“Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima
a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue
inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a
correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”
(Provérbios 6:16-19).
Introdução
“O que semeia contendas entre irmãos” (Pv 6:16-19).
Que parte do corpo humano é usada
para levar avante algo tão detestável à vista de Deus? Segundo o Aurélio, “um
órgão muscular, alongado, móvel, situado na cavidade bucal, a cuja parede
inferior está preso pela base e que serve para a degustação, a deglutição e
para a articulação dos sons da boca” – serve para falar.
É detentora de uma peculiaridade única; nunca se cansa. Cada parte do
corpo humano eventualmente se cansa, exceto a língua. Acertadamente a Palavra
de Deus a descreve como afiada (Sl 140:3), mordaz (Pv 25:23) e indomável (Tg
3:8).
Você tem problemas em controlar a língua? Não se ofenda; todo ser humano
enfrenta este tipo de problema. Controlar a língua consiste num dos maiores
desafios para nós cristãos, pois somos aconselhados pela Palavra para que comendo
ou bebendo, ou fazendo qualquer outra coisa, façamos tudo para a glória de Deus
(1 Coríntios 10:31).
Objetivo
da mensagem
Mostrar que, apesar de todos os
adjetivos pejorativos que lhe são imputados é possível sim, transformá-la em um
instrumento para glorificar a Deus.
Use-a com parcimônia
Temperança, bom senso, equilíbrio,
moderação devem ser mais do que palavras do nosso vocabulário; devem ser
materializados através de atitudes em nosso cotidiano. A orientação vem do
próprio Jesus: “Seja, porém, o vosso
falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”
(Mateus 5:37).
Como seres humanos que somos, temos
uma grande dificuldade em encontrar o fiel da balança. Ora condescendemos, ora
radicalizamos. Os extremos são demasiadamente perigosos. “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu
tempo” (Provérbios 25:11 - ACRF).
Use-a com responsabilidade
Aqueles que exercem a função de líderes,
educadores, professores, mestres na igreja e nas escolas cristãs, tem uma
tremenda responsabilidade. São parte ativa na moldagem de mentes e corações;
participam da formação do caráter de pessoas que por sua vez influenciarão
outras. É o chamado “efeito de ondulação”. Quanto mais conhecimento possuímos,
mais responsáveis nos tornamos pela utilização e transmissão destes
conhecimento.
Não subestime as pequenas coisas
O que é em termos de tamanho o
freio que se coloca na boca de cavalos? Ou então, o leme se comparado ao
tamanho do navio? Agora imagine um cavalo a galope indo na direção errada? Um
navio avançando a toda velocidade para um local fora da rota traçada? Quanto
mais avançam mais distanciados ficam de seus destinos. O melhor que se tem a
fazer é a correção das rotas o mais depressa possível. A Palavra de Deus
arremata: “Semelhantemente, a língua é um
pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um
grande bosque é incendiado por uma simples fagulha” (Tiago
3:5 - NVI).
Moral da história: Se nossas
palavras estão sendo articuladas numa direção contrária a vontade de Deus;
quanto mais cedo cessarmos o falatório,
melhor!
Precisamos ter a noção do prejuízo
É muito comum agirmos de modo
inconsequente ou irresponsável ao passarmos adiante algo que ouvimos,
aumentando ou até exagerando a ponto de nem sequer reconhecermos aquilo que
ajudamos a espalhar.
Ilustração:
As três peneiras...
“Um homem, procurou um sábio e
disse-lhe: - Preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me
contaram a respeito de... Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu
os olhos do livro que lia e perguntou: - Espere um pouco. O que vai me contar
já passou pelo crivo das três peneiras? - Peneiras? Que peneiras? - Sim. A
primeira é a da verdade. Você tem
certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro? - Não. Como
posso saber? O que sei foi o que me contaram! - Então suas palavras já vazaram
a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a bondade. O que vai me contar, gostaria que os outros também
dissessem a seu respeito? - Não! Absolutamente, não! - Então suas palavras
vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade. Você acha mesmo necessário
contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda
alguém? Melhora alguma coisa? - Não... Passando pelo crivo das três peneiras,
compreendi que nada me resta do que iria contar. E o sábio sorrindo concluiu: -
Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos
nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos
para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser
sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz!
Da próxima vez que ouvir algo,
antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três
peneiras por que: Pessoas sábias falam sobre ideias; Pessoas comuns falam sobre
coisas; Pessoas medíocres falam sobre pessoas”.
Ser cristão é ser coerente
Da boca de criaturas não tementes a
Deus até pode sair coisas estranhas, contudo da dos filhos e filhas de Deus
não. Temos um padrão moral elevado e tanto os homens quanto Deus, esperam que de
nossos lábios brotem somente bênçãos!
Conclusão
Se fizermos um apanhado geral dos
nossos erros e acertos na vida cristã, descobriremos que eles estão
relacionados com nossa distância ou proximidade da Palavra de Deus. Um dos
objetivos pelos quais as Escrituras nos foram dadas é para nos iluminar e curar.
Nada mais apropriado então, para conclusão desta mensagem do que o conselho
dado através do apóstolo Paulo, em sua epístola considerada o evangelho dos
relacionamentos: “Não saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para
que dê graça aos que a ouvem” (Efésios
4:29).
É o meu desejo, a minha esperança e a minha oração. Amém!!!
©
Nelson Teixeira Santos
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