“E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8 – ACF).
Introdução
No contexto salvação, qual é a coisa
mais importante na vida do cristão?
Antes de buscarmos as respostas no
Livro Sagrado, é nosso dever lembrá-los da existência de assuntos delicados, constrangedores,
complexos, entre outros, que dificultam a sua aceitação como sendo verdades
bíblicas, e que por conta disso preferimos ignorá-los, fazendo de conta que
eles não existem. Resolve? É óbvio que não!
Então para todos nós que temos alguma
dificuldade em relacionar-se com essas questões e, principalmente para que não
percamos o direito de desfrutar a eternidade convido-os a rever conceitos.
Prováveis opções de coisas importantes na vida do cristão
O livro Nisto Cremos afirma que: “mais que qualquer outra coisa, a vida cristã
significa entrega – darmo-nos a nós
mesmos e aceitarmos a Cristo”.1
Muitas denominações advogam que
basta crer, pois está escrito: “Crê no Senhor Jesus Cristo e
serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16:31 – ACF).
“Tu crês que há um só Deus;
fazes bem.Também os demônios o creem,
e
estremecem” (Tiago 2:19 – ACF).
Alguns embasados biblicamente, diriam que é a
santificação, pois está escrito: “Segui a paz com todos, e a santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14 – ACF).
Muitos a semelhança do apóstolo
Paulo respaldarão sua salvação na graça
divina: “Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável” (2 Coríntios 9:15 – ACF). Ele mesmo
reafirma: “Porque pela graça
sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8 – ACF).
Outros ainda, também com o aval de
Paulo argumentarão tratar-se do Espírito
Santo, pois sem Ele, não pode haver conversão, transformação e santificação
(ver Romanos 8:1-17).
A maioria de nós certamente optaria
pela fé, afinal de contas a própria
Palavra de DEUS afirma que: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele
existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6 – ACF).
O equilíbrio
A Bíblia oferece respostas pertinentes
aos nossos inúmeros questionamentos, mas, como seres humanos, falhamos quando
buscamos nela respostas “prontas”.
Que nunca nos esqueçamos dessa
verdade: tudo o que for útil, relevante, importante e indispensável à nossa
salvação, vai estar lá.
O que Ela possui na verdade são
princípios. Princípios que devem nortear a nossa caminhada diária rumo ao Céu; um deles, por
exemplo, encontra-se no evangelho de Mateus e prega algo muito admirável,
desejável na vida do cristão: o equilíbrio. Está escrito: “deveis, porém, fazer
estas coisas, e não omitir aquelas” (Mateus 23:23 – ACF).
Portanto, respondendo a pergunta
introdutória, baseado no que o apóstolo Paulo afirma primeiramente em Romanos 3:23: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” e
posteriormente em Romanos 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a
vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”; todos nós só estamos vivos pelo fato de termos sido
perdoados por DEUS. E quando foi que aconteceu este perdão por parte de Deus?
(Ver texto chave Apocalipse 13:8).
Perdão é a resposta. O conselho divino aponta: “Antes sede uns para com os outros benignos,
misericordiosos, perdoando-vos uns
aos outros, como também Deus vos perdoou
em Cristo” (Efésios
4:32
– ACF). Perdoar tem, literalmente, implicações eternas. Perdoar os outros é
parte essencial do que significa ser cristão! Sem perdão não há Céu!
A condicionalidade do perdão
O evangelho de Lucas, no capítulo 11 verso 1 relata-nos que
foi a pedido de um dos Seus discípulos que Jesus pronunciou a oração que conhecemos
como Pai Nosso. O pedido foi: “Senhor,
ensina-nos a orar”.
Na segunda parte desta conhecida oração encontra-se a seguinte citação: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:12 - ACF).
Nos evangelhos de Mateus e Marcos nos
deparamos com a afirmação de que depois da oração concluída Jesus colocou de
forma condicional o perdão dos pecados: “Porque,
se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos
perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14,15 – ACF). “E, quando estiverdes orando,
perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos
céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso
Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas” (Marcos 11:25,26 – ACF).
“Na oração, há uma conexão entre o que Deus faz e o que você faz. Por exemplo, você não pode obter perdão de Deus se não perdoa os outros, Se recusar fazer a sua parte, você estará separado de Deus” (Mateus 6:14-15, A Mensagem); ou seja, o perdão é uma via de duas mãos. É fundamental para a fé cristã. Nossa religião não terá sentido se, realmente não houver perdão!
Ellen G.
