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CORAÇÃO PURO E ESPÍRITO INABALÁVEL

 

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Salmos 51:10 – NAA).

 

 

            Introdução

            A oração de Davi no Salmo 51 vai à raiz da necessidade que todos nós temos de um novo começo. Necessidade esta, provocada não por ações humanas, mas pela ação direta do Espírito Santo; pois está escrito: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (João 16:8 – ACF).

            Nascer de novo significa ser recriado espiritualmente, uma obra que unicamente o Espírito Santo pode realizar em nosso favor.

            Trata-se de uma etapa indispensável na vida de todos que almejam a salvação, pois foi o próprio Jesus quem disse: “aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3 – ACF).

 

            Objetivo da mensagem

            Mostrar através do Salmo 51, os quatro passos essenciais que devemos dar cada um de nós, para que o processo de recriação espiritual tenha lugar em nosso ser.

 

            Curiosidades bíblicas

            1ª – Os eventos que originaram este Salmo estão descritos em II Sm 11:1-12:15.

            2ª – Foi escrito após o profeta Natã confrontar o então rei Davi a respeito do pecado que ele havia perpetrado com Bate-Seba.

            3ª – Trata-se de uma oração e súplica de um homem que pecou gravemente e que sente no corpo e no espírito o peso esmagador da sua culpa.

            4ª – Nele a palavra chave é coração, que aparece centenas de vezes em toda a Bíblia; aproximadamente 880 vezes.

 

            Coração na Bíblia significa...

            Mas afinal, de que coração o salmista falava quando escreveu esse salmo?

            Raramente, para não dizer nunca, a palavra se refere ao coração físico.

            Nos dias atuais o coração geralmente é relacionado com as emoções; na Bíblia, no entanto, tem a ver com o homem interior, a área íntima, escondida do ser, bem como o centro das emoções e do intelecto.

            “Quando Jesus fala do novo coração, quer dizer a mente, a vida, o ser todo”. (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 4, pág. 1.164).

 

            Os quatro passos revelados na regeneração são:

 

            1º - Deve-se ter humildade suficiente para reconhecer o estado pecaminoso.

                  Admitir-se pecador pressupõe a necessidade de um Salvador!  

                   Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me” (Salmos 51:3,4 – NVI).

 

            2º - Deve-se desejar ardentemente receber a verdade.

                   O desejo pela verdade é suficiente? Satisfaz receber a verdade? Não!

                    Mas a Palavra de Deus não diz que “aquele que se gloriar, glorie-se em Me conhecer”? Sim Jeremias, Paulo afirmam. Entretanto esse conhecimento vai além do conhecimento meramente teórico.

                   Conhecimento teórico nunca salvou ninguém e muito menos salvará.

                   É preciso desejar a verdade, sim; é preciso buscá-la, sim; mas acima de tudo é preciso internalizar a verdade e acima de tudo e a partir daí, é preciso viver essa verdade. “Tu ficas satisfeito quando há verdade e sinceridade no coração. Oh! Dá-me essa sabedoria!” (Salmos 51:6 – OL).

 

            3º - Deve-se pedir que Deus crie um novo coração.

                  Um coração puro, uma vontade nova, um desejo e uma atitude firme de dedicação a DEUS. A NVI traduz acertadamente inabalável (que não se abala, ou seja, constante, imutável, durável) por estável.

                  O pecado fez de nós seres volúveis, por isso a repreensão bíblica: “Que uma pessoa dessas não pense que alcançará do Senhor alguma coisa, sendo indecisa e inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1:7,8 – NAA).

                   O texto afirma que é necessário pedir para que DEUS crie um novo coração; a propósito, o que você costumeiramente vê,lê e ouve? Fica a dica!        

                   Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável” (Salmos 51:10 – NVI).

 

            4º - Deve-se oferecer o eu a Deus como sacrifício vivo.

                   O que é mais fácil; viver ou morrer por Cristo? Obviamente que é viver.

                   Por ocasião da dedicação do templo, Salomão ofereceu em sacrifício 22000 bois e 120000 ovelhas (ver II Crônicas 7:5) e naquela ocasião específica DEUS se agradou daquela oferta a ponto de descer fogo do céu e queimar completamente os animais oferecidos (ver II Crônicas 7:1).

                   Nós fazemos um amontoado de coisas na tentativa inútil de obter o favor de DEUS quando na realidade, Ele se agrada de algo bem mais simples:

                   Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos” (Oséias 6:6 – ACF). Isto é tão importante que Jesus citou essa passagem duas vezes (Mt 9:13; 12:7).

                   Sacrifício agradável a Deus é o espírito quebrantado; coração quebrantado e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17 – NAA).

 

            Conclusão

            Homens e mulheres tementes a DEUS vivem num dilema e impasse constantes. Pecam, e consequentemente, necessitam do perdão divino; todavia não gostam de conceder o perdão e DEUS deixa bem claro que: “Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:15 – ACF; Marcos 11:26 – ACF).

            Estamos de mãos e pés atados, a menos que aprendamos a difícil arte de perdoar; e isto é dom, é graça!

            Talvez, por essa razão o Pr. Norval F. Pease (1910-1995) assevera: "Não se esqueça de que uma das grandes realizações de um homem nobre é sua boa vontade para perdoar seus maiores inimigos" (Meditações Diárias, CPB, 24/4/1970).

            "A função do povo de Deus”, ou seja, a nossa função, “ainda é acordar os pecadores adormecidos para a realidade final de que nosso mundo não durará para sempre" (George R. Knight, Meditações Diárias, CPB, 14/01/2015).

            Resumindo: temos uma missão a cumprir e esse caminho passa necessariamente pela questão do perdão, de viver de forma prática esse novo nascimento, de levar adiante o processo de santificação, e de consagração que invariavelmente levará a cada um de nós rumo à glorificação!  

            E, não existem planos “b” ou “c”; outras alternativas (opões) nem atalhos!

            A vitória espiritual sobre o pecado só ocorrerá se o pedido do rei Davi a DEUS tornar-se uma realidade em nossas vidas!

            Esse é o meu desejo e a minha oração. Amém!!!

 

© Nelson Teixeira Santos

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