coisa maior
que todos os milagres – uma firme confiança no ‘assim diz o Senhor’, – era o
irrefutável testemunho. Enquanto Cristo se mantivesse nessa atitude, nenhuma
vantagem o tentador poderia obter.” Ellen G. White, O Desejado de Todas as
Nações, p. 120.
4. Uma vida de oração.
Deus nos fala por meio da sua
Palavra. Conhecer sua vontade faz parte do crescimento espiritual – parte da
comunhão com Ele. Outro aspecto dessa comunhão com Deus e do crescimento nele é
a oração. Se a Palavra de Deus é o pão que alimenta nossa espiritualidade, a
oração é a respiração que a mantém viva. Orar é falar com Deus, ouvir sua voz,
render se de joelhos e levantar-se revestido do poder que vem da força de Deus.
Isso não exige nada de nós mesmos – exceto que neguemos o próprio eu, confiemos
em sua força e esperemos nele.
5. Uma vida que produz frutos.
Foi Jesus quem disse: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt
7:20). Produzir frutos é um importante aspecto do crescimento cristão. A
salvação pela graça frequentemente é considerada uma negação da obediência e da
produção de frutos. Nada pode estar mais distante da verdade bíblica. Sim,
somos salvos gratuitamente pela fé no que a graça de Deus fez por meio de
Cristo, e nada temos, em nós mesmos, do que nos gloriar (Ef 2:7, 8; Jo 3:16).
Mas não somos salvos para fazer o que quisermos; somos salvos para viver de
acordo com a vontade de Deus. Não existe nada de legalista e, por conseguinte,
desnecessário no que diz respeito à obediência da lei, mas ela é a consequência
natural da libertação do pecado, o que é um dom gratuito de Deus. Portanto, “a fé, se não tiver obras, por si só está
morta” (Tg 2:17).
6. Uma vida de guerra espiritual.
O discipulado cristão não é uma
jornada fácil. Estamos engajados em uma guerra real e perigosa. Diz Paulo: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e
a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau
e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6:12, 13).
Nessa guerra, forças sobrenaturais
estão alinhadas contra nós. Assim como os anjos do Senhor estão engajados no
ministério de servir seus seguidores, livrando-os do mal e guiando-os no
crescimento espiritual (Sl 34:7; 91:11, 12; At 5:19, 20; Hb 1:14; 12:22),
também os anjos caídos estão tramando levar-nos para muito longe das exigências
do discipulado.
O caminho para o crescimento
espiritual está repleto das armadilhas do diabo, e é aqui que a nossa luta
espiritual fica ainda mais renhida. É por isso que Paulo utiliza fortes
palavras de ação: Fiquem firmes! Revistam-se da armadura! Sejam fortes! (Ef
6:12, 13). “A vida cristã é uma batalha e
uma marcha. Nessa guerra não há trégua; o esforço deve ser contínuo e
perseverante. É assim fazendo que mantemos a vitória sobre as tentações de
Satanás. A integridade cristã deve ser buscada com irresistível energia e
mantida com resoluta fixidez de propósito. [...] Todos têm de se empenhar por
si nessa luta; nenhuma outra pessoa pode combater os nossos combates.”
White, A Ciência do Bom Viver, p. 453.
7. Uma vida de adoração, testemunho e esperança.
O crescimento cristão não ocorre em
um vácuo. Ele ocorre, de um lado, dentro da comunidade dos redimidos e, do
outro lado, como uma testemunha diante da comunidade que precisa ser redimida.
Observe a comunidade do apóstolo.
Logo após a ascensão de Cristo, e acompanhada do poder do Espírito Santo, a
igreja apostólica, de maneira individual e também corporativa, manifestou seu
crescimento e maturidade na adoração, no companheirismo, no estudo e testemunho
(At 2:42-47; 5:41, 42; 6:7).
Sem a adoração corporativa,
perdemos a identidade e a arena onde nos congregamos, e é nessa congregação e
nesse relacionamento interpessoal com outros que amadurecemos e crescemos.
Por isso, o conselho do apóstolo: “Consideremo-nos também uns aos outros, para
nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é
costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quando vedes que o
Dia se aproxima” (Hb 10:24, 25).
Conclusão
Crescer em Cristo, portanto, é um
crescimento em antecipação e esperança na consumação final da experiência
redentora no reino porvir. “Para a alma
crente e humilde, a casa de Deus na Terra é como que a porta do Céu. Os
cânticos de louvor, a oração, a palavra ministrada pelos embaixadores do Senhor
são os meios que Deus proveu para preparar um povo para a assembleia lá do
alto, para aquela reunião sublime à qual coisa nenhuma que contamine poderá ser
admitida” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 491).
Equipe
Biblia.com.br
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