White questiona a nossa incoerência de forma incisiva: “Quando vamos a DEUS para pedir-Lhe misericórdia e bênçãos, devemos ter
um espírito de amor e perdão em nosso coração. Como podemos orar “Perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus
6:12), se alimentamos um espírito incapaz de perdoar?”2
Uma ordenança divina
Não se trata
de uma escolha ou questão de conveniência e sim de uma ordenança divina. Quando
recusamos perdoar, estamos automaticamente dizendo nas entrelinhas que não
acreditamos (cremos) na justiça divina, que DEUS vai exercer juízo, ainda que
às vezes pareça tardar.
A cada um de nós compete perdoar.
Saiba que o nosso perdão não tem poder de liberar a dívida do outro, mas tem o
poder de liberar-nos. Portanto, se nós vamos ou não conceder perdão é problema nosso. Aquele
que pecou, que falhou, que errou ou que se omitiu, que ficou em falta, vai dar
contas a Deus.
Às vezes é fácil dizer “eu perdoo
você”. Mas não é tão fácil assim trazer essas palavras à realidade. Quando
somos ofendidos por alguém, nossa tendência natural é desejar o pior aquela
pessoa. Sem a presença do amor de Cristo em nosso coração, não existe a mínima
possibilidade de perdoarmos verdadeiramente.
O verdadeiro perdão adota o modelo
do perdão de DEUS aos nossos pecados. Envolve “domínio próprio ou paciência para
com as palavras ou atos públicos... e também o hábito de ignorar interiormente
as falhas, injustiças ou debilidades de outros.”3
Devedores da graça divina
O escritor e pastor evangélico
norte-americano Max Lucado, encontrou uma forma curiosa de calcular nossa
dívida para com DEUS. Em um devocional de sua autoria, somos levados a fazer
uma reflexão importante sobre a razão de perdoar.
Ele começa indagando: com que
frequência você peca em uma hora? Visando facilitar o cálculo ele sugere dez
pecados por hora. Levando em consideração que em média, passamos 16 horas por
dia acordado (presumindo que não pecamos durante o sono), multiplica-se por 365
dias do ano e em seguida projetando a expectativa de vida de um homem, por
volta de 74 anos, chegaremos ao total (em números redondos) de 4.300.000 (quatro
milhões e trezentos mil) pecados por pessoa. E aí ele arremata: como você
pretende pagar a DEUS pelos seus 4,3 milhões de pecados?
Trata-se de uma dívida impagável!
Inalcançável!
Um perdão multimilionário deve
produzir um perdoador multimilionário, não é? 4
Hoje somos, segundo a ONU, 7.79
bilhões de habitantes. Apesar de tudo DEUS perdoa os pecados da humanidade
egoísta por pura graça. Não há em nós nada que nos recomende a salvação; nada
que possamos fazer para merecê-la: “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela
redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24 – ACF).
A razão principal
“O perdão à humanidade foi comprado a um custo infinito, embora nada
custe aos homens, exceto o sacrifício de algum orgulho pessoal, a fim de
perdoar aos outros”.5
Foi a Cruz, é evidente, se Cristo,
levando os pecados do mundo, não nos fizer ver
o preço do perdão, nada mais o fará. E ainda mais, se a punição dos
pecados do mundo, caindo sobre o Portador dos pecados, não nos ajudar a ver como
é importante o perdão para este Universo, o que mais o fará?
Conclusão
DEUS perdoou nossos pecados, não
porque somos dignos, não porque merecemos, não por qualquer coisa que
poderíamos fazer para obter esse perdão. Foi puramente pela graça; um favor
imerecido pelo qual nós, tão indignos, obtivemos o privilégio de ser chamados “filhos de DEUS” (1 João 3:1).
Ninguém disse que seria fácil. Ninguém
disse que não existiria dor, orações e lágrimas pelos nossos caminhos. Mas,
assim como fomos perdoados, podemos e devemos também perdoar. Requer graça, e
DEUS tem bastante graça para nós. Temos apenas que aceitá-la!
Esse é o meu desejo e a minha
oração. Amém!!!
©Nelson Teixeira
Santos
Referências
bibliográficas:
1
Nisto Cremos, CPB, edição 1995, pág. 355
2
Ellen G. White ,Esperança para Viver, pág. 85, CPB, edição 2007
3
SDA Bible Commentary, vol. 7, pág. 212
4
Bom Dia - Leituras Diárias com Max Lucado, 13.11, Mundo Cristão, edição 2013
5
SDA Bible Commentary, vol. 5, pág. 348
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